Busque Saber

29.9.09

Corações de Carne!


A palavra que rege o mês de outubro de 2009 vem do profeta Ezequiel 11.19: “Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro neles; tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei coração de carne...

O povo de Israel estava com seus corações e mentes “endurecidas”. Ora, quem vive assim não vê horizontes; acaba tornando-se “empecilho” para o próximo. Deus mesmo acaba tendo poucas possibilidades de ajudar a quem não se abre para a vida. Crises e sofrimentos não se coadunam com a vida que Deus veio presentear. No entanto as perspectivas estão ai; as “coisas” podem mudar; novos caminhos podem se apresentam quando dizemos “não” à passividade. Sim! Deus veio nos implantar um “coração de carne”... Ufa!

A primeira batida do nosso “coração de carne” foi no útero da nossa mãe. Naquele dia, diariamente, ele começou a bombear 9.000 litros de sangue através das veias do nosso organismo (450 bambonas de 20 litros)... Nosso “coração de carne” faz esse serviço sem alarde.

A “pontada” no peito pode ser fruto de esforço exagerado e ou de emoção forte. A alegria e o amor podem fazer subir a nossa pressão arterial. É assim que o nosso coração reage de acordo com o que “rola” dentro de nós. No Antigo Testamento a palavra “coração” quase sempre tem a ver com a “vida”, com a “fonte” de onde brota a nossa vitalidade. Pois Deus quer alcançar o nosso coração. Portanto, importemo-nos com ele; façamos a dieta necessária; cuidemos com o estresse; abdiquemos do fumo; prestemos atenção nos alimentos gordurosos; apliquemos tempo na oração; participemos dos Cultos; amemo-nos; doemo-nos uns aos outros; exerçamos a solidariedade. Corações cuidados como se cuida de uma flor dificilmente “endurecem”, “esfriam”.

Pessoas que têm “coração de carne” sabem demonstrar sentimentos. Na Bíblia, o “coração” e a dor se afiam constantemente, enquanto se vive e se sofre; se ama e se briga; se chora e se dança. Sim! O coração é “um sentimento” que nos move interiormente; que nos impele; que nos desafia a agir. Ouçamos o nosso coração... Pautemo-nos por ele... Alegremo-nos de coração... Carreguemos o nosso coração não apenas no lado esquerdo do peito, mas Deus.

24.9.09

Acho que adormeci!


Dava gosto de sentar ao lado daquele pastor "avançado em dias". Outro dia eu estava passando e ele me convidou para tomarmos um cálice de vinho na sua varanda. Ele, sentado na cadeira de madeira centenária, sentia-se cômodo ali. Quando tirava o cachimbo da boca, os seus olhos verde-água que se confundiam com a fumaça de baunilha cheirosa e perdiam-se no horizonte. Eram os momentos que eu muito esperava. Sua voz calma emitia bons pensamentos.

Hoje, sentado debaixo da minha jabuticabeira, exercendo meu ócio, ainda recordo de algumas frases soltas daquele meu pai na fé: - Deus sabe tudo a respeito do que se passa na nossa vida. O verbo “conhecer”, na Bíblia tem o mesmo peso do verbo “amar”. Os nossos “atos de amor” espelham a natureza, a bondade e a simpatia de Deus aqui na terra. Uma pessoa cristã que não “serve”, deteriora o seu chamado; não alcança o alvo que Deus sonhou para ser alcançado por ela; não cresce para dentro da proposta de vida conquistada por Aquele que se fez escravo para presentear liberdade de fato...

Estou absorto. Os pássaros picam e repicam o mamão fresquinho direto da árvore. Estão felizes. Volto a lembrar das horas que passei com meu tutor: - Tens crescido para dentro do Reino de Deus? Tens feito mais “boas obras” nos últimos dias do que nos últimos tempos? Se em tua vida experimentares “amor crescente”, és o bom “sal” que encorpa o “chão”; que alimenta as “raízes” da tua fé.

O sol está quente. A primavera me acaricia e o tempo desliza ali bem do meu lado. Sou o “sal” da terra e a “luz” do mundo. Me engajei neste processo que visa o “plantio” de mais amor; de mais “luz” que espanta “escuridão”. Tento carregar a “cura” para dentro do mundo e, para tal, uso as mãos e o coração. Assumi o compromisso de ser “testemunha sadia” e por isso posso tentar converter desgraça em graça. Sim, me esforço para carregar as "cargas" dos outros; curar as feridas de quem está próximo.

Fecho os olhos. Concentro-me no barulho da natureza. Ouço pessoas chorando e os retalhos de mais um pensamento me vem à cabeça: - O mundo permanecerá “frio e nublado” se só te ocupas contigo mesmo; se não articulas testemunho. Veste as “cores” da verdade, da justiça, do direito e do amor. Vive a partir da clareza do teu coração. Percebe o irmão doente na beira do caminho. Não gasta muito do teu tempo refletindo sobre se o momento de tomar decisão é certo. Permite que o amor te leve. A “beleza e a luminosidade” do mundo dependem também de ti... Acho que adormeci!

17.9.09

Oziel Campos de Oliveira Jr.

O pessoal mais familiarizado com o ritmo da Paróquia São Mateus aqui de Joinville (SC) percebeu certa agitação nos momentos que antecederam a noite do dia 11 de setembro de 2009. Estávamos todos esperando pelas “palestras de edificação” que o pastor Oziel Campos de Oliveira Jr. viria repartir conosco.
Logo ficou evidente que estávamos diante de um homem abençoado por Deus. Oziel nos trouxe “boas notícias” de “grande alegria”, enquanto ia tocando seus assuntos nitidamente forjados sobre uma experiência saudável de 35 anos de pastorado na IECLB.

O que mais nos chamou a atenção foi a sua sensibilidade. Todos sabem que este pastor, pregador e grande compositor, tem dom para a música. Quando menino Oziel experimentou a doença da paralisia infantil. Este estado de doença sempre lhe limitou os movimentos, mas nunca as límpidas ideias.

Cantamos com o Oziel, sorrimos com o Oziel, refletimos com o Oziel, enfim, nos deixamos desafiar pelo Oziel que, alegre, nos trouxe bons impulsos para a caminhada cristã. Essa caminhada comprometida que Cristo nos sugere a partir da Comunidade.

Que Deus te abençoe no teu ministério junto às pessoas que buscam libertação das drogas, ó grande amigo. Estamos orando para que te vás bem, enquanto tocas o teu projeto de vida a partir da IECLB. Tuas novas músicas ainda soam nos nossos ouvidos. Obrigado pelo teu testemunho, pela explicitação da tua paixão pela missão no meio de nós, no meio dos outros.

8.9.09

Barro!


Toda vida lhe ofereci ouro
Mas, desconfiada,
Investiu tudo em barro.
O tempo se escoa e, de barro,
Permanece o seu tesouro.

7.9.09

Ah se não fosse a morte!


A morte sempre traz tristeza para quem fica. Ela vem de repente. Quando menos a gente a espera, ela bate à porta. Conheço algumas pessoas que sempre de novo suspiram: “Há se não fosse a morte!” Será que existe consolo para quem perde uma pessoa querida ou para as pessoas que ousam refletir sobre a sua própria morte?...

Desde o nosso nascimento, tu e eu caminhamos em direção ao abraço da morte. Nada, nenhum poder pode nos ajudar a fugir desse encontro que cedo ou tarde virá.

Certa vez Jesus se encontrou com um grupo de pessoas que se afastava da cidade em cortejo, rumo ao “campo santo”. Uma senhora que já tinha perdido o seu marido e que agora tinha que se despedir do seu filho chorava muito por causa da dor da separação.

Jesus viu aquela cena e parou o funeral. Encarou a mulher que sofria e disse-lhe: “Não chore!” Depois disso Ele ressuscitou o jovem dando mostras do Seu poder maior do que o poder da morte. Naquele exato momento o cortejo fúnebre se converteu em marcha de triunfo...

Este acontecimento bíblico nos oportuniza uma pré-compreensão daquilo que, um dia, as filhas e os filhos de Deus virão a experimentar: “a morte será tragada pela vitória para sempre.”

Hoje a morte ainda é realidade dura, incompreensível. Agora, pelo fato de Jesus ter morrido e ressuscitado, nós não precisamos mais caminhar por aí desconsolados. Sim, porque Jesus já nos concede a esperança de podermos olhar para as bênçãos que nos esperam lá bem além da realidade da morte.

5.9.09

Elisa Maria dos Santos


Outro dia contei 284 nomes de pessoas que, direta ou indiretamente, tiveram influência sobre mim. Aqui e agora me vem à mente a professora Elisa Maria dos Santos.

Tínhamos mudado de cidade. Em Tenente Portela (RS) eu cursara a primeira série do primário na Escola Evangélica Tobias Barreto. Agora, em Santa Cruz do Sul (RS), no segundo ano, eu dava tudo de mim no Grupo Escolar Professor José Wilke, onde o jeito de ensinar era extremamente diferente.

Eu não conseguia acompanhar o novo ritmo. Se antes eu escrevia uma redação, agora eu precisava escrever uma composição. O que seria uma “composição”? Eu também tinha vergonha dos novos colegas. Meu Deus! Como levantar o dedo e perguntar: Dona Elisa! O que é mesmo que eu preciso fazer?

Sim, eu estava “a beira do caminho”, sofrendo dor de menino tímido. Passaram-se algumas semanas e aquela “boa samaritana” veio ao encontro de minha mãe. Falou-lhe das minhas dificuldades. Se ofereceu para me dar aulas particulares. E foi assim que, durante dias, me deixei tutelar por aquela mulher que se debruçava sobre mim, enquanto um coração triste vazava pelos seus negros olhos.

Professora Elisa! Eu não sei se a senhora ainda vive. Quero lhe dizer que a compreendo como alguém que, na hora certa, por um determinado tempo, viu e se ocupou com um “próximo” que carecia de ajuda. Que foi por causa da sua atitude que eu pude seguir o meu caminho. Obrigado por ter me percebido.

OLHA SÓ!