Busque Saber

27.5.10

Círculos, quadrados e franquias!


Sempre gostei de figuras geométricas redondas. Não sou amigo das quadradas. Se sentarmos num círculo, veremos nossos rostos. Se nos acomodarmos em torno de uma mesa retangular, haverá pontos mortos, falhas de comunhão. Se me encontro no meio de um círculo gasto o mesmo número de passos pra ir onde quero. Já se ocupo o centro de um losango, existem pontos longínquos. E por aí vai. Os círculos me são mais simpáticos. Eles não têm mandamentos, mas expiram graça. Assim como não gosto deles, também tenho ojeriza de franquias. Elas tolhem a criatividade e exigem submissão. Elas, quase sempre estrangeiras, pedem relatórios e só permitem a respiração nos momentos oportunos de quem às articula. Além disso, cooptam uma enorme porcentagem dos rendimentos. Pobres de nós que ministramos o Evangelho quando, ansiados em trazer algo novo às nossas Comunidades, nos vimos num deserto e, desesperados, exauridos, nos obrigamos a optar por tais saídas dentro da Igreja.

25.5.10

Esperança!


Medo – vá dormir!
Esperança - acorde!
Levante, lave o rosto!
Amarre os cadarços dos sapatos.
Sim, eu quero sair, passear contigo.
Sempre te vi tão distante, escondida.
Decidi querer-te irmã, querida.

18.5.10

Pentecostes - A Festa do grande Abastecimento!


Imaginemo-nos um motorista andando pela BR 101. Depois de certo tempo o relógio do combustível indica que a gasolina está quase no fim. O motorista não dá a mínima atenção ao fato, mas pisa mais fundo no acelerador. Num dado momento ele vê o posto de gasolina na beira da estrada. Ele pode estacionar perto de uma das bombas e encher o tanque do seu carro, mas ele diz pra si mesmo: “Não precisa! O restinho de combustível ainda dá para eu chegar ao meu objetivo.” E segue adiante. A luzinha vermelha do painel começa a piscar, mas nosso motorista segue sua viagem até o momento em que o motor começa a engasgar e apaga. Ele desce do carro e fica “sem pai e sem mãe” à beira da estrada.

Como é que podemos classificar esse tal motorista? Na certa vamos dizer: “Azar dele! Se tivesse ficado esperto para os avisos no painel do seu carro, teria abastecido o mesmo e não estaria a pé. Que se dane!”

Pois olha! Entendo Pentecostes como a festa do “Grande Abastecimento” da Igreja. Nela Deus oferta o Seu Espírito às pessoas, à Igreja. Estas pessoas não precisam fazer nada a partir de sua própria força, apenas confiar na força do Seu Espírito. Os discípulos, no encontro que tiveram com o Ressuscitado, receberam o Espírito Santo a partir de um sopro (João 20.22). Temos que olhar as festas da Páscoa e de Pentecostes uma do lado da outra. Em Pentecostes, a partir da força do Espírito Santo, nós podemos respirar e encher o nosso “tanque” de forças.

É interessante notar que também nos tempos da Igreja Antiga as pessoas se comportavam tal como o nosso motorista que não abasteceu seu carro, apesar das chances. Eles sabiam da “Fonte de Poder”, mas se esqueciam de usá-la. Timóteo tinha esse perfil. Paulo escreve sobre as lágrimas de Timóteo. Aquele jovem não chorou apenas porque não podia mais contar com a presença de Paulo ao seu lado (2 Timóteo 1.4). Pode ser que Timóteo tenha chorado por causa do sentimento de medo, de esgotamento e ou do amor que perdera. Timóteo tinha se esquecido de “abastecer”. Paulo precisou lembrá-lo: “...re-aviva o dom (carisma) de Deus que há em ti...” (2 Timóteo 1.6). Ou seja: Não te esqueças do “tanque de combustível” Timóteo! Não ande pelo mundo até gastar a última gota! Atenta para o dom que Deus te presenteou. Logo depois Paulo escreve a respeito desse “combustível interno” que existe dentro dos cristãos: “Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sobriedade” (2 Timóteo 1.7).

Há momentos na vida em que você também se sente assim como o Timóteo se sentiu? Vocês também se esquecem de atentar para os sinais de falta de “combustível”? Vocês se encontram esgotados? Vocês estão sentindo medo? Vocês não estão experimentando o amor?

Se este for o caso, lembrem-se: Pentecostes é a “Festa do Abastecimento”, a “Festa da Lembrança”! Deus nos deixou o Seu Espírito Santo. Jesus Cristo, o Ressuscitado, vive em nós. É o Seu Espírito que nos dá forças; que nos consola; que nos agrega como filhos de Deus; que nos oportuniza a experimentação de esperança; que nos faz passar da morte para a vida (Romanos 8.11-17).

Isso não significa que não devamos caminhar o nosso caminho. No percurso da vida nós também encontraremos “engarrafamentos”, “desvios” e até “acidentes”. Que bom! Em Pentecostes podemos sempre de novo lembrar-nos: Deus nos presenteou Seu Espírito. É Ele quem preenche a nossa vida com nova força! Amém!

11.5.10

Cristãos não são solistas!


Vocês já devem ter percebido que vivemos numa sociedade marcada pelo individualismo. Somos pessoas livres. Não queremos depender de ninguém. Gostamos de nos apresentar como pessoas autônomas. Alguns de nós estamos motorizados e esta circunstância nos dá muita mobilidade. Ninguém fica perguntando se pode ir para cá ou para lá. Conheço muita gente que coloca fones nos ouvidos e cruza o mundo sem prestar muita atenção àquilo que se passa do lado. Hoje é assim que quase todos os membros das nossas famílias têm os seus celulares particulares. Outro dia percebi que a grande maioria dos familiares tem até televisores privados nos seus quartos. A coisa está assim que muita gente está comprando e pagando as suas contas de via internet. Pra que caminhar? É triste, mas também no que tange à nossa fé estamos nos tornamos extremamente individualistas. Aqui e ali já se ouve dizer que não se precisa mais da fé para viver a vida.

A Bíblia nos dá uma bem outra idéia do que é uma pessoa cristã. Aqueles que tentam fazer sua caminhada pela vida de mãos dadas com o Filho de Deus, Jesus Cristo, acabam se tornando membros de uma Comunidade Cristã. Estas pessoas acabam se dando conta que fazem parte deste Organismo Vivo pelo fato de entenderem a Palavra de Deus como uma linha onde podem se pautar nas questões de fé, de ensino e de vida comunitária. Cada pessoa cristã deveria procurar louvar, orar e estudar a Palavra de Deus em Comunidade. Os primeiros cristãos já tiveram esta postura. Em Atos 2.44 está escrito que “todos os fiéis, unidos, tinham tudo em comum”.

Ouvi certa vez da boca de alguém: Cristãos não se apresentam como indivíduos solitários. Absolutamente certo! Quando retiramos uma brasa do centro do fogo ela logo se apaga. Agora, se a recolocarmos no braseiro ela se enche de calor, fica vermelha de puro fogo dentro de si. Com a nossa vida espiritual se dá algo parecido com o que acontece com a brasa quando tentamos viver o cristianismo de modo solitário. Tudo muda quando optamos pela Comunidade Cristã. Ali ficamos aquecidos, incendiados de amor, cheios de luz para iluminar quem está do nosso lado. Que Deus nos abençoe neste propósito.

10.5.10

O Dízimo!


Oi Pessoal! Amanhã vou trabalhar com confirmandas e confirmandos aqui na nossa Paróquia. Pois criei uma peça de teatro em cima de uma das minhas prédicas de 2008. Se quiserem ler, usar, meditar... Fiquem a vontade. Abraços!

Cenário: Uma parada de ônibus e um banco. Algumas pessoas esperam o ônibus. Estão quietas à espera do ônibus que não vem. Seus olhares se perdem no horizonte do João Colin. Juju e Toti acabaram de sair do encontro do Ensino Confirmatório. Estão chupando um picolé e, ao mesmo tempo, dialogando sobre o que viram e ouviram...

Juju: Nosso pastor estava animado. Achei “um barato” aquela conversa de que a “oferta que doamos durante os cultos têm a ver com nossa espiritualidade”...

Toti: É!... Anotei aquela informação que “toda e qualquer oferta sempre é o resultado da nossa vida de fé, nunca o resultado de uma conta bancária”. Vou mostrar pro meu pai.

Juju: Também achei interessante. Nosso pastor não fala muito em dinheiro nos Cultos.

Toti: Mas claro que fala. Outro domingo o ouvi pregando sobre Jacó, aquele homem que prometeu dar o 10% de tudo pra Deus. Lembra? Aquele sujeito que enganou seu irmão dando um prato de lentilhas em troca do direito de ser o filho mais velho. Esaú. Isso mesmo... Esse era o nome do enganado.

Juju: Minha avó me disse que a mãe do Jacó também o ajudou a enganar o seu pai, velho e doente, para roubar dele a bênção que por direito pertencia a Esaú.

Toti: Que loucura! Esse tal de Esaú ficou tão brabo que fez de tudo para acabar com a vida do tal do Jacó que precisou dar no pé: Pernas pra que te quero!

Juju: Sua mãe o enviou à casa de parentes pra se esconder. Eu ainda lembro do texto onde a prédica do nosso pastor se alicerçava. Fiz uma anotação aqui ó... Abrindo a Bíblia em Gênesis 28.22b e lendo: “de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo...

Um senhor: (Usando chapéu... Com um cachimbo na boca... Que até então prestava atenção na conversa, entra no debate...) Interessante o assunto de vocês. Sou do Presbitério da Paróquia São Mateus. Também assisti ao Culto do qual vocês dois fazem comentários...

Uma senhora: (Muito simpática... Aproxima-se do homem e engancha-se no seu braço...) Meu marido e eu achamos aquela prédica excelente. E esse ônibus que não chega? Vamos sentar ali na sorveteria. O picolé de vocês já acabou. Está quente! Nós pagamos um refrigerante... Aceitam nosso convite? Adoraria continuar conversando sobre este tema com vocês...

Toti: Tô dentro!

Juju: Sei não! Vou me atrasar... Acho que minha mãe não vai gostar. Mas vamos lá. Fico só uns 15 minutos.

Um Senhor: Continuando a história do Jacó... Ele precisou fugir do irmão. Cansado da fuga, dormiu e sonhou que havia uma escada que ligava a terra ao céu. Que os anjos desciam e subiam por ela.

Uma senhora: Antigamente era assim que as pessoas entendiam a ligação entre o céu e a terra, entre Deus e as pessoas. Os anjos que desciam vinham com funções para realizar aqui na terra. Já os anjos que subiam levavam os relatórios de tudo o que acontecera aqui no chão a Deus.

Um Senhor: Na verdade o Jacó se sentiu profundamente tocado com visão. Ele tinha “culpa em cartório”; tinha feito muitas coisas erradas na vida. Penso que, durante a sua fuga, ele teve muito tempo para refletir sobre os seus erros. Agora precisa enfrentar as consequências das suas faltas.

Juju: Minha avó leu na Bíblia que ele perdeu sua família e não pode mais voltar para a sua terra natal. Que na casa do seu tio Labão ele experimentou as mesmas mentiras e trapaças que antes aprontava antes de fugir.

Toti: Uma coisa que guardei bem da prédica foi que Jacó fez de tudo para poder casar com Raquel, mas teve que se contentar em casar com Lia.

Uma senhora: Assim são as coisas... A promessa que Deus fez a Jacó perpassa a Bíblia de ponta a ponta. Como Deus no Antigo Testamento, no Novo Testamento Jesus encontra as pessoas. Ele conhece o que vai na alma de cada indivíduo. Para fazer acontecer o Seu reino Ele não busca as pessoas “certinhas”. Aliás, Ele nem as encontra. Para levar a cabo as Suas propostas de paz, amor e perdão Ele precisa de gente como nós, aqui nesta sorveteria. Ele conta com pessoas “toscas”; pessoas que têm falhas e manchas na vida. É interessante que a Bíblia nunca maquia a história dos grandes pais da fé, sejam eles Abraão, Moisés, Pedro ou Jacó...

O dono da sorveteria: (Surge com avental e sorriso no rosto...) Vou ser sincero co vocês! Nunca ouvi uma conversa destas aqui no meu estabelecimento. Posso participar?

Juju: Fique a vontade. Sente nesta cadeira... Seja bem vindo na nossa roda de conversa.

O dono da sorveteria: Eu já experimentei isso! Deus nos encontra lá onde nós estamos. Ele nos alcança a Sua mão e diz: “Eu te puxo para fora do lodo de onde, sozinho, não consegues sair.”

Um Senhor: E mesmo assim, muitas vezes, tal como Jacó, nós só permitimos que Deus se aproxime quando estamos no fim das nossas forças; quando não sabemos mais como ir adiante; quando a nossa vida se converteu num monte de cacos.

O dono da sorveteria: A verdade é que não precisamos esperar que, de repente, tenhamos a visão de uma escada que liga o céu à terra. Essa ligação já foi colocada por Jesus Cristo. Todos, sem exceção, temos acesso a ela. Se porventura viermos a viver momentos difíceis, acheguemo-nos a Jesus e peçamos: Senhor vem ao meu encontro. Levanta-me do chão. Dá-me novo ânimo, novas perspectivas para viver. Perdoa a minha culpa e me acompanha pelos teus caminhos. Podem crer! Jesus ouvirá esse pedido.

Uma senhora: Eu estou convicta que a promessa de Deus para Jacó se equivale à promessa de Jesus Cristo para nós: Quando nos encontramos longe de onde gostaríamos de estar; longe de parentes; longe de amigos queridos; longe de experimentarmos sucesso nas coisas que fazemos, Ele vem nos encontrar.

O dono da sorveteria: O encontro de Jacó com Deus em sonho foi algo grandioso. Deus lhe fez uma promessa e ele, Jacó, também reagiu com outra promessa: Aprendi este texto de Gênesis 28.19-22 de cor no meu tempo de Ensino Confirmatório. Jacó fez um voto: “Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo.” (Gênesis 28.19-22)

Toti: (Procurando anotações no caderno do Ensino Confirmatório que tirou da mochila...) Da prédica eu anotei as três promessas de Jacó Deus: Primeira: Ele assume um relacionamento com Deus. Segunda: Ele construirá um templo naquele lugar onde dormiu e sonhou. Terceira: Ele dará o dízimo a Deus. Para mim essa terceira promessa é a mais pessoal. Nas duas primeiras ele falou de Deus na 3ª pessoa. Já na última, sua fala acontece na 1ª pessoa: Tá aqui ó: “...certamente eu te darei o dízimo.”

O dono da sorveteria: Puxa menino! Você é esperto. Gostaria que meu neto fosse parecido com você...

Juju: Prestei muita atenção nas palavras do nosso pastor. Lembro de ele ter dito que o Jacó guardou este momento do encontro com Deus no coração. Como é fácil a gente se esquecer de momentos marcantes e intensos; esquecer dos ensinamentos que eles nos proporcionaram.

Uma senhora: Você está certa! O encontro que Jacó teve com Deus direcionou toda sua vida. Agora, no futuro que começa, ele quer viver com Deus; ele quer reencontrá-lo sempre de novo na Casa que vai erigir. Tudo o que é dele ele não vai mais considerar como propriedade única e exclusiva, mas como dádiva de Deus. E isso ficará evidente quando ele ofertar 10% de tudo ao Senhor.

Um senhor: Deus sempre dá forças para que confiemos Nele; para que testemunhemos Dele a partir da nossa gratidão e da nossa fé.

O dono da sorveteria: Sinceramente eu desejo que todos façam a experiência de encontrar suas “escadas”, esses “degraus” que ligam a terra ao céu. Há situações que acontecem na nossa vida, quando sentimos que Deus está perto de nós, tanto em momentos tranquilos, como em intranquilos. Mas Deus prometeu que, por causa do amor de Jesus Cristo, estará próximo de nós e que nos ajudará em cada momento. Que essa segurança possa se espelhar na nossa vida.

Uma senhora: O senhor tem toda razão! Mas nunca esqueçamos que essas promessas que fazemos em resposta às promessas de Deus não precisam dizer respeito apenas a dinheiro e bens adquiridos. De repente outras coisas também podem ficar claras: Podemos decidir mudar o nosso jeito de administrar o tempo; o nosso comportamento em ralação a tantas coisas...

Toti: Eu vou crescer. Ainda sou bem jovem – eu sei. Vou dizer um “sim”, vou confirmar a minha fé no ano que vem. Mas desde já, nesta minha relação pessoal com Deus e com Jesus Cristo, vou “trabalhar” o tema “bens e dinheiro”.

O dono da sorveteria: Muito bom! Li outro dia que um teólogo cristão sempre dizia: “Dê o quanto podes, poupes o que for possível e dê o quanto puderes.” Essas decisões dependem da nossa relação pessoal com Deus.

Um senhor: Certo! O importante é saber que a oferta não significa que eu me “livro de uma quantia que é minha”. Ofertar é agradecer a Deus pelo fato de que Ele cuida de nós. Assim repartimos com os outros aquilo que Deus nos dá. É dessa forma que agradecemos.

Juju: Lá vem o ônibus pessoal! Tschau! Inté! Até mais ver! Se cuida! (Todos saem apressados de cena...)

7.5.10

Juju, Rafa e Toti!


Pentecostes vem aí... Em João 14.16 eu li "Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, é que vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse." Depois de ler, escrevi:

Sabe Rafa: Deus nos presenteou com tudo o que É e com tudo o que Tem; doou o céu e a terra para ti e para mim; colocou todas as criaturas celestes ao nosso serviço. Que tristeza! Essa graça se perdeu quando Adão caiu daquela escada.

Fique ciente Toti: Foi por causa dessa queda que, mais tarde, Jesus acabou repetindo o gesto de Seu Pai. Ele se presenteou a nós, com todas as Suas obras; com todos os Seus sofrimentos; com toda a Sua sabedoria e com toda a Sua justiça. Por quê? Ora, para nos aproximar de Deus; para que re-experimentássemos a vida marcada pela justiça de Deus; para que re-conhecêssemos as obras de Deus; para que nos re-encontrássemos com Deus.

Guarde bem isso Juju: Para que o presente de Deus não passasse despercebido é que veio o Espírito Santo! Ele, tal como o Pai e o Filho já tinham se doado, também se doou, continua se doando; continua nos ensinando a reconhecermos as bênçãos de Cristo; continua nos auxiliando a tomarmos posse, a retermos, a utilizarmos, a repassarmos as bênçãos de Deus para quem é próximo.

Nunca esqueçam: Nem todos os acontecimentos; nem todos os movimentos e nem todo o entusiasmo precisam, necessariamente, vir do Espírito Santo. Às vezes o Espírito de Deus se mostra tempestuoso como um furacão. Noutros momentos Ele se apresenta às nossas mentes como se fosse o doce cheiro do capim roçado no quintal das nossas casas. Quando sentirem esse “cheirinho”, Ele, o Espírito Santo, estará querendo se estabelecer nas suas vidas a partir das lembranças dos ensinos de Deus. Ouçam-No. Dêem-lhe espaço. Façam pausa. Permitam que, por alguns instantes, a roda da vida gire a seu bel prazer. Primem pela sobriedade. Não parem. Não permitam que o pessimismo escravize. Não se desgastem com auto-críticas. Não assumam postura triunfalistas. É Deus falando... Ouçam!

5.5.10

Uma carta ao João!


Joinville, 05 de maio de 2010

Caro amigo João!

Continuo atarefado... No momento estou dando tudo de mim para bem entender o texto de Apocalipse 13.1-10 que escrevestes para a cristandade da tua época. Estou trabalhando teu texto para um encontro de pessoas queridas. Por aqui não temos tantos problemas como tu amigão, mas vamos “dando conta do recado”. Mas, voltando ao teu texto... De repente tu podes nos ajudar na compreensão do mesmo... Olha como ele foi traduzido do grego para a linguagem de hoje...

13.1 - Depois vi um monstro que subia do mar. Ele tinha dez chifres e sete cabeças, uma coroa em cada um dos chifres e nomes, que eram blasfêmias, escritos nas cabeças. 13.2 - O monstro que vi parecia um leopardo; os seus pés eram como os de um urso, e a sua boca era como a de um leão. E ao monstro o dragão deu o seu poder, o seu trono e grande autoridade. 13.3 - Uma das cabeças do monstro parecia que tinha recebido um golpe mortal, mas a ferida havia sarado. O mundo inteiro ficou admirado e seguiu o monstro. 13.4 - Todos adoravam o dragão porque ele tinha dado a sua autoridade ao monstro. Eles adoravam também o monstro, dizendo: - Quem é tão forte como o monstro? Quem pode lutar contra ele? 13.5 - Foi permitido ao monstro se gabar da sua autoridade e dizer blasfêmias contra Deus. E ele recebeu autoridade para agir durante quarenta e dois meses. 13.6 - Ele começou a blasfemar contra Deus, contra o seu nome, contra o lugar onde ele mora e contra todos os que vivem no céu. 13.7 - Foi permitido que ele lutasse contra o povo de Deus e o vencesse. E também recebeu autoridade sobre todas as tribos, nações, línguas e raças. 13.8 - Todos os que vivem na terra o adorarão, menos aqueles que, desde antes da criação do mundo, têm o nome escrito no Livro da Vida, o qual pertence ao Cordeiro, que foi morto. 13.9 - Portanto, se vocês quiserem ouvir, escutem bem isto: 13.10 - Quem tem de ser preso será preso; quem tem de ser morto pela espada será morto pela espada. Isso exige que o povo de Deus agüente o sofrimento com paciência e seja fiel.

Pois olha João! Li três comentaristas a respeito do assunto (BARCLAY, William. Apocalipsis. Ed. La Aurora. Buenos Aires, 1975; MORRIS, Leon. El Apocalipsis. Ed. Certeza, Buenos Aires, 1977 e MESTERS, Carlos. Esperança de um povo que luta – O Apocalipse de João – Uma chave para leitura. Ed. Paulinas, Recife, 1979) e te confesso que continuo precisando de ajuda...

Sabe João! Quando eu tinha cinco anos eu sempre folheava um livro da minha mãe. Lembro que me amedrontava com aquelas horríveis imagens que brotavam da mente do profeta Daniel. Pois olha! Hoje, enquanto te li, aquelas figuras horrendas do meu tempo de infância me visitaram de novo. Não creio que tu estejas querendo nos fazer medo com teu escrito, pois sempre te pautaste no amor e, conforme outra passagem “no amor não existe medo” (1 João 4.18). Mas deixa prá lá...

No verso 9 tu escreves que “se alguém tem ouvidos, ouça”. Pois é João!... Queres fazer nossos ouvidos doer? Tua profecia é estranha e recheada da perspectiva de sustos presentes e futuros. Carrego a impressão que nos vês como “peões” num tabuleiro; como pessoas que vivem sob o comando dos poderes das trevas que querem nos controlar. Escreves que estes tais “poderes obscuros” fazem alianças e até dividem o poder com o objetivo de melhor dominar o mundo.

Tua mensagem não se restringe somente à desgraça promovida pelo Império Romano, aquela que é política e que acontece do lado de fora, no quintal dos indivíduos. Tua palavra também abrange a desgraça que pode acontecer no íntimo das pessoas. Ali, longe de ser percebida pela maioria, ela também tem a capacidade de promover estragos sem tamanho.

Fico a pensar... Quem um dia tiver a oportunidade de ver e ouvir os relatos fantasiosos de pessoas psiquicamente adoentadas, de indivíduos esquizofrênicos e ou as experiências ruidosas daqueles que são dependentes químicos perceberá que os mesmos estão carregados de muito medo. Quem dá ouvido a estas pessoas adoentadas acaba se dando conta de que é impotente frente a estes e muitos outros detalhes.

Sabe João! Na nossa época há um sem número de pessoas que andam circulando por aí em busca de algo que não encontraram, em busca do preenchimento de certo vazio. Minha experiência diz que quando me coloco ao lado de pessoas drogadas com o objetivo de lutar com elas contra os poderes que as dominam; contra as vozes horríveis que brotam de dentro de suas cabeças, mas que, mesmo assim, parecem ser ameaças de fora; é que posso perceber semelhanças com os teus relatos, entender algumas “dicas” de como é o poder opressivo que algumas visões promovem.

Trata-se de um mundo estranho João. Um mundo onde as pessoas consideradas “normais” não têm muito acesso. Vai daí que quem lê teu escrito não tem muita facilidade de encontrar conforto. Tuas obscuras figuras de linguagem somadas às tuas terríveis profecias tornam bem complicadas as buscas pela Boa Nova de Jesus Cristo, pelo Deus bondoso que Ele fez questão de divulgar durante os seus trinta e três anos de vida e comunhão conosco aqui na terra.

Mesmo assim, preciso reconhecer que a tua visão carrega consolo. Tenho o sentimento de que pintas um quadro de Deus numa tela muito escura. Que nesse quadro retratas a experiência humana e todas as suas terríveis lutas aqui neste chão. Que na tela há uma tênue luz pincelada com tinta clara a indicar nossas raízes celestes. Que noutros toques fortes do teu pincel estão desafios para que nunca nos limitemos a suportar as dificuldades de forma passiva; a nunca fugirmos da luta; a sempre empunharmos as “armas” da paciência e da fé; a sempre aceitarmos com valentia o pior que pode acontecer à nossa vida; a sempre convertermos o “pior” em glória; a nunca titubearmos na devoção absoluta ao Mestre e Senhor. É isso mesmo???

Atenciosamente,

Renato

4.5.10

Dia das Mães!


Que bom que pelo menos no Dia das Mães todas as filhas e todos os filhos se lembram de agradecer às suas mães por aquilo que elas fizeram; por aquilo que elas representam. Sempre foi assim que as pessoas que nascem e crescem num contexto amoroso e seguro, acabam experimentando vida saudável, equilibrada.

Depois de seu nascimento todos os seres humanos precisam ficar longo tempo sob bons cuidados da família. A criança precisa do calor do ninho seguro. Ali ela se deixa presentear com a doação, com o cuidado e com o tempo dos familiares. Assim ela se desenvolve sem atropelos; percebe as armadilhas que o mundo propõe; desenvolve sua personalidade que, mais tarde, vai repartir com outros enquanto se doa em prol do bem comum. São pessoas assim que sustentam a nossa sociedade.

Quem sempre é responsável por essas mulheres e esses homens? As famílias e, dentro delas, de forma muito especial, as mães. Existe tarefa mais gratificante do que ser mãe; engajar-se; dedicar-se de corpo inteiro na tarefa maternal? No passado, lamentavelmente, se fez pouco caso das mães quando se insinuou que elas eram apenas “do lar”. Nada substitui a família; nada se compara em valor àquilo que as mães fazem pelos seus filhos e, por tabela, para a sociedade. Mas que elas, as mães, também não se esqueçam que também precisam repassar os conceitos de fé; que, junto com os pais, são os mensageiros mais importantes da fé em Jesus para os seus rebentos.

Não foi o pastor ou professor de ensino religioso que nos ensinou a dar os primeiros passos na fé. Isso nós aprendemos da nossa mãe que, à noite, se achegava à nossa cama para orar e nos contar histórias sobre Jesus. O fundamento da fé cristã sempre é construído nos primeiros anos da vida de uma criança. Daí porque sempre apelo aos pais jovens, quando dos batismos, para que levem essa tarefa a sério; para que não apliquem todas as suas forças apenas no bem estar material das crianças, mas também para no bem estar espiritual uma vez que “não vivemos somente de pão”...

Mães, vovós aqui presentes: Não desviemos nossas crianças da possibilidade de se relacionarem com Deus. Abramos espaços nas nossas famílias para a vida de fé dos pequeninos a partir da oração. Quem assim age promove alívio, bênção no seio familiar, uma vez que facilita a circulação de Deus que carrega no colo quando vêm preocupações.

Em João 15.5 Jesus nos diz: “Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.” Entendo que esta palavra seja excelente para o momento que vivemos. Se hoje muitas famílias estão implodindo, é porque falta o fundamento da fé. A família cristã não está edificada sobre a areia. Ela tem futuro no Senhor da Igreja! Uma família que ora junto também “segura as pontas” em conjunto. Esse é o meu desejo para as nossas famílias nesse Dia das Mães.

OLHA SÓ!