Busque Saber

3.8.07

Viagem à Rússia II - 15/07/02 (segunda-feira)


No dia 15 de julho de 2002, segunda-feira, tomamos nosso banho matinal e, logo depois, tomamos o café, gentilmente oferecido pela sra. Lori. Quando eram 10h e 30min, fomos passear com o pastor Metzger pelo centro de Moscou. Trocamos Euros por Rublos (€1,00 = 30 Rublos). De repente, divisamos a Praça Vermelha. Depois de passearmos pelo local, voltamos ao Centro Comunitário. Almoçamos um sanduiche que havíamos trazido de casa para, depois, descansarmos até às 13h e 45min. Ato contínuo, visitamos o bispo Springer. Como estava ocupado, pediu que voltássemos em 10min. Passado esse tempo, fomos recebidos por ele em seu gabinete. Disse-nos dispor de só uns poucos minutos para conversar. Durante o diálogo descobrimos que o mesmo foi colega de estudos de um pastor brasileiro da IECLB, hoje aposentado, que conhecemos muito bem (Joao Pedro Brückheimer), quando morávamos no Brasil. Os poucos minutos acabaram alongando-se para 40 minutos de um bom "bate-papo". Antes da despedida, marcamos hora na agenda. Iríamos relatar nossas experiências em Wladivostock no dia 29 de julho, quando retornaríamos a Moscou. Tomamos mais um café com o casal Metzger para, logo depois, às 15h, arrumarmos as nossas malas. Era hora de seguirmos adiante. Dois jovens da Comunidade, o Christian e o Alexander, assessoram-nos rumo ao aeroporto. O Christian falava Alemão e o Alexander só a Língua Russa. Dessa vez viajamos de metrô e ônibus. No ônibus precisamos pagar passagem pela bagagem. Tudo bem.

Ao chegarmos, percebemos que o "check-in" já havia iniciado. Antes de entrarmos na fila, despedimo-nos. O nome “Wladiwostok” aparecia no painel em Russo. De quando em vez, em inglês. Tudo indicava que estávamos indo no rumo certo. Depois de despacharmos as nossas malas, fomos novamente checados pelas pessoas responsáveis. Só nos restava esperar a chamada para o embarque no vôo previsto para às 18h e 30min. Um ônibus nos conduziu à aeronave da AEROFLOT. Sentamos nos assentos 25b e 26c, na segunda fila dos bancos centrais da segunda classe. A tela de TV era enorme e estava ali, bem à nossa frente. A empresa aérea divulgou ou seja, fez bom "marketing" da cidade de Moscou e isso, durante uns 90 minutos. Enquanto isso, serviram-nos o jantar: peixe e verduras. O cansaço nos visitou logo depois e, por isso, acabamos dormindo. O filme que nos foi apresentado tratava do tema guerra e esse, para nós, era um tanto desinteressante. Foi interessante notar que o sol não se pôs, durante as oito horas que a nossa viagem durou. Às 8h e 30min da manhã nos foi servido um gostoso café e, quando eram 10h, desembarcamos em Wladiwostok. De München até Moscou experimentamos um fuso horário de menos duas horas. De Moscou a Wladiwostok, menos 7 horas. Quer dizer, nosso horário biológico dizia-nos ser 1h da madrugada. Estávamos cansadíssimos.

O aeroporto mostrava-se muito antigo. Ao descermos as escadarias do avião, peguei a máquina fotográfica. Queria fazer uma foto, nada demais. Fui impedido de forma extremamente brusca por um dos homens que trabalhavam na segurança do local. Não entendemos muito bem aquela atitude. Embarcamos no ônibus que nos levaria até a sala onde apanharíamos as nossas malas. Já no portão, fomos recepsionados com outro cartaz por um moço que apresentava ares asiáticos e que, sorrindo, disse ser o Eduardo. Como só falava inglês, tivemos alguma dificuldade na comunicação. As bagagens demoraram 15 minutos para chegar às nossas mãos. Gostaríamos tanto de conversar mas estávamos impedidos pelas circunstâncias. Estudar inglês - estava ali descortinado um projeto para a nossa vida. Enfim, as malas.

Sim, as malas chegaram. Apanhamo-las e, logo depois, dirigimo-nos para o carro do Eduardo (Um sr. da Comunidade de Wladiwostock que trabalha com remuneração.) Tratava-se de um carro grande e, assim, as bagagens couberam todas no bagageiro. A Valmi sentou-se no banco de trás. Já eu, instintivamente, dirigi-me ao lado direito do carro. Abrindo a porta, fui surpreendido pelo volante. Percebendo a gafe dirigi-me, incontinente, para o outro lado. Uma vez acomodados, viajamos 50 km rumo a Wladiwostock. Nosso diálogo com o motorista foi mínimo uma vez que não entendíamos o seu inglês. Viajamos em torno de uma hora. Quando estacionamos no pátio da Comunidade percebemos que a sra. Irina B. também chegava com os braços abertos e dispostos a abraçar. Descarregamos nossos pertences e, imediatamente, fomos conduzidos para os nossos aposentos onde fomos alojados por um dia e uma noite.

Na sala de reuniões da Comunidade havia muita movimentação. Pessoas leigas, comprometidas com o Projeto, preparavam todo o material que seria usado quando do Seminário, a 500 km dali. Conhecemos todos os obreiros e as obreiras. O casal Walter da cidade de Kansas, nos EUA que, como nós, também eram palestrantes já se encontravam ali desde sábado, dia 13 de julho de 2002. Alan falava um pouquinho de alemão. Já a Kath não comunicava nada nessa língua, apenas em inglês. Aqui, novamente esbarramos na barreira da linguagem. Já as pessoas da Comunidade comunicavam-se um pouco em alemão e, foi com este “pouco” que conseguimos nos dizer as coisas.

Depois de todas as apresentações, levaram-nos ao quarto que nos serviria de aconchego. Após depositarmos nossas bagagens no mesmo, fomos tomar um chá com bolachinhas, junto com as demais pessoas que ali se encontravam. Ato contínuo, fomos descansar porque ninguém é de ferro. Além do mais, já administrávamos um fuso horário adiantado de 9h. Quando eram 13h e 15 min da tarde, bateram na porta. Era hora do almoço comunitário. Quando chegamos na sala de refeições, fomos apresentados ao P. M. Brookmann. Disse-nos que almoçava com todos os obreiros, sempre uma vez por semana. Achei muito interessante essa dinâmica. Serviram-nos batata inglesa decorada com carne picadinha.

Findo o almoço, fomos dormir novamente até às 18h e 15min. Estávamos cansadíssimos pelo fato de termos viajado a noite inteira. Nessa hora, decidimos tomar um banho. Primeiro problema: Como entender o funcionamento das torneiras? Como aquecer aquela água tão fria? Depois de alguma luta, pedimos ajuda. Novamente fomos auxiliados pelo Eduardo que, simpático, nos oportunizou mais essa alegria de podermos nos banhar. Asseados, fomos a grande sala onde já se encontrava o P. Brookmann. Ele nos acompanharia à sua casa onde sua, esposa, nos preparara uma janta. Chovia muito. De sombrinha e guarda-chuva em punho enfrentamos uns 500 metros a pé, dentro de muito barro. Tínhamos que ser bem cuidadosos por causa do terreno escorregadio e dos buracos que empoçavam água. Durante o trajeto, conhecemos o prédio da igreja luterana. Também mostrou-nos o terreno que a Comunidade sonha comprar para, no futuro, erigir a nova casa paroquail.

Logo na entrada do seu apartamento fomos exortados a tirarmos os sapatos. Deixou-nos claro que se tratava de um costume russo, ou seja: nunca se adentra numa residência com os calçados sujos da rua. Uma vez descalços, recebemos chinelos limpinhos e só então fomos apresentados à segunda esposa do pastor. Tatiana é russa, nascida na região de Ural. Ela serviu-nos um jantar muito apetitoso. Antes disso o Manfred brindou nossa presença com champagne. Nossa conversa girou sobre diveros temas.

Após o jantar, fomos convidados a sentar na sala. Dali, tínhamos uma bela vista do mar. Um verdadeiro cartão postal. Durante o nosso diálogo, descobrimos que Manfred foi colega de Teologia do nosso conhecido P. Dr. Gottfried Brakemeier, em Hamburgo, na Alemanha. Que sua turma o apelidara de “Schlaue Hund” (Cachorro Inteligente) pelo fato de ser muito estudioso. Outro aspecto interessante que nos chamou atenção foi que Manfred fumava charutos do Brasil. Disse encantar-se com o aroma e o sabor do fumo brasileiro. Descobrimos ainda que Manfred, além de ser pastor de Wladiwostock e cidades vizinhas, também é o Cônsul da Alemanha naquela região. Quando o relógio marcou 22h, despedimo-nos dos nossos hospedeiros e dirigimo-nos ao Centro Comunitário da Comunidade Luterana, onde pernoitamos. No outro dia viajaríamos para o local onde aconteceria o nosso Seminário e tínhamos que arrumar algumas coisas.

1.8.07

Viagem à Rússia I - 14/07/02 (domingo)


Saímos de casa a pé, carregando duas malas. Às 9h e 15min, chegamos à Estação “Josefplatz”, onde embarcaríamos no “U-Bahn 2” com destino ao “Hauptbahnhof” para, de lá, tomarmos o “S-Bahn” com destino ao aeroporto que fica 60 km distante de Munique. “Schade!” Percebemos que nossas bagagens estavam sem o cadeado. Nada demais! Só um primeiro atraso de 15min.


Resolvido o problema, compramos os “tikets” e lá fomos nós rumo a uma “grande aventura”. Chegamos ao Aeroporto Josef Strauss às 10h e 55min. Enquanto fazíamos o “Check-in”, fomos informados de que nosso vôo, previsto para às 13h e 30min, atrasaria três horas. Reclamamos de forma um tanto tímida mas acabamos nos consolando com as passagens marcadas para às 16h e 30min., mais os dois “Vale Refeição” que, juntos, somavam € 37,00.


Enquanto almoçávamos uma gostosa macarronada, tentamos telefonar para os nossos hospedeiros em Moscou. A pessoa que nos atendeu não sabia a língua alemã. Então, ligamos para a amiga Irina, em Wladiwostok (670.000 habitantes; 9.288 km distante de Moscou; fuso de 9h a mais do que em Munique). Lá, quase do outro lado do mundo, também fomos atendidos por uma pessoa que só sabia falar a língua russa. Tentamos outros contatos mas todos acabaram infrutíferos. De repente, soou o nosso telefone celular. Do outro lado da linha, o Pastor Brookmann, lá da longínqua Comunidade para onde iríamos viajar 12 horas de avião. Muito simpático, responsabilizou-se por informar o sr. Krüger que, assim como ficara acertado, nos daria cobertura na capital da Rússia, Moscou. Isso nos acalmou bastante.


Não demorou muito, outro chamado no nosso celular. Desta vez, um amigo da colega Irina que mora em Frankfurt e que já trabalhou no Brasil. Queria saber se estava tudo bem. Disse-nos que iria informar sua amiga. Tudo esclarecido, só nos restava almoçar, descansadamente e é claro, esperar pela chamada do embarque. Como tempo é dinheiro, relemos o material que havíamos preparado para o Seminário que nos comprometeramos a levar a cabo. Assim, o tempo de espera passou ligeiro.


Nos dirigimos ao Glichê do “Pass Controll” às 14h e 45min. Nossos passaportes estavam ok e, assim, seguimos em frente com nossas bagagens de mão. O portão de embarque da AEROFLOT nos deixou um pouco mais relaxados. Acabamos embarcando no “Boing 737” quando eram 15h e 55min e já às 16h e 25min, levantamos vôo. O avião era confortabilíssimo. Sentamos nas poltronas 8a e 8b. Como o banco 8c estava vago, tínhamos todo o espaço do mundo para esticarmos as nossas pernas. Logo de início notamos que os comissários e as comissárias de bordo eram um tanto sérios, carrancudos. Na saída, ofereceram-nos algo para beber juntamente com um pequeno pacote com salgadinhos e um jornal. Optamos por "Süd- Zeitung", um dos bons jornais do sul da Alemanha. Não demorou muito, serviram-nos a janta que claro, estava gostosíssima. E, nesse ritmo, tranqüilos, pousamos em Moscou às 21h e 10min. Nesse momento, já tínhamos que administrar um pequeno fuso horário de 2 horas.


Nossa chegada em Moscou se deu às 21h e 10min. Depois de passarmos pela alfândega, fomos pegar nossas malas. E então nos dirigimos à saída do aeroporto. Lá, fomos recepsionados ou melhor, abalroados por taxistas que mostravam-se “sedentos” por dinheiro. Tivemos que dizer um claro “não”. Mas isso, com muito jeito. Uma vez fora do recinto, logo vimos um simpático senhor que ostentava um cartaz com o nome “Becker”. Dirigimo-nos até ele que, logo de saída, nos surpreendeu quando, num claro português, disse: - "Boa Noite!" A princípio, entendemos que falava a nossa Língua. Logo vimos que não. Ele decorara o cumprimento. Que simpatia – pensamos. Embarcamos num carro muito pequeno para seguir viagem até o centro da cidade que distava 60 km. Lá ficavam as dependências da Comunidade onde iríamos nos hospedar. A maior parte das nossas poucas bagagens precisou viajar no nosso colo. Lembro que o calor era insuportável, assim como o movimento de carros na estrada.


Uma vez na Comunidade, fomos recebidos pela zeladora. Comunicamo-nos por gestos. Isso não era fácil. Coisa boa quando, de repente, conhecemos o missionário Metzger e sua esposa Lori. Falavam a língua alemã. Disseram-nos que eram da Missão Marburg e que, agora, aposentados, prestavam serviço por três meses na Comunidade Evangélica Pedro Paulo de Moscou. Sentimo-nos muito bem acolhidos pelo casal. Logo depois, o sr. Künzel (Secretário da Comunidade) despediu-se de nós. Estávamos cansados. Por isso, depois de conversarmos um pouquinho, fomos dormir. Para nós, foi um presente podermos nos acomodar naquele quarto comunitário. Lá podíamos nos comunicar em alemão. Noutros lugares teríamos que colocar nosso parco inglês na roda. Era muito melhor assim...

31.7.07

Uma lenda!

Era uma vez um casal que vivia muito feliz, n'alguma das cidades do planeta terra. Os dois se amavam e sempre repartiam das suas alegrias e tristezas, um com o outro. E assim, desse jeito, viveram felizes durante muitos anos, até que um dia descobriram um velho livro empoeirado no sótão de sua casa. Nele estava escrito que lá no fim do mundo havia um lugar onde a terra e o céu se tocavam. Que naquele lugar a gente podia encontrar a grande, a maior felicidade que se pode experimentar em vida.

Organizaram-se, trabalharam muito e deram jeito em todos os dinheiros necessários para então ir em busca desse mágico lugar. Decidiram que iriam encontrá-lo, custasse o que custasse. Viajaram o mundo todo à procura do mesmo. Suportaram todas as dificuldades que uma viagem dessas proporções exige. Sim, tinha que valer a pena. Eles tinham lido que, nesse lugar havia uma porta na qual a gente só precisava bater, entrar e já se estaria envolvido, encharcado da enorme felicidade. Demorou, mas acabaram chegando ao tal objetivo. Bateram à porta e, com o coração batendo cada vez mais forte, observaram ela ir se abrindo, devagarinho, bem devagarinho.

No que adentraram no recinto, pararam estupefatos. Não é que estavam dentro da sua própria casa! O seu lar estava tal e qual como eles o haviam deixado antes da partida, em busca do lugar onde a felicidade completa podia ser achada. Ah! Desculpe! Na verdade não re-encontraram o seu lar como o tinham deixado! Nele havia uma nova porta que conduzia para o pátio e esta, estava aberta, escancarada.

Foi então que entenderam que o lugar onde o céu e a terra se tocam e onde se pode encontrar a felicidade integral é aqui mesmo, bem pertinho de nós, na nossa vizinhança. Nós só precisamos abrir a porta da nossa casa. Sair para a rua e iremos participar da vida que o nosso próximo vive e, depois, permitir que ele, o próximo, participe também da nossa.

30.7.07

13 de maio de 1973


Como vocês todos sabem, estou exercendo meu pastorado em Joinville – SC. Meu gabinete está quase arrumado. Precisei abrir velhas caixas, rever antigos documentos e, de repente, caiu-me na mão uma folha de papel amarelada onde, há 34 anos atrás, rascunhei a meditação intitulada "a Bíblia", que reparti naquele sábado, dia 13 de maio de 1973, com os jovens da Juventude Evangélica de Santa Cruz do Sul – JESC. Na época eu tinha 19 anos e já era mecânico numa oficina de automóveis de fundo de quintal, desde os 13. Tinha parado com meus estudos no 1° ano do segundo grau. Voltaria aos estudos em março de 1975, em Ivoti – RS. Interessante como o tempo nos faz crescer na fé...

A Bíblia

"Somos jovens do século XX. Calça Lee, Top desbotada é o nosso grito de guerra. Se arranco um bolso traseiro dela significa que quis gritar bem alto para alguma coisa que acontece. Queremos ser alguém útil. Procuramos alguma coisa do nosso lado. Vamos jogar voley, futebol de salão e isso nos faz bem. Trabalhamos com afinco nas firmas para nossa próxima excursão e tudo é alegria.

Temos planos em mente e tentamos trazê-los para dentro da nossa turma. Queremos ser gente alegre e por isso todos nós vamos ver “Love Story” hoje à noite. Quando voltarmos, cairemos na cama e se não estivermos muito cansados, seremos obrigados a fazer um retrospecto do dia que passou para, finalmente, chegarmos à conclusão de que não encontramos aquilo que procurávamos.

Queremos dormir mas o pensamento nos pesa. O trabalho, os divertimentos, a alegria, a garota de quem gostamos, os meus amigos e amigas – eu preciso deles todos mas e daí? Quantos minutos por dia a bíblia ocupa lugar em nós?... “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça
”".

18.7.07

A ESSÊNCIA DA IGREJA

O papa andou dizendo algumas "pérolas", recentemente. Daí nosso presbitério pediu-me que eu reagisse com uma prédica no Culto do domingo, dia 15 de julho de 2007. Resolvi compartilhá-la com vocês. Comecei-a assim...

...A Congregação para a Doutrina da Fé da Igreja Católica Apostólica Romana publicou, recentemente, um documento, intitulado "Respostas a dúvidas sobre alguns aspectos relativos à doutrina sobre a Igreja". Nele está explícito que a "Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica". Ou seja, sustenta-se no referido documento que a Igreja Católica seja a única Igreja no mundo que possui "todos os elementos" da Igreja instituída por Jesus. Não concordamos com isso e, para deixarmos bem clara a nossa posição, meditaremos sobre o texto de Mateus 16.13-20 que passo a ler...

16.13 - Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 16.14 - E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 16.15 - Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16.16 - Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 16.17 - Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 16.18 - Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 16.19 - Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. 16.20 - Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.

PEDRO E SEUS SUCESSORES

No texto, Jesus dialoga com seus discípulos. Pedro é destacado por Jesus como um símbolo, como uma pedra sobre o qual a Igreja cristã deve ser construída. Se usa e se abusa desta passagem para sustentar a figura do papa, aquele que tem o poder para manejar as “chaves” que ligam e ou desligam pessoas dos céus.


Nós luteranos compreendemos esta Palavra Bíblica de forma bem diferente. É pela fé em Jesus Cristo que podemos chegar a Deus e isso, sem qualquer intermediação de representantes. Para nós, Jesus Cristo é o sujeito principal da Igreja e ponto final. Nós cremos que a Palavra que Jesus dirige a Pedro em Mateus 16.18b “... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” , é direcionada para a Igreja em sua pluralidade. Tu és pedra, eu sou pedra, nós somos pedra, a Paróquia São Mateus é pedra...



Nós evangélicos não vemos fundamento bíblico para a hierarquia eclesiástica histórica e automática. O critério para seguir-se a Jesus Cristo é confessá-lo tal como Pedro o fez quando disse “...Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo...” (Mateus 16.16b). Pedro não é e nunca foi critério para chegar-se ao Reino de Deus, muito menos os ditos seus sucessores. Notem que logo depois desse diálogo, Jesus dá uma bela chamada no seu discípulo: - “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mateus 16.23). Essa reação de Jesus foi necessária porque Pedro trocou as mãos pelos pés quando quis influir o Filho de Deus a afastar-se do caminho que leva à cruz. Resumindo, Pedro não é e nunca foi a base sobre a qual edificamos a nossa fé. Ele precisa ser visto, isso sim, como um exemplo de compromisso cristão, nada mais. A única base posta para a Igreja é Jesus Cristo. Outro fundamento simplesmente não existe.


Quem leva Jesus a sério em sua vida, já agora está livre de pecado e de culpa. Martin Luther sublinha isto quando escreve: “À Igreja de Pedro não deve mais ser permitido decidir sobre o futuro das pessoas e dos povos . Ela não deve mais amedrontar às pessoas. Não lhe cabe dominar e nem tampuco provar a fé das pessoas.” Vamos e convenhamos: muitos dos que já se sentaram na cadeira papal não foram bons exemplos para a cristandade.

A Igreja sempre só vive do testemunho de umas poucas mulheres e de uns poucos homens simples que procuram viver uma fé viva e, assim, espalhar do “bom perfume” de Cristo na sociedade em que vivem. E isto, um papa também pode e deve: ser uma testemunha do Cristo vivo, nada mais.


Confessar a fé não é brinquedo, não é coisa simples. É uma constante labuta no sentido de libertar-se da corrida desenfreada atrás do dinheiro e de outros deusinhos menores; é um constante libertar-se cada vez mais da desta idéia rasteira de querer chegar-se mais perto de Deus, usando-se para tal pessoas renomadas como ponte para tal intento; é um constante focar-se na pessoa de Jesus Cristo.


Por isso é imprescindível que exercitemos nossa prática cristã orando, meditando, louvando, cantando, dançando e festando sempre lá onde as pessoas se encontram. Toda pessoa batizada, seja ela papa, bispo, pastor, mecânico, padeiro, professora, dona de casa, jovens, crianças, idosos ou quem quer que seja, está chamada a viver debaixo desta verdade.


CONCLUSÃO



A Igreja é plural e isso, desde o Novo Testamento. Um conceito evangélico para unidade da Igreja pode ser lido no artigo VII da Confissão de Augsburgo que eu copiei no programa do nosso culto. Vamos lê-lo?... "Ensinam outrossim que sempre permanecerá uma santa igreja. E a igreja é a congregação dos santos na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente. E para a verdadeira unidade da igreja basta que haja acordo quanto à doutrina do evangelho e à administração dos sacramentos. Não é necessário que as tradições humanas ou os ritos e cerimônias instituídos pelos homens sejam semelhantes em toda a parte. Como diz Paulo: Uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos", etc. (Efésios 4.4ss.)

Enfim, creio que nossa tarefa como Igreja Reformada implica em nunca abrirmos mão de três pontos:

Da mensagem de Justificação: Nossa culpa não tem a última palavra. Deus nos ama – não importa de onde viemos e o que valemos. Temos que divulgar isso ao mundo que leva tanto em conta o que se é, o que se faz e o que se tem.



Da mensagem da Liberdade Cristã: Nós não estamos debaixo de ordens clericais. Para nós a Igreja é advogada da liberdade e, como tal, responsável pela divulgação desta idéia de liberdade no mundo inteiro.

Do Sacerdócio Geral de todos os Crentes: Conforme a “Theologische Erklärung von BARMEN 1934” (Esclarecimento Teológico de Barmen – 1934) entendemos a "Igreja como a Comunidade de irmãs e irmãos". Nela não existe relações hierárquicas. Sua estruturas não dominam de cima para baixo e nela não há diferenças entre sacerdotes e leigos. O mundo é o lugar onde a cristandade vive o seu dia-a-dia; onde ela vive o seu chamado e a sua profissão. Amém!

11.7.07

A ovelhinha pouco esperta!


Era uma vez uma ovelhinha. Sua lã era grossa e vistosa. Ela tinha muitas irmãzinhas e muitos irmãozinhos no rebanho. Acordava sempre disposta pela manhã. E lá ia ela, cantarolando, pastar bom pastinho ali naquele espaço, sempre tão bem cuidado pelo seu pastor. Ela conhecia a sua voz. Nas horas difíceis, ele sempre estava do seu lado a cuidar dela. Coisa boa poder experimentar daquela paz sem fim, ali, junto daquele rebanho.

O gramado onde sempre pastava grama macia não tinha cercas. A sua liberdade para fazer passeios com a turminha que conhecia tão bem, era ilimitado. Um dia, meio escondidinha, ousou afastar-se um pouquinho do espaço onde sempre se locomovia. Seu pastor não esperava uma tal atitude sua. Não demorou nada e ela já estava no meio de um outro rebanho de ovelhinhas, ali das cercanias. Elas eram pastoreadas por um outro pastor. A sua voz era diferente, um pouco mais rouca, talvez. Naquele novo grupo de ovelhinhas, todas tinham um outro jeito de conviver entre si. Quando baliam, sempre levantavam a patinha dianteira. Elas também ficavam de orelhinhas em pé, quando das refeições. Puxa! Como aquele novo jeito de ser era bonito e importante – pensava ela.

Quando o dia estava quase acabando, ela voltou para junto da sua turminha. Ali estava segura. Era querida e conhecida por todos. Foi dormir mas, naquela, noite o seu sono não foi muito reparador. Acordava a toda hora com desejos de também levantar sua patinha quando soltava o balido, de também levantar suas orelhinhas na hora de comer. Dito e feito! No outro dia começou a falar das novidades que tinha aprendido logo ali, naquele outro pastinho. O rebanho a ouvia um tanto desconfiado. Será que levantar a patinha e as orelhinhas poderia contribuir para uma maior felicidade na sua vida? As ovelhinhas mais experimentadas entendiam que não.

O tempo passou e a ovelhinha acabou mudando de rebanho. Optou em ser feliz por fora, enquanto ensaiava um outro jeito de ser. Essa opção, no entanto, a fez cada vey mais infeliz por dentro. Ela não era mais a mesma. Doía-lhe o interior do coraçãozinho por causa do afastamento das amiguinhas que conhecia tão bem, desde o tempo do seu nascimento. Os dias e os meses foram passando e a felicidade não aumentava. Antes pelo contrário, diminuia. Mas ela foi ficando ali, sempre de novo ouvindo a voz rouca do seu novo pastor.

12.6.07

Tempo de Acarinhar


Ó Grande Amigo!
deste-me o tempo.
Atrás de mim,
horas sem fim,
os anos todos
vivi só prá Ti.

Toda a história foi minha e não nego,
este presente de cada manhã.
Fico de pé e te peço ó Deus:

Dá coragem para, juntos, plantarmos sementes de alegria nos abraços que vamos semeando, abraços que vamos semeando enquanto repartimos amor, nos canteiros que adubaste com esperança. E ainda te peço ó Deus...

Dá-me mais tempo
para servir,
prá silenciar,
saber brincar,
acarinhar quem
comigo está.

Todo momento foi meu, eu sei,
este presente é tão caro prá mim.
Eu me levanto e sou grato ó Deus!

23.5.07

O bilhetinho amarelo!


No dia 03 de fevereiro de 1990, tive a chance de usar a mídia durante uns poucos 30 segundos. Lembro que, na época, criei uma frase de efeito. Eu cria aquilo que disse. Hoje constato que lá se foram 17 anos e quatro meses. Nada mudou. Os homens continuam parecendo pessoas de bem, mas não o sao. Agora o nome da operacão chama-se "navalha". Outros nomes virão. Eu nunca quis perder a capacidade de sonhar que sempre me impulsionou até os dias de hoje. Ah!... Desculpe! Você gostaria de ler o conteúdo da minha fala. Aqui vai...

"Neste estado, e por que não dizer: no nosso país, há muitas candidaturas que ainda chegam a florescer enraizadas nos velhos ditames do não pensar. Essas posturas vão terminar. Elas têm que acabar..."

2.5.07

Grossa Migalha!


Outro dia, sentado numa ótima cadeira, eu curtia o ócio de um final de tarde, enquanto saboreava meu chimarrão e, de vez em quando, beliscava uma rosca de polvilho. Num dado momento caiu uma grossa migalha no chão. De repente, ali estava uma formiga. Logo percebi que a mesma estava embuida de carregar o alimento até o seu ninho. Com uma disposição fora do comum, colocou a boa porção sobre as costas e lá se foi. Nossa conversa estava boa. Alguns minutes depois vi-a caminhando lá longe, há uns quatro ou cinco metros de onde eu me encontrava. Continuei observando-a. Subiu o muro e quando estava quase lá em cima, deixou a grande migalha cair. Voltou lá embaixo e buscou a sua preciosa carga. Subiu até um determinado ponto e o "alimento" caiu de novo. A formiga continuou lutando sempre com a mesma disposição. Tentou uma, duas, três, vinte vezes sobrepujar o obstáculo. Na vigésima primeira, ela acabou conseguindo o seu intento. As vezes me pego a pensar que deveríamos observar com mais atenção as mensagens que a natureza nos promove. Temos sonhos? Pois tentemos realizá-los. Persistência é um estado de espírito que Deus pode plantar em cada um de nós. Ele nos ajuda sim, a encontrarmos bons caminhos.

2.4.07

O Jumentinho Alegrinho!


Aqui em Joinville, bem no início do Culto Dominical, sempre convidamos as crianças a virem a frente. Ali, elas são abençoadas e, depois disso, enviadas ao Culto Infantil. Ontem, ousei sentar em frente ao altar enquanto elas se aproximavam. Logo que chegaram, convidei-as a fazerem o mesmo. Depois disso, num clima de muita concentração, contei-lhes a historinha do "Jumentinho Alegre" que criei a partir do texto para a prédica: Lucas 19. A experiência foi excelente. Penso que vou poder repetí-la.

Era uma vez um jumentinho que vivia alegre na companhia dos seus pais e avós. Acordava da manhã e lá ia ele dar uma corridinha sobre a grama molhadinha, ali na aldeia, na pequena cidadezinha onde os seus donos moravam. Depois de se exercitar correndo, ele sempre bebia um pouquinho d’água, e lá ia ele comer sua alfafa, aquele capinzinho verdinho e macio que preparavam para ele.

Seu pai era um Jumento de carga. Nossa como ele tinha força. Carregava coisas pesadíssimas sobre o seu lombo forte. Sua mãe ajudava o seu pai em todos os serviços. De noite, um pouco antes de dormir, o Seu Jumentão - como o chamavam - e a D. Jumenta contavam histórias para ele dormir. Ah!... Eles também diziam que um dia, depois que ele crescesse um pouquinho mais, teria que ajudar nas lides do sítio, ajudando a carregar pesos e outras coisas do tipo.

O Jumentinho Alegrinho queria fazer outras coisas. Ele sonhava um dia carregar pessoas nas suas costas. Quem sabe ele poderia carregar as filhas e os filhos do seu dono. Isso seria muito bom. Naquele dia ele se esforçaria como nunca para andar macio, sem dar solavancos. Não! Ele não queria ser carregador daquelas coisas que sempre via seu pai e sua mãe carregando. E assim ele foi crescendo com seus sonhos.

Certo dia percebeu movimento de pessoas estranhas no pátio. Curioso, foi chegando perto. Ali estavam alguns homens que queriam levá-lo para ser montado por uma pessoa muito importante. Seu dono não quis permitir. Disse-lhes que ele, o Jumentinho Alegrinho, nunca havia sido montado e que poderia ser perigoso. Aqueles homens não queriam saber de nada! E insistiam em querer levar o tal jumentinho que nunca fora montado. Ele serve sim – diziam. E lá se foram. O jumentinho da nossa história estava simplesmente louco de alegria.

Qual não foi sua surpresa. Caminharam um longo trecho e, quando chegaram perto da cidade de Jerusalém, a gritaria das pessoas ficava cada vez mais alta. As pessoas estavam muito alegres e não cansavam de fazer festa. De repente, jogaram mantos sobre o seu lombo e um homem muito querido, com um olhar muito bondoso, montou-o pela primeira vez. O nosso amiguinho, o Jumentinho Alegrinho esforçou-se ao máximo para fazer o seu serviço bem feito. Sua mãe e seu pai certamente ficariam orgulhosos dele.

Lá bem no fim do trajeto, aquele homem desmontou. Ele não conseguia explicar porque estava tão alegre. Ouviu as pessoas dizerem que aquele homem que o montou chamava-se Jesus. Já em casa, à noite, seus pais lhe contaram que ele tinha carregado o Filho de Deus sobre o seu lombo. Sabem o que aconteceu depois disso? O Jumentinho Alegrinho quase não conseguiu dormir naquela noite, tanta era a sua alegria de ter carregado Deus no colo...

25.2.07

Gritos de Socorro!


A palavra hipocrisia vem do latin "hypocrisis" e do grego "hupokrisis". Nas duas línguas ela carrega o significado de representar ou fingir.
Outro dia, ainda em Munique, ouvi de um interlocutor que a cristandade, na sua grande maioria, era hipócrita. Algumas semanas depois, já em terras brasileiras, ouvi a mesma palavra da boca de uma pessoa que pertence ao meu círculo seleto de pessoas queridas.

Preciso ser sincero: estes dois diálogos me incomodaram um pouco. Quando eu digo que "fulano" é hipócrita estou dizendo que ele finge crer, que ele finge ter virtudes e sentimentos que, na verdade, não possui.

Ontem, sábado, tive o privilégio de conviver com um grupo de cristãs e cristãos e isso, durante mais de 12 horas. Dialogamos, rimos, nos preocupamos com o momento presente, projetamos o futuro e, no final das nossas conversas, sempre ficava claro que dependemos, sempre de novo, do carinho, do amor e da graça bondosa de Deus para irmos sobrevivendo neste mundo de tantos descaminhos.

Naquele pequeno círculo de 17 pessoas, todos estávamos transparentes. Ninguém tentava aparentar mais do que era. Será que as pessoas que agridem o cristianismo com palavras duras não estão, na realidade, gritando por socorro, deixando transparecer um pouquinho da sua sede e de sua fome pelo encontro de uma razão, por pequena que seja, para a sua vida. Perguntas que me faço. Você que me lê não quer interagir?


16.2.07

Viva a Espera!


Estou em Florianópolis esperando a liberalização do nosso container. As firmas responsáveis pela nossa mudança da Alemanha ao Brasil não conseguem distrinchar alguns papéis da burocracia internacional e eu, no meio destas duas forças, sinto-me tal como um marisco entre o mar e o rochedo. No meio desta desestruturação, fui ler o autor Robert Levine, do qual aprendi coisas interessantes

Como ele, também sempre entendi que o tempo é dinheiro e que o “ato de esperar” custa caro. Daí que procuro me ocupar com algo durante minha espera que já dura quase dois meses. O referido “ato” me torna mais pobre. As comunidades que esperam pouco são mais ricas e eu aqui, empobrecendo enquanto espero pelas coisas que necessito. O tempo da minha espera se liga intimamente com o valor do “produto” empacotado com tanto carinho. Como todos, também amo o que preciso esperar e o tempo da minha espera só eleva o “valor” do objeto esperado.

Interessante que as pessoas poderosas sempre deixam muito claro quem precisa esperar quanto tempo. Daí porquê nunca é bom chegar-se atrasado a um compromisso qualquer. A “escola da vida” não me deixa dúvidas: quanto mais tempo se espera por algo ou por alguém, tanto maior será o „status“ deste bem ou desta pessoa. Isso mesmo! Esperar implica em respeitar.

Estou um tanto irritado. Sempre foi assim que o dinheiro abriu e ainda abre o espaço para os primeiros lugares em qualquer fila de espera. Eu já gastei muito tempo em filas para poder afirmar que o melhor lugar a ser ocupado nelas é o final. Lá, bem no finzinho, somos mais bem aceitos. Não é assim que as pessoas que podem e que sabem esperar, acabam levando vantagem nas discussões do dia-a-dia? Claro que é! No entanto para “saber esperar” há que se compreender a cultura vivida. Só quem a aprende consegue se dar melhor com o tema que me propuz. Viva a cultura brasileira e, por tabela, a espera!

11.2.07

Guria!


A lua nasceu
e, depois, se escondeu.
Ocupamos todo aquele interim
comentando de você e de mim.
Quando o sol refez o dia,
era dor que ele paria.
Eu não queria,
Guria!

3.2.07

MSC Lavina!


Estamos no Brasil. Embarcamos em Munique no dia 23 de janeiro de 2007. O aeroporto foi interditado por três horas, devido a uma nevasca. De dentro do avião observávamos tudo com uma certa tristeza no coração. Estávamos deixando para trás um palco onde vivemos seis anos com muita intensidade. Fizemos uma pequena parada em Paris. Lá também houve um grande atraso devido a uma peça estragada na aeronave. De São Paulo até Florianópolis tudo foi expectativa. Nosso filho mais velho nos abraçou na chegada. Os termômetros marcavam 35 graus. Estávamos voltando a uma realidade um tanto esquecida. Depois de um banho regenerador, gastamos horas contando e ouvindo novidades. É bom estar de volta. Coisa boa conhecer melhor as futuras noras Vanessa e Paula. Indizível o prazer de poder dialogar com o Daniel e o Áquila sem as perspectivas da despedida marcada. Agora recomeça uma nova fase na nossa vida. Hoje fiquei sabendo que a nossa mudança já foi descarregada do navio MSC Levina. Talvez, nos próximos dez dias, já estejamos morando em Joinville. A todas e todos vocês que me acompanham, muito obrigado pela amizade, pelo interesse e pelas orações. A gente se vê.

19.1.07

Minha Prédica de Despedida!

Numa pequena meia-hora dos últimos dias, ainda pude me despedir do "Landesbischof Johannes Friedrich" (Igreja Evangélica da Baviera). Abaixo minha prédica de despedida aqui da Evangelische Studenten Gemeinde - ESG.
Umkehren…

Rut 2, 5b

Prolog
"Gnade sei mit Euch und Friede von dem, der da ist und der da war und der da kommt, Jesus Christus!"

Liebe Gemeinde, die Bibel erzählt von vielen Wanderungen. Menschen verlassen ihr Land und finden eine neue Heimat. Eine solche Geschichte erzählt das Buch Ruth, im Alten Testament. Bethlehem ist Noomis Heimat, das Städtchen in den Bergen von Juda. Bethlehem heißt: Haus des Brotes. Aber dort gibt es schon lange kein Brot mehr. Alle haben Hunger.

Die Familie beschließt auszuwandern. Der Mann Elimelech, die Frau Noomi und ihre beiden Söhne. Sie ziehen gegen Osten und überqueren den Fluss Jordan. Sie lassen sich nieder im Nachbarland Moab – heute ist dort Jordanien. Auf den Feldern von Moab wächst genug.

Zehn Jahre später steht Noomi mit leeren Händen da. Ihr Mann ist bald nach der Auswanderung gestorben. Die zwei Söhne haben Frauen aus Moab geheiratet. Aber sie haben keine Kinder bekommen. Und nun sind beide Söhne kurz hintereinander gestorben. Noomi hat niemanden, der im Alter für sie sorgen wird. Ihre Söhne sind tot. Enkelkinder gibt es nicht. Da bleiben einzig die beiden Schwiegertöchter. Aber mit denen ist sie streng genommen gar nicht verwandt. In Moab ist sie für alle eine Belastung.

Noomi entschließt sich, in ihre Heimat zurückzukehren. Von den Schwiegertöchtern verabschiedet sie sich. Sie rät ihnen, zu ihren Eltern zurückzukehren. Vielleicht haben sie Glück und finden nochmals einen Mann. Die eine Schwiegertochter befolgt diesen Rat. Die andere will unbedingt bei Noomi bleiben. Sie sagt mit Bestimmtheit: - „Wo du hingehst, will ich auch hingehen.“ Sie ist die Hauptperson der Geschichte – die Moabiterin Ruth.

Noomi kehrt zurück in ihre Heimat. Die Frauen auf dem Marktplatz kennen sie noch. Aber Ruth kommt als Fremde nach Bethlehem. Jeder sieht es, jeder weiss es im Städtchen: Sie ist eine Ausländerin. Wovon sollen die beiden Frauen leben? Ruth versucht, was den Ärmsten in Israel erlaubt ist: Ährenlesen. Arme, Witwen, Waisen und Fremdlinge dürfen auf die Erntefelder gehen. Sie dürfen die einzelnen Ähren auflesen, die den Arbeitern entgangen sind.

Ruth kennt sich in Bethlehem nicht aus. Sie weiß nur, dass sie auf dem Feld höchstens geduldet ist. Sie steht ja am untersten Ende der sozialen Leiter. Die Erntearbeiter sind höher gestellt, auch der Verwalter. Und erst recht der reiche Besitzer des Ackers. Jeder könnte sie sofort wegschicken. Ruth hat riesiges Glück. Der Zufall will es, dass sie auf dem Feld von Boas ist. Dieser Mann hat Verständnis. Er behandelt sie nicht als Fremde. Er sieht ihre Not und zeigt sich unerwartet großzügig. Seinen Angestellten verbietet er, die Frau wegzuschicken. Sie sollen sogar absichtlich Ähren für sie liegen lassen. Ruth dankt ihm: „Warum habe ich Gnade gefunden in deinen Augen?“

Am Abend bringt sie ihrer Schwiegermutter einen Eimer voll Gerstenkörner nach Hause. Noomi freut sich und erklärt, wer Boas ist. Er ist mit ihrem verstorbenen Mann Elimelech verwandt. Die alte Frau erkennt die Chance und gibt Ruth den entscheidenden Tipp. Sie nennt ihr einen Ort, wo sie Boas ungestört treffen kann. Dort sagt Ruth zu Boas, dass sie seine Frau werden möchte. Es sind noch Hindernisse zu überwinden, aber der Plan gelingt. Boas nimmt Ruth zur Frau. Sie wird schwanger und bringt ein Kind zur Welt.

Am Schluss hält die alte Noomi einen Knaben in den Armen. Für sie ist er wie ein eigenes Kind. Weil Boas mit Elimelech verwandt ist, stirbt die Familie nicht aus. Der Knabe wird später der Großvater des Königs David. Die Moabiterin Ruth ist also seine Urgroßmutter. So endet die Geschichte mit einem Schmunzeln: Von einer so mutigen Frau stammt David ab. Der größte König Israels hat eine Ausländerin unter seinen Vorfahren.

Noch mal hinschauen

Eine schöne Geschichte – muss man schon sagen. In meiner Predigt werde ich mich nicht auf Noomi oder Rut, sondern auf Herrn Boas konzentrieren. Im Kapitel 2, Vers 5b kann man lesen: „Zum wem gehört diese junge Frau?“ Boas sieht die Fremde, die eine andersfarbige Haut hat, die Ausländerin, die Person, die auf seinem Feld fast illegal arbeitet. Vielleicht besitzt er die innere Größe dazu. Vielleicht hat er Zeit, weil er nicht arbeiten muss. Boas sieht einen Menschen mit seinen Gefühlen. Er sieht zum Beispiel die Angst auf dem Gesicht der Frau: „Kann ich hier auf diesem Feld bleiben?“ Oder: „Schicken sie mich gleich wieder fort? Nehmen sie mir die Körner weg, die ich gesammelt habe? Verprügeln sie mich am Ende noch?“

Boas erfährt die Geschichte eines Lebens. Diese Frau hat eine Vergangenheit. Sie hat schon viel erlebt. Sie hat ihren Mann verloren. Sie hat ihre Heimat verlassen. Sie hat einen weiten Weg hinter sich bis sie in Bethlehem angekommen ist. Boas erkennt die Güte in ihrem Handeln. Die Frau, die vor ihm steht, hat sich solidarisch gezeigt mit ihrer Schwiegermutter. Sie hat eigene Pläne aufgegeben und jetzt sorgt sie dafür, dass auch die alte Noomi etwas zu essen bekommt. Sie ist ein Vorbild für gelebte Solidarität. Da ist ein Mensch mit seiner Würde. Boas merkt, wie die Welt in den Augen Ruths aussieht. Sie wird für ihn, was ihr Name sagt: eine Nächste, ein Mitmensch.

Fast immer ist es so, dass Ausländer wegen einer Notsituation ihre Heimat verlassen. Sie sind in einer ähnlichen Situation wie Ruth in der Geschichte. Vielleicht haben sie noch viel schlimmere Erfahrungen durchgemacht. Wo sie herkommen, herrscht Angst. Und wo Angst regiert, schaut man nicht mehr auf einen Menschen. Das Leben ist nicht mehr viel wert. Ausländische Menschen träumen immer wieder von Leuten, die sie sehen, die sie anschauen, wie sie sind. Sie träumen von einem Staat, der die Würde jedes Menschen achtet. Sie sind Mitmenschen, die Wohlwollen zeigen. Paragraphen müssen gerecht sein. Aber sie haben keine Augen, aus denen Güte strahlt. So etwas können nur lebendige Menschen tun. Wir können es tun.

Warum habe ich Gnade gefunden in deinen Augen? – fragte Rut. Da steht eines der schönsten Wörter, die man über Gott sagen kann: Gnade. Die Bibel bekennt: Gott ist einer, der Gnade zeigt. Anders gesagt: Gott ist einer, der nochmals hinschaut. Er verurteilt nicht auf den ersten Blick. Er nimmt einen Menschen wahr mit allem, was zu ihm gehört. Wie gut ist es, einen solchen Gott zu haben.

Wir kehren um

Meine Familie und ich, wir hatten keinen Bauchhunger gelitten, als wir vor sechs Jahren von Brasilien nach Deutschland gekommen sind. Hier wollten wir etwas Neues in der Evangelischen Kirche in Deutschland entdecken, andere Möglichkeiten des christlichen Lebens kennen lernen, besondere Perspektiven entdecken. Schon am Anfang unserer Zeit hier in München wurde uns klar, dass wir Ausländer waren. Ausländer müssen unbedingt alle Schwierigkeiten überwinden um zu überleben. Es war nicht einfach – muss ich schon sagen. Es fängt an mit Kleinigkeiten, die zum Leben gehören, wie z.B.: Man will mit der U-Bahn bis der Marienplatz fahren und steht vor einem blauen, anonymen Automat. Die Leute haben alle ein Ziel und deswegen rasen sie eilig daran vorbei, hin und her. Niemand ist bereit zu helfen, weil die Zeit knapp ist. Was macht man da? Aha! Eine Streifenkarte kaufen. Ok! Aber jetzt hat man wieder ein Problem vor sich und zwar, wie viele Streifen muss man denn stempeln? Eins, zwei oder sind es drei? Ja, liebe Schwestern und Brüder, man muss sich der fremden Kultur anpassen und das kostet schon ein bisschen Kraft. Es dauert eine lange Zeit bis man endlich im Rhythmus der Stadt ist. Ich glaube, wir haben es in den letzten Jahren geschafft.

In Dezember 2001, als unser jüngster Sohn vor Weinachten nach Brasilien zurück geflogen ist, habe ich ein Gedicht geschrieben, das „Vento Frio“, „Kalter Wind“ heißt. André Snoeijer ist ein guter Freund. Er war Tutor in meiner ehemaligen brasilianischen Studentengemeinde in Florianópolis. Heute arbeitet und lebt er mit seiner Familie in Essen. Er wird uns jetzt dieses Lied, das wir für Euch übersetzt haben, vorsingen…

VENTO FRIO

Estrib.: Sou caminheiro, descalço.
Levo-me no pedregulho.
E aí, vazio de orgulho,
É o pé que dói,
Que sangra e redói.
Sou caminheiro, descalço.
Já a cabeça eu alço.
Enfrento todo percalço
Do vento frio que me moe.
Enfrento todo percalço
Do vento frio que me moe.

1.Vou aventureiro, despido.
Embalado pelo tempo,
E assim, todo a contento.
Reflito, Atrito e medito.
Em coraçao dolorido,
Replanto um vale florido.
Fruto da enxada e do grito.

Estrib.:

2. Paro cordeiro, cansado.
Deito na rede do norte.
Durmo da luta forte,
Tenho asas,
Vi idéias rasas.
Já fui ensimesmado,
Fiz amor entusiasmado.
Revivo, batendo asas.

KALTEN WIND

Refrain: Ich bin ein barfüßiger Pilger.
Bewege mich auf steinigem Wege
Und da, ohne Stolz im Leben,
Mein Fuß tut weh,
Der blutet und schmerzt.
Ich bin ein barfüssiger Pilger.
Nur mein Kopf, den halte ich hoch
Überwinde alle Schwierigkeiten
Von dem kalten Wind, der mir quält.
Überwinde alle Schwierigkeiten
Von dem kalten Wind, der mir quält.

1. Im Abenteuer gehe ich kleidungslos.
Der Schwung gibt mir die Zeit
Und so, mit voller Freude.
Reflektiere
Diskutiere und meditiere.
In mein Herz, das schmerzempfindlich ist,
Pflanze wieder Blumen im Tal.
Eine Frucht der Hacke und der Schrei.
Refrain:
2.Höre auf, zahm und müde.
Lege mich in die nördliche Hängematte.
Der starke Kampf macht mich müde,
Habe Flügel,
Und viele kleine Ideen gehört.
Habe mich schon sehr klein gefühlt,
Habe mit großer Begeisterung geliebt.
Lebe wieder und flügge weiter.

Die Aufforderung umzukehren, ist im brasilianischen und deutschen Sprachgebrauch doppelsinnig. Sie kann zum einen schlicht meinen, den Weg zurückzugehen, den man gekommen ist, zum anderen aber auch: Ändere dich! Wage einen Neubeginn! Mach es anders und besser als bisher!

Wir haben unsere Probleme überstanden und dass, weil viele von Euch uns unterstützt haben. Ihr habt uns immer wieder angeschaut in unserer anderen Lebensart. Ihr habt uns gehört und auch versucht uns zu verstehen, mit unserem südamerikanischen Akzent. Herzlichen Dank dafür!... Valmi und ich, wir haben hier in Deutschland viel gelernt. Ich bin fest davon überzeugt, dass Gott uns diese Chance hier zu leben gegeben hat. Euch alle kennen zu lernen war, ist und bleibt für uns der größte Schatz. Heute wissen wir ganz genau wie die „kleinen Menschen“ sich fühlen. Heute verstehen wir, dass Liebe mit „loslassen“ zu tun hat. Noomi hat es schon viel früher als wir erlebt und auch gelernt. Heute ist uns klar, dass das Leben kurz ist und dass jeder Tag ein Gottesgeschenk zum Genießen ist. Heute verstehen wir uns als normale Menschen, nicht schlechter und auch nicht besser als die, die uns immer wieder auf der Straße begegnen.

Abschluss

Hier in der Kreuzkirche, wo unsere Geschichte vor sechs Jahren auch angefangen hat, endet meine Rede. Diese kleinen Säckchen, die vor Euch liegen, sind mit brasilianischer Erde gefüllt. Ihr dürft diese kleine Portion Erde mit nach Hause nehmen und sie dort in einer Blumenvase mit deutscher Erde mischen. Die Blumen werden wachsen und zwar auch ein bisschen auf brasilianische Art. Und das, so verstehe ich es, soll ein kleines Symbol für unsere Mitarbeit in der Evangelischen Studentengemeinde hier in München sein. Und auch für alle anderen Gruppen, in welchen wir gewirkt haben. Heute sind wir Nächste, Mitmenschen…

Die Gnade unseres Herrn Jesus Christus und die Liebe Gottes und die Gemeinschaft des Heiligen Geistes sei mit Euch allen. Amen.

Renato Becker
München – DE
Den 19. Januar 2007

17.1.07

Saudade, Alegria e Esperança!




Por aqui o dia estava bonito ontem, 8° com sol e céu de brigadeiro. À noite, encontrei-me pela última vez com minhas amigas e meus amigos estudantes estrangeiros. Vou sentir muita saudade deste povo querido que veio em busca de ser "mais gente" nestas terras estranhas. Perguntei para uma das meninas pelo porquê de tanto sacifício. Durante nosso diálogo, deixei-lhe claro que me impressionava com tanta coragem, tanta disposição ao sacrifício. Sim, por que não é fácil deixar-se a parentela, o lar aquecido pelo carinho dos pais e a cultura encarnada para, aqui, mergulhar nestas terras "geladas" e depois estudar, estudar, estudar... Sua resposta foi simples: "No meu país só as pessoas riquíssimas têm chance de visitar uma universidade. É por isso que me submeto a isso tudo."

Conversas assim mexem muito comigo. No Brasil só poucos têm acesso à Unversidade. Melhor, somente a turma que passou por um boníssimo Segundo Grau. E esse pessoal só chega ao topo, se fôr bem calçado pelos dinheiros da família. Leio jornais latinoamericanos. Converso sobre política com queridos oriúndos de outros países em desenvolvimento. É incrível como somos movidos pela esperança. É ela que nos faz sonhar com tempos melhores. E assim, os dias vão passando e nós, sempre de novo, ensaiando sorrisos outros. Leio nestes dias que uma porção de terra soterrou pessoas em São Paulo. Claro que se poupa na segurança. Os trabalhadores não valem muito. Quando uma catástrofe acontece, logo se culpa o clima ou as muitas chuvas. Na busca pelo "Mamon", até se mente, se preciso fôr. Todo mundo sabe que faltaram vigas de sustentação. A vida continua. Ninguém se levanta conra a injustiça. E neste contexo, lá vou eu para Joinville. Estou contente por estar mais perto de vocês. Vou trabalhar na Igreja, no templo fotografado. A gente se vê...


10.1.07

A Amizade é como a Flor!


Investi seis bons anos anos de minha vida no trabalho da Pastoral Universitária, aqui em Munique. Na foto acima, a nossa "Evangelische Studenten Gemeinde". Nesta casa eu conheci muitas culuras, a partir das conversas que fui mantendo com um sem-número de estudantes estrangeiros que por aqui passaram. Agora vou embora, mas atrás de mim ficam as pessoas amigas. O tempo me ensinou que as amizades precisam ser cuidadas como se cuida uma flor...


SIRLEI

Cadê os teus amigos – perguntas.
A distância os afastou – respondo.
Mas, onde foi que se meteu a Sirlei,
Essa plantinha que nunca aguei?

9.1.07

Dia do Fico!


Hoje, no Brasil, festeja-se o "dia do Fico". Dom Pedro, num dos seus momentos de euforia, teria dito: - "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, eu estou pronto. Diga ao povo que eu fico." Ai que saudades da minha querida professora Mara Pflug, lá dos idos anos 70. Ela era uma mulher loira, grande e alegre, que sempre tinha suas aulas muitíssimo bem preparadas. Cofesso que fui marcado por sua postura pedagógica no então "Colégio Estadual Ernesto Alves de Oliveira" de Santa Cruz do Sul. Ai que saudades do Rodolfo, do Flávio, da Madalena, da Nilce, do Newton, da Eva e da Liane, colegas com os quais cresci estudando lá em frente ao quartel e, depois, na descida da Avenida Independência, na Várzea.


Interessante como guardo este dia 9 de janeiro tão timbrado na memória. Foi há 16 anos atrás que chegamos à Florianópolis de "mala e cuia" - o Daniel, o Áquila a Valmi e eu. De repente, o caminhão de mudaças do "seu Irineu" encostou num dos primeiros sobrados, à direita de quem sobe o Morro da Cruz, na rua José Boiteux. Nossos olhos viam e registravam tudo. Tínhamos vindo da interiorana Cruz Alta e estávamos cheios de muito sotaque gauchesco na bagagem.


Imagino que o pessoal da "Ilha" muito se deliciou com nosso jeito de falar. Vínhamos marcados pelas cores de um pastorado extremamente engajado. E ali, na beirada do mar, estávamos sendo chamados a nos envolver prioritariamente com jovens. Lá se vai uma década e meia de lembranças. Momentos que não saem da minha cabeça.


Hoje, em 2007, estamos com nossas duas malas repletas dos possíveis 20 kg que poderemos levar, pronta. Mais alguns compromissos e embarcaremos de volta ao Brasil. No nossos coração ficará o perfil de tanta gente querida que aqui vimos e com as quais nos envolvemos. É momento de embarcarmos noutra etapa. Aliás, de quantas etapas é mesmo a nossa vida?... Vou para Joinville cheio de esperanças. Vou marcado pelo "Cântico da Maria" (Lucas 1, 46-55). Olhando para bem dentro de mim, não carrego mínima dúvida. Deus continua usando gente menor como "ferramentas" para o embelezamento do seu "jardim".

OLHA SÓ!