Busque Saber

24.9.09

Acho que adormeci!


Dava gosto de sentar ao lado daquele pastor "avançado em dias". Outro dia eu estava passando e ele me convidou para tomarmos um cálice de vinho na sua varanda. Ele, sentado na cadeira de madeira centenária, sentia-se cômodo ali. Quando tirava o cachimbo da boca, os seus olhos verde-água que se confundiam com a fumaça de baunilha cheirosa e perdiam-se no horizonte. Eram os momentos que eu muito esperava. Sua voz calma emitia bons pensamentos.

Hoje, sentado debaixo da minha jabuticabeira, exercendo meu ócio, ainda recordo de algumas frases soltas daquele meu pai na fé: - Deus sabe tudo a respeito do que se passa na nossa vida. O verbo “conhecer”, na Bíblia tem o mesmo peso do verbo “amar”. Os nossos “atos de amor” espelham a natureza, a bondade e a simpatia de Deus aqui na terra. Uma pessoa cristã que não “serve”, deteriora o seu chamado; não alcança o alvo que Deus sonhou para ser alcançado por ela; não cresce para dentro da proposta de vida conquistada por Aquele que se fez escravo para presentear liberdade de fato...

Estou absorto. Os pássaros picam e repicam o mamão fresquinho direto da árvore. Estão felizes. Volto a lembrar das horas que passei com meu tutor: - Tens crescido para dentro do Reino de Deus? Tens feito mais “boas obras” nos últimos dias do que nos últimos tempos? Se em tua vida experimentares “amor crescente”, és o bom “sal” que encorpa o “chão”; que alimenta as “raízes” da tua fé.

O sol está quente. A primavera me acaricia e o tempo desliza ali bem do meu lado. Sou o “sal” da terra e a “luz” do mundo. Me engajei neste processo que visa o “plantio” de mais amor; de mais “luz” que espanta “escuridão”. Tento carregar a “cura” para dentro do mundo e, para tal, uso as mãos e o coração. Assumi o compromisso de ser “testemunha sadia” e por isso posso tentar converter desgraça em graça. Sim, me esforço para carregar as "cargas" dos outros; curar as feridas de quem está próximo.

Fecho os olhos. Concentro-me no barulho da natureza. Ouço pessoas chorando e os retalhos de mais um pensamento me vem à cabeça: - O mundo permanecerá “frio e nublado” se só te ocupas contigo mesmo; se não articulas testemunho. Veste as “cores” da verdade, da justiça, do direito e do amor. Vive a partir da clareza do teu coração. Percebe o irmão doente na beira do caminho. Não gasta muito do teu tempo refletindo sobre se o momento de tomar decisão é certo. Permite que o amor te leve. A “beleza e a luminosidade” do mundo dependem também de ti... Acho que adormeci!

17.9.09

Oziel Campos de Oliveira Jr.

O pessoal mais familiarizado com o ritmo da Paróquia São Mateus aqui de Joinville (SC) percebeu certa agitação nos momentos que antecederam a noite do dia 11 de setembro de 2009. Estávamos todos esperando pelas “palestras de edificação” que o pastor Oziel Campos de Oliveira Jr. viria repartir conosco.
Logo ficou evidente que estávamos diante de um homem abençoado por Deus. Oziel nos trouxe “boas notícias” de “grande alegria”, enquanto ia tocando seus assuntos nitidamente forjados sobre uma experiência saudável de 35 anos de pastorado na IECLB.

O que mais nos chamou a atenção foi a sua sensibilidade. Todos sabem que este pastor, pregador e grande compositor, tem dom para a música. Quando menino Oziel experimentou a doença da paralisia infantil. Este estado de doença sempre lhe limitou os movimentos, mas nunca as límpidas ideias.

Cantamos com o Oziel, sorrimos com o Oziel, refletimos com o Oziel, enfim, nos deixamos desafiar pelo Oziel que, alegre, nos trouxe bons impulsos para a caminhada cristã. Essa caminhada comprometida que Cristo nos sugere a partir da Comunidade.

Que Deus te abençoe no teu ministério junto às pessoas que buscam libertação das drogas, ó grande amigo. Estamos orando para que te vás bem, enquanto tocas o teu projeto de vida a partir da IECLB. Tuas novas músicas ainda soam nos nossos ouvidos. Obrigado pelo teu testemunho, pela explicitação da tua paixão pela missão no meio de nós, no meio dos outros.

8.9.09

Barro!


Toda vida lhe ofereci ouro
Mas, desconfiada,
Investiu tudo em barro.
O tempo se escoa e, de barro,
Permanece o seu tesouro.

7.9.09

Ah se não fosse a morte!


A morte sempre traz tristeza para quem fica. Ela vem de repente. Quando menos a gente a espera, ela bate à porta. Conheço algumas pessoas que sempre de novo suspiram: “Há se não fosse a morte!” Será que existe consolo para quem perde uma pessoa querida ou para as pessoas que ousam refletir sobre a sua própria morte?...

Desde o nosso nascimento, tu e eu caminhamos em direção ao abraço da morte. Nada, nenhum poder pode nos ajudar a fugir desse encontro que cedo ou tarde virá.

Certa vez Jesus se encontrou com um grupo de pessoas que se afastava da cidade em cortejo, rumo ao “campo santo”. Uma senhora que já tinha perdido o seu marido e que agora tinha que se despedir do seu filho chorava muito por causa da dor da separação.

Jesus viu aquela cena e parou o funeral. Encarou a mulher que sofria e disse-lhe: “Não chore!” Depois disso Ele ressuscitou o jovem dando mostras do Seu poder maior do que o poder da morte. Naquele exato momento o cortejo fúnebre se converteu em marcha de triunfo...

Este acontecimento bíblico nos oportuniza uma pré-compreensão daquilo que, um dia, as filhas e os filhos de Deus virão a experimentar: “a morte será tragada pela vitória para sempre.”

Hoje a morte ainda é realidade dura, incompreensível. Agora, pelo fato de Jesus ter morrido e ressuscitado, nós não precisamos mais caminhar por aí desconsolados. Sim, porque Jesus já nos concede a esperança de podermos olhar para as bênçãos que nos esperam lá bem além da realidade da morte.

5.9.09

Elisa Maria dos Santos


Outro dia contei 284 nomes de pessoas que, direta ou indiretamente, tiveram influência sobre mim. Aqui e agora me vem à mente a professora Elisa Maria dos Santos.

Tínhamos mudado de cidade. Em Tenente Portela (RS) eu cursara a primeira série do primário na Escola Evangélica Tobias Barreto. Agora, em Santa Cruz do Sul (RS), no segundo ano, eu dava tudo de mim no Grupo Escolar Professor José Wilke, onde o jeito de ensinar era extremamente diferente.

Eu não conseguia acompanhar o novo ritmo. Se antes eu escrevia uma redação, agora eu precisava escrever uma composição. O que seria uma “composição”? Eu também tinha vergonha dos novos colegas. Meu Deus! Como levantar o dedo e perguntar: Dona Elisa! O que é mesmo que eu preciso fazer?

Sim, eu estava “a beira do caminho”, sofrendo dor de menino tímido. Passaram-se algumas semanas e aquela “boa samaritana” veio ao encontro de minha mãe. Falou-lhe das minhas dificuldades. Se ofereceu para me dar aulas particulares. E foi assim que, durante dias, me deixei tutelar por aquela mulher que se debruçava sobre mim, enquanto um coração triste vazava pelos seus negros olhos.

Professora Elisa! Eu não sei se a senhora ainda vive. Quero lhe dizer que a compreendo como alguém que, na hora certa, por um determinado tempo, viu e se ocupou com um “próximo” que carecia de ajuda. Que foi por causa da sua atitude que eu pude seguir o meu caminho. Obrigado por ter me percebido.

30.8.09

Lilli Marie!

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça
Schau mal was ein schönes Mädchen, Sie strahlt ja so viel,
É a Lilli Marie que já nos abraça
Unsere Lilli Marie umarmet uns schon
De colo em colo ensinando amar
Um Liebe uns lehren es ist wunderbar…

Hoje é o teu batizado e vais ser marcada
Heute wirst du getauft, wirst auch gekennzeichnet
Co´a cruz de Cristo, é a vida que pulsa
Mit Christus Kreuzes, das Leben ist da
E que te integra no Reino de Deus
Und integriert dich im Reich Gottes jetzt

Anne e Tobias
Anne und Tobias
Pais tem autoridade
Eltern haben Autorität
Que se resume em serviço
Die mit Arbeit zu tun hat
Inclinar-se é igual a doar-se
Sich bogen ist von sich geben
Isso é o que cabe a voçês
Das ist eure Aufgabe

Lilli Marie te levanta, te acorda pra vida
Lilli Marie steht auf, erwach dich fürs Leben
O mundo te espera de braços abertos
Die Welt kommt zu dir mit offenen Armen
E te desafia a viver o amor…
Und wartet dass du auch die Liebe lebst...

19.8.09

Retrato


Dia ensolarado e quente.
Eu na rua, no batente
E lá veio você,
Assim, bem de repente.
Linda, elegante, sempre evolvente
Rosto umedecido e corado
Retrato que, só, guardo extasiado.

11.8.09

Vladivostock


Estávamos hospedados num pequeno quarto. O pingo que pingava da velha torneira já escurecera o fundo da pia com seu pingar. Ouvi-o durante toda a madrugada. A manhã cinzenta contrastou com a euforia dos futuros amigos. O povo tinha viajado dois, três, cinco mil quilômetros para tomar parte no retiro anual promovido pelo amigo Brookmann. Pedia-se pressa para não perder o ônibus.

O café foi com ova de peixe. Falava-se russo à mesa. O casal de missionários americanos falava inglês. Trataríamos do tema “crendices” em alemão. O ônibus no qual viajamos não tinha marca e os seus 45 bancos estavam ocupados por pessoas sedentas da Palavra de Deus. No corredor iam os mantimentos e um cão educado. O retiro teria a duração de 17 dias. Já nós teríamos que sacolejar 500 quilômetros para chegarmos ao destino.

Doze horas de viagem depois estávamos exaustos e cobertos de poeira vermelha. Lembrei da minha Tenente Portela dos idos de 1959. Ah um banho! Mas onde estavam os banheiros? Simplesmente não os encontramos e ninguém sabia nos explicar nada. Sim, havia um lago nas imediações, mas sua água era geladíssima. Banhei-me nele, tremendo de frio. Enquanto isso as pessoas sorriam sorrisos abertos...

10.8.09

Depressão

Quando alguém vive sob o predomínio anormal de muita tristeza então se diz que a depressão se instalou naquela pessoa. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas por essa doença. Sabe-se que as mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens e que nas crianças e nos idosos essa doença tem suas características particulares.

Ouve-se dizer por aí que as pessoas cristãs não podem experimentar depressão, ter a sensação de estar diante de um abismo escuro. Outro dia ouvi da boca de uma pessoa querida que pessoas depressivas têm pouca fé. Que elas experimentam este estado de espírito porque relaxaram na questão da oração; porque não se esmeraram na luta contra a depressão. É errado pensar assim!

A Palavra de Deus, inúmeras vezes e com muita abertura, trata do tema da “depressão”. Nenhum dos grandes nomes da Bíblia como Abraão, Jacó, Moisés, Elias, Pedro e Paulo escaparam de vivenciar “dias escuros” em suas vidas. O próprio Filho de Deus não foi poupado deste sentimento de profunda solidão e de falta de esperança quando esteve no Gólgota.

Não! Deus não reprova o estado de espírito de quem sofre depressão. Deus não articula nenhuma crítica aos seus queridos que sofrem desse mal. Deus não precisa repreender as pessoas que sofrem de depressão. Ele também não desafia estas pessoas a estudarem mais a Bíblia. Nada disso! Assim como Deus incentivou o profeta Elias (1 Reis 19.4-8) com o envio de um anjo para despertá-lo; para lhe oferecer pão; para lhe alcançar água; para lhe abrir a possibilidade de novas perspectivas e para lhe deixar claro que ainda era útil, Ele também quer nos incentivar a fazer o mesmo com quem sente a mesma dor e caminha do nosso lado.

Quem sofre de depressão não está sozinho. Milhares de pessoas experimentam estes sentimentos que não têm absolutamente nada a ver com falta de fé; com falta de oração. Elias não estava no fim de suas forças porque não cria mais em Deus e sim porque tinha doado todas as suas forças em prol do seu engajamento na proposta de Deus. Mas esta história não precisa terminar aqui. Repito: Tu e eu, nós podemos ser “anjos” de pessoas que sofrem de depressão. Como? Animando, dando pão, possibilitando uma nova visão, promovendo engajamentos...

31.7.09

Edson Saes Ferreira


Isso foi em 1980. Eu estava chegando e ouvi gostosas gargalhadas dentro do minúsculo gabinete onde tentava dar conta do meu estágio. Meu monitor, uma liderança da Senhor dos Passos e o Edson Saes Ferreira lembravam dos tempos da Facteol e, no meio da “farra amiga”, faziam referência ao Prêmio Nobel de Literatura Alexandre Soljenítsin... Os tempos ainda eram meio “bicudos”.

Fui agir como pastor no Noroeste do Paraná. O colega veio evangelizar na nossa Paróquia. Ainda nos anos 80 fomos colegas evangelistas da IECLB. Quantos encontros, quantos sonhos, quanto diálogo. Alguma coisa daquilo tudo vingou. A vida foi rolando e num instante nos vimos colegas em Florianópolis. Afiamo-nos como dois ferros se afiam (Provérbios 27.17). Completamo-nos enquanto o nosso chamado se desenrolou em conjunto. Quando vim de longe, visitei-o duas ou três vezes e ele articulava o Sínodo. Acompanhei-o quando da sua estada na UTI do Hospital Universitário. Nos últimos trinta meses trocamos algumas novas figurinhas.

Neste momento corre a notícia de que ele foi pego por um AVC. Imagino seu peito apertado e seu coração trôpego. Seus pensamentos devem estar voando pelos mil espaços percorridos, pelos mil diálogos entabulados, pelas mil circunstâncias administradas, pelos mil momentos de aprendizados sofridos. Sinto que gostaria de dirigir à palavra a nós, mas não pode. As paredes hospitalares o impedem.


Conheço-o e sei que está orando! Creio que Deus ouve e reage à sua oração pensada. Que tal “gritarmos” a Deus por ajuda? O salmista disse: “Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás.” (Salmo 50.15) Estou fazendo isso enquanto penso em você companheiro...

22.7.09

Alegria!


Alegria - boa esta palavra. O ato de alegrar-se é ativo. Eu sou quem decido se vou ser alegre ou não. Eu não sou alegrado, mas eu me alegro! A experimentação da decepção, do desprezo, do medo, de ser presenteado, de ser querido e até amado é passiva.

A alegria constrói boa base para a vida de uma pessoa. Já perceberam como as pessoas alegres sempre se mostram bem? Este estado de espírito mexe positivamente com quem está próximo. Ouse sorrir para alguém! É quase impossível pensar na possibilidade de que o sorriso dado não seja correspondido. Creia! Faça o teste... Ver o que os outros fazem com os olhos críticos gera desgaste em mim. Já olhar as coisas que acontecem com bons me constrói.

A alegria influencia a nossa alma e o nosso corpo. Um estudo sustenta que posturas antipáticas causam mais enfartes do que sobrepeso; fumo ou pressão alta. Em contrapartida, a alegria promove a saúde física e mental, espiritual. Ela gera qualidade de vida e aproxima os indivíduos entre si.

8.7.09

Julho de 1982!


Nestes dias está fazendo 27 anos que nos informamos como pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Lembro dessa foto. Estávamos posicionados na escadaria que levava ao palco de teatro do Colégio Sinodal, no Morro do Espelho, em São Leopoldo (RS).

Na platéia estavam os nossos familiares e todos os nossos professores. Lembro que meu filho mais velho, o Àquila que, carregando seus dois aninhos corria lépido pelos corredores do salão, sem se importar com o barulho que fazia. Nos nossos corações palpitava desejo muito grande de servir nossa Igreja em todos os cantos e recantos do Brasil.

Dois dias depois acabei embarcando, de mala e cuia, para Cianorte (PR). Fomos morar na Avenida Mato Grosso, 1046. Foi lá que a Valmi e eu iniciamos nossa vida no pastorado. Ainda lembro com saudades das amigas e dos amigos que cunhamos naquela cidade e em outras tantas do Noroeste do Paraná.
Ainda cito as cidades de Querência do Norte, Paranavaí, Cidade Gaúcha e Umuarama e, assim, penso estar contemplando todas as outras daquela região com todo o meu carinho. Saudades daquela gente boa!

9.4.09

Dá-lhes!


Abaixo transcrevo a poesia que escrevi em homenagem à Valmi, minha esposa, no dia em que ela foi instalada como Obreira Diaconal do Sínodo Norte Catarinense!

Esperam que expresses “Strahlung
E isso, sempre antes de ir e vir.
Tanta coisa acontece na volta dos dias
Tuas ações sempre soam melodias.

Vai, desnuda teu sorriso “am Abend”.
A noite é escura e esconde tristezas.
A vida vai passando, passando
E muitos te sonham diaconando.

Inúmeros se cansaram da “Eintönigkeit
Sei, tua marca nunca foi monotonia
Vais dizer, sugerir excelentes detalhes!
Eis aí o teu chamado: dá-lhes!




30.3.09

Missão na Universidade!


Todos precisamos bem respirar para nos mantermos vivos. Com a Igreja acontece o mesmo. Ela inspira e depois expira as bênçãos que Deus derrama.

A Bíblia explicita que o Espírito de Deus sempre nos atinge como “vento” ou como “brisa”. Assim, à Igreja cabe inspirar esse vento, essa brisa, se quiser sobreviver como “Corpo de Cristo” na face da terra. Agora, se ela quiser continuar sendo “testemunho vivo, santo e agradável”, ela também precisará exercitar-se na expiração das graças alcançadas.


A MIUNI (Missão Universitária) sonha manteve-se ativa como proposta missionária em Joinville /SC! Para tal, deverá deixar-se impelir pelo Espírito Santo para fora das suas cercanias e expirar a graça de Deus no Campus Universitário. Esta sempre deverá ser a sua “missão”.

20.2.09

Tempo de Férias!

Voltei das férias. Cruzei os estados de Santa Catarina e do Rio grande do Sul. Num dado momento, ultrapassei a fronteira seca que separa o nosso Brasil do Uruguai. Foram vinte dias encharcados de vivências. Neles celebrei um casamento de amigos e fiz muitas visitas. Também agilizei pequenos consertos nas residências de queridas e queridos. Neste momento me recordo de uma frase que decorei no percurso dos meus cinquenta e quatro: - “Não, não posso parar, se eu paro eu penso, se eu penso eu choro...”

Dou graças a Deus por ter vencido esta minha inclinação para o ativismo. Sim, por que durante a viagem, muito eu também sentei para dialogar. Acabei de contar nos dedos. Fiz mais de sessenta contatos, todos eles marcados por conversas desencadeadoras de alegria, mas também de preocupações. Como pode que existe tantos problemas para irem sendo resolvidos à medida que avançamos nossos dias?

Chegando em casa, havia um cartão da irmã Elise sobre a minha escrivaninha. Suas palavras escritas soaram aconchegantes. No verso do referido a linda foto que vocês podem ver acima. É uma imagem de Marrocos. Olhei-a com carinho e logo lembrei da pastora Solmi. Foi seu esposo que me disse que as ovelhas comportam-se tal e qual nós, os homens e as mulheres.

Praia, areia, montanhas, comunhão, convívio com quem me faz falta. Ah que coisa boa estar esperto para a vida que ainda quero viver...

2.1.09

Pastoral Inocens

Faz seis meses e alguns dias que aniversariei,
meus amigos diriam que 54 já emplaquei.
Os dias da minha vida se amontoam, um a um.
Empilho-os, organizando-os sem jejum.
Em histórias se resumem os dias que celebrei.
Haverá alguém que as ouvirá com mesura?
Será que as contarei todas, sem censura?
Mudarão elas comportamentos, posturas?

Presentes e beijos, tudo já colecionei,
até uma Pastoral Inocens eu já ganhei.
Exercito-me sempre nas cordas da alegria.
Inspiro os seus bons perfumes no dia-a-dia.
Hoje firmo a vida na experiência que colecionei.
Haverá quem se beneficie desse bem?
Será que ainda poderei impulsionar alguém?
Optará ele pela cor definida, que não vai-e-vem?

26.12.08

Recortes de Memória III!

Eu trabalhava numa oficina mecânica de fundo de quintal. Iniciava minha jornada nas manhãs de segundas-feira e encerrava-as 12.00h de sábado. Tomava banho, almoçava e lá ia eu articular, conviver com todas aquelas amigas e todos aqueles amigos granjeados nos encontros de Juventude Evangélica. Voltava para casa tarde da noite, aos domingos. Aquele movimento me fazia muitíssimo bem. Eu crescia dentro do grupo a partir da participação em Congressos Distritais e Regionais e com base num sem número de Retiros Espirituais. Tudo era muito dinâmico e eu logo fui pegando gosto pelas coisas da Igreja. O tempo corria.

Ao mesmo tempo, dentro de mim cresciam sempre mais pontos de interrogação. Os hormônios estavam a flor da pele. Será que a oficina mecânica era verdadeiramente aquilo que eu queria para a minha vida. Havia meninas jogando seu charme para mim, enquanto assistia as aulas diurnas e, depois, noturnas do Colégio Estadual Ernesto Alves de Oliveira. Aqui e ali, íamos aos bailes interioranos para dançar com as meninas da Linha Santa Cruz. Num e noutro momento alguém me "espetava" com a pseudo-informação de que "dançar" e "jogar bola" era pecado. Quanta confusão na minha cabeça. Sim! Eu também tinha a possibilidade de namorar meninas ligadas à JE, mas quem? Por outro lado, sentia-me diminuido por ter mexer com gasolina, com graxa. Hoje tenho clareza que minha auto-estima era baixíssima.

Certo sábado, depois de voltar de uma das minhas viagens a Candelária, chefuei em cima do laço numa das nossas reuniões que aconteciam aos sábados. De cara, vi uma menina novata, loira, olhos verdes, falante e cheia de sotaque gauchesco. Fui me encantando no meio das minhas crises. Eu queria mas também não queria compromisso. De repente a minha história passou a ficar embaralhada, muito complicada, totalmente misturada. Eu precisava tomar decisões particulares. Fora de Santa Cruz do Sul havia um mundo a ser descoberto. Já na Capital do Fumo a vida ia seguindo seu ritmo...

17.12.08

Feliz Natal e Bom Ano de 2009!

Gente querida!

Maria e José - duas pessoas muito diferentes entre si, mas com algo em comum: Um anjo de Deus falou-lhes para que “não tivessem medo”!

Maria assusta-se com a informação de que vai gerar o Filho de Deus! Ela é inexperiente, filha de gente muito simples. Como irá assumir tão grande compromisso? O que é que o seu noivo irá dizer daquela situação inusitada? O compromisso parece ser pesado demais para ela carregar... José se desespera. Sua noiva espera um filho que não é seu. O que fazer? Como administrar os comentários preconceituosos das pessoas? O que é que sua amada aprontou? Não! Ele não consegue compreender direito tudo aquilo que está acontecendo...

Duas situações dificílimas! De repente, tudo muda de figura. O anjo diz: - Não tenham medo! Deus está com vocês! Ele não deixará vocês na mão. Ele não permitirá que o medo tome conta de suas vidas. Ele acompanhará vocês nos seus caminhos. Boas palavras para nós e também para vocês, com certeza!

Eis a mensagem que a Valmi e eu pensamos para repartir. Feliz Natal e um Bom Ano de 2009. Que possamos viver sem medo a vida que Deus nos pensou!

16.12.08

Recortes de Memória II!


Havia alegria no ar por causa daqueles encontros inusitados em Novo Hamburgo. Eram pessoas de todos os lugares. Gente com lindos sorrisos confiantes iluminando o rosto. Corria de boca em boca que o pastor Aamot era americano e que tinha uma equipe de homens aos quais chamava de discípulos. O número um deles era um tal de Carlos. Vi-o caminhando por entre as pessoas com sua maleta 007. Também tive o privilégio de ver os papéis que estavam dentro da mesma. Tudo estava caracterizado como sendo de suma importância. Os palestrantes tinham palavra boa, compreensível até para nós, moradores do Vale do Rio Pardo. Ainda lembro do título de uma palestra que estava sendo proferida pelo jovem pastor Arzemiro: O mundo do Zé!

As meninas que circulavam pelos corredores eram lindas e todo mundo ia movido por objetivos concretos, durante aquele encontro. Conheci muitas pessoas com as quais, mais tarde, ainda faria grandes amizades. Dialoguei com o pessoal que compunha o Grupo Terra Nascente. Disseram-me que eu poderia chamar o pastor João de meu bisavô espiritual, uma vez que o mesmo tinha gerado o pastor Sérgio na fé e este, à Neuza. O final de semana transcorreu rapidamente. Lembro que viajamos para casa num dos ônibus amarelos do Expresso Gaúcho. Começava um momento novo para mim. Coisa boa ser querido, ser chamado pelo nome, ser contado dentro de uma organização.

A JESC, Juventude Evangélica de Santa Cruz do Sul, seria o lugar onde iríamos desenvolver os nossos dons e talentos. Foi então que, com as costas aquecidas pelos grupos ECO, decidimos evangelizar, (Pasmem!) as cidades de Venâncio Aires, Vera Cruz e Candelária. Coube-me a última. Semanalmente, aos sábados à tarde, num dos ônibus da Auto-Viação Santa Cruz, dirigia-me até lá. Depois de algumas semanas, acabei montando um Grupo de Estudos Bíblicos na casa da família Steil e a vida sorria...

21.11.08

Recortes de Memória I

Acabei de rever uma foto onde me vejo posando com uma Bíblia debaixo do braço, ao lado do Luís (falecido), da Neuza e de sua irmã Nelci (falecida) e da Sara da qual não tenho mais notícias desde 1975.

Tínhamos acabado de assistir um Culto Especial no templo central da Comunidade Evangélica Luterana de Novo Hamburgo. Lembro que havia euforia no ar naqueles dias de 1971. Ali, pela primeira vez na vida, eu tive a oportunidade de testemunhar para mais de 400 pessoas. Compartilhei sobre os inícios da minha caminhada cristã para o povo que até ali tinha viajado de várias cidades do Rio Grande do Sul. Todos me acolhiam com olhares simpáticos. Estávamos tendo a honra de participarmos de um dos Primeiros Encontros Regionais dos Grupos ECO (Estudo, Comunhão e Oração). Depois daquele encontro viajamos para casa incendiados pelas novas experiências.

Como um dos líderes da Juventude Evangélica de Santa Cruz do Sul, articulei um dos Grupos de ECO santa-cruzense. Reuníamos no domingo à tarde, durante 90 minutos, com o objetivo de sugarmos as Boas Novas de Deus de dentro das Escrituras, a partir de Estudos Bíblicos pré-formatados pelo renomado pastor Aamot. Ainda lembro de todos os participantes reunidos lá em cima, bem no canto, ao lado direito de quem entrava no templo. Éramos todos jovens, a Marlene, o Vanolir, o Milton, o Heini, a Tânia e a Sara.

Enquanto crescíamos na fé dentro de um ritmo não muito abençoado pelo nosso querido pastor Werner, desenvolviamo-nos sonhando com mais contatos com o então jovem pastor Schaefer, o grande articulador daqueles momentos entre nós...

OLHA SÓ!