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17.12.08

Feliz Natal e Bom Ano de 2009!

Gente querida!

Maria e José - duas pessoas muito diferentes entre si, mas com algo em comum: Um anjo de Deus falou-lhes para que “não tivessem medo”!

Maria assusta-se com a informação de que vai gerar o Filho de Deus! Ela é inexperiente, filha de gente muito simples. Como irá assumir tão grande compromisso? O que é que o seu noivo irá dizer daquela situação inusitada? O compromisso parece ser pesado demais para ela carregar... José se desespera. Sua noiva espera um filho que não é seu. O que fazer? Como administrar os comentários preconceituosos das pessoas? O que é que sua amada aprontou? Não! Ele não consegue compreender direito tudo aquilo que está acontecendo...

Duas situações dificílimas! De repente, tudo muda de figura. O anjo diz: - Não tenham medo! Deus está com vocês! Ele não deixará vocês na mão. Ele não permitirá que o medo tome conta de suas vidas. Ele acompanhará vocês nos seus caminhos. Boas palavras para nós e também para vocês, com certeza!

Eis a mensagem que a Valmi e eu pensamos para repartir. Feliz Natal e um Bom Ano de 2009. Que possamos viver sem medo a vida que Deus nos pensou!

16.12.08

Recortes de Memória II!


Havia alegria no ar por causa daqueles encontros inusitados em Novo Hamburgo. Eram pessoas de todos os lugares. Gente com lindos sorrisos confiantes iluminando o rosto. Corria de boca em boca que o pastor Aamot era americano e que tinha uma equipe de homens aos quais chamava de discípulos. O número um deles era um tal de Carlos. Vi-o caminhando por entre as pessoas com sua maleta 007. Também tive o privilégio de ver os papéis que estavam dentro da mesma. Tudo estava caracterizado como sendo de suma importância. Os palestrantes tinham palavra boa, compreensível até para nós, moradores do Vale do Rio Pardo. Ainda lembro do título de uma palestra que estava sendo proferida pelo jovem pastor Arzemiro: O mundo do Zé!

As meninas que circulavam pelos corredores eram lindas e todo mundo ia movido por objetivos concretos, durante aquele encontro. Conheci muitas pessoas com as quais, mais tarde, ainda faria grandes amizades. Dialoguei com o pessoal que compunha o Grupo Terra Nascente. Disseram-me que eu poderia chamar o pastor João de meu bisavô espiritual, uma vez que o mesmo tinha gerado o pastor Sérgio na fé e este, à Neuza. O final de semana transcorreu rapidamente. Lembro que viajamos para casa num dos ônibus amarelos do Expresso Gaúcho. Começava um momento novo para mim. Coisa boa ser querido, ser chamado pelo nome, ser contado dentro de uma organização.

A JESC, Juventude Evangélica de Santa Cruz do Sul, seria o lugar onde iríamos desenvolver os nossos dons e talentos. Foi então que, com as costas aquecidas pelos grupos ECO, decidimos evangelizar, (Pasmem!) as cidades de Venâncio Aires, Vera Cruz e Candelária. Coube-me a última. Semanalmente, aos sábados à tarde, num dos ônibus da Auto-Viação Santa Cruz, dirigia-me até lá. Depois de algumas semanas, acabei montando um Grupo de Estudos Bíblicos na casa da família Steil e a vida sorria...

21.11.08

Recortes de Memória I

Acabei de rever uma foto onde me vejo posando com uma Bíblia debaixo do braço, ao lado do Luís (falecido), da Neuza e de sua irmã Nelci (falecida) e da Sara da qual não tenho mais notícias desde 1975.

Tínhamos acabado de assistir um Culto Especial no templo central da Comunidade Evangélica Luterana de Novo Hamburgo. Lembro que havia euforia no ar naqueles dias de 1971. Ali, pela primeira vez na vida, eu tive a oportunidade de testemunhar para mais de 400 pessoas. Compartilhei sobre os inícios da minha caminhada cristã para o povo que até ali tinha viajado de várias cidades do Rio Grande do Sul. Todos me acolhiam com olhares simpáticos. Estávamos tendo a honra de participarmos de um dos Primeiros Encontros Regionais dos Grupos ECO (Estudo, Comunhão e Oração). Depois daquele encontro viajamos para casa incendiados pelas novas experiências.

Como um dos líderes da Juventude Evangélica de Santa Cruz do Sul, articulei um dos Grupos de ECO santa-cruzense. Reuníamos no domingo à tarde, durante 90 minutos, com o objetivo de sugarmos as Boas Novas de Deus de dentro das Escrituras, a partir de Estudos Bíblicos pré-formatados pelo renomado pastor Aamot. Ainda lembro de todos os participantes reunidos lá em cima, bem no canto, ao lado direito de quem entrava no templo. Éramos todos jovens, a Marlene, o Vanolir, o Milton, o Heini, a Tânia e a Sara.

Enquanto crescíamos na fé dentro de um ritmo não muito abençoado pelo nosso querido pastor Werner, desenvolviamo-nos sonhando com mais contatos com o então jovem pastor Schaefer, o grande articulador daqueles momentos entre nós...

18.11.08

Será que precisava ser assim?


Amigas e amigos!

Vem chegando o Natal. Descobri uma prédica que proferi no templo da Comunidade Evangélica de Florianópolis (Rua Nereu Ramos, 37) no dia 25 de dezembro de 1992. Lá se vão dezesseis anos. Reli a mesma há pouco. Acho que fui muito duro com quem me ouvia. Coisas da vida! Dêem uma olhadinha e reajam... Bom Advento para todas e todos!

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Introdução

Ao estudarmos a Bíblia vamos perceber que a mesma sempre prediz duas vindas de Deus aos homens e às mulheres: A do Prometido para cumprir o plano salvífico de Deus e presidir a formação de Seu povo, a Igreja e a da volta de Cristo, em poder e glória, para julgar os vivos e os mortos e dar-lhes o devido destino com a criação de novos céus e novas terras onde habitará justiça.

A primeira vinda já ocorreu. Ela se deu quando do nascimento de Jesus em Belém. A segunda vinda ainda será verdade uma vez que está documentada na Bíblia com cerca de 300 profecias. É desta Segunda Vinda que queremos nos ocupar agora neste 25 de dezembro de 1992. Estamos vivendo o momento de preparação para a espera do Rei. Ansiamos pelo Prometido, Jesus Cristo que vem.

Como será o Prometido?... Será Ele um Rei poderoso?... Será Ele um político excepcional?... Será Ele um exímio estrategista militar?... O profeta Zacarias responde estas perguntas. Quem dos presentes quer ler Zacarias 9.9-10?... Por favor!

O texto ebulindo

Eis aí palavras proferidas por Zacarias ainda a.C. Já no início da era cristã os evangelistas Mateus e João confirmaram: - “É isso mesmo! O Prometido está aí. É o marceneiro e pregador Jesus de Nazaré, que entrou em Jerusalém montado num burrico.”

Observem! Algumas coisas interessantes são ditas Dele: Se diz que Ele é justo. Que Ele age conforme a vontade de Deus. Que Ele deixa de lado os seus desejos, o Seu comodismo e as Suas vontades só para fazer a vontade do Pai. Se diz que Deus O ajuda reconhecendo e recompensando a Sua obediência. Se diz que Ele é humilde. Se lê que Ele é um sujeito que não tem nada, nem reputação, nem bens, nem fama, nem nada. Se ouve que Ele é um João Ninguém que, ao invés de vir montado num brioso e altaneiro cavalo puro sangue, vem montado num burro. Será Ele um louco? Será Ele um frouxo? Será Ele um maricas que sempre leva na cabeça e nunca reage? Que não se mexe? Que só apanha e não faz nada de positivo?

Nada disso! Ele é um Rei! Um Rei que erguerá um Reino de mar a mar. Um Reino que encobre cada palmo deste planeta. Um Reino com características bem próprias. Um Reino que o mais absurdo futurologista não ousa sonhar. Um Reino sem carros de guerra e sem cavalos de batalha; sem revólveres e sem metralhadoras; sem tanques, bazucas, morteiros, granadas e fuzis; sem porta-aviões, torpedeiros e submarinos; sem caças a jato, bombardeiros e mísseis; sem energia nuclear e sem armas bacteriológicas; sem Exército, Marinha ou Aeronáutica; sem soldados rasos, cabos, coronéis, generais e marechais; sem criminosos, prisões e cadeira elétrica... Um Reino sem violência, seja qual for a sua forma.

Sim, Ele é um Rei! Um Rei que proclamará paz aos povos. Vocês sabem o que significa o termo paz para os hebreus? Para eles a paz não é somente a ausência de guerras. Paz é a integridade absoluta em todas as condições, situações e relações humanas. Para eles a paz significa bem estar físico e material. Nada de câncer, enfartes, úlceras nos estômagos, desidratação, debilidade mental, desastres pavorosos, miséria, fome, retirantes, enchentes, secas. Para eles paz é saúde, salubridade do ambiente, vida regrada e sadia, fertilidade, teto e comida. Para eles paz é relação harmoniosa, íntegra e perfeita: nada de calúnias, boatos e fofocas; nada de abismos entre reduzidas camadas abastadas e enormes massas famintas, sem teto e sem roupa; nada de extorsão e espoliação do mais fraco pelo mais forte; nada de brigas em família, entre irmãos e entre cônjuges. Para eles paz é a relação harmoniosa, íntegra e perfeita entre Deus, os homens e as mulheres, ou seja: as mulheres e os homens fazem a vontade de Deus e Este os ampara e conduz.

Isto é paz. Todos os aspectos que citei estão relacionados entre si. Não pode haver ausência de guerras e violência enquanto um único ser humano continuar de barriga vazia. Não pode haver harmonia entre os homens, enquanto não houver harmonia com Deus. Paz é o todo. Paz é a saúde absoluta do mundo. Este é o Reino do Prometido. Com este Reino Ele dominará a terra de ponta a ponta, de um extremo ao outro.

Como já disse, estamos comemorando a festa de aniversário da Primeira Vinda do Prometido. Ele já veio uma vez e agora, definitivamente, esperamos que venha ainda pela última vez. É momento de preparar-se para a vivência no Reino da Paz que ainda não foi instalado. A instalação definitiva se dará quando da Segunda Vinda. Quer queira quer não, a meta para caminharmos é o Schalom, a paz de Deus.

Para assumirmos o desafio

Hoje estamos vivendo o tempo entre a Primeira e a Segunda vinda de Cristo. Temos a nos empurrar para frente o anúncio e a mostra de como será o Reino. A nos puxar está a meta a ser buscada. É o SCHALOM, a paz de Deus a nos abanar. Então, vivendo entre um marco e outro, sabedores da meta a perseguir e, conscientes do interesse de Deus na nossa condução, não resta alternativas. Temos que acompanhar o curso da História e assumirmos a Sua proposta.

O cristão deverá opor-se a toda espécie de guerras, de ocupação e de intervenção, a toda espécie de violência. Eis aí uma atitude que exige dedicação e postura clara diante dos muitos conflitos que abalam o mundo, a sociedade, diante de qualquer forma de violência praticada em nosso meio. Penso nas guerras, nos Regimes Racistas, nas torturas dentro das prisões, na violência dos empregadores inescrupulosos contra trabalhadores e empregados desprotegidos, na violência praticada por nós contra aqueles que nunca tiveram o privilégio de nunca consultar um médico, de adquirir os caros medicamentos do nosso mercado, de freqüentar uma escola. Sim, somos culpados e aumentamos mais a nossa culpa quando deixamos de abrir a boca.

Nossa esperança do Reino da Paz precisa deixar marcas profundas também, e antes de mais nada, na nossa vida privada. Não pode haver violência entre nós e o nosso próximo. E violência, aqui, não significa apenas bofetadas e pontapés: o simples olhar rancoroso ou desinteressado que lançamos ao semelhante já é um ato de violência. Violência também é a fofoca que espalhamos. É a mancha que colocamos na reputação de uma pessoa. Violência também é a atitude de orgulho, de desprezo, de falta de companheirismo que assumimos na família, no trabalho, no grupo em que atuamos. Tudo isso é contrário à marcha de Deus com a humanidade em direção ao SCHALOM.

Conclusão

Aceleramos ou bloqueamos o caminho de Deus no mundo e com o mundo? Busquemos forças junto àquele Rei humilde, pobre – e tremendamente atuante. Vamos segui-lo, imitá-lo na Sua obediência incondicional à vontade de Deus. Vamos marchar com Ele em direção ao SCHALOM.

Vibra de alegria Florianópolis. Exulta Comunidade Evangélica Luterana porque o teu Rei vem a ti... Amém!


30.10.08

Nada é de graça!


De repente, no meio daquela manhã ensolarada, ouviu-se um barulho simplesmente infernal. Os ferros rangiam e os monstros amarelos roncavam. O cheiro fresco da terra revolvida se misturava ao da fumaça. Enquanto as lâminas frias de aço iam rasgando a colina bem ao meio, ficava evidente uma grande divisa.

E foi assim que as formigas do sul foram separadas das do norte. Folhinhas tenras que antes eram comungadas lá no alto do morro, passaram a ser propriedade das moradoras nortistas. Já as dificuldades das que viviam no plano mais baixo, sempre expostas às correntes de água suja, convertiam a vida das formigas sulistas em luta inglória.

E foi assim que as formigas do norte foram se dando bem, enquanto trabalhavam sem descanso. Já as do sul nem tanto. Com o tempo as formigas do alto da colina progrediram tanto que passaram a enviar pequenos ajutórios para as que moravam abaixo da linha divisória. Por sua vez as ajudadas se inclinavam demais, enquanto recebiam os donativos.

Passaram-se alguns invernos e as formigas do norte decidiram ousar mais: repartiriam em pequenas doses as suas descobertas com as do sul. Assim passaram a vir em equipes de estudo, através de minúsculos túneis cavados debaixo da estrada, e assim esnobavam o seu progresso. As formigas do sul, sempre admiradas, aceitavam tudo acríticamente.

Certo dia “choveu na horta” de uma das formiguinhas sulistas e ela teve a chance de visitar um dos formigueiros doadores. Numa sala de barro marrom e moído, estava um painel onde se via um mapa com todos os formigueiros do sul representados. Os marcados com minúsculos alfinetinhos verdes eram “os submissos”. Já os alfinetinhos vermelhos indicavam os “sujeitos à conquista”.

Na sua longa viagem de volta, ela refletiu que “nada era de graça” e seguiu seu retorno cabisbaixa. Um dia seus pares iriam entender o que acabara de entender...

5.9.08

Só para Pensar!

Eu era criança. O inverno estava frio e seco. O sol tinha vindo beijar a porta da nossa casa. Se ela ainda estivesse em pé, 50 anos depois, poderia parecer-se com a da foto acima. Alguém bateu palmas e fui atender. Ao abri-la, uma pequena cobra verde se enroscou no meu pé e me picou. Mostrei o pequeno ferimento à minha mãe. Eu não sabia explicar o ocorrido com detalhes. Disse-lhe que uma “cebola verde” tinha se enrolado na minha perna e me machucado.

Desespero!... Não existia telefone, pelo menos ali onde morávamos e meu pai estava trabalhando na oficina mecânica. Ninguém da redondeza possuía automóvel. Lembro que minha mãe me pegou no colo e começou a correr mais ou menos um quilômetro estrada afora. Seus pulmões pareciam querer sair pela boca. De pronto, meu pai conseguiu um jipe com capota de aço que pertencia a um dos seus clientes. Parece incrível: chamavam-no de "Seu Lima". Jamais esquecerei do tamanho daquela injeção que tomei no hospital.

Hoje me pego olhando para trás. O poeta Moisés escreveu que a vida é como um “vôo” (Salmo 90.10). Quantas pessoas se doaram para que nós, neste momento, pudéssemos estar aqui, fazendo as coisas que fazemos. Quanta história experimentada neste curto período de vida que Deus ainda nos presenteia com o objetivo de amadurecer-nos para um sério compromisso com Ele. Só para pensar!

5.6.08

Sobre a Estética dos nossos Espaços!


A arquitetura e os espaços onde nos encontramos como Comunidade deveriam ser o ponto de partida, se quisermos levar a sério a nossa comunhão; a nossa missão aqui na São Mateus. O ambiente no qual nos reunimos sempre haverá de tocar as nossas almas com as possibilidades e as virtudes que sua arquitetura apresenta.

As possibilidades e virtudes que invadem nosso corpo através dos sentidos são captadas pelos nossos sentimentos ali onde nos sentamos. Assim, ambientes frios, escuros; com ornamentação viciada e cadeiras desconfortáveis nos põem para baixo. Já ambientes claros, bonitos, ventilados e bem ornamentados contribuem enormemente para um estado de espírito mais positivo.

Quem se dá conta disso, acaba percebendo que não somos apenas pessoas que agem, que se alegram e que sofrem subjetivamente, apenas. Existe uma dinâmica dentro do nosso organismo que já foi constituída por Deus, desde o nosso nascimento. O ato de levarmos em conta aspectos estéticos, não nos roubará nenhum dos objetivos transmitidos. Antes pelo contrário, nos ajudará a aprofundar e a caminhar pelos caminhos interiores que estão construídos dentro de nós mesmos.

Assim, nunca deveríamos fugir da possibilidade de refletirmos sobre a estreiteza; o aperto; a abertura e o espaço que os nossos corpos necessitam para desenvolverem suas sensibilidades dentro das salas que dispomos. Sim, porque os nossos sentimentos sempre acontecem dentro do corpo e a arquitetura que nos rodeia pode ajudar sim na nossa saúde física e espiritual...

1.6.08

Mensagem da Assembléia Sinodal!


O texto abaixo, eu o escrevi para ser a mensagem da Assembléia Sinhodal do Sínodo Norte Catarinense ocorrido neste final de semana. Algumas irmãs e alguns irmãos ajudaram no correção do Português e assim o texto foi aprovado...


Nós, delegadas e delegados da 11 Assembléia Sinodal do Sínodo Norte Catarinense, realizada nos dias 31 de maio a 01 de junho de 2008 em Massaranduba, Estado de Santa Catarina, estamos apaixonadas e apaixonados pela missão de Deus. Isso mesmo! Estamos felizes...

- pelo fato de darmo-nos conta de que, no passado, éramos uma Igreja voltada para a preservação da fé e que, agora, já fincamos nossos pés no chão brasileiro, com o intuito de difundirmos esta mesma fé.

- pelo fato de darmo-nos conta de que a memória dos nossos antepassados nos empurra para frente tal como, um dia, já empurrou o povo de Israel, em meio as suas crises e vitórias.

- pelo fato de darmo-nos conta de que não podemos simplesmente terceirizar a espiritualidade das nossas filhas e filhos para a Igreja, mas sim articularmos gestos de amor que desestabilizem as desesperanças implantadas pela sociedade nas nossas famílias.

- pelo fato de darmo-nos conta de que nos cabe investir mais e mais nas gerações mais novas e isso, mesmo que seja a fundo perdido uma vez que o Reino de Deus sempre cresce quando se investe em lideranças, tal como Jesus investiu nos seus discípulos.

- pelo fato de darmo-nos conta de que não nos cabe adaptarmos a Igreja ao mundo no qual vivemos e sim buscarmos um novo jeito de semearmos o amor de Deus que faz crescer a nossa fé, criando espaços nos quais a juventude experimenta amor e luto; bondade e justiça.

Ora, nós sabemos que a realidade que nos cerca é escravizante, isto é, que deuses estranhos nos envolvem sutilmente de múltiplos lados: dentro da família, do trabalho, do lazer e, inclusive na segurança de nossa fé cristã. Estamos constantemente sendo incitados a nos submetermos às forças que nos desafiam a sermos os primeiros, a vencermos custe o que custar. Enfim, estamos cientes do bombardeio a que as mentes dos nossos jovens estão sendo submetidas em todos os níveis.

Como cristãs e cristãos, diante dos graves problemas que nos cercam, percebemos pessoas desprovidas de emprego; de paz integral; de educação; de futuro; de subsistência e isso nos inquieta: - "Como comunicaremos o Reino de Deus, a novidade da Graça estranha a este mundo, às pessoas, especialmente à juventude à nossa volta?"

Tentando responder esta pergunta, como Igreja Cristã, daremos passos concretos e urgentes no sentido de “proclamarmos a reconciliação no poder do Espírito Santo” para que num futuro bem próximo “velhinhos e velhinhas possam vir a sentar-se nas praças repletas de meninas e meninos” que, por sua vez, brincarão nos espaços que vamos conquistando como famílias, Comunidades, Paróquias, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil...

23.5.08

Quarto 709


O telefone tocou e pediram que fizesse uma visita hospitalar. O tempo estava mormacento. O parque de estacionamento estava lotado. Precisei rodar um bom bocado para achar espaço, rente à calçada para bem guardar o carro comunitário. Caminhei até a “casa de saúde” um tanto apreensivo. A porta de vidro do prédio abriu-se automaticamente para a minha entrada. A atendente conferiu minha carteira de obreiro pastor e, com sorriso ensaiado, indicou o caminho para o elevador. Fui passageiro só até o sétimo andar, naquele cubículo móvel. No final do corredor, sim, ali estava o número 709 cravado na porta. Uma passagem marcada pela dor que as partidas fazem doer. No leito uma jovem senhora esperando um milagre. Era esposa de marido querido e mãe de filha pequena. Sentada, ostentando pequenas sondas pelo corpo, olhava-me com olhar sincero, escuro, penetrante e tingido de realidade. Meus olhos encontraram os seus. Vi o fundo da sua alma sincera. Ficamos em silêncio. Aprendi com a vida que têm horas em que não devemos dizer nada, mas ela queria sim, ouvir algo de mim. Disse-lhe que Deus se inclinava para ela tal como o pai do filho pródigo tinha se inclinado para receber o seu querido que voltava. Compartilhou que não perguntava mais pelo por que e sim pelo para quê daquilo. Depois de alguns instantes oramos juntos. Despedi-me. O barulho do solado dos meus sapatos marcava o compasso da minha tristeza. Passei novamente pela porta, a triste porta...

6.5.08

O Pão da Vida!


Quem não gosta de sentir o cheirinho do pão fresquinho...

Em Mateus 6.11 o evangelista nos informa que Deus “nos dá, hoje, o pão nosso de cada dia.” O pão é um símbolo da vida. Já faz 6.000 anos que a humanidade é alimentada por ele. Gosto muito dessa palavra que, um dia, Mahatma Gandhi proferiu: - "Se um faminto te perguntar onde está Deus, presenteia-lhe um pedaço de pão, do pão do amor!" É comum em todas as culturas que o pão, esse pão que ingerimos como alimento no dia-a-dia, se entrelaçe com a solidariedade.

Antigamente, as donas de casa não ousavam fatiar o pão que elas mesmas faziam, sem antes fazer o sinal da cruz sobre o mesmo com a faca.

Na Antiga Roma as pessoas diziam umas às outras: - "Eu sou o “teu cumpanis””. A palavra “cum-panis” se aplicava àquelas e àqueles que eram generosos, que repartiam o pão (panis) e, assim, demonstravam camaradagem. Vem daí a palavra “companheiro”. Aquela ou aquele que reparte do seu pão.

Durante a travessia de 40 anos em que o povo israelita caminhou pelo deserto, ele foi alimentado por Deus com “manna”, com o pão que caia do céu. Este manna não era somente alimento de primeira necessidade. Ele também era um retrato espiritual do Filho de Deus, Jesus Cristo, que viria do céu para ser o nosso “pão da vida”.

Claro que não se trata de um acaso que Deus oportunizou o nascimento de Seu Filho Jesus Cristo em Jesuralém (a casa do pão). Aliás, em vida, muitas vezes Jesus se auto-apresentou aos Seus ouvintes como o “Pão da Vida” ou ainda como o “pão que veio do céu”. Que Deus nos abençoe na nossa trajetória de vida.

14.3.08

Para refletir na Semana Santa!

Certa vez, na longínqua China, um príncipe deu uma grande festa. Pessoas importantes foram convidadas para a mesma e a maioria delas veio em charretes. Chovia muito em frente ao portão de entrada acabou formando-se uma enorme poça de lama. Uma das charretes estacionou bem em frente a mesma. Um homem idoso, bem apessoado desceu da mesma, desquilibrou-se e caiu no lodaçal. Ergueu-se envergonhado. Estava totalmente sujo, triste por causa do ocorrido. Naquelas circunstâncias não poderia mais participar da festa. Como sempre acontece, alguns convidados já faziam as suas piadinhas. Um servo, que tinha observado o pequeno desastre, apressou-se em contar o ocorrido ao seu senhor. Este, mais do que depressa, veio para fora da sala. Alcançou o homem que já ia embora e pediu-lhe insistentemente que, mesmo enlameado, participasse do jantar festivo. Ele, não iria reparar na sujeira da sua indumentária. Mesmo assim o hóspede insistia em partir pois tinha receio de ser mal falado na referida festa. Ele também queria evitar constrangimentos. Neste momento o príncipe e seus assessores deixaram-se cair na poça de lama sujando, de cima abaixo, os seus ricos vestidos. Ato contínuo, tomou o seu hóspede pela mão e adentrou no salão ricamente decorado. Nenhuma pessoa ousou fazer qualquer comentário a respeito do senhor desastrado e sujo de lama.

Nós também estamos convidados a participar da festa do casamento de Deus. (Mateus 25.1-12) Nossas indumentárias também não se encontram em bom estado por causa dos pecados cometidos que, em última análise, nos tornam indignos de aparecer diante de Deus. Mesmo assim, podemos participar deste Grande Evento porque "Àquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que Nele fossemos feitos justiça de Deus." (2 Coríntios 5.21)

Na Festa de Deus podem participar todas as pessoas que reconhecem e crêem que Jesus Cristo é seu Salvador pessoal; que Deus lhes perdoou toda e qualquer culpa e que, portanto, estão justificadas de todo e qualquer deslize, desvio...

28.2.08

Áqüila e Daniel!


Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Aqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel; Áqüila e Daniel...

26.2.08

Aventura em 1972 - 2


Lembro que passamos iodo nos arranhões. O senhor gordo que tocava a pequena hospedaria de beira de estrada nos fez ovos fritos que comemos com pão. Uma excelente ceia – diga-se de passagem. Nós precisávamos descansar. Caí na cama e dormi sono agitado. Logo de manhã se nos ficou claro que com a queda, o guidon da lambreta ficara descentralizado. O Edmar e eu éramos mecânicos de profissão. Ele especializado em automóveis DKW. Já eu em mecânica geral. Quer dizer, nossos problemas estavam facílimos de serem resolvidos. Em duas horas chegamos em Cruz Alta onde, quatorze anos depois eu viria a trabalhar como pastor da IECLB. Se naquela época alguém me soprasse uma semelhante idéia nos ouvidos eu simplesmente não acreditaria.

O pastor da Comunidade cruzaltense nos recebeu muitíssimo bem. Queria saber dos nossos objetivos. Doou-nos do seu tempo enquanto se esmerou em repartir um Estudo Bíblico conosco. Confesso que ouvia-o com pseudo-interesse. Os moços do lugar mostravam-se um tanto enciumados com nossa presença. A roda de jovens estava repleta e as meninas tentavam aproximar-se de todas as maneiras. O tempo foi passando e já no domingo pela manhã decidimos partir. Eu não queria sair mas era preciso. A lambreta tinha ronco limpo mas volta e meia o mesmo era quebrado por sujeira no esguicho do carburador. Abríamos o dito cujo para limpá-los e seguíamos viagem. A chuva que era fina passou a ficar grossa. O frio não respeitava nossas indumentárias umedecidas e impróprias para uma tal empreitada.

Viajamos um bom tempo calados. Ora era o motociclo com a placa 0139 que seguia na frente e ora a lambreta. O Luiz e eu éramos os eternos caroneiros. Enquanto descíamos pela Estrada da Produçao, há uns cinquenta km de Lageado, a lambreta começou a esquentar o seu motor. Lembro que andávamos uns 10 km e então estacionávamos no acostamento para que ela esfriasse. O seu bloco estava rachado e chovia cada vez mais forte. Eu sentia frio nos ossos e já começava a escurecer de novo. Continuo esta história noutro momento...

25.2.08

Aventura em 1972 - 1


Corria o ano de 1972. O Roque, o Luiz, o Edmar e eu andávamos muito juntos naqueles tempos. Todos tínhamos sonhos e pensávamos muito no nosso futuro. Assim, certo dia, resolvemos fazer uma grande viagem pelas estradas do Rio Grande do Sul. O Roque era dono de uma lambreta vermelha. Já o Edmar de um velho motociclo fabricado no final dos anos 40. Reunimo-nos para conversar sobre aquela aventura. Sairíamos de Santa Cruz do Sul e passaríamos por Venâncio Aires, Mariante, Lageado, Carazinho, Panambi e, finalmente, Cruz Alta. Lá visitaríamos o Pastor Sérgio Schaefer e seu grupo de jovens, a JECA (Juventude Evangélica de Cruz Alta). O Edmar e eu tínhamos objetivos maiores em mente. Foi por isso que decidimos encarar aqueles 500 km de estrada. Creio que o Roque e o Luiz só queriam aventura.

Chovia muito quando começamos a viajar naquela manhã de outono. A estrada era de barro e estava extremamente escorregadia. Lembro que depois de viajarmos cerca de 50 km, escapamos de ser atropelados por um caminhão carregado de fumo. Seu motorista precisou jogar o veículo na valeta para desviar nossas motos e, assim, poupar nossas vidas. Quando me lembro deste momento penso que ali, naquele exato momento, deveríamos ter retornado. Seguimos adiante. O tempo foi passando. Ainda lembro do ronco daqueles motores. Estávamos simplesmente exauridos quando, no município de Carazinho, fizemos pose naquela rodovia que ainda não estava asfaltada. Mais um pouco e seria noite. Do objetivo ainda estávamos relativamente distantes. Logo depois de clicarmos algumas fotos seguimos viagem.

A estrada estava toda sinalizada com tochas de chamas vermelhas das quais brotava odor de óleo queimado. A noite era escura. Quando foi de repente, caimos dentro de um buraco. O silêncio de todos me assustou. Entendi que pelo menos um de nós tinha morrido. Graças a Deus os arranhões foram poucos. Reunimos nossas últimas forças junto com nossas poucas economias e nos hospedamos num pequeno hotel, em Saldanha Marinho. Continuarei esta história noutro momento...

9.2.08

Compromisso!


Fui chamado por Deus para fazer a Sua obra. Procuro levá-la a cabo sempre colocando meu coração na reta. Meu padrão é Jesus Cristo e, enquanto me é dado o privilégio de seguir caminhando, amadureço minha personalidade debaixo de um clima agradável, sadio, alegre e de comprometimento com as propostas do Reino de Deus.

Duas frases marcaram e ainda marcam a minha vida. A primeira é do nosso Reformador, o pastor Martin Luther: - “Cristo não me ensinou a ser cristão para prejuízo do próximo”. Já a segunda é do pastor protestante Martin Niemöller que, após ser prisioneiro dos Campos de Concentração Nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, teria dito: - “Primeiro vieram buscar os comunistas. Depois vieram buscar os sindicalistas. Eu não fiz nada porque não era comunista e nem tampouco sindicalista. Então vieram buscar os judeus e eu também não fiz nada porque não era judeu. Depois vieram buscar os católicos e eu não fiz absolutamente nada porque estava pastor protestante. E aí, então, quando vieram me buscar, não havia mais ninguém para fazer alguma coisa...”


Pensem nisso...

8.2.08

Caminhando!


Conta-se que um homem teve acesso a Deus e que, na oportunidade, estabeleceu um pequeno diálogo com Ele: - “Olha Deus, você fez coisas boníssimas na terra. Só estranhei o horizonte. Para quê o horizonte?... Se eu dava dez passos em sua direção, ele se afastava dez passos. Se eu dava cinqüenta, ele se distanciava cinqüenta”. O Criador olhou para o sujeito e reagiu de pronto: - “Foi exatamente por isso que criei o horizonte! Para que você se pusesse a caminhar em busca dos seus objetivos”.

Pessoas que se relacionam com Deus seguem em frente. Estão sempre buscando o novo. Elas querem crescer para dentro do Reino de Deus. Absorvem os ensinamentos de quem caminhou antes. Aprendem e, enquanto isso, dão frutos. Nessa trajetória acabam dando saltos mais altos do que os vizinhos são capazes de dar. Ora, um cidadão do “novo céu e da nova terra”, como bem sugeriu o apóstolo Pedro (2 Pedro 3.13) sempre dá passos firmes rumo à dignidade humana e à paz.

7.2.08

Ser bom!


Volta e meia percebo meus amigos sonhando com a possibilidade de serem super homens; de darem passos além do imaginável; de desenvolverem plenamente a sua condição humana; de criarem um novo sentido para a realidade que vivem; de afirmarem intensamente a vida e tudo isso, mesmo entremeio a sofrimento. Ora, quem age assim não tira tempo para relacionar-se com Deus; não bebe e não come da água e do pão da vida que Deus, em Jesus, oferece gratuitamente.

A proposta cristã visa converter-nos em pessoas bondosas. A palavra “bom” vem do latim “bonus” que, além dos significados que já conhecemos, também significa "guerreiro". É interessante notar que essa definição não é de todo estranha ao apóstolo Paulo. Ele, num dado momento, sugere ao seu discípulo Timóteo que “combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência” (1 Timóteo 1.18b-19a); que “resista no dia mau com o uso da armadura de Deus.” (Efésios 6.13).

Quer dizer, não deveríamos nos contentar em apenas participar de um rebanho. Em Cristo somos chamados a nunca pararmos no tempo, a sermos discretos numa determinada conjuntura mas já na outra colocarmos com clareza a quê viemos, a sermos “cornetas” dentro da época em que vivemos. A reflexão constante sempre promove boa saúde. Em vista disso, nunca deveríamos nos contentar com as “comidinhas mastigadinhas pelo pastor” mas ousarmos; darmos mais e mais passos concretos dentro da vida sem o auxílio de “muletas” do tipo “dependência que seja”.

1.2.08

Quaresma!


Estamos entrando no tempo da Quaresma. Esta data me desafiou a fazer algo diferente. Pensei sobre a idéia e decidi fazer uma entrevista
com a pessoa de Jesus Cristo sobre o tema “jejum”. Vejam o que Ele repartiu comigo...

Eu - Estamos entrando no tempo da Quaresma. Sabemos que o Senhor jejuou quarenta dias e quarenta noites no deserto. Aquele ato foi para perder peso?

Jesus – Não... (risos). Os motivos que me levaram a não ingerir alimentos eram outros bem diferentes daqueles de hoje. Com meu jejum quis entender melhor a vontade de meu Pai; quis preparar-me para melhor poder enfrentar a dor da morte na cruz por amor a ti e a todas as pessoas que lêem esta entrevista.

Eu - A Quaresma lembra abstinência de quitutes gostosos e de costumes adquiridos. De um modo geral, os brasileiros acreditam que o jejum fica mais fácil de ser cumprido participando ativamente do carnaval.

Jesus: A cristandade entende o carnaval como uma festa pagã. Essa prática nasceu na Igreja Católica dos tempos da Idade Média. Por quê? Ora, os mantimentos armazenados e não ingeridos em tempo hábil arruinavam durante as seis semanas de jejum que antecediam à Páscoa. Então se organizavam pequenas festas familiares que, paulatinamente, foram dando lugar às festas citadinas. Nelas se comia e bebia tudo aquilo que viria a se arruinar-se.

Ao lado, dançava-se a não mais poder. A Igreja contribuía com dinheiro para a organização destes eventos. As pessoas usavam máscaras para lembrar a morte, simbolismo esse que tinha o intuito de apontar para a vida passageira que vivemos neste mundo.

Mais tarde, os reformadores passaram a criticar e a lutar contra essa festa desenfreada. Eles sustentavam que o povo não deveria transformar o tempo da Quaresma numa espécie de “obra” que justificasse seus pecados. Por isso não fazia sentido esbaldar-se durante aqueles três dias. Eles estavam certos. A justificação era e ainda é gratuita, gerada pela fé somente.

Eu – O que representa, então, o ato de jejuar?

Jesus: O ato de jejuar é um preparo para o encontro com Deus. No tempo em que eu estive com vocês, jejuava-se e orava-se geralmente de um a três dias. Lembro que bati pesado nos fariseus, que relegaram a prática do jejum a um tradicionalismo vazio. Gente! Festejem a esperança de que um dia tudo será novo e diferente. Saibam que meu Pai odeia “leis duras” e “liberdades extrapoladas”. Para Ele a “lei fria” fala demais do jejum e da falta de alegria entre a cristandade. Isso diminui e estreita a proposta de liberdade e grandeza que sonhamos para vocês. Já a “liberdade ilimitada” extrapola tudo isso. Quer dizer, os dois excessos são ruins. É no caminho do meio que estão a liberdade, a alegria e a esperança para as pessoas que têm pesos sobre os ombros.

Eu – Isso ajuda a pessoa a encontrar equilíbrio? Pode contribuir para aumentar a fé?

Jesus: Quem jejua se abstêm de comidas e, assim, concentra-se naquilo que é importante, naquilo que o Espírito de Deus quer falar. Um, dois ou três dias de jejum podem ser de grande ajuda, sim. Enquanto estiverem em jejum, não tentem parecer indivíduos altamente espiritualizados. Meu Pai tem verdadeiro prazer em corações que sabem e que querem escutar o que Ele tem a dizer. Só isso. Ah! Outro detalhe: procurem afastar-se dos maus desejos (Gálatas 5.16-26). Se vocês derem luz verde a eles, cedo ou tarde eles se converterão em dependência.

Eu – Isso ainda tem sentido nos dias de hoje?

Jesus: No tempo da Quaresma, reflitam sobre a vida de vocês. Abstenham-se de gastar tanto tempo em frente da televisão, diante do computador. Leiam mais livros, dominem a apatia que se instala nos lares de vocês. Busquem a comunhão com os irmãos da Comunidade. Costumes estranhos, desejos mais fortes do que a própria vontade devem ser auto-avaliados, esclarecidos e colocados de lado, mesmo que tal decisão seja pesada de ser tomada. Tentem detectar onde vocês têm “atado” o seu coração. Se ele estiver amarrado em coisas sem valor verdadeiro, eu não terei meu espaço nele. Para terminar, desconsiderem todos os tipos de jejuns que abafam a alegria que o Evangelho veio trazer. Vivam este momento novo comigo!

20.12.07

Feliz Natal e bom ano de 2008!

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” (João 1.14)
Pois não é que Deus veio nos visitar na noite santa?! Nestes dias, muitas pessoas ainda não perceberam essa verdade, e desta forma, continuam procurando em lugares errados.
O pintor europeu Ulrich Martini nos mostra que o nascimento de Jesus não é um fato do passado. Deus se encontra no meio do corre-corre natalino. Na pintura do presépio destes dias, o Menino Jesus continua a nascer despercebido pela maioria, num galpãozinho “meia-boca”. Não disponho de uma imagem mais bem contextualizada para repartir desejos de um Feliz Natal nestes tempos de 2007.
Meu trabalho como pastor da IECLB, dentro da Comunidade está pautado no compromisso de tentar apontar para o Filho de Deus conosco; na proposta de tentar convencer as pessoas a seguirem as Suas pegadas aqui na terra e, muitas vezes, esta minha proclamação atinge até pessoas distantes da Igreja, famílias cujas vidas pulsam nos casebres da nossa cidade…
A Valmi e eu agradecemos a todas e a todos vocês que nos ajudaram neste ano que finda e que, para nós, foi de recomeços. Desejamos a todas e a todos vocês um Feliz Natal e que Deus abençoe vocês em 2008. Que assim seja…

11.11.07

Rua Palmitos!

Moro na rua dos Palmitos, em Joinville. Abaixo uma pequena poesia em homenagem à ruela que estou aprendendo a gostar...

A rua dos Palmitos é muito pequena,
trezentos metros, nada demais.
Seus ladrilhos são de granito.
Há oito casas, cercas de ferro.

Tem muito mato, passarinhos e alegria
e do lado par uma enorme muralha.
Homens, mulheres não se cansam de passar.
Sonhar, sonhar e sonhar!

Martin Luther!


Ontem, 10 de novembro de 2007, o nosso reformador Martin Luther estaria completando 514 anos de idade, se estivesse vivo. Foi meditando sobre sua vida e obra que criei esta pequena poesia...

Brotos de Vida!

Reforma, movimento incomum,
Sonhado não apenas por um,
Idéia nascida, idéia sofrida.
Mundo, quanta esperança.
Bíblia, nova dança.
Brotos de vida querida.

26.10.07

Mensagem Luterana!


No dia 24 de abril de 1983 eu estava em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Na oportunidade participei do XII Concílio do Distrito Eclesiástico do Norte do Paraná. No final do mesmo, fui convidado a escrever a mensagem dos referidos conciliares a todas as Comunidades que integravam o nosso Distrito. Abaixo o texto de 25 anos atrás...

Nós, conciliares do XII Concílio do Distrito Eclesiástico do Norte do Paraná, realizado em Dourados - MS, nos dias 22 a 24 de abril de 1983, estamos cônscios da realidade escravizante que nos cerca, isto é, deuses falsos nos envolvem sutilmente de múltiplos lados: dentro da família, do trabalho, do lazer e, inclusive na segurança de nossa fé cristã. Somos incitados a nos submeter à lavagem cerebral com a propaganda que emerge dos diversos meios de comunicação de massa. No momento hoje vivido, estamos cientes do bombardeio a que estamos submetidos em todos os níveis.

Nossa siatuação, como cristãos, diante dos graves problemas do nosso país, no qual há pessoas desprovidas de emprego, de educação, sem perspectiva de fururo, sem condição financeira, mesmo para sua própria subsistência, gera em nós uma pergunta: "Até onde vai nossa fé em Deus ou até onde nós nos engajamos no buscar e servir a Deus sobre todas as coisas?"

A partir daí, sentimos urgência em levar adiante o lema: EU SOU O SENHOR TEU DEUS (Temer e amar a Deus, e confiar Nele acima de todas as coisas), como ideal cristão para o âmago das nossas famílias, a partir da vivência num testemunho vivo, santo e agradável a Deus, no Evangelho de Jesus Cristo.

Dourados, 24 de abril de 1983

22.10.07

Deus veio em trajes civis!

Oi gente querida! Abaixo compartilho um artigo que escrevi para o jornal "Joinville Luterano" n° 43 de Nov/Dez 2007. Nele repearto um pouquinho dos sentimentos que vivi em Munique, por ocasião dos tempos de Advento. A foto acima, tirei-a num parque, perto da casa onde eu morava, no bairro Maxvortadt. Abraços!

Janeiro de 2001 já expirava quando o avião pousou no aeroporto de Munique. Não lembro da conversa que entabulamos com minha nova colega, durante aquele trajeto de 60km, que nos levaria ao nosso apartamento na Arcisstraße 44. Recordo que o sol estava morno e que o branco da neve acumulada nas calçadas e nos canteiros machucava os nossos olhos. Sim, ali estava eu, um ramo da família Becker que, num certo dia de 1860, precisou imigrar de Darmstadt ao sul do Brasil, por causa de dificuldades. Diante de nós abria-se um leque de seis anos. Quanta coisa para observar, aprender e vivenciar durante aqueles 2.190 dias...

Os primeiros 11 meses nos foram um tanto difíceis. Tudo era novo para nós que tínhamos marcas de uma década florianopolitana “tatuadas” na mente e no corpo. A ordem era clara: teríamos que nos adaptar dentro daquele contexto de primeiro mundo e isso, o quanto antes.

Jamais esquecerei do tempo de advento, daquelas quatro semanas de alegria por causa da esperança que sempre antecedem as festas natalinas. O dia clareava lá pelas 08.00h da manhã e começava a escurecer por volta das 16.00h. O povo alemão se mostrava alegre porque os institutos de metereologia já tinham adiantado que o natal seria “branco” ou seja, que a neve estaria cobrindo com, pelo menos 20cm de expessura, todo e qualquer m² de área da capital bávara.

Na rua o frio era intenso. Mesmo assim os seus transeuntes passeavam nela com casacos pesados. Sobre as suas cabeças via-se chapéus esbranquiçados pela neve fina que caia. Já dentro dos inúmeros bares e restaurantes, gente alegre a festejar momentos sem fim com amigas e amigos forjados no trabalho e nas relações do dia-a-dia. No centro de Munique, no Marienplatz, estavam centenas de barracas onde podia-se saborear bolachas dos mais variados tipos. As cucas e os doces de mel eram fresquinhos pois recém tinham chegado de Nürnberg. O Glühwein, uma bebida semelhante ao nosso quentão, era servido em xícaras especiais. Uma multiplicidade de lembrancinhas de toda sorte de tipos e cores podia ser adquirida aqui e ali. Perto da prefeitura, estava um enorme pinheiro de natal com cerca de 15m de altura. Seus galhos encurvavam-se pelo peso do gelo acumulado. E, no meio de tudo, turistas, muitos turistas, algazarra organizadíssima, gente falando alto, agitação sem medida.

Já no interior dos templos, espaço para que as pessoas pudessem se ensimesmar, buscar silêncio diante de Deus que se fez menino para crescer conosco, nos entender e nos indicar o bom caminho rumo à Casa do Pai. Nossos olhos se detinham nos presépios, um mais bonito do que o outro. Vaquinhas, burrinhos e pastorzinhos de ouro puro, tudo muitíssimo bem guardado por seguranças eletrônicas e também não. As luzes das velas, os corais afinadíssimos, os órgãos de tubo e os muitíssimos profissionais a serviço de uma religiosidade tradicionalizada davam tudo de si para o bem de todas e de todos. Pois não é que entramos neste clima!

Naqueles dias, uma das maiores redes de televisão da Alemanha, entrevistou pessoas alegres que circulavam pelas calçadas. A pergunta que faziam era simples: - Você sabe o que se festeja no dia 25 de dezembro? Entre outras respostas, uma certa porcentagem de passantes entrevistados respondeu que se tratava da festa do Nicolau (um rei que numa certa época decidiu presentear crianças). Aquela desinformação me impressionou. O secularismo, essa força que distorce a fé cristã num jeito mundano de ser, age devagar e, enquanto atua no indivíduo, apaga da sua cabeça toda e qualquer perspectiva de esperança por momentos de paz, de amor, de justiça e de perdão que, um dia, o Criador sonhou para todas e todos nós.

Enquanto meditava sobre este comportamento que marca uma parcela do povo alemão, comprei uma pequena árvore de natal que também enfeitamos com estrelinhas de palha e um pequeno presépio com figurinhas de gesso. Lá fora, muita neve e muito frio. De cada janela raios de luz. Luminosidade que simbolizava alegria ou seria apenas a possibilidade de mais um feriado? Do Brasil vinham cartas e telefonemas que nos desejavam um Feliz Natal. Era o nosso povo querido dando a entender que as temperaturas beiravam os 30 graus positivos. Que nos pinheirinhos, no meio de todo aquele calor latino, queimavam velinhas. Que a alegria estava palpável enquanto se saboreavam panetones. Ouvi de algumas e alguns que se festava o dia em que Deus veio até nós, o seu povo, em trajes civis.

20.10.07

Como e por que falar de Jesus aos outros?


Oi gente querida que me lê! Outro dia fui convidado a repartir sobre este tema com um segmento da nossa Comunidade Evangélica. Abaixo, reparto o conteúdo com todas e todos vocês. Abracos!

Por que falar de Jesus aos outros? Como se faz isso? Para introduzir este tema, quero ler o texto escrito pelo evangelista Mateus que ele intitulou de "A grande Comissão": “16 - Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. 17 - E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. 18 - Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 - Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 - ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.16-20)

Quem lê este pequeno texto quase sempre desconsidera o verso 17 e sabem porquê? Porque ele dá a entender que os discípulos estavam um tanto desunidos no que tange àquele acontecimento. Uns criam que Jesus Cristo, o Filho de Deus ressuscitado estava ali, diante deles. Já outros duvidavam deste fato. Interessante isso!

Me impressiona que este encontro dos discípulos com Jesus tenha suscitado estes dois tipos de reações. Eles tinham estado com seu Mestre durante alguns anos e conheciam-se muitíssimo bem. Eles tinham ouvido da Sua própria boca de que Ele iria morrer e depois ressuscitar. Além disso, aquele encontro tinha sido previamente programado. Foi por isso que eles tinham ido àquele lugar (16).

Olha gente! Este tipo de dúvidas também acontece hoje entre as pessoas cristãs. As vezes pode acontecer que um certo palestrante não saiba transmitir a Palavra como um ou outro esperava. E que, em vista disso, algumas pessoas participantes não se disponham a dizer: “Aqui estou, envia-me a mim!"

Isso já aconteceu contigo alguma vez? Tu ouves ou lês a Palavra de Deus num Culto e simplesmente não consegues compreender que Ele, Jesus, está te encontrando ali naquele lugar. Tu ficas fria, frio e até um pouco decepsionada, decepsionado, enquanto outras pessoas ao teu lado parecem ter entendido a Palavra e, por isso mesmo, estarem alegres. Também pode acontecer o contrário: Tu, naquela hora, estás encontrando o bom, o genuíno "alimento espiritual" e, naquele mesmo momento, a tua irmã e ou o teu irmão, que estão bem ao teu lado, permanecem tal e qual como vieram, com “fome de Deus”, pelo fato de não terem reconhecido Jesus.

Fé e dúvida – esta tensão sempre esteve e está presente dentro da Comunidade Cristã. É interessante notar como Jesus lida com esse fato. Ele diz: "Toda a autoridade me foi dada ... Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações ..." (18). Estas palavras foram proferidas para as pessoas que tinham fé mas também para os indivíduos que estavam duvidando. Creio que Jesus levou em grande conta, estas pessoas que demostravam dúvida. Sim, Ele animou-as. Pelo fato de terem experimentado esta experiência de dúvida, elas poderiam melhor compreender as outras pessoas que viéssem a se encontrar na mesma situação.

Jesus, muitas vezes, também dá tarefas às pessoas sem muito preparo para esta ou aquela função. Por isso, não esperem até estarem completamente prontos, com todas as perguntas respondidas mas, hoje mesmo, coloquem-se à disposição de Jesus. Ele quer e pode usar pessoas que estejam em dúvida para o "estaqueamento" de sinais do Seu Reino, aqui e ali.

Presença Deus nos chama para um momento novo... E vocês estão sendo chamadas e chamados para esta nova hora, a partir dos conteúdos aqui apresentados. Vejam só como Jesus nos vê. Em Mateus 5.13-16 se lê: “13 - Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. 14 - Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 - nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 - Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

O verso 13 é um texto para ser recortado, plastificado e colado na porta das nossas geladeiras... Todas e todos que fomos chamadas e chamados a seguirmos a pessoa de Jesus Cristo, temos o mandado de sermos “sal da terra”. Gente! Isto está claro para vocês? Até que ponto agimos como “sal” nos dias de hoje? As pessoas não cristãs costumam observar as cristãs e, depois de qualquer deslize, por menor que seja, elas têm prazer em se expressar assim: "É isso, ser uma pessoa cristã?"

Confesso prá vocês que há um tempo atrás eu refletia sobre este texto, mas não conseguia me ver como “sal”. Eu entendia que esta palavra “sal” se referia ao Evangelho. Eu, na melhor das hipóteses, poderia ser apenas um pequeno instrumento que Deus podia usar para levar Seu Evangelho ao mundo. Como cristão, no máximo, eu conseguia me entender como um destes saleirinhos de plástico que se encontram sobre as mesas nas churrascarias, nos restaurantes. Pois eu estava errado! Jesus não diz: "Vocês são meus saleiros", Ele diz:, "Vocês são o sal". Sim, nós somos o sal da terra, aquele sal que traz o verdadeiro sabor ao mundo e que, por tabela, mostra às pessoas quem é o verdadeiro Deus da humanidade. Até hoje as as marcas deste “sal” que brota da cristandade podem ser percebidas dentro da sociedade, lá onde há preocupação com pessoas próximas necessitadas; lá onde se percebe a igualdade das pessoas diante de Deus. Somente quando o sal é posto na comida é que ele pode agir com suas propriedades. Só depois dele estar inserido na comida é que fica claro o seu valor.

Como pessoas cristãs, somos importantíssimos para o mundo. Tu e eu, nós somos os mensageiros e as testemunhas do amor de Deus para os povos. Mesmo se, as vezes, estejamos parados no caminho e ou estejamos sendo ridicularizados por pessoas que não crêem em Deus. Nestas horas devemos sempre lembrar que somos filhas e filhos amados do Pai. Que Cristo veio ao mundo para morrer por nossa causa. Que podemos contar com a ajuda do Espírito Santo, no que se refere à função de levarmos a cabo o nosso chamado de sermos o "o sal da terra".

No que tange aos versículos 14 a 16, é inevitável que toda e qualquer pessoa cristã será mais notada pelo seu comportamento do que pelas suas declarações de fé. Isto no entanto não nos deve impedir de dar testemunho da fé que arde dentro do nosso peito. As pessoas à nossa volta esperam que articulemos com palavras, a fé que palpita dentro de nós. Jesus espera que expressemos o Seu amor por nós e a nossa fé também com palavras e isso, em todos os momentos da nossa vida. Queridas e queridos! Nós somos o veículo do Espírito Santo que proporciona a visão de Deus na face da terra.

O relacionamento de um discipulo com Jesus não deve transparecer como se estivesse alicerçado num relação teatral, simplesmente. O amor de Deus em nós deve aparecer dentro da sociedade como se fosse um “eco” do amor de Deus. Dai porque somos chamados a pedir a Deus que Ele plante em nós dos frutos do Seu Espírito. Nossas falhas e nossas fraquezas estarão sempre aí e é por isso que devemos procurar ir em frente. Deus pode usá-las para levar a cabo a Sua vontade, entre as pessoas que não Lhe querem bem. Na eternidade virá à luz, se algumas pessoas vieram a encontrar o caminho por causa do nosso testemunho, por causa da luz que espalhamos no mundo.

Persuasão

Nos versos de Atos 17.2-4 se lê que “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio. Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres.” Nas suas viagens missionárias o apóstolo Paulo sempre ia às sinagogas dos judeus para iniciar ali suas evangelizações. A sinagoga era um lugar tradicional de encontro, onde discussões tradicionais sobre fé e cumprimento da Lei eram levadas em grande conta. Paulo não se incomodava com o tradicionalismo das pessoas judias. Ele aproveitava, isto sim, todos os momentos e todas as circunstâncias para expôr o Evangelho da Salvação através de Jesus Cristo. No nosso texto está escrito que ele “arrazoou com eles acerca das Escrituras”.

Arrazoar com alguém sobre as Escrituras... No dicionário a palavra “arrazoar” significa expor ou defender uma causa, um assunto ou um argumento; alegar razões, censurar, repreender, discorrer, falar... Ora, se alguém fôr chamado por Deus para arrazoar ou melhor, para persuadir outro alguém para que este venha experimentar a fé, este primeiro alguém deve ter um certo conhecimento.

Conheço um pastor aposentado da IECLB que, durante anos, se envolveu com oito indivíduos que se reuniam, semanalmente, com o único objetivo de filosofar. Eram pessoas inteligentíssimas que sempre estavam a levantar assuntos dos mais diversos e as suas discussões eram intermináveis. Cada um apresentava argumentos diferentes do outro e, muitas vezes, não se chegava a um denominador comum. Quando meu amigo foi convidado para participar daquele seleto grupo, deixaram-lhe claro que ninguém dos demais queria sequer ouvir falar de Teologia. Que ele estava ali porque gostavam da sua companhia, nada mais. Depois de um longo tempo, quiseram ouví-lo. Dois anos depois o grupo passou a confessar-se cristão.

Vejam, Jesus fez extamente isso com os seus discípulos. Paulo procurou fazer o mesmo com os judeus e os gentios de sua época. Eu também sempre tento seguir as mesmas pegadas com os grupos com os quais me reúno. O fato é que Deus está nos chamando a fazer o mesmo. Enquanto o tempo vai passando, não percam a oportunidade de sofrer aprendizagem, de mudarem seus comportamentos, de se “embagajarem” com esta “boa comida” que aqui, sempre de novo, é servida.

Proclamação

Vou proclamar ao mundo... Pessoas que uma vez encontraram a Jesus Cristo não conseguem mais calar. Elas simplesmente precisam se engajar na proclamação de que a vida integral é possível, já aqui e agora. No texto de João 1.39-42 percebe-se como as pessoas podem vir a conhecer Jesus Cristo. Observem o que o evangelista escreveu: “Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima. Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).”

Observaram? São muitas as pessoas que chegam a conhecer Jesus gradualmente, passo a passo. O Filho de Deus as convida para que vejam onde Ele mora (39). Daí elas têm a oportunidade de observar o seu primeiro milagre (2.11). Então Jesus lhes concede um ano para que O conheçam melhor, antes de chamá-los para abandonarem o seu trabalho e para estarem com Ele (Marcos 1.16-20). Só então lhes concede um treino de 2 anos, para que possam ser dirigentes de Sua Igreja. Inúmeras pessoas acabam conhecendo a Jesus através de outras.

No texto que acabamos de ler, percebemos que aqueles homens estavam seguindo a João Batista. João despertou neles o interesse pelas coisas de Deus e, mais tarde, apresentou-os a Jesus. Que fizeram estes homens logo depois? Conforme os versos 40-42 e 45, eles fizeram o mesmo.

Há um sem-número de pessoas que chegam a conhecer a Jesus pessoalmente. No texto lido dá para se observar que cada um daqueles homens acabou por se encontrar face a face com o próprio Jesus. Sempre é assim que quando você apresenta um amigo ou uma amiga a Jesus Cristo, você acaba tendo o mesmo sentimento que João Batista teve em João 3.30 – “Convém que ele cresça e que eu diminua.”

Poder

O nosso amor pode gerar milagres entre as pessoas que nos estão próximas. Importar-se com alguém é um milagre. Pessoas que são amadas, reagem muito melhor às doenças que são acometidas. Em Atos 3.6, Lucas relata um exemplo disso que estou falando. O discípulo Pedro teria dito a alguém: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”

Um certo fazendeiro australiano que, recentemente, ganhou um prêmio no valor de R$7.500.000 testemunhou que daria toda esta fortuna em troca da chuva que não caia. Se ela porventura viesse a cair, acabaria com a seca da sua região.

Na vida damos de cara com situações que são muito mais valiosas do que o dinheiro. Eu não quero dizer que o dinheiro não seja importante. O apóstolo Paulo deixou muito claro em 2 Tessalonicenses 3.10: "...se alguém não quer trabalhar, também não coma." Nós somos chamados a trabalhar para matarmos a fome e saciarmos as nossas necessidades mas nunca "descansarmos" sobre as costas de terceiros. Na Bíblia não há nada que conste contra o fato de se ganhar dinheiros. No entanto, há coisas que simplesmente não conseguimos adquirir com o vil metal.

Isso mesmo! Há certos valores que são muitíssimo mais valiosos do que bens materiais. O apóstolo Paulo sustenta "E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. " (1 Coríntios 13.3)

Vejam, amor verdadeiro – isso nós não podemos comprar. Nós também não podemos comprar afeição, amizades verdadeiras e nem tampouco a inteligência. Gosto daquilo que o autor do livro de Provérbios escreveu no capítulo 17, versículo16: "De que serviria o dinheiro na mão do insensato para comprar a sabedoria, visto que não tem entendimento?"

Viram? Parece que existem coisas na vida que não podemos alcançar com o dinheiro. Isso também diz respeito ao grande presente que Deus nos fez. Em 1 Pedro 1.18-19 se lê “...sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo."

Gente! Não podemos adquirir ou compar a vida eterna. Ela é um presente que podemos aceitar ou rejeitar, uma vez que Jesus já pagou o preço que nosso antigo amo estipulou para cada uma e cada um de nós – o Seu sangue na cruz.

Oração Em 2 Coríntios 4.4 está sugerido que oremos, que lembremos nominalmente das pessoas que amamos a Deus. É comum que gente querida das nossas relações amem mais o deus deste século que cega o entendimento delas. Elas, uma vez cegas, acabam não tendo a mínima condição de perceber a luz do Evangelho, das Boas Novas, da glória de Jesus Cristo, da Imagem de Deus brilhando perto delas. Ora, se nós temos um semelhante privilégio, com certeza vamos querer que outras e outros também o experimentem. Daí porque oramos pelas pessoas que não tiveram esta chance ainda. Já em Atos 4.29-31 a Palavra de Deus nos sugere que oremos por nós mesmos. Lá e cá vamos precisar tomar decisões que nem sempre são tão fáceis de serem tomadas. Se Deus estiver dirigindo os nossos passos, com certeza vamos chegar mais perto do alvo a ser alcançado. São felizes eternamente as pessoas que desenvolveram um tempo para a hora tranqüila em suas vidas. Nelas, estas mesmas pessoas ouvem a Deus que lhes fala, que lhes dirige a atenção.

Conclusão

Estou terminando com o verso bíiblico que consta na carta aos Romanos 1.16, onde o apóstolo Paulo nos deixa um bom testemunho quando escreve “...não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.”

Particularmente gosto de observar as crianças, quando apontam para os bracinhos com o objetivo de mostrar a força que já adquiriram. O pessoal que vive dentro deste tempo bonito da adolescência já procura mostrar a sua força praticando esportes. Pessoas mais experimentadas em dias procuram dar testemunho da sua força a partir da sua sabedoria, das suas capacidades espirituais. Elas têm experiências que armazenaram durante toda a vida e estas, elas repartem com maestria. Elas aprenderam a ouvir mais do que falar; a se preocupar com os outros; a doar-se em prol de terceiros e a resistir quando o dia não é tão bom. Cada um de nós deseja alcançar essa tal força, também os mais jovens. Como conseguí-la? A gente a consegue através do Evangelho, esse poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

Deus se ira contra o pecado e os romanos entenderam que Jesus veio salvá-los dessa ira de Deus. Em Gênesis 8.21 se lê: “porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade." Quer dizer, pecado não significa algum descaminho psicológico que um ou outro terapeuta possa vir a curar. Pecado é aquele rumo errado que se pode tomar durante toda uma vida. Esse caminho falho que afasta de Deus. Quem toma um tal trilho errado, encaminha-se para a morte eterna. Já as pessoas que se comprometem com o Evangelho, não precisarão pisar em espinhos pois a Boa Nova lhes deixa claro que Deus as tem no coração, visto que aceitaram a pessoa de Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.

17.8.07

Vida canoa!


Saído de Santa Cruz,
Acomodaram-me em Portela
E depois de sete verões,
em Ibirubá, bati canela.
Foi em sessenta e dois
Que revi minha Santa Cruz.
Tempo menino, adolescente,
Chão duro com réstia de luz.
Em Ivoti sentei num banco.
Vi cidades na grande Poa.
Decidi empedrar meus sonhos.
Sim – eu estava na proa.
Sapiranga e Vila Scharlau,
Lá ia eu - Bairro Primavera.
Ao homem os compromissos,
Já na capital - uma nova era.
Cianorte, Paranavaí e Gaúcha,
Saúde, tempo de correria.
Em Querência e Umuarama,
Vivi momentos de certa alegria.
A Cruz Alta me lançou abanos.
Dei de mim, tudo o que tinha.
Sonhava com mundo novo
E até pensava que vinha.
Quanta garra em Floripa.
Os mais belos anos ali vivi.
Tempos depois, tudo claro:
Como a vela me consumi.
Suspirando, fui ser Munique.
Gente crescida e aculturada
Que linguajava com o corpo:
Leider” – estás só na beirada.
Aqui me encontro – última reta?
Reaprendo a inspirar villa boa.
Quem sabe, no resto da história,
Eu reme adiante - vida canoa.

13.8.07

Feliz dia dos Pais!

Abaixo, a prédica que proferi na noite do Dia dos Pais, por ocasião do Culto de Louvor que celebrei na Paróquia São Mateus de Joinville, às 19.00h. (Renato Luiz Becker)

Convido vocês a, junto comigo, dizermos as palavras do Credo Apostólico...

"Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo dos mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu e está sentado a direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém."

Perceberam? Nós acabamos de confessar que “Jesus... subiu ao céu e que Ele está sentado à direita de Deus, Pai, Todo-Poderoso...” Gente! Eu ouso dizer que para Jesus, o ato de “subir ao céu” foi “chegar em casa” depois de um longo tempo de ausência. Foi um retorno para junto do Seu Pai, depois de 33 anos sem vê-Lo. Sim, depois de ter sentido medo, de ter sido torturado, de ter experimentado o abandono de Deus na cruz, Jesus estava finalmente de volta, encharcado de carinho e envolto na segurança dos braços de seu Pai.

As histórias, as parábolas que Jesus contou sobre o amor que Deus tem para com as pessoas dos tempos do Novo Testamento sempre ainda são muito bonitas. Lembram daquela da “ovelha perdida” escrita em Mateus 18.10-14? Também tem aquela da “dracma, da moeda perdida” também no evangelho de Mateus 15.8-10. Noutro momento Ele contou da alegria, do júbilo que acontece no céu quando uma pecadora ou um pecador se arrepende para, então, retornar à família de Deus (Lucas 15.7.)

Para mim, uma das histórias mais bonitas que Ele contou é, com certeza, aquela do “filho pródigo” que retornou quietinho para casa do pai, depois de ter passado toda sua herança nos “trocos” (Lucas 15.11-32). É emocionante o relato sobre o pai “afogado” em saudades e que, por isso mesmo, abraça o seu garoto quando do retorno à casa. Esta parábola retrata o amor de Deus para consoco. Ela também aponta para a gigantesca saudade que Deus tem das pessoas, das obras primas dos seus dedos (Salmos 8.3). Eu diria que Deus está simplesmente enlouquecido de amor por nós. Ele quer estar junto conosco e sonha com a possibilidade de que também nós tenhamos sentimentos tais como os Dele.

Claro que Jesus não era um filho perdido. Os evangelistas deixam transparecer que Ele nunca se esqueceu do amor do Seu Pai; que Ele, sempre de novo, nas horas mais difíceis de Sua vida, procurava falar com Seu Pai por meio da oração. Todas as pessoas que conviveram com Jesus percebiam o amor, a saudade que Ele tinha do Seu Pai. Sua ascenção, sua volta ao Pai foi, com certeza, um felicíssimo Dia dos Pais.

Pois eu também desejo esta profunda saudade de Deus, este grande anseio de se estar na casa do Pai onde há tantas moradas preparadas para nós (João 14.2). Com e por causa de Jesus, já agora, nós também podemos chamar a Deus de "Abba", de “querido paizinho”. (Romanos 8.15). Paulo, numa de suas cartas, escreveu que Deus é “a origem de cada paternalidade no céu e na terra”. Ora, isso isso significa que Deus é um exemplo de Pai (ou um exemplo de mãe se alguém aqui tem problema com a figura do pai). O amor de Deus nosso Pai é para todas as pessoas; para todas as suas filhas e para todos os seus filhos, sem qualquer restrição. Por isso tudo, feliz Dia dos Pais. Que tal permitirmo-nos abraçar pelas nossas filhas e ou nossos filhos como se fôssemos pequenos “deuses de um Deus maior”? (Título da música cantada pelo coral da UFSC, sob a regência do maestro Acácio Santana). Amém!

8.8.07

Viagem à Rússia VI - 20/07/02 - (sábado)


O sábado amanheceu chuvoso. O programa novamente foi seguido à risca. Trabalhamos diariamente em torno de sete horas seguidas. Quer dizer, nossas atividades eram carregadas de conteúdo. Isso exigia força mental dos participantes. Depois de toda a liturgia (Pistão, Celebração, Café, etc.), chegou a nossa vez de tocar o tema “Crendices”para a frente. Num primeiro momento, penduramos o mapa do Brasil na pareda da sala de reuniões do evento e, a partir dele, fomos falando do povo brasileiro; da imigração alemã, da sua fé e por quê não, também das suas crendices. Todos eram ouvidos. O trabalho e o desgaste que enfrentávamos voltava transformado em prazer. Tudo transcorreu sem muitas novidades.

Ao cabo do dia todas as mulheres tiveram novamente a oportunidade de visitar a sauna. A Valmi ficou lá das 21h e 15min até às 23h e 30min da noite. Já eu fiquei na sala de reuniões conversando com algumas pessoas. Tentaram ensinar-me melodias russas e eu, em contrapartida, melodias brasileiras. No meio disso, brotavam perguntas informais sobre o ensino no Brasil. Ali fiquei sabendo que entre os participantes do Seminário havia cinco professoras universitárias. Também fiquei sabendo que dois dos jovens que ali se destacavam eram engenheiros em fábricas de helicópteros e bombas de guerra. Algumas das pessoas usaram a noite se sábado para preparar o Culto do Domingo de manhã. O Grupo Coral ensaiou músicas até altas horas da noite. Adormecemos ouvindo as mesmas.

6.8.07

Viagem à Rússia V - 19/07/02 - (quinta-feira)


A Valmi dormiu muitíssimo bem, após a sauna da noite anterior. Tudo segue a sua rotina. O som do pistão do pastor Brookmann mostra se despertador confiável. O Culto matutino às margens da lagoa e o café da manhã – tudo sempre dentro do mais rigoroso horário. Às 09h e 45min ouvimos da boca do pastor algo sobre o Antigo Testamento. Já às 10h e 45min foi novamente a nossa vez de trabalharmos os conteúdos sobre “Crendices”. Num determinado momento da minha palestra eu disse que a família gaúcha tem o costume de tomar chimarrão. As pessoas ficam curiosas. Então fiz um para eles experimentarem. As pessoas observavam curiosas o manejo da cuia, da bomba e da erva. Em meio a um sem número de perguntas acabaram explodindo muitos "flasches". Tive o cuidado de explicar tudo com muito cuidado. No final, alguns queriam experimentar da bebida gaudéria. Essa dinâmica aproximou-nos enormemente das pessoas. Agora, elas estavam mais próximas de nós. Ousavam tentar conversar e, para tal, se assessoravam das intérpretes que sempre se mostravam dispostas.

Quando o programa terminou, queriam saber mais sobre chimarrão, sobre os costumes do sul do Brasil. Atendemos a todos com muito carinho. Acharam o costume exótico e então queriam posar conosco para uma sessão de fotografias com a cuia em mãos. Tudo era festa para nós. Tínhamos encontrado um meio de quebrarmos a barreira da comunicação. E viva o chimarrão. Quando eram 13h fomos almoçar.

Às 13h e 30min fui tirar uma soneca. Já a Valmi saiu com as mulheres do grupo rumo às praias do Mar Japonês. O acesso à praia era precário. A atmosfera na beira da praia era triste. A areia era escura e cheia de sujeira. A água era extremamente gelada mas o pessoal não queria saber disso não. Festava nas ondas. A Valmi ficou ali, na beirada, por algum tempo. O sol brilhava intensamente e muitas tomavam banho de sol. As mulheres que nadavam convidavam a Valmi para entrar n'água e isso, repetidamente. Ela resistiu a vários convites mas, por fim, não se fez de rogada e entrou no Oceâno Pacífico. Nadeo por algum tempo na companhia das outras mulheres russas. Quanto mais ela nadava, menos frio sentia. Por fim, estava gostando da experiência.

Quando voltaram para os aposentos onde se realizava o Seminário, convidaram-na a tomar um banho quente na Casa de Sauna. Que privilégio. E, quando eram 16h reiniciamos nosso programa ouvindo o casal de americanos Alan e Kathie. Suas falas estenderam-se até às 19h quando fomos jantar. Às 20h mais História da Igreja Russa com o P. Brookmann. Mais uma vez o dia culminou com o Culto, às 20h e 30min.

OLHA SÓ!