Busque Saber

28.10.11

Gisele Bündchen - exemplo interessante!



Contextualizar-se com o próximo a partir do movimento horizontal e com Deus, a partir do vertical... Isso dá o que pensar! A cruz corresponde ao Mandamento do Amor que Jesus sublinhou como sendo o mandamento mais importanteem Mateus 22.37-39.

Falar de “cura” e de “salvação” é referir-se a Jesus Cristo. Jesus foi intitulado de “Salvador”. Quem lê os Evangelhos percebe Jesus como o sujeito de inúmeras “Histórias de Cura”. Como entendê-las? Penso que Bartimeu, o cego de nascença curado por Jesus, nos ajude nesta empreitada.

Olhemos para nós mesmos: Somos pessoas “cegas” quando estamos no escuro; quando há sombra ao nosso redor. Estamos “cegos” quando não vemos mais a saída. Experimentamos “cegueira”, quando só nos envolvemos com nossos próprios problemas. Estamos “cegados” quando só permitimos que o passado ocupe espaços em nós; quando permitimos que só o “vivido” nos nos importe; quando não damos mais mínima importância para o dia de hoje.

Nessa hora é importante “ver a vida” com outros olhos. Nosso objetivo não é sanar uma deficiência visual, mas oportunizar pessoas à margem, boa reocupação no “centro da roda”; promover chances de sua luz não se esconda mais debaixo da mesa; abrir possibilidades para a saída dos profundos “buracos” da depressão. Sim, estou apontando para um “novo caminho”. Uma nova rota que fica evidenciada na afirmação que se faz sobre Bartimeu: - “Ele seguiu Jesus”!

A cura assim como Jesus a entende é um caminho que leva à re-orientação. Não se trata de tratamento fácil, especialmente quando se faz da doença um vício. São muitas as pessoas que “optam” por “carregar” doenças em suas vidas, porque veem as mesmas como um “peso” mais leve de ser carregado do que a própria existência. Nestes casos, nem sempre pode-se ligar diretamente o “novo caminho” com a cura física ou psicológica, mas própria vontade; com a própria decisão: - Chega! É o suficiente! Eu vou mudar!

Sabe-se que a jovem médica indiana Mary Verghese sofreu um grave acidente, logo após a sua formatura. Ela, paraplégica, “batalhou” muito. Alguns anos depois escreveu um livro com o título “A dádiva da dor” onde diz que “pediu pés a Deus e Este lhe deu asas”. Todo esse sofrimento oportunizou à referida médica a se tornar a mais apta para compreender e se envolver com seus pacientes mutilados e leprosos. Todo esse seu interesse em prol dos mesmos fez com que desenvolvessem melhores métodos de operação cirúrgica. Para muitas pessoas à beira do desespero, os seus métodos acabaram oportunizando cura e salvação.

Aqui lembrei de uma frase dita pela famosa modelo Gisele Bündchen: - “Tudo aquilo que você não se dedica 100%, você acaba se dando mal.” Graças a Deus, Jesus se dedicou de corpo e alma a nós! Sigamos seu exemplo! Vem aí o Advento e é tempo de recomeçar!

25.10.11

A Manipulação de Pessoas!


Estávamos comendo uma porçãozinha de camarão ao bafo no bar do Arante: o Ariovaldo; o Genivaldo e eu. A conversa corria solta. Tempos bons aqueles da nossa Santa Cruz do Sul dos anos 70. Quarenta anos tinham se esvaído em dias e agora estávamos ali, “ministros eclesiásticos”. Papo vai, papo vem, desembocamos no tema “manipulação de pessoas”. Saí dizendo que sim, que era possível “manipular-se” pessoas. Que desconfiava serem muitos os líderes eclesiásticos que articulavam esta “arte”. Deixei-lhes claro minhas dúvidas sobre o assunto quando perguntei:

- Será que a “manipulação” faz bem para quem a “sofre”?

O Ariovaldo logo se fez senhor do assunto se dizendo “manipulador”, mas com emendas: sempre tinha muito cuidado ao “manipular” indivíduos.

Fiquei estupefato. Reagi observando que quem “manipula pessoas” também tem ascendência sobre estas mesmas; que pode “usar” estas “pessoas manipuladas” ao seu bel prazer; que “usando-as”, também se lhes estaria roubando o “livre arbítrio”.

- Calma Renato! – disse o Genivaldo que carinhosamente chamávamos de Gê. Não há necessidade de “manipularem-se pessoas” se estas já fazem aquilo que esperamos que elas façam. Aliás – continuou ele – é interessante notar que a maioria das “pessoas manipuladas” nem se apercebem que estão sendo “usadas”.

Confesso que não conseguia entender direito o rumo da nossa conversa. Meus dois colegas pareciam incrivelmente familiarizados com aquela temática. Mesmo assim argumentei:

- Pô Genivaldo! Uma pessoa sempre fica agressiva logo depois de perceber que está sendo “manipulada”. Só essa constatação já me faz pensar que isso não é bom. O Ariovaldo não se conteve e abriu seu “discurso” como se abre um “jogo de cartas”:

- Isso é verdade. No momento em que uma pessoa descobre que está sendo “manipulada” ela acaba expressando muita raiva, mas isso é administrável...

- Ô Ariovaldo. A raiva é compreensível, visto que toda forma de “domínio” sempre está “fantasiada” de ataque. É óbvia a necessidade do “sopro” de ventos de resistência.

- Sim, Renato! Sei disso, mas note que eu sempre exerço a “manipulação” sobre pessoas que se mostram mais inseguras. É assim que as pessoas mais fortes; mais auto-confiantes; mais seguras de si e em paz consigo mesmas não são tão suscetíveis à “manipulação” que exerço. Isto não quer dizer que não seja possível “manipulá-las”. Para “manipular-se” estas ditas cujas mais “estabilizadas”, há que se ser mais “esperto” e isso, amigão, eu sou. Vocês já devem ter notado. Cada indivíduo carrega pelo menos uma, duas, três ou mais fraquezas em si. Uma destas tais já são suficientes para servirem de “trampolim” no sentido de se encaminhar uma “boa manipulação”.

O Genivaldo não se conteve. Serviu-se de mais dois camarões. Arrematou o momento com um gole de cerveja e se saiu assim:

- Claro que é preciso cuidado ao “manipular-se” pessoas. Entretanto, formas extremas de “manipulação” são como que “parentes” da chantagem. É por isso que esse assunto da “manipulação” precisa ser tratado com cuidado. Cá pra mim tenho uma técnica muito simples de “manipular” indivíduos. Sempre só “manipulo” quem está em “pé de igualdade” comigo na família; no trabalho e ou até nas relações de profunda amizade. Vocês estão “carecas de saber” que os pais estão acima dos filhos; que os patrões estão acima dos seus empregados; que os irmãos mais velhos estão acima dos mais novos e que o “ministro eclesiástico” está, quase sempre, acima dos membros da sua Comunidade... Ora, nestas circunstâncias é fácil exercer-se “manipulação”.

Nesta hora eu pensei em pedir a conta. Sair dali daquele lugar. Deixar meus amigos a sós. Aquilo não podia ser verdade, mas o problema é que era. Mas daí então eu resolvi ficar mais um pouco, enquanto o Ariovaldo falava de suas experiências como “manipulador”:

- Tenho para mim que quem quiser ousar “manipular”, faça-o com pessoas que sejam iguais. Eu só “manipulo” quem esteja no meu nível ou abaixo de mim.

- Me explica melhor isso Ari... (Meus colegas perceberam o espanto retratado nos meus olhos e pareciam se divertir comigo. Mesmo assim continuaram extremamente abertos.)

- Para que uma pessoa faça exatamente o que você espera, diga-lhe o que fazer de forma tão clara que ela não tenha outra saída senão fazer aquilo que você lhe sugeriu. Parece difícil, mas não é. Exemplifico: - Fulano! O que eu gosto em você é a sua honestidade. Quando se diz uma tal palavra para alguém, nesse alguém desperta a necessidade de se comportar do jeito sugerido. A pessoa que acabou de ouvir que nós a “vemos” como “honesta”, se vê “honesta” e, ato contínuo, passa a valorizar esse “juízo de valor”. A partir de então ela vai se esforçar, com “unhas e dentes”, para ser “honesta”; ela fará de tudo, aplicará todas as suas energias no sentido de se tornar uma pessoa cada vez mais “honesta”. Concorda comigo Gê?

- Claro que sim! A primeira coisa a se fazer é descobrir aquilo que você gostaria de “ver” na pessoa que você vai “manipular”. Depois, formular-lhe com muito jeito a “sua convicção”. Deve-se escolher o momento certo para fazê-lo (kairós). A pessoa a ser “manipulada” precisa perceber que você não está caçoando dela, mas que você está falando sério; que você está verdadeiramente interessado nela. Diga-lhe o que precisar ser dito e faça-o com muita convicção. Os resultados virão em seguida.

Os colegas não paravam de “martelar” sobre os seus “sucessos”.

- Sabe Renato, o Genivaldo está certo. Eu até vou mais longe. Também é possível “manipular-se pessoas” fazendo uso da Psicologia Reversa. Quem usa este método não pode logo dizer ao “futuro manipulado” aquilo que “gosta nele”. Há quem defenda a tese que, ao “manipularmos” com base na Psicologia Reversa, devamos expressar o contrário daquilo que verdadeiramente queremos que seja feito; que a pessoa em “manipulação” quererá resistir e não fazer o que estamos pedindo, mas exatamente aquilo que esperamos que ela fizesse, a partir do nosso “desejo escondido”. A primeira vista isso parece lógico, mas não é. Quase sempre é assim que uma “pessoa resistente” até nem queira resistir a uma determinada idéia que esteja sendo posta. Ela quer ir contra, isso sim, à pessoa que colocou a tal idéia “sobre a mesa”. Em casos como estes de nada adianta a Psicologia Reversa. Se uma pessoa não quer fazer aquilo que esperamos dela, aí temos que partir para a “manipulação” propriamente dita.

- Boa Genivaldo! Tenho pra mim que a verdadeira Psicologia Reversa também pode ser descrita de forma diferenciada: Organiza-se uma situação onde a pessoa a ser “manipulada” não tenha outra saída senão fazer exatamente aquilo que se espera dela. Esse método se parece muito com o que já repartimos há pouco. O fato é que a “manipulação” funciona apenas em determinadas circunstâncias. Vou dar outro exemplo para explicar isso que acabei de afirmar. Prestem atenção na ordem que vou proferir: - Atenção! A partir de agora está terminantemente proibido pensar-se em ursos polares. No que é que vocês dois estão pensando? Isso mesmo! Vocês acabaram de se tornar vítimas do sucesso da aplicação da Psicologia Reversa. O princípio é simples. Provoquem um momento em que a pessoa não tenha outra saída senão pensar exatamente naquilo que você deseja que ela pense. Façam isso a partir de “ferramentas”, tais como frases do exemplo de há pouco; pela “impostação da voz” para sublinhar esta ou aquela idéia. Podem crer, sempre dá certo!

- Que coisa! Nunca imaginei isso que vocês acabaram de repartir, assim, com tanta transparência. Isso não seria “auto sujestão”?

O Ariovaldo mal podia esperar a hora de começar a repartir seus pontos de vista sobre este novo assunto:

- Gente, a “auto-sugestão” é uma área muito complexa da Psicologia, mas cá entre nós, quem é que se preocupa com “complexidade”. Tiramos a essência desse saber e usamos esta “ferramenta” de uma forma prática, quando ela nos for útil e acabou a história. Fala-se de “auto-sugestão” quando se induz a própria pessoa a manipular-se. Além da “auto-sugestão” também há a “hetero-sugestão”. Um bom exemplo para “hetero-sugestão” é o “efeito placebo”. Prescreve-se medicamentos para que uma pessoa os ingira e, consequentemente, cure sua doença. A pessoa crê na eficácia e no “poder” desse remédio e, de fato, a cura acontece algum tempo depois. Quer dizer, se induz um tipo de “manipulação” que vem “de fora”; uma “manipulação” que promove o fim desejado: a cura. Concorda Genivaldo?

- Óbvio que sim! Já um exemplo bem conhecido de “auto-sugestão” é a tal profecia que se “auto-realiza”. Há pessoas que temem passar por alguma situação futura. Passa o tempo e elas acabam acontecendo tal e qual foram previstas. A pessoa mesma “cria” os “ingredientes” para que a “profecia” se cumpra. Ela mesma faz a “profecia” acontecer. Isto geralmente acontece assim porque, inconscientemente, as pessoas acabam “fomentando” a realização do próprio temor. Ou seja, as próprias pessoas se “auto-manipulam” de forma involuntária, para chegar ao ponto previsto pela tal profecia que tanto temiam que se concretizasse.

Nesse momento tocou meu telefone celular. Era a Valmi. Tinha chegado visita na José Boiteux. Despedi-me e fui para casa. Não vi o tráfego e nem tampouco se o sinal era verde ou vermelho. Foram vinte quilômetros “embebidos” de “pensamentos estranhos”. Pastores, colegas meus, formados pela mesma Faculdade de Teologia “manipulavam pessoas” das suas Comunidades.

Num dado momento da pequena viagem me lembrei do texto de Mateus 16.17-19 onde se lê: “Jesus afirmou: - Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.”

Estaria Jesus “manipulando” Pedro? Será que os “presbitérios comunitários” também não desenvolviam esta prática? E quanto às lideranças gerais da Igreja. Sim, eu tinha que continuar pensando naquele assunto...

21.10.11

Médicos cura d´almas - Isso é possível I?


A gente experimenta ócio. Daí então “cai” um livro antigo na mão. Folheia-se o dito cujo e lá no meio das palavras se lê: “O homem é incuravelmente religioso”. Você vai concordar comigo que se trata de uma frase interessante – certo? Quem a escreveu? O nome do sujeito é Nikolaj Berdjajew, um filósofo religioso de origem russa. As perguntas continuam “bombardeando”... Será que esse ex-maxista quis se referir à religião como algo ilusório ou doentio, tal como seu compatriota Marx? Pode ser, mas, pelo menos, a nível de Brasil há fortes indícios de que mais e mais pessoas até andam procurando contato com o sagrado.

Sim, as pessoas precisam de “cura e salvação”. Sei que lá nos tempos idos os sacerdotes também eram considerado médicos. Será que nossos atuais “profissionais da saúde” não deveriam ensaiar voltar a sê-lo? Converso com pessoas que precisaram cuidados hospitalares como eu. Eles testemunham de “frieza” na comunicação. Indiretamente me dizem que gostariam que seus “cuidadores” ensaiassem ser curas d´alma durante a consulta. Sublinho, grifo, grito este desejo.

Não, a religião não é uma “doença” da qual se precisa “curar” as pessoas. Pelo contrário! Quanto mais se experimentar confiança a partir da religiosidade, maior será a vontade de se envolver com Deus. A conjugação da fé em Deus com a confiança de que Ele está por perto, sempre promove mais vida equilibrada; mais vidas que não almejam excessos, apenas o suficiente. Ora, a recuperação da saúde passa pelo relacionamento com Deus, sempre passou.

Certa vez um curioso luterano perguntou para um católico praticante: - Escuta aqui ó meu! Porque é que tu fazes o sinal da cruz? Esse teu gesto não tem nada a ver com magia? O sujeito lhe respondeu: - Amigão! Com o movimento horizontal eu me contextualizo com meus próximos. Já com o vertical, me lanço nos braços de Deus. Sim, faço-o meio de forma inconsciente, mas é isso mesmo que te respondi!

20.10.11

A alegria! (1998)

Hoje eu estou completando 26 anos de ordenação ministerial. Nunca esqueço do Culto do dia 20 de outubro de 1985 em Cidade Gaúcha (PR). Lá estavam minha família, meus pais, toda a Comunidade que chamávamos PANOPA e o Pastor Regional Rudi Kich. Para comemorar, relembro uma poesia que escrevi em Florianópolis no ano de 1998. Abraços!


A alegria é um bichicho,
engraçadinho,
entocado dentro do meu peito.
Quase sempre moleque,
serelepe,
a fazer "arte" em mim
As vezes fica escondido,
encolhido,
ensimesmado no canto do coração.

17.10.11

Cadê o diálogo?


O João escreveu o Apocalipse. Adorei seu estilo. Estou copiando. Olha só! Eu vi o último dia. Nele os representantes mais dignos de todas as Religiões e Denominações do mundo estavam sentados numa sala de espera. A sala onde eles esperavam se parecia muito com estas saletas de consultórios médicos que estamos acostumados a visitar. A porta estava trancada. Ao invés de folhearem revistas, as pessoas ilustres liam textos sagrados como a Torá; o Novo Testamento; o Corão.

Volta e meia os leitores levantavam seus olhos sobre os “colegas de espera” e perguntavam-se: - O que é que essa gente almeja? Quem será o primeiro, o segundo e o terceiro a ser atendido? Será que o tempo será sufiente para que todos sejamos atendidos? Será que alguns de nós seremos preteridos?

Este era o espírito naquela Sala de Espera. O silêncio dava a impressão de que todos estavam calmos. O comportamento externo de cada um era pacífico, mas o interno nem tanto, porque cada um via o outro como concorrente; como suspeito. Aí então, depois de um longo tempo, a porta se abre e o Senhor chama indistintamente a todos, de uma só vez, à Sua sala. Deus olha para cada mulher e para cada homem sentados ali à Sua frente e sorri. Depois de sorrir, encara-os com uma pergunta bem simples: - Por que vocês não dialogaram entre si, enquanto esperavam? Vocês dispunham de tanto tempo...

11.10.11

Tema e lema da IECLB - 2012!


O tema e o lema da nossa querida IECLB para 2012 será “Comunidade jovem - Igreja viva - Antes que eu te formasse no ventre, te conheci” (Jeremias 1.5a). Escrevi um pequeno texto para cooperar nesta reflexão... Convido à leitura. Ele é o começo de uma reflexão que, seguramente, vai nos envolver!

Sim, foi um bem-te-vi que me acordou. Da janela, vi o pássaro de ventre amarelo vocalizando o meu amanhecer. Tomar café na confeitaria da “vila”, por que não? Surpresa! A Aline e o Henrique também estavam lá. Fiz o meu pedido à atendente e sentei-me ao lado deles.

- Olá pessoal!
- Oi Pastor! Lemos a sua coluna no jornal – disse a Aline.
- Algum detalhe chamou a atenção de vocês?
- Aqui, olhe Pastor: A IECLB já depende e ainda vai depender muito mais dos jovens que se achegam para trilhar os caminhos de fé.
- Grande Henrique! A base da nossa Igreja é a fé em Jesus Cristo. Nele experimentamos o perdão dos pecados, a vida abundante. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, todos estão convidados a terem acesso à proposta de paz, amor e perdão que vem de Deus.
- Em um dos nossos encontros da Juventude Evangélica, a Aline também já se referiu à nossa Igreja como “viva”, aberta a todos.
- Bom, Henrique, a nossa Igreja é “vibrante” porque tem a Bíblia como fonte, como norma para a vida. Alicerçados nesta verdade abrimos os nossos ouvidos para os recados que a Palavra de Deus traz.
- A Bíblia é “fonte”, é “norma” para a vida. Uaaau!
- É Aline! Quem lê a Palavra de Deus com responsabilidade, desenvolve vida espiritual sadia, cresce em amor pelos outros, encorpa o louvor a Deus. Sim, cabe-nos continuar oportunizando a fé às próximas gerações.
- Estamos nessa, Pastor! A Aline e eu também sonhamos com uma Igreja que se renova enquanto caminha.
- Sei disso! Vocês, como eu, articulam o fortalecimento da IECLB dentro dos grupos em que participam. Ah! Parabéns pelo debate que organizaram no “campus” universitário.
- Que debate! Amei a fala do palestrante: O amor vê o sofrimento dos outros. A Igreja é o lugar onde as pessoas, em meio às suas crises, encontram apoio...
- Certo, Aline! Dialogar sobre os problemas que machucam os fracos, dar timbre de voz aos que não têm – essa é a nossa tarefa!
- Gente! Preciso ir. A gente se vê e se fala.

Fui para casa motivado por bons pensamentos. Aqueles jovens dariam seguimento ao Projeto do amor de Deus, à Igreja – isso era mais do que certo.
Tal como eles, o jovem Jeremias também teve perspectivas de fazer carreira na cidade grande. Quando Deus o convocou para passar uma mensagem mais densa aos povos, Jeremias não se mostrou muito disposto a mudar o rumo da sua vida e disse: “Eu não sei falar. Sou muito jovem!”.

Deus percebe “temor de mudanças” no futuro profeta e diz: “Jeremias! Fica tranquilo. Eu já penso em ti antes do teu nascimento. Não presta atenção nos teus mil medos. Quero que te does ao mundo em prol de “mais vida”. Jeremias ouviu, refletiu e fez a boa opção. Não se fixou no que não sabia fazer, nas críticas que poderia vir a sofrer, mas ousou confiar o “momento novo” a Deus. Agindo assim, não se solidificou, mas se moveu com liberdade, fazendo história.

Já em casa, escrevi um e-mail: Olá Aline! Olá Henrique! A IECLB conta com pessoas para construir um futuro melhor para o nosso mundo. Vocês têm o perfil da “profetisa” e do “profeta” moderno. Idade e cultura não importam. Se Deus chama, o que vale é a fé, o desejo ardente por mudanças. Essas só acontecerão se movermos as nossas mãos a partir de clara reflexão. Topam o desafio? Acomodei-me na cadeira giratória e dei “enter”. Não demorou e o Henrique entrou na rede:

- Oi! O que eu faço para ser profeta?
- Opa! Um “profeta moderno” tem a tarefa de acabar com os preconceitos, destruir o ódio, construir “pontes” e plantar amor, por exemplo.
- Como faço isso?
- Se você fosse menino, convidaria o seu vizinho mais pobre para brincar. Se fosse parente da pessoa que, depois da briga por causa da herança, decidiu não trocar mais uma palavra que seja com os seus familiares, escreveria um cartão de aniversário. Se percebesse vizinhos recém-chegados, os convidaria para uma xícara de chá. Se fosse pai, doaria tempo e levaria os seus filhos a sério. É isso aí!
- Interessante! Podemos falar mais tarde?
- Beleza!

A vida seguia em frente. Lá longe, o bem-te-vi ainda cantava: Bem-te-vi!

8.10.11

Grande José!


Lembram do José? Do marido da Maria que viveu momentos difíceis antes do seu casamento? O casal tinha combinado abstenção sexual durante o namoro e o noivado. Maria quebrou o trato. Que loucura! Ela lhe falou dum Anjo e duma gravidez estranha. Só faltava essa! Anjos não tinham coisas mais importantes a fazer do que “visitar” jovens mulheres na terra? Anjos não eram assexuados? Anjos eternizavam gerações através do sexo? Não! Aquele tal Anjo não podia ser o pai da criança plantada no útero da sua Maria. Ah sim! Ela dissera o nome do gerador: Espírito Santo. Não podia ser! Até então Deus só falara com profetas. Que história era aquela? Comunicar-se com a humanidade, justamente através da barriga da sua futura esposa? Isso não tinha cabimento! E se o povo ficasse sabendo daquela gravidez extraconjugal? Os amigos fariam piadinhas do tipo: - Nenezinho prematuro esse – hein José! Os parentes iriam franzir a testa e, certamente, sugerir que ele denunciasse Maria às autoridades competentes. O problema é que daí ela seria apedrejada. Não, ele não seria tão radical. Opa! Ele poderia se separar da Maria, pois Moisés tinha permitido dar “carta de divórcio” em casos de infidelidade. Sim, ele iria “dormir uma noite” para pensar melhor no que fazer...

José sonha: - Não temas receber Maria como tua mulher. O que o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Incrível! O tal Anjo lhe sugere que vá ao encontro da amada. José está confuso. Deus quer fazer acontecer Sua obra salvadora a partir das “entranhas” daquela que ele tanto ama. Sem essa! Estava tudo acabado! Fazer o quê? Denunciar Maria aos poderes constituídos? Não! Dar “carta de divórcio”? Não! Ela não merecia administrar aquela “vergonha”. Ele, sim, ele assumiria a “vergonha” da Maria “sumindo do mapa”. A Maria que seguisse o seu próprio caminho. Ninguém sabia que a criança não era dele. O momento é difícil, mas Deus se inclina para José e lhe explica o milagre. José entende que o Salvador nascerá do útero da sua amada. José percebe que a sua Maria carrega o fruto do Espírito Santo em si e adota, assume o Menino. José torna-se o pai de direito do Menino Deus. As dúvidas referentes à sua Maria eram infundadas. Se Deus tinha criado o céu e a terra, Ele também seria capaz de gerar um Filho daquela forma.

Sobre o José? Ora, Deus o viu homem temente, sensível à Sua Mensagem. Maria o vivenciou companheiro, amoroso e cuidadoso. Jesus o vivenciou pai, presenteador de segurança em meio às crises que a vida propõe. Viva o José!

Maria, você engravidou?


Coloquemo-nos na “pele” da Maria. Ela era uma moça centrada em Deus, mas também um tanto inexperiente. Ela era oriunda de boa família e, por isso mesmo, noiva de um homem maduro que exercia a profissão marceneiro, ali pelas redondezas. O seu futuro era seguro. Estava escrito que ela viveria todos os seus dias numa cidadezinha pacata do interior. De repente, muda a história. Um Anjo lhe propõe tarefa dificílima: Ela deve gerar uma Criança e isso, sem ter tido relação sexual com homem algum. O Gerador da criança que ela vai carregar no útero será o Espírito Santo e o Menino que ela vier a dar à luz será ninguém menos do que o Filho de Deus.

Quem é que acreditará nesta história? Será que o José “engoliria” suas explicações? Maria é mulher simples e não faz perguntas complicadas. Não sofre por antecedência. Ela só quer saber como isto tudo vai acontecer. Depois que o Anjo lhe explica o “projeto” nos mínimos detalhes, ela reage dizendo de forma espontânea: - Aconteça como você me disse. Será que Maria recebeu alguma ajuda para tomar esta decisão? Não! A única informação que ela obteve foi que sua parenta também estava grávida. Interessante isso! Só depois que o Menino nasceu e que ela, conforme exigia a tradição judaica, O apresentou no templo, foi que Simeão e a profetisa Ana falaram sobre o futuro que esperava aquele Menino.

Com o seu “sim” ao Filho de Deus, Maria tomou uma decisão contra a normalidade de uma vida feliz e pacata. Ela não sabia quanto medo e quanta dor ainda viria sofrer. Estas tais dificuldades já têm seu início no momento em que precisa fugir para o Egito junto com seu esposo José. Estas tais crises só culminam com a morte de seu Filho na cruz. O fato é que Maria se decidiu a viver uma vida comprometida com Deus. O que será que teria acontecido se ela tivesse reagido com um “não” a Deus?

Quantas e quantas vezes por dia, mulheres e homens são procuradas; procurados no nosso meio? Pessoas que estejam dispostas a viver uma vida inteiramente compromissada com o Pai dos Céus? Qual o tamanho da fé que uma pessoa precisa ter para comprometer sua vida no “Projeto de Amor” que Deus tem para com a humanidade? Maria é o exemplo de uma pessoa que se decidiu caminhar com Deus até as últimas consequências. O que hoje nós sabemos dela, ela, naqueles tempos, só podia se imaginar. O fato é que Deus estava com ela. Foi nesta palavra que ela se segurou. Mas, e José? O que será que passou pela sua cabeça naqueles dias?

5.10.11

Louvor e Compromisso!


Essa será a minha pregação nos Cultos do dia 09 de outubro de 2011. Boa leitura!

O profeta Isaías fez lindas profecias. Já estamos vivendo os maravilhosos tempos previstos pelo profeta. Alegremo-nos e cantemos louvores a Deus porque já podemos experimentar a Sua bondosa mão sobre as nossas cabeças...

Em Isaías 25.6 se lê: “No monte Sião, o Senhor Todo-Poderoso vai dar um banquete para todos os povos do mundo; nele haverá as melhores comidas e os vinhos mais finos.” O Reino de Deus é com uma Grande Festa. Deus quer nos satisfazer e é por isso que Ele nos convida para bebermos bebida deliciosa; alimentarmo-nos com alimentos saborosos – tudo de primeira qualidade. Sim, Deus nos quer festejar conosco; quer comunhão conosco; quer nos presentear com felicidade pessoal e comunitária. Lembram do primeiro milagre que Jesus fez quando transformou água em vinho? Lembram do relato da Criação de Deus em Gênesis? Quando o nosso Deus cria “algo” esse “algo” sempre é da melhor qualidade. A obra de Deus é perfeita e nós, os não judeus, também temos espaço nela porque Jesus Cristo nos oportunizou o mesmo.

Em Isaías 25.7 se lê: “Deus acabará com a nuvem de tristeza e de choro que cobre todas as nações” Lembram do nosso tempo de crianças? Colocávamos um cobertor sobre as nossas cabeças e brincávamos de “fantasma”. Mesmo cobertos, sempre ainda víamos um pouquinho de claridade e escuridão, mas todos os detalhes não. São muitos os que carregam apenas uma “idéia religiosa” de Deus em si. Esse povo “sente” que não pode entender o mundo apenas com os cinco sentidos. Essas “nações” desconfiam que existe Alguém Maior a governar o mundo. Essas pessoas têm uma vaga percepção da Luz que é verdade sobre o tal “cobertor”. Sim, a maioria das pessoas só tem uma idéia parcial de Deus. Alegremo-nos! Foi Jesus quem nos ajudou a tirar o “cobertor” que cobria nossas cabeças. Foi Deus quem nos possibilitou que O reconhecêssemos como o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo; como o Deus que bem poderia nos condenar à morte por causa dos nossos pecados, mas que deixou esta idéia de lado; que investiu em nós, a partir da morte e da ressurreição de Seu filho amado.

Em Isaías 25.8 se lê: “O Senhor Deus acabará para sempre com a morte. Ele enxugará as lágrimas dos olhos de todos e fará desaparecer do mundo inteiro a vergonha que o seu povo está passando. O Senhor falou”. Gente querida! Isso já e verdade! Jesus Cristo “matou” a morte com Sua ressurreição (1 Coríntios 15.54). Nós fomos presenteados por Deus com a vida eterna. É em vista disso que podemos suportar as imperfeições; as doenças e os sofrimentos deste mundo. Sim, Deus vai enxugar todas as nossas lágrimas, aliás já está enxugando. Deus ouve as nossas orações! Claro que aqui e ali ainda há alguma razão para se chorar, mas temos a promessa de que Deus não vai nos sobrecarregar além das nossas forças. É só no “Novo Céu e na Nova Terra” que as nossas últimas lágrimas são secas.

Em Isaías 25.9 se lê: “Naquele dia, todos dirão: — Ele é o nosso Deus. Nós pusemos a nossa esperança nele, e ele nos salvou. Ele é o Senhor, e nós confiamos nele. Vamos cantar e nos alegrar porque ele nos socorreu.” É feliz quem pode dar glórias a Deus com cânticos de louvor e de gratidão. Somos participantes da glória de Deus e por isso: adoremos e louvemos ao Senhor!

Quem leva a Palavra de Deus a sério percebe que glorificar a Deus é mais do que só fazer e cantar boa música. O louvor a Deus também é uma confissão. Quem diz: Este é o nosso Deus, Jesus, que morreu por nós e depois ressuscitou; este é o Filho de Deus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus; este é Aquele que deu acesso ao Pai; este é Aquele que me presenteou com a salvação dos pecados; este é o meu Salvador; este é o nosso Redentor, está louvando, glorificando a Deus. É esta a confissão que deve ser o conteúdo permanente do nosso louvor. Quem louva sem compromisso está desconectado de Deus; que faz uma confissão sem louvor demonstra secura; teoria; filosofia; teologia pela teologia. Adoração sem ensino; sem conteúdo, sem qualquer declaração de comprometimento, não passa de música de entretenimento. A nossa música pode ser leve e alegre, mas sempre estará ligada à confissão: “Este é o nosso Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, por meio do Qual a morte foi derrotada.” Amém!

3.10.11

Fitoterapia x Apocalipse!


Humm... “Travamos” em Apocalipse 22.2b onde se lê: “...e as folhas da árvore são para a cura dos povos”. Alguém reagiu: - Ué! Haverá doenças no “Novo Céu e na Nova Terra”? Pra que “Fitoterapia”?

Não, as tais “folhas” não são para corrigir males, uma vez que a “desobediência a Deus” já é coisa do passado na “Cidade Santa”. As tais “folhas” servem apenas para que os “moradores” (judeus e não judeus) do “Reino de Deus” desfrutem plena “saúde física e espiritual”. Isso mesmo! O autor de Apocalipse não entende a “salvação” apenas para um “punhado” de pessoas.

Ah a Fitoterapia! Em 2012, vigorará uma lei que oportunizará a produção de remédios medicinais a baixíssimo custo em Joinville. Pesquisou-se 482 agricultores na nossa região. Descobriu-se que 96% deles já utilizavam plantas para tratar da saúde; que 91% obtiveram o resultado esperado com esse tratamento; que 93% gostariam que os médicos que atendem nos Postos de Saúde prescrevessem plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos aos pacientes.

Não deu outra! A Câmara dos Vereadores aprovou a lei. O prefeito já a assinou. Agora é investir na vida; enfocar o indivíduo e não a doença; implantar a primeira “Escola de Saúde” com suas 800 vagas; aprender o uso dos produtos naturais e das ervas medicinais na prevenção, na cura de doenças e na melhor qualidade de vida.

Sim, por aqui já se experimentará um “pequeno sinal” do que será “bem-viver” na esperada “Nova Jerusalém”.

30.9.11

O medo, a coragem e as mudanças!


Aqui e ali, converso com pessoas ligadas à nossa Comunidade. Outro dia dei atenção a uma senhora que continuava investindo suas forças no sentido de se acostumar com o estilo de vida da nossa cidade. Na nossa despedida ela se saiu assim: - Muito obrigada pelo seu cuidado para comigo! Não mude o seu jeito de ser.

Volta e meia se ouve uma palavra assim. Vamos combinar que o desejo desta senhora em relação a mim foi querido. Claro que foi! Agora, se nós não mudássemos o nosso jeito de ser, “estacionaríamos no tempo”; nos “solidificaríamos na história”. É assim que todas as mudanças que acontecem conosco; que todas as nossas experiências cooperam para o nosso amadurecimento; para o nosso “crescimento” para dentro da Terceira Idade. Se permanecêssemos sempre os mesmos, isso nos seria uma tragédia. Minha avó sempre dizia: - Um ramo verde a gente dobra com facilidade, já um galho seco é rígido. Se lhe aplicarmos um pouco de pressão ele logo se quebra. Quanta sabedoria!

Mudanças pessoais sempre são necessárias. Mesmo assim, muitos não querem mudar. Esse pessoal espera que os outros mudem. Mudar de emprego, de casa, de visual sempre é um bom exercício e até são muitos os que o praticam. Agora, mudar a si mesmo, essa é uma atitude um tanto mais difícil. Os terapeutas sustentam que, em alguns casos, as pessoas até têm a intenção de mudar, quando querem se libertar de algum peso como ansiedade e ou depressão. Problemas esses que sempre geram perda de controle; que sempre promovem pensamentos estranhos; que sempre oportunizam a desestabilização. Livrar-se de situações que provocam dor – quem não quer isso? Mas daí então, livrados do “mal”, como mudar o resto? Como vir a ser uma pessoa diferente sem o uso de alguma negação?

Ninguém consegue se “auto-esculpir” numa nova pessoa. As mudanças sempre vão acontecendo. Daí que levar esse fato em conta; envolver-se com tudo o que acontece à nossa volta é comportamento excelente. Mesmo que eu conseguisse me “formatar” num novo “design” eu teria pelo menos um problema: Como seguir adiante? Como continuar desenvolvendo meus planos? Como alcançar meus objetivos? Será que eles seriam mesmo os meus planos e os meus objetivos? Não seriam eles os planos e os objetivos dos meus pais; da minha parceira; dos meus pares; da publicidade que acabou de fazer “casa” em mim? Será que os planos e objetivos que eu persigo se ajustam ao meu jeito de ser? Luto em prol deles como se eles fossem uma espécie de “canga” que pesa e machuca meu pescoço? Será que não estou gastando muito das minhas energias; perdendo meu fôlego na tentativa de parecer maior do que realmente sou?

Os cristãos esperam que o Espírito de Deus lhes preencha; mova-lhes; promova-lhes mudanças; influencie-lhes. Para tal eles buscam orientação em Jesus Cristo. O apóstolo Paulo formulou esta máxima com maestria quando escreveu: “... Estamos sendo transformados na imagem de Deus de glória em glória pelo Espírito do Senhor!” (2 Coríntios 3.18b) Penso que não precise expressar que isso não significa que, a partir de agora, vamos ter que caminhar com o tipo de sandálias com as quais Jesus caminhava; que passaremos a usar barba comprida como as belas pinturas da Idade Média testemunham que os profetas usavam. Pelo contrário: nós passaremos a viver conforme a vontade de Deus; nós tentaremos nos enraizar no amor de Deus.

As mudanças, muitas vezes, não são e nem podem ser planejadas. Muitas vezes elas também nem se encaixam no contexto que estamos vivendo, mesmo se Deus esteja por detrás delas. Aqui pensei em Moisés e em Jeremias. Homens que, chamados por Deus para uma obra bem específica, sentiram medo... Mas isso já é outro assunto.

23.9.11

Não diga não! (Jeremias 1.5a)


O trânsito fluía lento. Os motoristas se mostravam inquietos. No meio do caos eu ouvia música. Já em casa, sentei-me no sofá para relaxar. No que eu estiquei as pernas, não deu outra: tocou o telefone...

- Alô!
- Oi pastor! É a Êlla. O senhor pode falar?
- Claro Êlla! Fale!
- O nosso pessoal quer conversar com o senhor.
- Qual é o assunto?
- É sobre o “chamado” que Deus faz para uns e outros. O senhor está lembrado do Arthur?
- Sim, aquele moço lá da zona sul da cidade.
- Isso! Ele compartilhou conosco que “ouviu” o “chamado de Deus” para “evangelizar no Morro Santa Vitória”! Temos muitas dúvidas sobre esse tema e precisamos da sua ajuda.
- Êlla! Avise o pessoal que a gente se encontra no sábado. Pede que leiam os dois primeiros capítulos do livro de Jeremias...
- Valeu pastor! O nosso encontro será às 20h. Legal que o senhor pode vir. Abraços!
- Tchau Êlla!

Sentei-me... Pensei no Arthur, no moço tímido da família Schweitzer. Lembrei-me então que o jovem Jeremias se entendia incapaz; inexperiente para desenvolver a “tarefa” que Deus lhe sugeria. Sim, Jeremias não se via como um bom orador para assumir tal “função”. Já o Arthur sim. Será que sim!? Será que não!?

Inquietei-me. Levantei do sofá e fui hibernar no gabinete. Sempre carreguei o sentimento de que não me cabe articular qualquer “plano” particular e, então, simplesmente partir para ação, como se Deus, somente Deus, tivesse sido o Sujeito da tal idéia. Folheei a Bíblia durante algum tempo. Paulo sugeriu aos cristãos de sua época que “Deus já nos escolhe no ventre da nossa mãe” para determinada tarefa (Gálatas 1.15-16). Essa informação sublinhava o conteúdo bíblico que eu iria trabalhar com a turma dos jovens. Deus já tinha escolhido Jeremias para engrandecer a Sua obra e isso, antes Dele ter nascido. Deus iria desenvolver Sua Proposta de Vida na pessoa de Jeremias, mesmo que ele se sentisse “incompetente”.

E quanto ao jovem Arthur? Ele tinha tido a “visão” de subir o morro Santa Vitória para “evangelizar”. O que será que ele entendia por “evangelização”? Meus olhos pousaram novamente no texto bíblico. Quando Deus dá uma “ordem” para alguém, esta “ordem” sempre se faz acompanhar de uma “promessa” (Jeremias 1.7-8). O jovem Jeremias poderia contar com a presença; com a proximidade de Deus, acontecesse o que acontecesse. Será que o Arthur desfrutava de tal “segurança”? Como o Arthur resolveria o problema da timidez no contato com as pessoas? Deus assessorou Jeremias (Jeremias 1.9). Será que o Arthur também seria assessorado?

Anoiteceu. Sentei novamente no sofá. Reli os 52 capítulos do livro de Jeremias. Sim, Deus escolheu o homem certo. Ele, durante 50 anos, falou com segurança, sempre alicerçado numa profunda reflexão. Isso, no entanto, lhe pesou sobre os ombros. Por quê? Ora, ele precisava “dizer” a vontade de Deus com extrema clareza às pessoas de sua época. Os historiadores são unânimes: O povo ao qual Jeremias foi enviado era extremamente “duro” de tratar. Aquela gente não gostava de ouvir as verdades nuas e cruas que brotavam da boca do “escolhido” de Deus. Elas faziam pressão constante contra Jeremias que, por causa disso, sempre corria risco de morte. E não era só isso que pesava sobre os ombros do profeta. Deus também o tinha incumbido de escrever suas experiências para que as gerações vindouras pudessem usufruir de bons aprendizados.

O relógio do sino da Igreja bateu 11 vezes. Era tarde da noite. Comecei a examinar meu “coração”. Também sou profeta. Claro que não sofro as agruras que Jeremias sofreu. Os tempos são outros. Mesmo assim, muitos não me entendem. Apesar do meu esforço. Aqui e ali ouço críticas que exercem pressão sobre mim. Coisa boa poder se apoiar na palavra de Deus: - Eu sou contigo! (Jeremias 1.8). Fui deitar. Demorei a dormir. Será que o Arthur tinha consciência do que lhe esperava?

Amanheceu. Malhei. Tomei café e dei andamento ao dia-a-dia da minha Paróquia. Lá pelas onze horas da manhã, escrevi um e-mail para a Êlla...

Oi Êlla! Nossa reunião não me sai da cabeça. Penso muito no “chamado” de Deus que o Arthur diz ter recebido. Hoje, poucas pessoas se engajam nas propostas de “agrandamento” do Reino de Deus. Uns se dizem muito jovens; outros muito velhos; terceiros dizem que lhes falta dinheiro; quartos afirmam dificuldades com a voz e assim por diante. Sabe Êlla! Creio que onde existe amor a Deus, ali também está a solução dos “probleminhas”. Carrego a impressão que parece ser este o sentimento que permeia a vida do Arthur. Concordas comigo?

A resposta da Êlla veio em 15minutos: - Oi pastor! Li com muita atenção os dois primeiros capítulos do livro que o senhor sugeriu. Parece que a “evangelização” não depende muito de se falar com eloquência ou não – isso Deus resolve. Ele sabe exatamente o que conseguimos fazer bem. Ele, com o tempo, mostra como melhor fazê-lo. Que tal? Evangelizar, missionar e diaconar – tudo tem a ver com o engrandecimento do Reino de Deus. Será que a gente não poderia se colocar ao lado do Arthur e, assim, juntos, assumirmos a “construção” de alguma “idéia cristã” geradora de mais vida no Morro Santa Vitória? Pensei em fazer esta proposta ao grupo hoje à noite. Como o senhor vê isso?

A noite prometia. A turma foi se chegando um pouco antes das 20h. Sentamo-nos em roda no salão do sótão. Coisa boa trabalhar com jovens que não resumem suas atividades apenas em festas e brincadeiras. Oramos e, de repente, a palavra estava comigo... Em Jeremias 2.13 se lê: “O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água.”

Vivemos momentos complicados. De modo geral a sociedade se enclausura; se encastela, desenvolve uma espécie de “ensimesmamento” pessoal; familiar e comunitário. Poucos fomentam “sinais de vida” no meio dos “sinais de morte”. Poucos buscam a Palavra de Deus para dar sentido à sua vida. A maioria prefere “alimentar-se” de informações que nada tem a ver com as propostas de Deus. Ora, podemos interferir. Martim Lutero disse que “a fé é a luz que ilumina quando o entendimento perde sua visão”. Proponho debatermos esse conteúdo que reparti. E então?... Arthur!... Levantaste a mão. Queres te manifestar?

- Pastor! Tenho assistido suas pregações. Também tenho lido seu blog. O senhor sempre desafia quem o lê a “escrever a história, não apenas sofrê-la”. Sou formado em Educação Física e nos últimos dias me senti chamado por Deus a fazer diferença no Morro Santa Vitória. O que o senhor me diz disso?

- Arthur! Então você quer repartir os seus dons e talentos no Morro, junto ao povo empobrecido!
- Isso mesmo Pastor. Eu já tinha repartido esta idéia com o grupo. A Êlla e eu conversamos muito.
- É pastor. Na realidade o Arthur não só conversa comigo, mas com todo o pessoal.

O Júlio não se conteve e puxou palmas para a Êlla e para o Arthur. A algazarra foi geral. Todos já desconfiavam que aquela relação já se mostrava mais como namoro. Participei da brincadeira e, logo depois, re-encaminhei o diálogo.

- Pessoal! O profeta Jeremias foi um típico jovem da classe média dos nossos dias. Se vivesse numa grande cidade, certamente estaria estudando numa das nossas Universidades. Sua rotina era igual a de qualquer jovem da nossa turma. Tudo corria normal até o dia em que Deus o “atingiu”. A partir desse momento ele começou a viver uma “revolução interior” que logo “explodiu” exteriormente.

A Êlla queria se manifestar e oportunizei-lhe a palavra:

- Entendo que quando alguém está a serviço de Deus, está a serviço e ponto. Não há como fazer diferente. Todos os caminhos conduzem ao determinado objetivo que Deus apontou para ser buscado. Os impedimentos acabarão sendo todos transpostos. Pessoas tocadas pelos dedos de Deus, não podem ser caladas. Quando, por um ou outro motivo, são amordaçadas, acabam morrendo de tristeza e insatisfação.

- Certo Êlla!

O Arthur e a Êlla entenderam a Palavra de Deus. Não sou mais seu pastor. Sei que seu trabalho vai “de vento em popa”. Mais de cinquenta pessoas voluntárias atuam no projeto que articulam (advogados; professoras; médicos; engenheiros; enfermeiras...).

Ora, Deus “plantou” Suas palavras na boca de Jeremias; “plantou” Sua força no corpo do profeta. Ele também “sonha” plantar Suas Palavras e Sua força nas nossas vidas. Que pena! Falamos demais de Deus; demais da nossa fé; demais nos Cultos. Agimos dessa forma porque ela é forma comum. Sobre o significado dessas falas, pouco nos preocupamos. Jeremias nunca mais calou sua boca, depois de experimentar o poder de Deus em sua vida. Trabalhou empenhando sua juventude e sua terceira idade num projeto de amor que visava a “vida integral” do seu povo. Dedicou sua vida em prol da luta pela experimentação da felicidade coletiva do mesmo. Negou-se a pregar um Deus com sotaque individualista. Para tal, contextualizou-se dentro do mundo, entre os que não queriam que Deus fosse Deus. Experimentou sofrimento, mas venceu. Lutou pela justiça, pela paz e pela integridade da criação. Circulou pela cidade sofrendo seus problemas na carne. Buscou soluções para as dificuldades vividas pelas gentes, sem se esquecer de enfatizar a conversão dos maus caminhos. Jeremias venceu.

Cadê você? A gente se vê, a gente se fala...

19.9.11

Água doce - água viva!


Em 2011 a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) decidiu refletir o tema “Paz na Criação de Deus - Esperança e Compromisso” e o tema “Glória a Deus e Paz na Terra” (Lucas 2.14). Em março deste ano, o Grupo da Legião Evangélica da Paróquia São Mateus (LELUT), composto de treze homens (todos na faixa de 60 a 80 anos de idade) passou a estudar este assunto. Os primeiros dois capítulos de Gênesis nos fizeram entender que o “Jardim do Éden” (Jardim da Felicidade) foi criado por Deus com “doçura” e “fertilidade”; que Deus fez sair desse “jardim” a água que agoa o mundo e que, hoje, infelizmente, este “jardim” tem suas portas fechadas. Nós, no entanto, desejamos retornar às nossas origens. Foi por isso que “mergulhamos” no assunto.

Aprendemos que a água doce pode “sequestrar” tanto ou mais gás carbônico do que as florestas, ou seja, que ela contribui para o controle das mudanças climáticas; que o Brasil é dono de 11% de toda a água doce do planeta e que, por isso, nossa nação está sendo considerada a “potência hídrica” do século 21; que a água escondida no nosso chão é um “tesouro”, um “grande bem”, que está sendo desperdiçado por culpa do consumo inconsciente da nossa população e pela falta de infra-estrutura que nosso Governo disponibiliza para gerir este recurso.

Vimos que se conseguíssemos concentrar toda água doce existente no mundo numa laranja, então esta água corresponderia a uma gota. Assustamo-nos com alguns números: um habitante da Alemanha, por exemplo, consome, em média, 130 litros d’água por dia; um morador dos EUA consome 382 litros diários; já um paulista consome 189 litros. Assim concluímos que se quisermos cuidar da água do planeta, precisaremos ter atitude: reusarmos nossa água; captarmos água da chuva para aproveitamento da mesma em fins não potáveis; contribuirmos com o meio ambiente, disseminando, por meio da prestação de serviços e testemunhos o seu uso consciente.

Ao cabo de algum tempo decidimos fazer algo prático, no sentido de poupar água; de ajudar a natureza. Decidimos então criar uma “ESTAÇÃO ECOLÓGICA PARA CAPTAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA”. Colocamos a mão na massa. A chuva fina não teve força para apagar a nossa vontade de agir. A primeira manhã e a tarde terça-feira foram ocupadas com a manufatura da “caixaria”. Quando foi quarta-feira pela manhã, o sol ainda continuava escondido e a chuva persistia. Mesmo assim se deu “duro”: Misturamos mais de dez carrinhos de brita; de areia e muitos sacos de cimento – tudo na mão. A quinta-feira testemunhou mais esforço. Colocamos o “monstro cinza” na sua “cama” e fizemos todas as instalações hidráulicas. Aí damos tempo ao tempo. Hoje está tudo pronto. O fato é que os aposentados da LELUT contribuíram com os dinheiros de suas aposentadorias; doaram dos seus serviços e, hoje, a referida “estação” já está em uso. Todas as calçadas da nossa Paróquia São Mateus já são sendo lavadas com esta água coletada de uma das “águas” do nosso telhado.

Inauguramos a mesma no nosso Culto do dia 18 de setembro, 09h da manhã. No início todos os homens trouxeram as ferramentas usadas no serviço e as depositaram sobre o altar. Havia muitas irmãs e irmãos presentes no Culto. A prédica versou sobre a “água”. No final aconteceram algumas falas: O presidente do Sínodo Norte Catarinense (SNC), sr. Elemer Kroeger animou-nos a divulgar este testemunho, fruto palpável da reflexão proposta pela IECLB. O Sr. Ivo Ritzmann, representante da Diretoria da Comunidade Evangélica Luterana de Joinville – UP (CEJ-UP) nos parabenizou pelo projeto. A presidenta da Paróquia São Mateus, sra. Sandra Meier, ressaltou a importância desta obra dentro do nosso contexto mundial. Havia brilho nos olhos da Comunidade reunida – sementes de esperança brotando...

Saímos da Igreja e fomos receber a bênção ao lado da referida “Estação Ecológica”. Dali fomos enviados aos nossos lares para celebrarmos a vida, nunca nos esquecendo do mandado de Deus: Somos “administradores” da Sua obra neste mundo; obra esta que carece de continuar sendo criada; cuidada; querida!... Que Deus nos abençoe!

17.9.11

Profeta Jeremias - um operário de Deus!


Ontem à noite, depois de assistir o Jornal na TV, fui visitar o Nestor. Para surpresa minha, ele estava assando um churrasco. Que cheirinho gostoso. Confesso que lutei muito com a água que brotava na minha boca. Foram bons os momentos de comunhão. Depois de tudo sentamos no sofá. Nosso diálogo foi excelente.

- Sabe pastor! O Brasil se prepara para a Copa do Mundo de 2014. Os Canteiros de Obras começam a se multiplicar em todo o país. Quanta transformação já estamos experimentando!

- Verdade Nestor! Crateras estão sendo cavadas. Pontes e viadutos estão sendo edificados. Terrenos estão sendo aplainados e aterrados. Árvores estão sendo cortadas e outras plantadas. Tem muita gente dando “duro” na construção civil. É que tudo precisa contribuir para a beleza da Festa que se aproxima.

- Ainda ontem eu estava conversando com a Édina. Faltam três anos para deixar tudo pronto. Até lá esse nosso povo vai precisar trabalhar arduamente, demolindo; escavando; quebrando; dinamitando; consertando; corrigindo; plantando...

Nossa conversa foi quebrada pela minha esposa, a Valmi, que apontou para o relógio. Já passava das 23h. Despedimo-nos e fomos para casa. Antes de deitar, ainda dediquei alguns minutos para refletir sobre o texto de Jeremias 1.1-5 onde se lê sobre um “construtor” muito jovem que foi “requerido” por Deus para “construir” uma “obra” que encaminhasse a um futuro melhor. Sim, essa conversa com o Nestor e sua esposa seria uma boa idéia para perseguir na elaboração do meu texto...

- Valmi! Podes vir aqui no meu gabinete um instantinho?

- Oi! O que é?

- Escuta isso: Jeremias recebeu o “mandado de Deus” para arrancar o egoísmo do coração humano; para derrubar os muros de hostilidade que separam as nações; para destruir a injustiça e a corrupção dos governantes da sua época; para acabar com as diferenças existentes entre os ricos e os pobres; para construir a paz e justiça em seu país; para plantar o amor no coração das pessoas.

- Marido! Com certeza isso não foi tarefa fácil pra ele.

- Não foi não! O Jeremias fez fez de tudo para cair fora do tal “projeto”. Argumentou que era muito jovem para esse trabalho; que não era bom de discurso e que, por isso, minguém o levaria a sério. Que queria mesmo era ficar de fora, só assistindo...

- E Deus aceitou seu desejo?

- Claro que não Valmi! Deus lhe disse: - Jeremias, tu tens capacidade para fazê-lo. Vamos! Te “reveste” de coragem e assume esta tarefa porque Eu vou te ajudar!

- Interessante!... Lamento Renato. Estou cansada e não posso te ajudar no momento. Vou me deixar surpreender pela tua prédica no domingo. Já vi que estás bem aceso. Eu vou dormir. Boa noite...

A Valmi sumiu pela porta. Já eu me deixei levar pela reflexão. Jeremias ouviu a Palavra de Deus e reagiu. Começou a trabalhar com paixão. Por um lado, lamentou a injustiça que grassava em seu país, mas, por outro, lutou contra a opressão que o governo fazia sobre o seu povo; denunciou a falta de compromisso com Deus e, junto, consolou a sua gente. Sim, Jeremias entendeu que Deus não o deixaria só; que Deus iria fazer acontecer um “novo tempo”; que Deus iria mudar toda aquela conjuntura e que isso seria para já!

Acomodei-me na minha cadeira giratória e soltei meus pensamentos. Mudar o mundo... Que “projeto de vida” esse do Jeremias. Não, isso não foi uma tarefa fácil como bem tinha sugerido a Valmi. As verdades que ele precisava dizer nunca eram bem aceitas pelos que as ouviam. O que Jeremias tinha a dizer machucava os ouvidos de muitos conterrâneos que se sentiam ofendidos; desinstalados até com aqueles verbos. Vai daí que suas palavras duras faziam com que os “tocados” reagissem com ridicularizações; com gozações e até com peseguições. O fato é que Jeremias não arredou o pé. Continuou a sua “obra” movido pela “força” oriunda da sua crença. Em algum momento haveria de acontecer um mundo melhor para se viver - pensava.

Foi nesse instante que a Irma entrou no MSN....

- Oi Renato! Ainda acordado?

- Sim Irma! Trabalhando o texto que vou apresentar por ocasião do nosso encontro da Missão entre Universitários amanhã à noite. Vou falar sobre Jeremias, o moço que Deus separou desde o ventre de sua mãe para um “servicinho” especial...

- Legal! Não quero te atrapalhar...

- Atrapalha não querida Irma! Estou vendo aqui no meu estudo que o nosso mundo precisa ser melhorado, tal como o mundo dos tempos do profeta foi. Como ontem, também hoje estamos carecendo de profetas; de pessoas que se coloquem à disposição para, juntas, construírem um futuro melhor para nós.

- O que é que um profeta dos tempos modernos tem a fazer; quem seriam estes profetas de hoje Renato?

- Olha Irma! Creio que hoje, um profeta tem a tarefa de acabar com os preconceitos existentes. Ele poderia, por exemplo, ser o menino que convida o seu vizinho mais pobre para brincar. Creio que hoje, um profeta tem a tarefa de destruir o ódio. Ele poderia, por exemplo, ser aquele que escreve um cartão de aniversário para a parente que, depois da briga pela herança, jurou não trocar mais uma palavra que seja com os da sua família. Creio que hoje, um profeta tem a tarefa de construir pontes. Ele poderia, por exemplo, convidar o vizinho que recém chegou de mudança para uma xicara de chá ou de café. Creio que hoje, um profeta tem a terefa de plantar amor. Ele poderia, por exemplo, ser um pai que doa tempo e leva seus filhos a sério. Que tal?

- Entendi pastor! Então um profeta moderno se assemelha a um profeta da antiguidade?

- Na mosca Irma! Construir e destruir; edificar e derrubar; depois plantar, sempre com vistas num caminho que visa futuro melhor – essa é a tarefa a ser desincumbida também pelos profetas de hoje. Hoje, tal como antigamente, esta tarefa continua sendo árdua. Aqui e ali, de repente, tu e eu poderemos ser acusados de tolos – se nos engajarmos.

- Eu não tenho tanta experiência como tu, mas percebo que há pessoas que ainda continuam a se doar na construção deste “bom caminho”. Elas fazem isso porque acreditam num mundo melhor, não apenas na vida após a morte, mas num “espaço mais integral”, já aqui e agora na terra.

- É isso que me anima Irma. Hoje, tal como antigamente, cada um de nós pode vir a ser um profeta; uma profetisa. A idade e a educação não importam. O que importa é se ser senhor de uma grande porcentagem de confiança em Deus e, junto, de um forte desejo de se querer mudar alguma coisa neste mundo...

- Veja só! Então não só o mundo da Bíblia careceu de profetas. O mundo onde vivemos também carece. Joinville carece. A Paróquia São Mateus carece de gente chamada por Deus que pense, que fale, que diga, que aja e que se doe para cumprir o chamado de Deus de continuar transformando os Seus projetos de paz; amor e perdão.

- Isssssso Irmaaaaa! Eis nossa tarefa: Acreditar num mundo melhor e, com nossas próprias mãos, movidas pela nossa clara reflexão,começar a construir uma estrada que leve até lá.

13.9.11

Reforma Luterana!


Outro dia ouvi a avó do Nando berrando na vizinhança: - Cuidado menino! Desse jeito você não vai pro céu! E o menino retrucou gritando: - Ah vó! Eu nem sei se quero ir para o céu!

Confesso que fiquei com vontade de interferir naquela conversa. Pessoas como o Nando não podem ser ajudadas. Sem Deus poderemos chegar onde quisermos, mas, “no final desse caminho sempre haverá uma pedra”! Se Martim Lutero tivesse ouvido a resposta que o Nando deu para sua avó, ele, certamente, retrucaria: “Nando! Deus te quer no céu! Busca uma resposta que te encaminhe para lá!”

Martim Lutero sempre se esforçou para responder a pergunta: Como se faz para chegar ao céu? Sim, ele ocupou grande parte do seu tempo como monge para alcançar a certeza desta resposta. Sabe-se que como professor de Teologia ele gastou horas e horas de oração; de reflexão e de pesquisa na Bíblia para dominar esta questão. A História testemunha que quando ele se tornou padre, assessorou-se da Comunidade para dirimir sua dúvida: Como é que nós, pecadores, conseguiremos nos confrontar com esse Deus justo, do qual tanto se fala na Bíblia?

Deveria haver uma resposta clara para tal pergunta! Um dia, assim, de repente, lhe veio uma luz: “Ele só teria acesso ao Reino de Deus a partir da sua fé”. (Romanos 1.17: Pois o evangelho nos mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas:”Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus.”)

O resultado de toda esta luta em prol de uma resposta satisfatória redundou nas conhecidas “95 Teses” escritas pelo nosso Reformador. Nelas se lia uma “resposta” à pergunta de “como se chega ao céu”.

O Papa não gostou nada daquilo que Lutero escreveu naquelas Teses. O Imperador e grande parte das Autoridades Políticas da época fizeram coro com o Chefe Máximo da Igreja de então e, com grande estardalhaço, expressaram sua discordância com aquele conteúdo pregado na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.

Fazer o quê? Para Lutero aquela resposta encontrada na bíblia era mais importante que o Papa; que o Rei e que tudo o mais.

No começo Martim Lutero até pensava que deveria fazer boas obras para alcançar o céu; entendia que precisava se esforçar para ser notado por Deus e, como consequência, ganhar o “bilhete” que lhe dava acesso ao céu. Também hoje muita gente ainda pensa assim: “Vou ao céu se me comportar bem aqui neste mundo.” Martim Lutero desaprovava esse comportamento. Para ele, nunca ninguém saberá se os seus esforços são ou serão suficientes para alcançar a bênção de Deus e a salvação eterna.

Impressionante! Ninguém pode fazer nada para conseguir o céu! Deus, a partir de Jesus Cristo, fez tudo o que precisava ser feito para que se alcance o Reino de Deus. A pessoa que coloca a sua vida no colo de Deus acaba herdando essa possibilidade gratuitamente!

Essa compreensão mudou a vida de Lutero por completo. Lutero tornou-se uma nova pessoa. Ele entendeu que sua vida não dependia dos próprios esforços; do tempo que gastava com orações e estudos bíblicos. Lutero percebeu que somente a sua fé em Jesus Cristo é que lhe abria as portas do céu; que Deus lhe acenava com o perdão para tudo o que tinha feito de errado.

Sim, penso que a vida do Nando vai mudar se ele vier a crer nesta verdade. Martim Lutero entendeu que o caminho até Deus não pode ser construído com força própria; não pode ser herdado por merecimento; não vem da Igreja. Depois que ele reconheceu essa máxima, deu de si no sentido de que todas as pessoas encontrassem o caminho que leva ao céu: traduziu a Bíblia para uma linguagem compreensível; não permitiu que os poderosos da época o assustassem; escreveu livros e pregou sobre a fé; sobre o presente do perdão de Deus através da morte e da ressurreição de Jesus Cristo.

O céu está aberto para a avó do Nando; para o Nando e também para nós. É Deus quem nos convida a entrarmos nele. Deus não nos força a fazermos isso. Cada um tem a liberdade de acreditar no que quiser. Todos podem viver como bem entenderem. No entanto, se quisermos chegar perto de Deus, deveremos arriscar nossa confiança em Jesus Cristo; pendurarmos nosso coração Nele; permitirmos que Ele renove a nossa vida por completo.

- Nandooo! Eu se fosse tu, ia querer o céu!

7.9.11

Pontifex maximus!


Era segunda-feira, meu dia de folga e eu estava só. O céu estava azul; o sol se mostrava quente e sombra agradabilíssima, debaixo do laranjal. Foi ali que estiquei a rede. Devo ter cochilado uns trinta minutos. Quando abri meus olhos, vi a natureza e me parei a pensar...

Deus me chamou para construir “pontes” que aproximam pessoas; que oportunizam diálogos; que ligam idéias... Como me desincumbir desta tarefa? Relaxando meus cercados; reconhecendo tesouros outros; abdicando de “reinventar a roda” – por exemplo.

Pontes” oportunizam a passagem sobre depressões e fronteiras; oportunizam contatos onde nunca houve possibilidade de diálogo. Elas podem ser de madeira; de pedra e ou de aço. Quem passa por elas sente novidade. “Pontes” sempre são mais simpáticas do que “muros”.

A abelha suga o néctar da flor branquinha. As folhas verdes brincam com as réstias dos raios da luz solar. São lindos os pés que encaminham ao outro. São lindos os braços que se abrem aos abraços. São lindas as mãos que se apertam. São lindos os olhos que se encontram. São lindos os ouvidos atentos às vozes alheias. São lindas as bocas que esboçam sorrisos abertos. São lindas as palavras providas de bons tons. Tudo são encontros; “redes” de interesse promotoras da implosão das possibilidades de “ensimesmamento”.

Incluir – não dividir. Não seria essa uma boa idéia? A Bíblia sugere a construção de “mil pontes” quando Jacó e Esaú se dão as mãos; quando Deus faz acontecer o arco-íris; quando o pai abre os braços para receber o filho perdido; quando Jesus reata a nossa comunhão com Deus.

Em 1 Timóteo 2.5 onde se lê: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” Jesus Cristo foi um “Mediador”. Jesus Cristo edificou a “ponte”. Jesus Cristo “mediou” a possibilidade da aproximação das pessoas de Deus, a partir da Sua “ação” no mundo. Jesus Cristo foi e continua sendo o maior “Construtor de Pontes” que o mundo conheceu. Em latim se diria que Jesus Cristo foi o “Pontifex maximus”.

Sento-me na rede. Meus pés balançam. O sabiá canta. A brisa é fresca e eu piso no chão. Quero continuar este processo. Volto para a minha casa. Também sou um “pontífice”.

30.8.11

Podemos nos divorciar?


Outro dia me deparei com uma questão a ser respondida, enquanto abria minha caixa de e-mails: “Vocês pastores, sempre ao final de qualquer cerimônia matrimonial se saem assim: - O que Deus uniu, não o separe o homem. De onde vem esta certeza que foi Deus quem uniu os nubentes?

Errar é humano. Hoje se diz que a grande causa do excessivo número de separações matrimoniais dos nossos dias nem são as questões íntimas, mas a carreira; o consumo; a dificuldade financeira e o lazer. Ora, um casamento que pretenda se pautar em Deus, não pode prescindir de Deus.

Concordo que a decisão de uma “caminhada conjunta” nem sempre passe pela vontade de Deus. Muitas vezes a idéia da união tem motivação particular. Há um sem número de motivos para que duas pessoas se unam em matrimônio. Já ouvi de amigos que apostaram entre si, se o colega iria ou não se casar com a tal “pintura de mulher”. Sei de casos onde os pais foram contrários à relação dos seus filhos e eles, só para “quebrarem seu bico”, acabaram casando. Há também aqueles que entram em pânico pelo fato de não terem encontrado ninguém e então: “uni du ni tê, salamê, minguê, um sorvete colorê, o escolhido foi você...

Três situações que apontam para a escolha de qualquer uma; de qualquer um. Casos claríssimos de que Deus não teve nada a ver com o “contrato”; com a “aliança”; com o “compromisso”. Sim, não é fácil usar o bordão cristão: - O que Deus uniu, não o separe o homem.

19.8.11

Hermenêutica Luterana!


Era domingo, quase meio-dia. O celular da Comunidade Evangélica Luterana de Joinville estava comigo. Sim, a partir daquele momento eu estaria plantão da CEJ e isso, até a segunda-feira à noite. Nós, as “ministras” e os “ministros”, acordamos que, sempre, um de nós, está a postos para trazer “boa palavra” quando de momentos especiais na nossa Joinville. Eu, absorto, me encontrava limpando a churrasqueira quando o telefone móvel tocou.

- Alô!...
- Oi pastor Renato. É a Êlla.
- Ou Êlla! O que houve? Como sabias que eu estava disponível neste número?
- Ô pastor... Eu leio jornal.
- Tá certo. Algum problema Êlla?
- Sabe o que é pastor... Eu fui ao Culto e o nosso pastor falou a palavra “hermenêutica”, enquanto tentava explicar algo sobre o tema “homoafetividade” a partir da Bíblia. Olhei no “Wikipédia”, nessa enciclopédia participativa, na qual quase todos da minha geração pesquisam, mas não entendi nada desse assunto. O senhor pode me ajudar?...
- Puxa Êlla. Que assunto pra domingo... Te mando um e-mail hoje à tarde, pode ser?
- Beleza pastor. Obrigada e bom domingo.

Joguei a cinza velha no lixo. Espalhei carvão novo no fundo da “assadeira”. Passei um “paninho” nos espetos. Espetei a costela gorda. Salguei o pedaço de carne vermelha. Lavei as mãos e dei seguimento a esta “liturgia domingueira”. Enquanto o fogo ia se alastrando, pensei na Êlla, na sua pergunta, numa possível resposta. A cuia de chimarrão parou na minha mão e eu sorvi um, dois, três goles...

“Hermenêutica Luterana”... Ela é o “instrumento” que ajuda a Bíblia se “auto-explicar” a partir da verdade e da força orientativa (scriptura sui interpres) que emana do Evangelho. A Igreja (Corpo de Cristo) pode e deve confiar neste “poder”, calçando-se em Romanos 1.16 onde se lê: “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, e também do grego.” Ela, a “hermenêutica luterana” é o “ensino” que promove o aprendizado (mudança de comportamento) dos “discípulos” da atualidade (a Êlla e eu) que buscam a reta compreensão da Bíblia. Ela, a “hermenêutica luterana”, nos desafia a ensinarmos a Palavra de Deus, alicerçados na razão; a desnudarmos a realidade e a verdade, sempre de forma contextualizada, a partir do estudo do todo da Bíblia. Não nos cabe optar por esta ou aquela “palavra”; por este ou aquele “assunto”; por esta ou aquela “idéia”, como se os tais “detalhes” fossem a “cereja do bolo”. O “bolo todo” nunca pode ser perdido de vista. Quem quiser ensinar a Bíblia, haverá de se comprometer com esta tal de “hermenêutica luterana” que observa cada nuance dentro do grande contexto da História. A nós sempre cabe comunicar a Palavra de Deus de forma tão clara e profunda que Jesus Cristo transpareça em cada som que porventura saia da nossa boca.

O fogo estava bom. Eu teria que dar andamento ao propósito do almoço. Já brotava água na minha boca...

17.8.11

A reflexão continua!


José, amigo desde os tempos de colégio, fez menção de embarcar no velho “golzinho rebaixado”. O problema é que seu colega não se mexia. Observou-o, parado, ali na beira do asfalto. Ele parecia estar olhando para dentro de um vazio. Estranhas todas aquelas palavras: medo; chão; bela cidade; felicidade completa; inícios míseros... Deixa pra lá. Aproximou-se do companheiro, agarrou-o pelo braço e, meio que sem jeito, empurrou-o para dentro do carro.

Viajaram longo tempo em silêncio. José, com o “rabo do olho”, monitorava o comportamento do seu “carona” durante a viagem. Seu corpo comunicava que alguma coisa muito importante estava tendo vazão dentro da cabeça do “Itália”, como o chamavam na faculdade.

Já era noitinha quando o carro ultrapassou o quebra-molas anunciador do perímetro urbano da sua cidade natal. Depois de algumas curvas para a direita e outras para a esquerda, estacionaram em frente à casa da Êlla. Sua mãe abriu a porta e convidou-os a entrar. Os dois jovens acomodaram-se no grande sofá. Seus pés se afogavam no tapete de lã de ovelha.

- A Ella já vem. Aceitam uma bebida?

José não se fez de rogado e, com um sorriso no rosto, disse que aceitavam. Não demorou muito veio a amiga, espalhando alegria com palavras e gestos carinhosos como sempre. Aquele comportamento era natural, nada teatralizado. Os moços gostavam daquela menina que logo foi colocando:

- Que bom que vocês vieram. Vamos sair?

José já esperava esse convite. Manteve-se quieto na esperança que seu amigo velho reagisse positivamente. Aquela guria que sempre esbanjava simpatia tinha tudo para ajudar seu amigo. E não deu outra. Não demorou nada e o Arthur já saiu da casca.

- Eu topo. Pra onde vamos?

16.8.11

Ai, ai, ai, ai, ai, ai ai...


- Não sinto mais medo José.
- Já notei amigão! Reparte teus sentimentos.
- É que andei estudando o chão onde piso.
- Ah tá! Viraste geólogo agora?
- Nada disso!
- Abre o jogo Arthur, estou curioso!
- Vai ser aqui neste lugar que, no futuro, se erigirá uma bela cidade.
- Arthur Trevisan – o italiano visionário...
- Vai vir o dia em que a opressão do homem pelo homem, não será mais verdade; em que o brilho do ouro não seduzirá mais nenhuma viv´alma.
- É febre, só pode ser febre... Vamos pra casa!
- Neste lugar, o vil metal servirá apenas de paralelepípedo aos transeuntes.
- Arthur! Menos por favor!
- Neste dia nós experimentaremos a felicidade completa.
- Cara! O que é que está acontecendo contigo?
- Nada ó grande José! Dei-me conta de que Deus se colocou no nosso nível – só isso.
- Tá e daí?
- Daí que, com o nosso auxílio, Ele vai erigir esta cidade do futuro.
- Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai... Vamos ter que ouvir novas marteladas libertárias.
- Não!
- Arthur! Eu já te pedi: abre o jogo. Do que é que estás falando?
- Esta nova cidade já está sendo erigida a partir de pequenos sinais; de inícios míseros.
- Inícios míseros!? Pequenos sinais!? Arthuuurrr... Menos!
- Inícios míseros e pequenos sinais que já são verdade no engajamento da cristandade.
- Agora é sério. Vou te levar pra casa.
- Tu e eu vamos vizinhar nesta metrópole, renovados e inteiros.
- Embarca no carro Arthur...!

OLHA SÓ!