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25.5.11

Sepultar ou cremar nossos queridos III


O sepultamento em terra foi praticado pelos israelitas. Já na Antiguidade os pagãos praticaram a queima de cadáveres, mas essa prática não era frequente.

Os primeiros cristãos se pautaram na prática dos judeus e, a partir daí, sempre sepultaram seus mortos em túmulos; cavernas cavadas na pedra e ou nas catacumbas. Esse “jeito” de se despedir dos seus queridos os “diferenciava” dos pagãos.

Em muitas religiões não cristãs e culturas diversas o ato da cremação vem sendo praticado já de longa data. Atrás desta prática existe a compreensão particular da eternidade e da divindade. Para alguns o fogo leva a matéria até Deus. Não quero me aprofundar neste aspecto – só comentar.

Os primeiros cristãos missionários enfrentaram resistências na Europa. Os inimigos do cristianismo experimentaram erradicar a idéia da ressurreição queimando mártires cristãos. Isso aconteceu em Lyon, em 177 d.C. quando espalharam as cinzas de alguns mártires na praça. A queima de cadáveres era um jeito de combater o cristianismo e os ensinos da ressurreição.

Em 784 d.C., Carlos Magno, o Grande, baixou um decreto proibindo a cremação de cadáveres. A Igreja Católica tinha poderes para fazer valer a proposta do sepultamento dos mortos em tumbas e ou em terra. Para tal ela podia usar um dogma (dogma = é e ponto final) ou a própria Palavra da Bíblia. Mas não! Ela sustentou que o ato da cremação não era cristão. A História mostrou que a Igreja Católica se equivocou porque, mais tarde, mártires cristãos vieram a ser queimados e, por isso mesmo, venerados como santos.

Mais tarde a Igreja excomungou e até queimou pessoas na fogueira. Ela fez isso com o objetivo de deixar claro que aquelas pessoas não pertenciam ao Reino de Deus. Nestes casos ela soube contornar a sua opção pelo sepultamento do corpo falecido. Durante muitos séculos foi proibido aos sacerdotes o sepultamento de uma pessoa cristã cremada nos cemitérios da Igreja Católica.

No século 17 muitos se afastaram da Igreja Católica e passaram a ver o ato da cremação com bons olhos. Foi sob a influência da Renascença e do Iluminismo que este costume da cremação foi novamente levado em conta. As pessoas que praticavam a cremação agiam assim para se mostrarem contrárias àquelas que praticavam a “fé cristã”; contra a Igreja Instituída. Para esse povo não havia absolutamente mais nada depois da morte.

Em 1905 os marxistas criaram a “Associação de Livres Pensadores para a Cremação”. Em 1920 eles criaram o grupo dos “Pensadores Livres Proletários” que optaram pela cremação e pelo abandono da Igreja. A Igreja Católica ficou contente que estas pessoas se afastaram da sua membresia. Já a Igreja Evangélica, depois de alguma hesitação, esclareceu que a cremação poderia ser “opcional”. Com isso ela se colocou na dianteira dos “anti-igrejeiros”; dos adeptos da cremação. Só em 1964 a Igreja Católica autorizou oficialmente a cremação, mas somente se, depois de tudo, as cinzas fossem enterradas numa sepultura.

Resumindo, a cremação pode ser colocada de lado a partir de bases bíblicas, mas, ao mesmo tempo, também pode ser definida como a única coisa certa a ser feita. A Bíblia não nos ajuda muito numa tomada de posição sobre este tema. No Antigo Israel há referências históricas que vão ao encontro da prática do sepultamento. Cabe frisar, no entanto que a Igreja Antiga adotou a sua prática a partir do seu contexto e que a Igreja Primitiva seguiu caminhos próprios, também a partir do seu contexto.

Quando se fala de “cremação” no Antigo Testamento, sempre há relação de mau comportamento diante de Deus e ou adoração a ídolos. É de se perguntar pelo motivo... Com aquela prática o povo de Israel se diferenciava dos povos pagãos.

Na ressurreição para a vida eterna o corpo humano não tem mais nenhum papel para cumprir. Receberemos de Deus um novo corpo; um corpo “deificado”. Se optarmos pelo sepultamento por causa da ressurreição, estaremos tomando uma decisão com base em falso conhecimento da ressurreição e da vida eterna.

A pessoa cristã pode decidir livremente que tipo de ofício ela quer ter quando morrer. Neste sentido a sua decisão pessoal não tem nada a ver com a sua salvação pessoal. O nosso corpo ficará deste lado em que estamos aqui e agora. Isso quer dizer que com a morte o nosso corpo não é mais nada.

Toda pessoa cristã deveria refletir em vida sobre o momento de sua morte. Sobre o ritual do velório; sobre como deverá ser o enterro. O que será melhor para os que ficam: Organizar o sepultamento ou a cremação. Isso significa que os que ficam também podem optar pelo que é melhor para ser feito.

Quero deixar claro que os cristãos não são falsos ou biblicamente errados se, depois da morte, optarem pela cremação. O corpo humano veio da terra e voltará para a terra. Bem devagar, depois do sepultamento ou rapidamente, depois da cremação. O resultado é o mesmo. Nós, como cristãos, deveríamos nos preocupar com o dia do nosso enterro. Quem colocar estas coisas no papel com antecedência, estará ajudando em muito os seus parentes a tomar boas decisões: Testamento, herança, serviços funerários, Culto em Memória, história de vida.

Os cristãos crêem que depois da morte vão estar com Jesus Cristo. O novo corpo que vão ganhar depois da morte não terá nenhuma base terrena, mas será composto de elementos do alto. Não tem nada a ver com cristianismo, dá até para dizer que tem tudo a ver com paganismo imaginar-se a preservação deste nosso corpo terrestre na eternidade. Para a esperança que brota do Novo Testamento, pouco importa se o nosso corpo apodrece; se ele for queimado ou consumido de uma ou outra forma. Os funerais sempre são de acordo com a cultura reinante no tempo e no espaço. Não existe ofício que se possa dizer: esse jeito é cristão! Não se pode avaliar a espiritualidade de uma pessoa, se ela é sepultada ou cremada. No nosso tempo temos que nos perguntar sobre finanças. O que sai mais barato: O sepultamento tem atrás de si todos os cuidados com o túmulo. Já o ato de cremar parece não ser tão caro... Esta é uma decisão que precisa ser bem conversada em família.

23.5.11

Kiga - o Presbítero!


O Knyga Boek e eu somos amigos desde infância. Estudamos juntos no Colégio Mauá lá pelos idos de 1966. Esses dias eu fui tomar um café no Jerke, na nossa Rua João Collin. Surpresa! O “Kiga”, como o chamávamos estava ali, sentado à mesa, comendo uma empadinha recheada de palmito e camarão. Fui logo quebrando sua solidão:

- Grande Kiga!

O meu amigo me olhou de lado, reformatou seus pensamentos e logo se levantou para me dar um abraço. Tinham-se passado quarenta e cinco anos. Nossos cabelos tinham embranquecido; nossos cérebros tinham evoluído, mas a nossa amizade se mostrava igual à dos anos sessenta.

- Muitas vezes lembrei-me de ti amigão. Outro dia descobri no Google que estás pastor. Não tinha me dado conta que pastoreavas uma Igreja aqui em Joinville. É da nossa IECLB? Ih rapaz! Acho que vais gostar de saber: Sou presbítero lá na nossa cidade.

- Uaauuu... Veja como são as coisas. Presbítero da Igreja do nosso querido pastor Werner... Que bom ouvir isso Kiga. Fale-me mais de você...

- Hoje sou representante comercial. Estou quase me aposentando. Vim até esta cidade industriaria para comprar material hidráulico e com isso abastecer a minha loja. Meus filhos já tomam conta da mesma lá em Santa Cruz do Sul. Casei com a Nilce. Lembra dela?

- Mas claro que sim. Era aquela menina moreninha que sentava bem na frente do “seu Bender”, o dono daquela DKW cinza.

- Isso mesmo! Mas e tu Renato? Como vai a vida por aqui?

- Amigo velho! Às vezes carrego a impressão que não vou mais conseguir respirar no meio desta “correnteza”.

- Tá todo mundo correndo Renato. Uns têm prazer em fazer o que fazem; outros dão “duro” porque precisam do emprego para sustentar suas vidas; muitos dão de si porque querem ajudar a construir uma sociedade mais justa. Já tu e eu fazemos as coisas que fazemos sempre pensando em estar servindo ao nosso Criador. Te confesso que agora, dizendo o que eu disse, fiquei com saudades do saudoso pastor Rempel.

- É! O pastor Benno Rempel era um pastor legal. Rapaz! Ele me ajudou muito. Sabias que o filho dele, o Carlos, é ligado aos esportes na cidade de Santa Maria. Jogava vôlei como ninguém...

- Claro que eu lembro. Mas Renato, você sabe isso melhor do que eu: A Bíblia diz que “o nosso trabalho nunca é vão”.

- Sei disso Kiga... Mas se a gente olha em volta, logo percebe que são muitas as pessoas que se queixam de que todo o seu esforço sempre acaba dando em nada. Vai daí estas mesmas pessoas se sentem inúteis e entram em depressão.

- Isso também acontece dentro da Igreja... Olha! Eu já experimentei desânimo lá na Comunidade da nossa terrinha. Às vezes esta falta de vontade se mostra como uma verdadeira “assassina” da minha disposição; da minha esperança; da minha alegria. Nestas horas eu perco a vontade de me engajar nos projetos de vida que se mostram do meu lado. Sério! Muitas vezes fico com vontade de “jogar a toalha” porque nada dá certo e ou porque me sinto “sugado” pelos que esperam algo de mim.

- Oh Kiga! Foi você mesmo que lembrou a palavra do apóstolo Paulo: “No Senhor o nosso trabalho não é vão!” (1 Coríntios 15.58). Se o teu falar; o teu pensar e o teu agir estiverem focados em Deus, então Deus te orienta; te dá forças; te dá resistência.

- Eu sei Renato. Deus não me deu “espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” (2 Timóteo 1.7 ) e é por isso que posso “fincar o pé”. É ruim esse sentimento que sempre temos que estar produzindo para sermos aceitos pelos outros. Também podemos louvar a Deus com nosso recolhimento.

- Certo Kiga! Mesmo que as nossas atividades sejam cansativas e sem graça; difíceis de serem avaliadas como “produtivas” e aparentemente sem sentido, “no Senhor, nada é em vão”. A bênção de Deus está lá onde se faz as coisas no Seu santo Nome, seja no comércio; seja na indústria; seja na Igreja.

- Pastor Renato! Agora preciso ir. Quando visitares tua mãe, dá um grito e vem lá na nossa casa. Prometo que vou te assar uma boa costela para comemorarmos; festarmos a nossa vida.

Abraçamo-nos longamente. Entrei no carro da Paróquia e fui pra casa. Eu guiei, mas meus pensamentos estavam condensados no fato de que o que vale mesmo são os relacionamentos.

21.5.11

Sepultar ou cremar os nossos queridos II


A cremação não é praticada no Antigo Testamento, mas também não é proibida. Na prática cremava-se o corpo de uma pessoa morta para se passar alguma mensagem como “erradicação de comportamentos errados” – por exemplo. Em Levítico 20.14 se lê que a cremação podia se dar por má conduta sexual. Exemplo: Se um homem tivesse contato sexual com mãe e filha. Tal comportamento podia ser castigado com a morte e com a queima do cadáver. Em Deuteronômio 12.31 está escrito que os israelitas não deveriam oferecer (queimar) suas filhas e seus filhos sobre os altares como se fossem ofertas aos deuses. Esta era a prática dos pagãos: As crianças eram mortas sobre o altar e logo depois oferecidas ao ídolo pagão Moloque (Levitico 18.21).

Em Deuteronômio 18.10 os israelitas são desafiados a não queimar (ofertar) suas crianças sobre os altares tal como os pagãos o faziam. Infelizmente isso era uma prática também entre o povo de Israel. Em 2 Crônicas 28.3 se lê que o rei Acã ofertou seus filhos sobre um altar queimando-os. Quando Acã se deu conta que tinha pecado; que tinha agido contra a vontade; contra as instruções dadas por Deus, ele teve que ser apedrejado e queimado. Vejamos o texto de Josué 7.24ss. Aqui a queima de um corpo morto significa um castigo mais profundo. Em 1 Reis 13.2 e 2 Reis 23.16 e 20 lemos sobre sacerdotes do rei Jeroboão que fizeram sacrifícios a outro deus. Isto não podia mais acontecer e Deus deu instruções para que fossem abatidos e queimados.

Em Amós 2.1 há o relato de que os moabitas queimaram os ossos do rei Edom. Porque eles fizeram isso? Ora, provavelmente eles queriam profanar o corpo de Edom e, ao mesmo tempo, ofender os edomitas. A partir daí a cremação foi considerada um crime em Israel. Detalhe: A prática da cremação se apóia em três aspectos: a) A cremação deve atestar que Deus não tolera o mau comportamento. b) O objetivo da cremação é acabar de uma vez por todas com a obediência a ídolos. c) Em Amós fica evidente que um corpo foi queimado com o objetivo de se zombar; de se humilhar pessoas.

Deve ficar claro que os motivos para a queima de cadáveres são muito fortes: Em que circunstâncias os cadáveres foram cremados? Ora, para que algum recado ficasse bem claro à população. Isso quer dizer que estes motivos bíblicos não podem ser base para refutarmos a cremação nos dias de hoje. A partir da leitura de Amós daria para se dizer que Deus tem certa preferência pelo sepultamento em uma tumba. Com o sepultamento em tumbas, os israelitas se diferenciavam dos pagãos; da prática pagã que oferecia sacrifícios humanos sobre os altares a partir do fogo.

Quando refletimos sobre o ato de sepultarmos alguém, precisamos nos fazer a pergunta sobre o que acontece com uma pessoa que falece. Jesus afirma que, num certo dia, a Sua voz se fará ouvir e todos os mortos ressurgirão de seus túmulos para a ressurreição e ou para o juízo (João 5.28-29). Este texto só fala de ressurreição. O levantar-se de dentro da tumba é algo irracional; é um jeito poético de se falar do juízo ou da nova vida que vem.

Mais adiante Jesus vai deixar claro que o cristão viverá, mesmo experimentando a morte (João 11.25). Isso significa que o cristão morrerá; que o corpo voltará à terra, mas que o espírito permanecerá com Cristo na eternidade. Em 1 Coríntios 15.35-49 Paulo deixa claro que na ressurreição nós vamos ganhar um corpo novo de presente. Este não será parecido com o corpo que carregamos aqui na terra. Esse referido corpo que ostentamos aqui no chão não será renovado. Trata-se de um corpo novo; um corpo “deificado”. Essa perspectiva da ressurreição me leva a crer que tanto faz como o nosso corpo se degradará (se na terra ou no fogo).

Todos os cristãos precisam ter clareza que não vão invadir a eternidade com estes corpos que carregam e que, por natureza, são marcados por defeitos (Filipenses 1.21-24; Lucas 23.39-43). Notem que no Novo Céu e na Nova Terra não vão existir as substâncias carne, sangue, terra e cinza (1 Coríntios 15.50-55).

Martim Lutero e o céu!


Outro dia ouvi a avó do Nando berrando na vizinhança: - Cuidado menino! Desse jeito você não vai pro céu! O menino retrucou gritando: - Ah vó! Eu nem sei se quero ir para o céu!

Confesso que fiquei com vontade de interferir naquela conversa. Pessoas como o Nando não podem ser ajudadas. Sem Deus poderemos chegar onde quisermos, mas, “no final desse caminho sempre haverá uma pedra”! Se Martim Lutero tivesse ouvido a resposta que o Nando deu para sua avó, ele, certamente, retrucaria: “Nando! Deus te quer no céu! Busca uma resposta que te encaminhe para lá!”

Martim Lutero sempre se esforçou para responder a pergunta: Como se faz para chegar ao céu? Sim, ele ocupou grande parte do seu tempo no mosteiro para se assenhorear desta resposta. Sabe-se que como professor de Teologia ele gastou horas e horas de oração; de reflexão e de pesquisa na Bíblia para dominar esta questão. A História testemunha que quando ele se tornou padre, assessorou-se da Comunidade para dirimir sua dúvida: Como é que nós, pecadores, conseguiremos chegar perto desse Deus justo, do qual tanto se fala na Bíblia? Deveria haver uma resposta clara para tal pergunta! Um dia, assim, de repente, lhe veio uma luz: “Ele só teria acesso ao Reino de Deus a partir da sua fé”. (Romanos 1.16b)

O resultado de toda esta luta em prol de uma resposta satisfatória redundou nas conhecidas “95 Teses” escritas pelo nosso Reformador. Nelas se lia uma “resposta” à pergunta de “como se chega ao céu”. O Papa não gostou nada daquilo que estava escrito naquele papel. O Imperador e as Autoridades Políticas da época fizeram coro com o Chefe Máximo da Igreja de então e, com grande estardalhaço, expressaram sua não concordância com aquele conteúdo pregado na porta do templo do Castelo de Wittenberg. Fazer o quê? Para Lutero a tal resposta era mais importante que o Papa; que o Rei e que tudo o mais.

No começo Martim Lutero até pensava que deveria fazer obras para alcançar o céu; entendia que precisava se esforçar para ser notado por Deus e, como consequência, ganhar o “bilhete” que lhe dava acesso ao céu. Hoje muita gente ainda pensa assim: “Vou ao céu se me comportar bem aqui neste mundo.” Martim Lutero desaprovava esse comportamento. Para ele, nunca ninguém saberá se os seus esforços são ou serão suficientes para o alcance da bênção de Deus.

Impressionante! Ninguém pode fazer nada para conseguir o céu. Deus, a partir de Jesus Cristo, fez tudo o que precisava ser feito para que se alcance o Reino de Deus. A pessoa que coloca a sua vida no colo de Deus acaba herdando essa possibilidade gratuitamente. Essa compreensão mudou a vida de Lutero por completo. Lutero tornou-se uma nova pessoa; entendeu que sua vida não dependia dos próprios esforços; do tempo que gastava com orações e estudos bíblicos. Lutero percebeu que somente a sua fé em Jesus Cristo é que lhe abria as portas do céu; que Deus lhe abanava com o perdão para tudo o que tinha feito de errado.

Sim, penso que a vida do Nando vai mudar se ele vier a crer nesta verdade. Martim Lutero entendeu que o caminho até Deus não pode ser construído com força própria; não pode ser herdado; não vem da Igreja. Depois que ele reconheceu essa máxima, deu de si no sentido de que todas as pessoas encontrassem o caminho que leva ao céu: traduziu a Bíblia para uma linguagem compreensível; não permitiu que os poderosos da época o assustassem; escreveu livros e pregou sobre a fé; sobre o presente do perdão de Deus através da morte e da ressurreição de Jesus Cristo.

O céu está aberto para a avó do Nando; para o Nando e também para nós. É Deus quem nos convida a entrarmos nele. Deus não nos força a fazermos isso. Cada um tem a liberdade de acreditar no que quiser. Todos podem viver como bem entenderem, no entanto, se quisermos chegar perto de Deus, deveremos arriscar nossa confiança em Jesus Cristo; pendurarmos nosso coração Nele; permitirmos que Ele renove a nossa vida por completo. Nandooo! Eu se fosse tu, ia querer o céu!

20.5.11

Sepultar ou cremar nossos queridos I


Será que podemos cremar uma pessoa cristã, logo após a sua morte? Pode um cristão permitir-se a cremação? Como fica a questão da ressurreição? Nós não somos a imagem; a criação exclusiva dos dedos de Deus, como diz a Bíblia (Salmo 8.4-5)? Pode-se queimar a imagem de Deus? Essas são perguntas que muitos se fazem.

O fato é que esse assunto da “cremação” tem levantado muitas perguntas no seio da Igreja Cristã. Isso é assim porque muitos defendem que um “verdadeiro sepultamento” só pode ser quando o é sob alguma camada de terra. A verdade é que todas as pessoas que defendem essa ou aquela posição, também carregam suas incertezas. Isso é assim porque o tema da “morte” mexe com os nossos sentimentos. Porque isso é assim? Porque nos velórios sempre se percebem pessoas falando de assuntos “nada a ver” com o momento de reflexão? Porque tanta distância; tanta desinformação a respeito deste tema?

O contato com a morte mexe muito com as emoções das pessoas que estão envolvidas com o luto; com a perda de uma pessoa próxima. Sempre é assim que a dor do luto machuca muito àqueles que sempre estiveram próximos de quem, de repente, precisa “partir”. Já oficiei muitos sepultamentos e, sempre de novo, percebo perplexidade; profundas perturbações em quem fica. As emoções das pessoas se mostram bem diferenciadas quando se deita um corpo morto num caixão; quando se o enterra sob a terra; quando se o queima em fornos especiais; quando se recebe a urna contendo as cinzas – os restos do corpo daquele com o qual se conviveu.

A morte sempre foi, é e continua sendo um “tabu” (Uma idéia proibida de as pessoas se aprofundarem). Quase todos os indivíduos têm dificuldade para tratar deste tema. O fato é que não podemos controlar a morte. Não temos a mínima força para fazer parar o momento da morte. De repente ela vem, e vem definitivamente. Dá para se dizer que a morte é o último degrau de entrada na eternidade e o fato de sabermos disso, mexe muito com qualquer um de nós. É em vista disso que sempre tratamos os nossos mortos com extremo respeito. Observem que cada cultura tem os seus ritos quando o assunto gira em torno da relação com os seus falecidos.

Como cristãos, sempre queremos fazer a “coisa certa”; sempre temos a intenção de aproximarmo-nos ao máximo da vontade de Deus. Sim, temos dentro de nós o desejo de fazermos tudo conforme a Bíblia sugere que se faça. Então, “Cremação ou Sepultamento? O que diz a Bíblia?” De antemão quero deixar claro que a Bíblia não nos trás uma Palavra muito clara a esse respeito. Sim, nós gostaríamos muito que as Palavras da Bíblia fossem impressionantemente claras a esse respeito, mas não são. A Bíblia não explica muito bem quais os passos que um “ofício de sepultamento” deveria ter. Quando algumas pessoas defendem esta ou aquela maneira de se realizar um sepultamento, isso tem a ver com as suas experiências particulares; com a sua formação, mas não com as Verdades que brotam de dentro da Bíblia.

O tema “sepultamento” começou a entrar na pauta das discussões exatamente no momento da queda de Adão e Eva (Gênesis 3). Esse tema (morte) não existia no Paraíso. Deus disse às primeiras pessoas, logo após o seu “desvio”, que, a partir de agora, elas teriam que morrer; que, pelo fato de terem sido formadas da terra, também teriam que retornar a ela (Gênesis 3.19). Percebam que Deus já colocou, com “todas as letras”, o fato da morte ainda nos tempos do Paraíso: Se as pessoas comessem do fruto da árvore do conhecimento, elas teriam que experimentar a morte (Gênesis 2.17) e ponto final. Pois estamos experimentando a mesma nos nossos dias...

19.5.11

A Bíblia nos apóia na oração pelos mortos?


Será que a Bíblia nos apóia quando oramos pelos mortos? Será que existem passagens bíblicas que proíbem esta prática de se orar por pessoas já falecidas?

A Bíblia sempre de novo se apresenta com “detalhes” que se mostram implícitos em suas páginas. Não há nenhuma referência bíblica que nos proíba orar pelos nossos entes queridos falecidos. O Novo Testamento, por exemplo, também não fala absolutamente nada contra a poligamia. Mesmo assim, ela, a poligamia, a possibilidade de um homem se casar com mais de uma mulher, não é biblicamente defensável.

Muito bem! Então por que não devemos orar pelos mortos? É que a oração pelos mortos se contradiz com a convicção bíblica de que, em vida, os seres humanos são chamados a definir o curso do seu futuro: se pra dentro ou se pra fora do Reino de Deus. Quem quiser experimentar a Vida Eterna ao lado do Criador está desafiado a, hoje, ouvir a voz de Deus e a crer Nele.

Em Hebreus 3.7-8a está escrito: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração...” Já em 2 Coríntios 6.2b se lê: “...eis, agora, o tempo sobremodo oportuno eis, agora, o dia da salvação...” Estas duas palavras bíblicas não deixam dúvida de que a fé tem que ser verdade aqui e agora. Digo a mesma coisa de forma negativa: A pessoa falecida não será mais capaz de crer depois da morte. Para uma pessoa que não creu em vida acontecerá o mesmo que àquele homem rico que, no inferno, abriu; levantou seus olhos para a fé: “No inferno, estando em tormento, levantou os olhos e viu...” (Lucas 16.23a)

Poderíamos dizer que o inferno é como um abismo. Em Lucas 16.26 se lê que “...está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.”

Esta palavra de Lucas é o ponto alto, é o clímax da história que Jesus contou aos seus ouvintes. Havia um homem rico que centrava sua vida unicamente em cima de sua riqueza; que não dava a mínima atenção à uma pessoa empobrecida que batia à sua porta. Quando ambos morreram o pobre passou a gozar da glória celeste, já o rico das agruras do inferno. O seu pedido para que o ex-mendigo lhe alcançasse alívio na sua agonia foi rejeitado. O texto explica que entre um e outro; que entre a glória do céu e o inferno havia um abismo intransponível.

Erra quem pensa que com esta história Jesus esteja querendo dar uma descrição da realidade sobre a vida após a morte. A Bíblia, em muitas passagens, nos informa que todos os mortos, indistintamente, tenham sido eles pessoas boas ou más, descansam; esperam em seus túmulos pela segunda vinda de Jesus e pela ressurreição.

Jesus contou esta parábola aos seus ouvintes para ensinar-lhes que a morte rasga um abismo que não pode mais ser ultrapassado. As oportunidades que foram perdidas na vida não podem mais ser rebuscadas depois da morte. Jesus queria que os Seus ouvintes tivessem sempre em mente: Buscar o bem enquanto é tempo! Após a morte, será tarde demais. Com a experimentação da morte, ou se segue para o Reino de Deus, ou se experimenta a morte eterna.

Estamos conscientes de que somos os ricos de hoje? Estamos prestando “cuidado” aos pobres que batem à nossa porta; aos “famintos” da nossa vizinhança; aos sem esperança que nos cumprimentam com ombros caídos? Nós todos podemos experimentar muita alegria se ousarmos repartir das riquezas que Deus nos tem agraciado!

É assim que depois da nossa morte nós não podemos mais vir a crer, apenas ver. Nenhuma oração de terceiros será capaz de mudar a nossa sorte, o nosso estado. O autor de Eclesiastes sublinha isso que acabei de dizer de uma forma poética: “...caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que cair, aí ficará.” (Eclesiastes 11.3b). É em vista disso que na Igreja Evangélica nós nunca vamos ser convidados a orar pelas pessoas falecidas. Na Bíblia não há nenhum exemplo de alguém que tenha orado por mortos. Daí por que podemos seguir nosso rumo confiantes: a Bíblia não nos dá subsídios para orarmos por pessoas que já faleceram.

18.5.11

Relacionamentos!


Oi Pessoal! Hoje eu completo 57 anos. Já vivi em Santa Cruz do Sul, Tenente Portela, Porto Alegre, Esteio, Ivoti, São Leopoldo, Sapiranga, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruz Alta, Florianópolis e Munique. Agora estou vivendo em Joinville. Ainda estou pastor. Sim, eu gosto de ser pastor. Quando leio os recados carinhosos que já recebi, fico contente; emocionado. Coisa boa esses relacionamentos que continuo a experimentar com vocês. Outro dia ouvi de um amigo: "Na vida" - disse-me ele - "o que vale são os relacionamentos". Certíssimo! Que bom que Deus colocou vocês na minha vida. Penso que a flor (camélia) que me foi enviada (presenteada) por um amigo de além mar (vocês podem admirá-la aí acima) seja um símbolo dessa amizade, dessa comunhão que nos une. Obrigado! Abraços a todas, a todos vocês queridas e queridos.

16.5.11

Comunidade Evangélica de Nova Santa Rosa

Faz pouco voltei de Nova Santa Rosa, a “Jóia do Oeste” do Paraná. Que experiência! Saí de Joinville na quinta-feira, às cinco da madrugada. Foi no início da tarde que estacionei o meu carro ao lado do templo luterano onde a colega Ester D. Wilke e o colega Milton Tribess atuam como ministra e ministro da IECLB. À noite eu já iniciaria uma primeira palestra sob o Tema “Comunhão e Cuidado”. Fui bem hospedado na casa da família Krämer. Tomei banho, dormi e logo chegou a hora. Tive o privilégio de ver muitas das filhas e dos filhos dos quase todos descendentes de gaúchos que, lá pelos idos de 1951, decidiram buscar futuro melhor um pouco mais ao norte do país.

Comecei minhas falas cantando a primeira estrofe de um hino que, um dia, ouvi em frequência modulada numa das Rádios de Cruz Alta (RS) onde trabalhei como pastor: “Tendo o céu como galpão, e o por do sol como braseiro, ficam eles quarteando (comungando), lindos sonhos companheiro.“ Todos estavam atentos. Ah como eu gosto de ser pastor; de poder repartir o que Deus me privilegiou viver. Sim, matei minhas saudades dos tempos de evangelista da IECLB. Lá se vão quase vinte anos de história.

Dormi muito bem na noite quinta para sexta. Depois do chimarrão amigo, tomamos café no recôndito do lar dos Krämer. Experimentamos comunhão. Depois de muitos anos, pisei novamente o chão de uma oficina mecânica familiar onde vi funcionários atuando em automóveis de múltiplas marcas e todos com mãos ativas, rostos felizes. Saí para a rua para sentir a cidade, aspirar o cheiro da sua feminilidade. Cumprimentei as pessoas que também andavam de bicicleta. Churrasqueei, sim, até recebi agrados simbolizados numa laranja. Vivi e respirei saúde...

A noite de sexta-feira foi se mostrando real. Nela pude repartir mais um pouco mais daquilo que “carregava na bagagem” e então veio a inevitável despedida. Abraços recheados de “feedback”. Carinhos azuis e vermelhos. Coisa boa constatar que a Comunidade que me hospedava não competia com o Sínodo Rio Paraná, a partir dos seus programas. Adormeci tarde da noite. Liguei a ignição do meu automóvel na prematura manhã de sábado. Viajei um bom tempo até chegar a casa. O nosso povo do “Passeando pela Bíblia” estava a mil, por causa da “Noite da Batata”. A Valmi , como sempre, articulava o seu dom. Demorou quase nada e eu me reintegrei no velho contexto. Abraços!

9.5.11

Orar pelos mortos?


Será que podemos orar pelos mortos? Hoje são muitas as pessoas que se ocupam com esta pergunta. A resposta à questão “se podemos orar por pessoas já falecidas” não pode se alicerçar nos nossos sentimentos. Vamos ver o porquê disso!

Para a Bíblia, o ato de se “orar pelos mortos” é completamente estranho. Mas então, de onde veio este costume na Igreja? Qual foi a filosofia que oportunizou esta prática no meio eclesiástico? É assim que as pessoas que choram o luto quase sempre se mostram inseguras quanto ao futuro dos seus que se foram daqui. Ora, esta insegurança serve de “feto” para acalentar incertezas: Será que eles se encontram bem neste período compreendido entre a morte e a ressurreição? Alicerçados nesta dúvida que se decide orar pelos mortos.

A pergunta “Orar pelos mortos é possível?” começou a ser ventilada nos tempos em que a cristandade se preocupou com o “tamanho”; com a “longevidade” do tempo que acontece entre a morte e a possível ressurreição de uma pessoa. Algo tinha quer ser feito em favor dos que experimentavam o “tempo da morte” que tanto podia ser “pequeno” como “grande”. As pessoas falecidas experimentavam “felicidade” ou “tristeza”, enquanto esperavam pela ressurreição? Foi na busca por uma resposta a esta pergunta que a Igreja se “aconchegou” à idéia de que era necessário o sacrifício; a obra em prol daquele que, com a experimentação da morte, se tornara enfraquecido. Fazer o quê? Orar por ele para que fosse aceito por Deus.

Nós não temos condições de alcançar a salvação pelo nosso próprio esforço; através das nossas próprias obras; por meio dos nossos próprios méritos. Nós só alcançamos a salvação por causa do presente que Deus nos alcança via nosso Senhor Jesus Cristo. As nossas orações não têm o mínimo poder de melhorar a situação dos que morreram. Para as pessoas falecidas continua valendo o que, em vida, ouviram sobre o Filho de Deus. A questão fundamental sempre é se as pessoas falecidas aceitaram ou rejeitaram o Evangelho, a Boa Nova de Salvação. Esta questão já deverá estar trabalhada quando a morte vier fazer visita.

Assim podemos concluir que a oração pelos mortos surgiu exatamente no momento em que as mulheres e os homens se afastaram da Verdade que brota de dentro da Escritura. O teólogo Schlatter nos ajuda a melhor compreender esse assunto quando escreve: “A Igreja logo caiu abaixo do nível da Fé Apostólica. Para Ela foi difícil “largar” os seus membros mortos no silêncio da misericórdia e da justiça de Deus.

Quando o conceito de “mérito” ressurgiu no seio da Igreja, ela, a Igreja, passou a ensinar sobre o “purgatório”. As preocupações com as possíveis difíceis experiências das pessoas nesta espécie de “ante-sala” do céu onde se tinha a chance de se “penitenciar” dos pecados cometidos levou a Igreja a orar pela abreviação daqueles também possíveis “duros momentos”. Notem que sempre que a Igreja ouviu e entendeu o Evangelho, ela deixou esta prática da “oração pelos mortos” de lado.

As irmãs e os irmãos que viveram na época da Reforma deram bom testemunho quando passaram a sepultar os seus mortos orando silenciosamente. Naquelas oportunidades eles não pelos mortos, mas sim pelos que ficavam. Liam o nome das pessoas falecidas nos Cultos para que a Comunidade se desse conta de que Deus tinha chamado um dos Seus, nada mais do que isso.

O teólogo Uhlborn escreve que “só podemos orar alicerçados na sólida Palavra de Deus que nos ordenou a orar e que, ao mesmo tempo, nos prometeu ouvir a oração”. Em nenhum momento Deus nos ordena a “orarmos pelos mortos”. Ele também nunca passou qualquer mensagem no sentido de que quisesse ouvir semelhantes orações. Não! Não é nossa função beatificar ou condenar pessoas. O Senhor Deus é o Juiz das pessoas vivas e também das falecidas. Tenhamos sempre clareza disso: Nós não seremos julgados a partir das oportunidades não vivenciadas. Nós seremos julgados, isso sim, pela “esnobação” das oportunidades de chegarmos perto de Deus que vivenciamos.

Ainda gostaria de chamar atenção para um grande perigo de quem sofre o luto. Muitas pessoas, de tanta preocupação com seus queridos falecidos, acabam se esquecendo dos que ficam; deixando de cuidar daqueles que estão próximos. A morte quer ser uma lembrança para que sempre estejamos alerta. O Salmo 90.12 nos ajuda nesta empreitada: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Quer dizer, é nosso grande dever continuar repartindo a luz que Deus nos deu; lançando o Convite de Vida apresentado por Jesus Cristo às pessoas que circulam à nossa volta. Penso que esta palavra de Mateus 11.28-29 também nos ajude: “Vide a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.”

1.5.11

Dia das Mães!


A idéia de se dedicar um dia do ano para as mães tem um pouco menos de 100 anos. Tudo começou com a Sra. Anna Jarvis, moradora na cidade de Virgínia (EUA). Anna era professora e lecionava para mulheres. Com o tempo ela foi percebendo que suas alunas se ocupavam quase que exclusivamente com os seus maridos e com os seus filhos; quase nada com suas mães idosas. Vai daí resolveu engajar-se no sentido de mudar “mudar a cabeça” daquelas mulheres.

Algo precisava ser feito e Anna decidiu criar o “Dia das Mães”. Divulgou o seu sonho entre as pessoas de sua relação de amizade e logo a proposta foi angariando simpatias. Ela escreveu inúmeras cartas para políticos, prefeitos, redações de jornais, ministras e os ministros eclesiásticos e empresários da época. O conteúdo das cartas que enviava era sempre o mesmo: Que tal criar-se uma data no segundo domingo de maio para lembrar com seriedade as mães.

Muitas destas pessoas alcançadas pelas correspondências da Sra. Anna passaram a apoiar a tal proposta. Jornalistas escreveram artigos em jornais; pastores usaram o púlpito para pregar sobre o tema em questão; políticos fizeram uso da tribuna para manifestar-se em prol da idéia e, não demorou muito, todos os vilarejos e cidades americanos estavam festejando a referida data. E assim, no dia 8 de maio de 1914, o presidente americano Woodrow Wilson assinou um decreto deixando claro que, a partir daquele momento, estava criado o “segundo domingo de maio” para homenagear-se todas as mães dos Estados Unidos da América. Passaram-se alguns anos e nós, brasileiros, também entramos nessa linda “onda”.

No próximo domingo, dia 08 de maio, festejaremos mais um “Dia das Mães”. As lojas e floriculturas da nossa cidade já vibram com a venda de mais e mais produtos. Tudo bem! A oportunidade de dizermos um obrigado às nossas mães é excelente. Como dizer esse “muito obrigado”? Quem sabe, servindo-lhe uma taça de café “cheinha de amor”.

Além de agradecermos às mães, também podemos agradecer a Deus pelo fato de termos tido a chance de também sermos mães e pais. Que grande honra poder ser presenteado com a graça de poder educar; cuidar de crianças, esses tesouros que Deus nos confiou. Quantas mães e quantos pais se esquecem disso. Nós que somos avós, podemos continuar esta tarefa... Observem que há um sem número de crianças que têm fome de serem reconhecidas como filhas e filhos pelos seus pais. Quantas crianças, neste momento, experimentam “fome” de receber uma pequena gentileza ou somente de ouvir uma boa palavra durante o almoço. Custa perguntar à criança “como foi o seu dia na escola”?

Sim, o Dia das Mães é um dia de se agradecer: Obrigado mãe por sempre estares ao nosso lado. Obrigado Deus que muitos de nós puderam ser mães; ser pais. Obrigado pelas nossas meninas e pelos nossos meninos que hoje já se tornaram adultos. Queremos nos esforçar em favor delas e deles; queremos entendê-las e entendê-los melhor; queremos melhor nos relacionar com elas e eles, os presentes que Tu nos destes.

Será que eu vou pro céu?


Outro dia ouvi a avó do Nando: - Cuidado menino! Desse jeito você não vai pro céu! O menino retrucou de primeira: - Eu nem sei se quero ir para o céu vó!

Pois fiquei com vontade de entrar na conversa. Podemos chegar onde quisermos sem Deus. O problema é que “no final do caminho tem uma pedra”. Sim, Deus nos quer no Seu Reino, mas como chegar lá?

Como estudante, Lutero se esforçou para encontrar o caminho que conduzia ao céu. Como professor, pesquisou em busca duma resposta bíblica. Já como padre, tentou matar sua curiosidade se assessorando da Comunidade. Num primeiro momento o nosso Reformador até entendeu que deveria fazer obras para alcançar o céu. Já num segundo, lhe ficou claro que “só teria acesso ao Reino de Deus a partir da sua fé” (Romanos 1.16a)

Ninguém consegue o céu por si só. Deus, em Jesus Cristo, já fez tudo o que precisava ser feito para que o conseguíssemos. Daí que crer é colocar-se no colo de Deus. Somente a fé nos abre as portas do céu. Lutero entendeu essa máxima. A partir daí esforçou-se para que pessoas como a avó do Nando também compreendessem o que tinha compreendido: traduziu a Bíblia para uma linguagem compreensível; não permitiu que os poderosos o assustassem; escreveu e pregou sobre a fé; sobre o presente do perdão de Deus.

É feliz quem se arrisca confiar em Jesus Cristo; pendurar seu coração Nele; se permitir uma renovação completa. Nandooo! Eu se fosse tu, ia querer o céu!

25.4.11

Qual é teu signo?


Áries 21.3. - 20,4
Viva o dia de forma confiante e não se preocupe com o seu horóscopo! Se você estiver atento, você vai poder perceber o quanto você pode ser grato. Visite um Culto no domingo! O que você vai ouvir lá será de muita valia para o seu futuro!

Touro 21,04-20,5
Não se fixe nessa história se as estrelas lhe são favoráveis ou não! Em vez disso, procure a companhia de pessoas queridas e procure prestar atenção ao lado belo da vida! “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, do Pai das luzes”. (Tiago 1.17). O que você precisa agora não vem das estrelas, mas de Deus. Quando foi a última vez que você orou?

Gêmeos 21,5 -21,6
Os problemas do cotidiano podem ser muito estressantes. Não se preocupe com o que os astros dizem! Na verdade eles não podem lhe ajudar muito. Com confiança em Deus, imaginação e coragem você vai superar os seus problemas!

Câncer 22.6. - 22,7
A partir de hoje abstenha-se da leitura de horóscopos. Presenteie este tempo adicional a uma pessoa que esteja perto de você! “Para um amigo leal, não existe um preço, nada supera o seu valor.” Em quem você está pensando?

Leão 23,7-23,8
Se você, neste momento, está se estressando com alguma pessoa, não pense que as estrelas sejam culpadas por causa disso. Peçam a Deus por pensamentos claros e um coração gentil! As chances de que sua raiva se “evapore” durante o dia são muito grandes.

Virgem 24,8-23,9
Não constelação de estrelas vai poder impedir você de promover alguma alegria especial para alguém. Não espere muito tempo! Você já tem uma idéia? Atenção: “Não pense pequeno quando fazes o bem” (Tobias 4.16).

Libra 09.24 -23,10
Se você não disser claramente o que você quer, não se surpreenda se os outros não entenderem os seus desejos. Esforce-se para ser claro. (Você pode aprender a ser claro com as estrelas. Muitas vezes elas brilham com extrema claridade.) Aliás, mesmo em assuntos religiosos, você deve optar pela claridade: a crença em horóscopos e a fé em Jesus Cristo não andam juntas!

Escorpião 24,10 - 22:11
Se você quiser trazer mais luz para sua vida, então deixe a astrologia e a adivinhação de lado! Em vez disso, experimente entender esta palavra da Bíblia: “Tem sido dito a você, homem, o que é bom e o que o Senhor pede de ti, nada mais do que isso: agir com justiça, amor e fidelidade, o amor vai humildemente com o teu Deus. (Miquéias 6.8)

Sagitário 23:11-21:12
Você ainda tem muitas chances a experimentar em sua vida. Nada disso está escrito nas estrelas, mas a Bíblia pode lhe ajudar realmente. Permita que esta palavras façam casa no teu coração: “Seja forte e corajoso, não tenha medo porque o Senhor teu Deus está com você em tudo que empreender.” (Josué 1.9)

Capricórnio 22,12. - 20.1
Às vezes você se sente preso e demasiadamente dependente de outros? Não consulte a opinião dos astrólogos. Pegue o comando de sua vida nas próprias mãos! Tenha a coragem de tomar decisões, mesmo correndo o risco de, às vezes, cometer erros! Deus ama você e irá acompanhá-lo.

Aquário 21,1-19,2
Não permita que os teus problemas ocupem muito do tempo da tua vida. Procure uma pessoa experiente e discuta abertamente com ela a respeito da sua situação. Essa pessoa vai lhe ajudar a esclarecer alguns pontos obscuros. Esqueça essa história de horóscopo. O teu signo não pode te ajudar.

Peixes 20.2. -20. 3.
Você é uma pessoa adorável! Leve esta verdade a sério e descubra nos teus próximos o o belo que existe em cada um. Cada pessoa, por mais complicada que seja, tem seu lado bom e essa descoberta não precisa ser feita com o auxílio de estrelas, mas com tua observação. Você vai perceber que uma palavra amável pode fazer maravilhas!

Hulda Hertel!


Conheci a diaconisa Hulda na década de 70. Naquela época eu era “figurinha carimbada” na Casa Matriz de Diaconisas. A Hulda era uma ministra. Informaram-me que aquela senhora com olhar simpático se importava com crianças empobrecidas numa creche em Brasília, no Distrito Federal. A vida foi passando e, por tabela, aqui e ali, nos promovendo encontros. Num certo dia fiquei sabendo que ela também era colega pastora da IECLB.

Nos anos 2000 fui morar na Alemanha. Um dia abri a porta do nosso apartamento e lá estava a Hulda. Ela trazia um quilo de erva-mate debaixo do braço. Conversamos durante boa parte da noite sob a luz de uma vela e o sabor de uma, duas garrafas de “Weizenbier”. Ouvimos da Hildegart; da IECLB e dos amigos comuns. Matamos saudades e depois passeamos pelo “Marienplatz”. Compartilhamos das nossas dores; dos nossos dissabores. Ouvimos sugestões de como melhor enfrentar nossos dilemas; rimos; festamos a vida; sonhamos.

Eu jamais me esquecerei das irmãs diaconisas de “Stockdorf”. Foi a Hulda que nos promoveu aquele encontro. Aquela nova amizade alemã nos foi uma bênção sem medida. Às vezes olho para trás e me dou conta de que a Hulda foi sim um anjo que voou de forma um tanto desengonçada para dentro daquele espaço no sexto andar da “Arcisstrasse 44”. Levei-a ao aeroporto de “S-Bahn”. Atei amizade mais forte com ela. Carrego a impressão que nos admirávamos mutuamente.

De volta ao Brasil vim trabalhar na Paróquia São Mateus. No dia da minha instalação como ministro da Igreja em terras joinvillenses, convidei-a para ser minha assistente. Sua palavra foi pessoal; carinhosa e cheia de amor. Na oportunidade ela me desejou alegria e força no novo trabalho que abraçava; me presenteou um livro de orações; me deu um abraço que continua quente, mesmo depois de quatro anos. Sempre que nos encontrávamos, dizia ser minha madrinha. Ai que tristeza. Deus chamou minha madrinha para perto de Si.

Seu corpo está enterrado no pequeno cemitério do “Mutterhaus”. Um dia ainda quero sentar num dos bancos que ladeia sua sepultura para, no silêncio, meditar sobre a vida daquela que um dia me soprou nos ouvidos que “quem se deixa marcar pela infelicidade não terá o entusiasmo necessário para tornar as pessoas que estão próximas felizes”. Sentirei saudades da Hulda; daquela mulher; daquela diaconisa; daquela pastora forte que me falava com o olhar. A gente se vê Hulda. Inté!

21.4.11

Venham e Vejam - Mateus 28.1-10


Jesus foi sacrificado na cruz no meu, no teu lugar. Na cruz Jesus venceu o pecado; o inferno; a morte e o diabo. Foi o sacrifício do Único Justo que a História conheceu que oportunizou caminho livre para o perdão dos pecados da humanidade; para a libertação de todas as amarras que por ventura se experimente; para a conversão de desviadas e desviados em filhas e filhos de Deus. Ouçam o texto bíblico de Mateus 28.1-10...

1. No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2. E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. 3. o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve. 4. E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos. 5. Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. 6. Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia; 7. e ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho dito. 8. E, partindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. 9. E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram. 10. Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galiléia; ali me verão.

Insônia

Hoje em dia a cristandade; o povo que congrega nas Igrejas Cristãs é observado com ceticismo. A maioria das pessoas que nos cercam se mostram inseguras no que diz respeito à fé cristã. Elas até ouvem a Boa Notícia de que Jesus Cristo ressuscitou com o objetivo de lhes abrir as portas do Reino de Deus, mas não conseguem crer.

O domingo da Páscoa é um dia como outro qualquer para as pessoas que não conseguem crer. Somente a fé pascal pode fazer da Páscoa a pedra angular da esperança cristã. O Domingo de Páscoa aproxima ou afasta as pessoas de Deus. Foi exatamente isto que Paulo deixou claro à Comunidade dos Coríntios: “... se Cristo não foi ressuscitado, é vã a nossa pregação, e também é vã a fé de vocês”. (1 Coríntios 15.14) Vou dizer esta palavra de Paulo de forma diferente: - Querida São Mateus! Se Jesus Cristo não ressuscitou, então toda a nossa pregação aqui neste púlpito não faz sentido; então a fé que vocês professam é inútil...

Que texto bom de ler. Ele nos informa a respeito de duas mulheres discretas que, aparentemente, não conseguiram dormir naquela noite de sexta-feira para sábado. Uma delas chamava-se Maria Madalena. A outra também tinha o nome de Maria. Mateus nos conta que estas duas senhoras se dirigiram ao túmulo de Jesus quando ainda era madrugada. O fato de Jesus ter sido morto tinha tornado suas vidas vazias; completamente sem sentido. A sua desesperança lhes promoveu a insônia; a necessidade de fazer alguma coisa num momento em que nada podia ser feito. Então porque não caminhar; ir ver o túmulo; trabalhar o luto.

Interessante que justamente estas duas mulheres tiveram a honra de serem as primeiras a se encontrarem com o Ressurreto. Jesus Cristo se mostra àqueles que perdem tudo; àqueles que não têm mais possibilidades de seguir adiante; àqueles que O procuram.

Será que o nosso problema não reside no fato de que estamos satisfeitos com a vida e seus programas? De repente estamos nos sentindo ricos, a ponto de não precisarmos de Jesus? Porque agradecer pelos alimentos sobre a mesa? Pela família? Pela saúde? Pelos amigos? De repente a luz da Páscoa não está nos iluminando porque nem precisamos da claridade proporcionada por Deus; porque preferimos nos esconder nas sombras do “deixa que a vida siga e vamos que vamos”.

Conclusão

Para entendermos; para absorvermos a ressurreição de Jesus Cristo, temos que nos dar conta de que Ele venceu a dor; toda a maldade ocorrida naquela noite escura e pavorosa da Sexta-Feira Santa. Quando algum de nós é iluminado pela luz de Deus, esse está chamado a também ser luz na Joinville em que vivemos. Porque esse chamado ao engajamento? Ora, para que outros também experimentem a Páscoa como ela deve ser experimentada: Alegria! Jesus vive! Agora prestem atenção: O Ressuscitado nos comissionou a “irmos e falarmos isto que acabamos de ouvir às outras irmãs; aos outros irmãos” (Mateus 28.10)

13.4.11

Cadê as testemunhas?


Dois alunos da sétima série estavam conversando. O primeiro desafiou o segundo com estas palavras: - Prove-me que Deus existe! O menino pensou um pouco e respondeu: - Eu não consigo provar que Deus existe. Foi aí que o primeiro menino se saiu com esta: Eu posso provar que Deus não existe. Queres ver? Em todo o mundo há pessoas de guerra. Os jornais noticiam que mais de trezentas mil pessoas morreram em terremotos no Haiti, no Chile e no Japão. Meus pais estão em fase de separação. Na semana passada um jovem solitário tirou a vida de mais de 11 meninas e meninos de 13 anos de idade numa escola do Rio de Janeiro. Só com estas quatro constatações eu já consegui provar pra vocês que Deus não existe. Viu como foi fácil? Alguns colegas que ouviam aquela conversa acenaram suas cabeças afirmativamente. O menino que tentava provar que Deus não existia continuou: - Agora não me venham dizer que devemos acreditar em Deus porque as coisas sempre foram assim. Nós não somos bobos! Com esta história na cabeça eu as convido para a leitura de 1 Coríntios 15.1-11...

15.1 - Agora, irmãos, quero que lembrem do evangelho que eu anunciei a vocês, o qual vocês aceitaram e no qual continuam firmes. 15.2 - A mensagem que anunciei a vocês é o evangelho, por meio do qual vocês são salvos, se continuarem firmes nele. A não ser que não tenha adiantado nada vocês crerem nele. 15.3 - Eu passei para vocês o ensinamento que recebi e que é da mais alta importância: Cristo morreu pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras Sagradas; 15.4 - ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras; 15.5 - e apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos. 15.6 - Depois apareceu, de uma só vez, a mais de quinhentos seguidores, dos quais a maior parte ainda vive, mas alguns já morreram. 15.7 - Em seguida apareceu a Tiago e, mais tarde, a todos os apóstolos. 15.8 - Por último, depois de todos, ele apareceu também a mim, como para alguém nascido fora de tempo. 15.9 - De fato, eu sou o menos importante dos apóstolos e até nem mereço ser chamado de apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus. 15.10 - Mas pela graça de Deus sou o que sou, e a graça que ele me deu não ficou sem resultados. Pelo contrário, eu tenho trabalhado muito mais do que todos os outros apóstolos. No entanto não sou eu quem tem feito isso, e sim a graça de Deus que está comigo. 15.11 - Assim, não importa se a mensagem foi entregue por mim ou se foi entregue por eles; o importante é que foi isso que todos nós anunciamos, e foi nisso que vocês creram.

Cadê as testemunhas?

Somos pessoas críticas. Não só os jovens procuram provas da existência de Deus. Observem que não são somente os jovens que estão à procura de provas da existência de Deus. Às vezes também nós desejaríamos ver e ouvir as testemunhas que Paulo menciona em sua Carta à Comunidade desconfiada: Uma; doze; quinhentas pessoas tinham visto Jesus Cristo. Ah como seria bom se nós também pudéssemos conversar com esta gente toda.

“Cadê as testemunhas de Jesus Cristo?”. Cadê as testemunhas que viram e ouviram; que viveram e que sentiram a ressurreição do Filho de Deus de perto? Para Paulo a fé não tem sentido sem a comunhão com as irmãs e com os irmãos; sem a Comunidade; sem testemunhas. Vivamos a nossa fé; mostremos a nossa fé a partir das experiências que fazemos. A ressurreição de Jesus Cristo liga pessoas normais como tu e eu à Comunidade Viva e, assim, a Páscoa deve ser mais do que apenas uma data no nosso calendário de 2011.

“Cadê as testemunhas de Jesus Cristo?”. Conta-se que um homem idoso estava experimentando muita tristeza. Ele, durante toda a sua vida, tinha gastado o seu tempo seguindo lideranças erradas e isso o deixava extremamente triste. Agora, no final de sua vida, ele estava conseguindo dar a “volta por cima”, enquanto se empenhava em promover aos jovens uma convicção diferente daquela que tinha sido sua. Para ele essa experiência era como começar de novo. Os jovens podiam tocá-lo; entender a sua vergonha; compreender a sua mudança de vida. Sim, a graça de Deus não passa batida por nenhuma, por nenhum de nós!

Outro dia uma professora me falou que estava entusiasmada pelo fato de perceber que as crianças da sua creche tinham plena capacidade de resolverem suas contendas, suas briguinhas. Como é difícil se resolver problemas de relacionamento. Como é gratificante quando dois “brigões” se tornam novamente amigos. Nada de fazer de conta que está tudo bem. Nada de acumular raiva dentro do peito, mas presentear o opositor com doses de renovada confiança. As crianças são o melhor testemunho de que um novo começo pode ter sucesso entre duas pessoas.

“Cadê as testemunhas de Jesus Cristo?” Claro que poderíamos desistir de procurar por testemunhas de Jesus Cristo no meio dos tantos desastres que experimentamos. Às vezes estas catástrofes que ouvimos falar nos tocam no fígado e na mente. Elas nos machucam tanto que é quase impossível resolvermos os nossos problemas com força própria. O peso destas questões parece ser esmagador.

“Cadê as testemunhas de Jesus Cristo?” A Páscoa é uma festa para as pessoas que não negam a sua dor; que não engolem a sua raiva e que não escondem o seu fracasso. Mas a Páscoa também é uma festa para aquelas pessoas que abrem seus olhos para uma nova vida. Coisa boa quando se aprende a lidar abertamente com a própria culpa e também com o perdão do outro; com o presente da fé comunitária e não apenas com palavras bonitas, polidas, ensopadas de espiritualidade. Os que conseguem dizer palavras claras, corajosas e amorosas, alicerçadas em gestos brandos, conseguem viver e celebrar a Festa da Ressurreição e não se deixam derrotar.

Conclusão

Uma; doze; quinhentas pessoas – hoje essas testemunhas não podem mais ser contadas. Eu as encontro a toda hora. Conviver com elas é para mim uma bênção porque não podem e nem precisam provar nada. Elas, com sua vida; sua confiança; sua honestidade e seu otimismo são testemunhas vivas de que Jesus Cristo ressuscitou! Isso me basta!

Oração:

Jesus Cristo, Ressurreto, Tu nos presenteias com liberdade. Enquanto cremos nisso, Te esperamos. Presenteia-nos com a Tua força para continuarmos vivendo dessa forma. Amém!

12.4.11

Pedro subornando Jesus?


- Alô! Oi Rosa.
- Conversei a pouco com a Aninha. Ela queria saber sobre “superstição”.
- Ouvi a conversa Mano. Ela saiu. Liga daqui meia hora.
- Vou escrever-lhe um e-mail. Lembranças pro João!

“Oi Ana! Abre tua Bíblia em Lucas 18.28-30. Dá a impressão que Pedro está expressando “pensamento supersticioso” – não verdade? Carrega-se a impressão que os discípulos fizeram um “sacrifício” para seguir seu Mestre. Parece que Jesus Cristo esteja se prestando a fazer “negócio” com os discípulos.

Nada disso! Os discípulos têm grande devoção por Jesus. Não existem “segundas intenções” nas suas palavras. Não há nenhum resquício de qualquer idéia de que estejam almejando algum “presente”. Eles confiaram; se “jogaram de cabeça” no “colo” do Filho de Deus. Não lhes passou pela idéia a conquista de algum “lucro” com aquela decisão.

Mas que fique bem claro: Quem, desde o início, espera por alguma recompensa da parte de Deus está, na realidade, querendo subornar Deus; está dando claras mostras que não confia em Deus e que, portanto, é supersticioso. Beijo!”

Acanoados na magia!


O telefonema da minha sobrinha me fez pensar sobre o assunto “superstição”. É assim que hoje muitos jovens misturam conceitos de fé com idéias exotéricas. Agindo assim, buscam saber sobre o futuro a partir da magia, da astrologia, das cartas de tarô, do ocultismo, da terapia com pedras, dos curandeiros espirituais, da clarividência e outros.

Na Alemanha, de cada sete pessoas, uma se envolve com magia e bruxaria; de cada cinco, uma crê na reencarnação; de cada três, uma entende que o futuro pode ser sabido. Aqui no Brasil estes números são maiores e a prova disso são as nossas livrarias. Nelas, as prateleiras especializadas em tais assuntos ocupam duas, três vezes mais espaço do que para os temas religiosos.

Porque é que a superstição se enraíza tanto entre nós? Ora, a magia é a rejeição da onipotência de Deus e aí só vale a pessoa. Acanoados nessa idéia são muitos os que buscam a autodeterminação que, no final das contas, capturará com novas regras; com cartas; com novas leis ditadas pelas estrelas; com pêndulos; com dúbios livros milenares. Ai que tristeza!

8.4.11

Superstição!


- Oi tio!
- Como vai "gatinha"?
- Bem obrigada!
- O tio já sabe que sou confirmanda?
- Que legal!
- Pois é tio. Estou pesquisando sobre "superstição". O que é “superstição”?
- Ana! "Superstição" é a crença de que Deus se corrompe. Há pessoas que tentam viver uma vida super correta para receber alguma recompensa de Deus. Isso é tentar “negociar” com Deus; é colocar-se no mesmo nível e ou até num nível mais alto do que Deus. Isso é "superstição".
- Muito difícil essa resposta tio...
- Aninha! Presta atenção. Lembra daquela senhora adoentada que vizinhava com vocês? Quantas e quantas vezes nós a ouvimos dizer: - “Eu sempre fui uma pessoa honesta e útil. Por que é que Deus permite essa doença tão difícil na minha vida? Eu não mereço isso!”
- Lembro sim.
- Querida! Quando as pessoas barganham com Deus com o objetivo de influenciá-Lo a tomar uma posição ideal para elas mesmas, fica claro que essas tais pessoas são supersticiosas.
- Tio! Escreve isso daí num e-mail para eu poder ler uma, duas vezes e depois entender. Beijo pra tia! Vou desligar...
- Beijo Aninha!

6.4.11

Pratos limpos!


Deus tem um jeito bem especial de resolver problemas complicados. Para fazê-lo, Ele promove clareza e transparência onde há desacordo entre palavras e ações.

As pessoas cristãs se permitem atingir pelos raios da misericórdia; da justiça e da verdade de Deus. Quando elas são atingidas por estes atributos acontece a “boa radiação”, ou seja: bondade; integridade e honestidade. É assim que o mundo todo se beneficia dos “raios” da luz de Deus que se refletem nas Suas filhas e nos Seus filhos. Enquanto a maioria das pessoas só busca fama, lucro e diversão, a cristandade se auto-examina com perguntas constantes: - Será que Deus quer isso de mim? Será que o que vou fazer é bom? Será que continuo comprometido com a Verdade? Será que o que vou fazer é honesto?

Quem desenvolve a capacidade da auto-examinação vê a vida com outros olhos: percebe seu egoísmo; nota quando “marionetiza” os fatos em benefício próprio; se dá conta se suas atitudes só visam “lucros” exclusivos. Resumindo, pessoas expostas à luz de Deus aprendem a “olhar no espelho”. A autocrítica, muitas vezes, nos induz a só vermos as sombras que são produzidas à nossa volta. Carrego a impressão que Deus não se alegra com a nossa participação nestes fóruns.

O fato é que Deus usa de outra abordagem para desestabilizar o erro. Quando a maldade vem anuviar, Ele desafia a reagirmos com honestidade, bondade e retidão. Isso não quer dizer que vamos deixar passar o mal dito em brancas nuvens; que vamos engolir em seco as ofensas que nos imputaram. O enfrentamento das crises leva à introspecção; ao autoconhecimento; à maturidade. É nestes momentos que os atos de injustiça são colocados sobre a mesa para, só então, serem desmascarados; expostos à luz. Deus, ao Seu jeito, põe todas as crises em “pratos limpos”, a partir da Verdade.

1.4.11

Streuselkuchen


A atendente serviu-me uma fatia de “Streuselkuchen”. A Êlla também estava junto a uma das mesas da “Vila”. Sentei-me com ela para saborearmos uma “média” de café com leite.
– Oi Êlla! Que alegria te ver de novo!
– Oi pastor! Li sua coluna no Caminho.
– O pessoal gostou de saber da tua experiência.
– Minha mãe leu e se preocupou comigo...
– Verdade? Mas o que é esse documento? Tua Certidão de Batismo! Hummm... batizada no 17 de dezembro de 1978...
– É! Minha mãe pediu que eu o guardasse com carinho. Disse-me que a “luz” de Deus brilha sobre mim e que isso já é razão mais do que especial para eu viver alegre e disposta.
– Tua mãe está certíssima. Gostei do versículo bíblico: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida.” Ótimo!
– É pastor... Já meditei muito sobre este verso de João 8.12. A minha fé não é garantia contra as experiências de escuridão que, volta e meia, me atingem.
- Certo! Também as pessoas cristãs podem vir a experimentar tempos de tristeza e dificuldades. No entanto, quem crê em Jesus Cristo tem o privilégio de saber que existe Alguém que é maior do que os problemas a serem enfrentados.
– Sei disso. Hoje já experimento mais da “luz” e do “calor” de Deus.
– Êlla! Lamento. Estou sendo chamado pelo telefone. Continuamos esse “papo” noutra oportunidade. Segue teu caminho. Se precisares da minha ajuda, liga. Continuo torcendo por ti.

9.3.11

A Êlla foi à luta!


A Êlla se viu só e sentiu medo da solidão. Foi à luta. Vestiu-se. Desceu até a garagem. Encastelou-se no seu “Kasinho” e foi “dar umas bandas”. Estacionou rente ao meio-fio, debaixo do flamboyant florido. Dali viu a festa de estilos e cores, sob o sol do dia de praia. Algumas pessoas sempre tão alegres e outras tão deprimidas...

Sentimentos de medo não são ruins, pois podem advertir de perigos. Tantos já se salvaram por causa do medo de dar mais um passo. O problema é a ansiedade que o medo pode gerar. É comum que ele restrinja e oprima como se fosse um torturador. A Êlla queria enfrentar seu medo. Sua mãe o reprimira e isso não foi bom. Ele, cedo, mostrou seu “rosto” numa doença de estômago.

Assim, sentada, balbuciou estas palavras: “Deus, o que quero segurar escapa das mãos. Perco o que quero possuir. Minhas esperanças não se concretizam. Meus sonhos me são negados. Meus bens se esvaem como fumaça. Olha pra mim nesta tarde de tristeza. Preciso de Ti. Envia-me uma estrela para clarear esta escuridão. Irrompe na minha noite e me oportuniza a descoberta do amor; da confiança.”

Olá Êlla! Deus não responde as nossas perguntas e nem resolve os nossos problemas com um “estalar de dedos”. Ele não é um feiticeiro; não é um místico; não é um mágico que simplesmente diz: - “Abracadabra”. O nosso Deus caminha conosco nos altos e baixos. Ele diz: - “Não temas, crê somente. Eu estou contigo!"

12.1.11

Por aqui ou por ali?

Algo está acontecendo comigo e não é de agora... Algumas pessoas me pedem para orar pela resolução deste ou daquele problema. Para elas tudo é tão simples. Eu, no entanto, não consigo caminhar com desenvoltura nestes caminhos calçados de simplismo. Talvez você pergunte: - Mas tu não és um pastor?

Por favor, tentem me entender! Conheço uma pessoa que luta para vencer na vida; que dá “murro em ponta de faca” para sobreviver; que investe tudo e mais um pouco no bem da sua filha que tem grave deficiência visual e que estuda na universidade.
Soube que no Natal essa pessoa ganhou uma cesta com bons produtos do seu empregador. Entre outros produtos, nela também havia um bom vinho espumante. Na hora da ceia a estudante perguntou ao pai se ele não aproveitaria a ocasião para servir a boa bebida.

Não – disse ele – vamos guardá-la para quando da tua formatura, daqui dois anos. E agora? O que é que eu faço com essa informação? Devo orar lembrando Deus das dificuldades enfrentadas pela referida família e, depois, descansar na “rede” do dever cumprido? Devo me envolver com estes irmãos para melhorar o seu “status”?

Tenho clareza que Deus me chamou para refletir Seu amor aqui no chão. Ora, isso implica em tomar atitudes. Confesso que me sinto pequeno. Não é tão simples ser cristãos como alguns apregoam, alicerçados em informações teológicas parciais. Ajude-me a responder esta questão: Agir não é orar?

3.1.11

Outono!


A noite cedeu o dia.
Passei, não a beijei.
Ela se foi – arredia.

Manhã, tarde, noite...
Desgasto é desgosto.
A vida – um açoite?

Oh tempos outonais...
De galhos desnudos.
Parece tarde demais!

Busco uma condução.
Não tenho muita sede.
Ufa – eis à estação.

A noite cedeu o dia.
Passei, quase abracei.
Vida que tanto queria.

2.1.11

Com os pés descalços no outono da vida!


Se observarmos bem, vamos nos dar conta que a vida, geralmente, se divide em quatro etapas. Estou vivendo a terceira.

Os primeiros vinte anos nós investimos no crescimento; no amadurecimento; no “garimpo” do espaço na sociedade. Esse momento vai culminando com o abandono da casa do pai e da mãe e aí chega a hora de colocar os pés no mundo; de buscar o amor e viver a vida...

Dos 21 aos 40 nós aplicamos na construção do “status”. Queremos ser reconhecidos como pessoas. Investimos nossa energia na formação da família; procuramos “com unhas e dentes” pelos melhores caminhos; esforçamos-nos para “passarmos a borracha” para apagarmos os resquícios das caminhadas não tão boas...

Aí vem o espaço compreendido entre os anos 41 e 60. Este é o terceiro quarto da nossa vivência e nele estamos encharcados de maturidade; de estabilidade. Quase todos os nossos objetivos foram alcançados e nos encontramos como que solidificados. Nossos vizinhos e parentes nos vêem como pessoas confiáveis, mas estamos lutando conosco mesmos para abdicarmos da companhia das nossas filhas e dos nossos filhos. Aqui e ali ajudamos os mesmos, mas sem muita proximidade...

Por fim vem o último quarto da nossa “passagem”. Alguns ultrapassam os 80. Esse tempo se deixa marcar pelo “ir” das amizades; pelo “vir” das novas gerações; pela postura de agradecimento; pela esperança trabalhada nas fases anteriores; pelo reconhecimento; pela não teimosia; pelo fortalecimento das velhas amizades; pelo entendimento do próprio “apequenamento” e pela bênção de Deus...

Tudo na vida é primavera, verão, outono e inverno. No momento ando descalço sobre as folhas de outono, enquanto o ano de 2011 “engatou sua primeira marcha”.

31.12.10

Feliz Ano Novo!


Feliz ano novo – essas são as palavras que repartimos, que, ontem e hoje, estamos repartindo uns com os outros. Quando nos desejamos “bom ano novo” estamos “sonhando” que tenhamos um bom início em 2011. É assim que cada ano novo tem a ver com recomeços. Os primeiros dias chegam a ser sedutores porque apontam para a novidade; para o desafio do enfrentamento do que ainda é desconhecido. Do texto de Lucas 2.1-20 que relata sobre o nascimento de Jesus Cristo, destaco o versículo 19: “Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas.”

Nós, no ano novo, colocamos todas as nossas esperanças e medos no colo de Deus – o Senhor do Tempo. O “novo tempo” já começou e nós não sabemos o que vem pela frente. Como será a administração da Dilma Rousseff no Brasil? Como se comportará o P. Inácio Lemke no Sínodo Norte Catarinense? Como se pautará o colega Nestor Friedrich na presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB? Será que as nossas finanças “andarão em terrenos planos”? E quanto à nossa saúde – será que vai correr tudo bem? E no que diz respeito aos nossos filhos; nossos netos? E, e, e...

Gente querida! Deus veio ao mundo para promover cura; saúde; perspectivas; recomeços dentro do “tempo certo”. Deus é o Senhor da História e o que Ele pensou não pode ser mudado. Gosto demais da palavra do apóstolo Paulo em Gálatas 4.4: “Mas, quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho, que veio como filho de mãe humana e viveu debaixo da lei. ”Todos os nossos recomeços se baseiam neste “tempo certo”; neste início divino. Porque isto é verdade, cabe agradecermos a Deus pelo fato Dele estar conosco desde o primeiro dia.

Agora reflitamos sobre o comportamento da Maria – mãe de Jesus. Essa mulher teve uma atitude de fé que fica muito evidenciada em Lucas 2.19. Leio o mesmo texto numa outra tradução: “Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração.” Notem que Maria não entendia tudo o que se passava à sua volta, mas dava de si, se esforçava por entender enquanto refletia e meditava quando das suas “horas tranquilas”. Maria não usava apenas o seu raciocínio para meditar sobre as “Coisas de Deus”. Para tal ela fazia uso do seu coração, a sede de todos os nossos sentimentos e emoções; da vontade e do amor. Maria usava toda a sua força mental para apreciar as “Boas Obras” que Deus tinha trabalhado com tanta maestria. Maria tinha carregado Jesus Cristo nove meses debaixo do seu coração com todo amor e carinho. Agora ela fazia o mesmo, deixando-se preencher de Deus, a partir da visão e da audição. Essa sua nova reflexão não durou apenas nove meses, mas sua vida toda. É claro que esse comportamento promoveu grande sabedoria à Maria.

Como poderemos fazer de 2011 um ano bom? Muitos pensam que a saída é ter mais dinheiro; um melhor emprego; um Plano de Saúde mais completo; e assim por diante... Isso tudo são detalhes que deveríamos classificar como de segundo plano. Em primeiro lugar está a necessidade de nos assenhorarmos de sabedoria. Pessoas que têm sabedoria sabem discernir melhor entre o que é bom e ou é ruim; entre o que se apresenta como claro e ou escuro; entre o que é correto e ou duvidoso. Essa “sabedoria” não cai do céu. Ela também não pode ser aprendida na Escola ou na Universidade. A “sabedoria”, a capacidade de olhar a vida do ponto de vista de Deus, é o resultado de longas reflexões e meditações sobre os principais momentos da História que Paulo nominou como “tempo certo”; como “plenitude do tempo”.

O poeta descreveu esse tipo de meditação; de reflexão testemunhada pela Maria com palavras simples: “Eu quero mergulhar completamente no Seu amor.” Cada um de nós pode fazer isso. Não há necessidade de muito estudo para tal. Sabem o que é verdadeiramente preciso? Um estado de espírito tal como o de Maria – isso é preciso! Lembram da estrofe três do hino número 26 do nosso HPD I (Hinário do Povo de Deus I)? Ali o poeta Paul Gerhardt resume exatamente isso que acabei de dizer: “Contemplo-te em exultação e não me canso disto, detenho-me em meditação, pensando em Ti, ó Cristo! Que a mente viesse a se tornar abismo, e a alma um vasto mar, que assim eu te abrangesse!”

A fé sincera exercitada pela Maria fez dela uma pessoa profunda e sábia. Ela é o nosso modelo neste início de Ano Novo. Miremo-nos no seu exemplo para alcançarmos profundidade e sabedoria em 2011. Não entremos absortos no mesmo, mas carregados da esperança que Deus levará a cabo tudo aquilo que Ele já iniciou conosco. Ele conduzirá a nossa vida a bom termo. Podem ter certeza disso!

17.12.10

E Deus se fez gente...


Oi Pessoal!

No dia 24 de dezembro, às 19h, eu vou celebrar mais um Culto de Natal na Paróquia São Mateus. Trata-se de um Culto Especial - o Culto de Natal. Minha prédica será esta. Boa leitura; boa reflexão; bom Natal!

Quem “sintoniza” sua alma com a Boa Notícia que nos alcança nesta Noite Santa, celebra o Natal como ele verdadeiramente deve ser celebrado. Mesmo em meio a todos os barulhos que nos circundam, tentemos perceber Aquele que vem ao nosso encontro. Silenciemos diante do Menino Jesus. Ele, como nós, também nasceu de mulher; vivenciou os mesmos prazeres e dificuldades que vivenciamos, apesar de ser Filho de Deus. Deus se tornou gente como nós. A luz do Filho de Deus encarnado brilhou para os reis magos; guiou-os para irem ver a Criança; guiou-os para irem e prestar-Lhe Culto. Pois esta mesma luz brilha sobre nós, aqui e agora. Ela também já nos faz sentir o “choque da graça” que oportuniza o brilho inocente desta Criança que já está sob as ameaças da cruz. O texto de Gálatas 4.4-7 nos ajuda nesta reflexão. Ouçamos o que ele escreve à Comunidade dos Gálatas com os “ouvidos” do coração: 4.4 - Mas, quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho, que veio como filho de mãe humana e viveu debaixo da lei 4.5 - para libertar os que estavam debaixo da lei, a fim de que nós pudéssemos nos tornar filhos de Deus. 4.6 - E, para mostrar que vocês são seus filhos, Deus enviou o Espírito do seu Filho ao nosso coração, o Espírito que exclama: “Pai, meu Pai.” 4.7 - Assim vocês não são mais escravos; vocês são filhos. E, já que são filhos, Deus lhes dará tudo o que ele tem para dar aos seus filhos.
Novo Tempo

O texto que acabamos de ler nos faz entender que o Presente que nos foi alcançado por Deus pode ser sentido; vivido. Vocês não ficaram tocados; transformados pelas palavras do apóstolo Paulo que ainda ecoam em nossos corações; aqui neste templo? Carrego o sentimento de não ser mais a mesma pessoa diante da força que vem desta Criança. Estou me sentindo fraco; carente de ajuda. É assim que quando abrimos o nosso coração à Palavra de Deus, acabamos tocados pela verdade de que Deus nos quer como filhos; como filhos que confiam Nele; como filhos que esperam tudo Dele; como filhos que experimentem da Sua segurança; como filhos que O amem como se ama uma mãe, uma avó, um pai, e um avô.

Com Jesus nasceu um “novo tempo”. Deus deu um grande passo em nossa direção quando se fez homem como nós na pessoa de Jesus de Nazaré. Este ato trouxe e ainda traz conseqüências na nossa relação com Deus. Nós fazemos parte do Projeto de Amor de Deus. Somos filhas e filhos de Deus com o direito de herdar o Reino de Deus, tal como o Menino da Mangedora herdou. Sinto-me um tanto tímido em dizer isso, mas sem dúvida é um grande presente esse que Deus nos dá nesta noite de Natal. Jesus, nosso irmão, nos mostra que a vida pode ser bem sucedida. Como irmãos que somos, temos o compromisso mútuo de trazermos a Glória de Deus a face da terra a partir da nossa ação; do nosso testemunho; do nosso engajamento; do reflexo da luz que brilha em nós.

É Véspera de Natal! Imagino que lá fora e que também aqui dentro ainda se chorem lágrimas solidão; de desamparo; de tristeza e de dor. Gente querida! Ainda não chegou o momento do próprio Deus enxugar todas as lágrimas – conforme a promessa. Deus se fez gente para estar com a gente; para, contextualizado, estar do nosso lado. Mais do que isso: Ele nos aceita como somos. Seu amor não está sujeito a condições; é absoluto. Nós sempre podemos voltar a Ele, mesmo que tenhamos nos afastado Dele. Claro que ninguém de nós é obrigado a aceitar este Presente, mas eu chamo a atenção: Jesus Cristo é o Maior Presente que podemos imaginar e creio que nos cabe valorizá-lo, sim.

Conclusão

Onde podemos encontrar esse Deus? Aqui entre nós! Deus nos procura entre os entristecidos e cansados; entre os que sentem medo e desprezo; entre os que estão sob pressão e os não sabem mais como andar adiante. Deus nos indica o caminho do amor e hoje, especialmente hoje, nesta Noite de Natal, esse caminho nos leva à libertação de todos os constrangimentos e opressões. Deus nos mostrou esse caminho no nosso irmão Jesus Cristo que nos dá forças para vivermos uma vida marcada pela liberdade; para ousarmos ir em busca de uma vida digna; para experimentarmos um “Feliz Natal”.

Nós somos filhos de Deus e essa é a herança que Ele nos dá: Não estamos mais sujeitos aos regulamentos e às restrições que o mundo usa para nos escravisar. Somos livres para presentearmos cada vez mais do nosso tempo; das nossas esperanças; das nossas alegrias e de nós mesmos àqueles que caminham conosco. É pautados nesta proposta de vida que queremos olhar para o Menino Jesus. Nele reside o “mistério” da Vida Eterna que carregamos em nós. Deixemos nos levar por este momento e, partir Dele, olhemos com liberdade para o Menino Jesus que nos traz a “Boa Nova do Natal” nos nossos corações.

14.12.10

“E agora José!”


Olá amigas!
Olá amigos!

No próximo domingo, dia 19 de dezembro de 2010 nós festejaremos o Quarto Domingo de Advento. No Culto a minha prédica vai ser baseada no texto de Mateus 1.18-25. Se quiserem lê-la; meditar em cima dos conteúdos apresentados; se comunicarem comigo... Fiquem à vontade. Abraços!

Hoje quero falar do carpinteiro José; do marido da Maria; do pai adotivo de Jesus Cristo que viveu momentos difíceis antes do seu casamento. Maria e ele tinham combinado abstenção sexual durante o namoro e o noivado. Que loucura! Maria lhe repassa a informação dada pelo Anjo de Deus: Está grávida. Só faltava essa! Para José os anjos tinham coisas mais importantes a fazer do que visitar jovens mulheres na terra. No seu entendimento os anjos eram assexuados e eternos; não precisavam se relacionar sexualmente para eternizar gerações. Não! Aquele tal Anjo não podia ser o pai da criança plantada no útero da sua Maria. Ah sim! Ela lhe tinha falado do Espírito Santo; que Deus mesmo a engravidara. Mas o que é que a sua futura esposa estava pensando? Deus só falara com profetas até então. Que história era aquela? Comunicar-se com a humanidade através da barriga da sua futura esposa... Isso não tinha cabimento! E se o povo ficasse sabendo daquela gravidez extraconjugal? Os amigos certamente fariam piadinhas do tipo: - Nenezinho prematuro esse – hein José! Os parentes iriam franzir a testa e, certamente, sugerir que ele denunciasse Maria às autoridades competentes. O problema é que daí ela seria apedrejada. Não! Ele não seria tão radical. Opa! Ele poderia se separar da Maria. Moisés tinha permitido dar “carta de divórcio” em casos de infidelidade. Ele iria “dormir uma noite” sobre aquele assunto...

Um homem temente

José acordou assustado com aquela voz que dizia: - José, filho de Davi, não temas receber Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Incrível! O Anjo de Deus lhe sugeria que fosse ao encontro da Maria. José estava chocado. Sua mente estava confusa com a informação de que Deus iria fazer acontecer Sua obra salvadora a partir das entranhas daquela que ele tanto amava.

Naqueles tempos o noivado de um casal era entendido como o “primeiro ato” do casamento. O noivo repassava o “dote” ao pai da noiva e se seguiam oito dias de festa nos quais os noivos continuavam a viver separadamente. O casamento se consumava somente no final dos festejos. José deve ter ficado extremamente chocado quando descobriu que sua esposa estava grávida. Para ele estava tudo acabado! Fazer o quê? José só via duas possibilidades: 1- Denunciar Maria aos poderes constituídos, o que significaria a sua morte (Deuteronômio 22.23; João 9.1-11) e ou 2 - Dar “carta de divórcio” à Maria, o que significaria que ela teria que conviver pro resto da vida administrando “vergonha”; dificuldades mil.

É neste momento mais escuro da vida de José que Deus interfere fazendo brilhar esperança. Deus se inclina para José. Se no Antigo Testamento Ele só se comunica em sonhos com ateus para dar ordens, com José Ele faz diferente: Ele lhe explica o milagre daquele nascimento para dentro do contexto que se vive e José entende que Jesus, o Salvador, nascerá do útero da sua mulher (21). O filho que a Maria carrega no seu útero é fruto do Espírito Santo. José compreende Deus porque está atento (24) àquela mensagem que vai contra tudo o que é crível. Ele crê; ele tem sensibilidade para ouvir a voz de Deus.

Havia três possibilidades para José resolver o seu problema: - 1. O apedrejamento da Maria – 2. A “carta de divórcio” e ou – 3. Assumir a “vergonha” da Maria. José descarta as duas primeiras opções e opta pela terceira. Ele vai “sair de fininho” da relação. Agindo assim, como um pai desnaturado age, ele iria carregar a “vergonha” da Maria no próprio corpo; ele iria deixar Maria seguir o seu caminho. Afinal, ninguém sabia que a criança não era dele. Aqui Deus mostra a José um quarto caminho: 4. O caminho da obediência. José tem os ouvidos abertos e ouve a voz de Deus e assim, sem se dar conta, caminha pelos caminhos da fé, mesmo desconhecendo o que ainda vem pela frente. José reage positivamente ao Mandamento de Deus e faz a Sua vontade; se deixa conduzir.

Conclusão

Deus planejou o crescimento de Jesus numa família integrada. José entendeu este recado e adotou o Menino Jesus que, a partir daquele momento da adoção, passava a ser também um descendente de Davi que desse continuidade à bênção. (Salmo 132.11; Jeremias 23.5; 33.15; Romanos 15.12). José assume Jesus como seu filho e assim se torna o pai de direito do Menino Deus. Hoje se diria que José é “um homem que faz”. Ele aceitou a direção de Deus no sentido de levar a cabo a tarefa que lhe foi sugerida e, junto, se tornou “uma só carne” com Maria que, por sua vez, também tinha uma tarefa a cumprir como serva de Deus (Lucas 1.38).

As dúvidas referentes à sua Maria eram infundadas. Ela não tinha lhe mentido. Se Deus tinha criado o céu e a terra, Ele também seria capaz de gerar um Filho daquela forma. Dá para se dizer que o aprendizado de José foi rápido: ele abandou os pensamentos obtusos que carregava dentro do peito e caminhou a caminhada cristã de forma flexível. Ele cuidou da família enquanto fugia para o Egito; preparou-se para o enfrentamento das dificuldades que ainda estavam por vir no estranho Egito; enfrentou o medo que sentia de Herodes – o matador de primogênitos; mostrou-se disposto a optar pelos caminhos que Deus lhe indicava; não se desgastou perguntando sempre de novo pelos porquês.

José foi um exemplo: - Para Deus, ele foi um homem temente que tinha ouvidos abertos para a vontade do seu Senhor. – Para Maria, ele foi um companheiro amoroso e cuidadoso. Para Jesus, ele foi um verdadeiro pai presenteador de segurança em meio aos conflitos e crises que a vida propõe. Sim, José foi um exemplo de fé para todos nós. Amém
.

OLHA SÓ!