Busque Saber

2.10.12

Casamento e Divórcio!



- Escuta essa pai! “A fidelidade não está para a natureza humana”.
- Eh! Eh! Então os carros, as casas, os aviões e os concertos musicais também não estão.
- Tem lógica...
- Sabe filho! Em todas as culturas do mundo a relação matrimonial é protegida por regras e rituais, mesmo nos países onde um homem pode ter várias esposas.
- Verdade?
- Sim! Nas relações de poligamia, é assim que a primeira mulher tem posição de destaque. É ela que ajuda na tarefa de escolher a segunda e a terceira esposa para o seu companheiro.
- Não sabia disso. Onde é que fica o amor nesta história?
- No mundo poligâmico o papel do amor é secundário.
- Que coisa! Não consigo entender uma relação matrimonial sem a presença do amor.
- Eu também não filho. A verdade é que há relacionamentos de marido e mulher que também se dão sem amor.  
- Para mim casamento sem a bênção de Deus é empreendimento sem chance de sucesso!
- É! Não é fácil manter-se uma relação matrimonial de pé!
- Por que isso pai?
- O trabalho atrapalha. Hoje marido e mulher trabalham em empresas diferentes e têm problemas diversos para resolver que ninguém deles toma conhecimento. À noite eles precisam de bom tempo e de boa dose de energia para viver a vida em comum que se prometeram diante do altar. Tempo e energia que eles não têm mais força para doar.
- Então é por isso que muitos matrimônios são difíceis de serem vividos na sua plenitude.
- É!

3.9.12

E QUEM SE IMPORTA COM ISSO?



Palavra interessante! Cada verdade precisa de uma pessoa que a pronuncie. E essa pessoa também precisa ser corajosa a ponto de “subir no telhado” e, de lá, proclamar o que está ardendo dentro do seu coração.

Jesus estimulou os Seus doze discípulos dizendo-lhes: - Olha pessoal! “...o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o de sobre os telhados.” (Mateus 10.27b)
 
Na minha família sempre de novo se comenta sobre a história vivida pelo meu sobrinho, o Arthur. Era seu primeiro dia de aula e todas, todos os coleguinhas eram estranhos entre si, mas, ao mesmo tempo, se mostravam curiosos: - Como seriam aqueles primeiros dias de aula? Logo que a sineta bateu, a professora levou a classe a conhecer o prédio e também o pátio do referido colégio. Todas as meninas e todos os meninos analizaram o auditório; o ginásio esportivo e o parque infantil daquele Estabelecimento de Ensino no qual iriam viver bons anos de suas vidas. Feito isso, foram encontrar-se com a Diretora da Escola. Todas as crianças correram na sua direção e claro, foram muito bem recebidas pela mesma.

Logo que a algazarra do primeiro momento terminou, o nosso Arthur se dirigiu à Autoridade Escolar com palavras indignadas. Ele disse: - Cem menos três é igual a noventa e sete, mas isso, não interessa a ninguém!...”

Rimos muito a respeito desta piada, quando de um encontro familiar na casa do meu irmão, em Santana do Livramento. O fato é que, no peito do meu sobrinho “ardia” o desejo de dizer aquilo que disse. Foi por isso que ele tomou coragem e, na primeira oportunidade, proclamou, “aos quatro ventos”, aquela verdade. Nós não podemos saber se o meu sobrinho escolherá a profissão de pregador, mas nos ficou evidente que ele não tem vocação para ficar calado na vida. Ele disse: - “Matemática não interessa a ninguém – nós queremos brincar!”

Essa irreverência do Arthur soou um tanto engraçada no contexto do Ensino Fundamental. No entanto, essa experiência ousada de dizer o que vai no coração nos é um exemplo de como podemos disseminar as verdades cristãs que “queimam” dentro do nosso peito; que nos foram sopradas pelo Espírito Santo nos ouvidos. São muitas as pessoas, e eu me encontro entre elas, que sonham com uma Igreja que mostre mais o seu rosto dentro da sociedadade brasileira. Mas será que a Boa Mensagem que proferimos, que estamos proferindo e que ainda vamos proferir ainda chega às pessoas?

No dia 31 de outubro, Dia da Reforma, nós nos lembramos das mulheres e dos homens que “subiram no telhado”, a fim de proclamar a mensagem libertadora da graça de Deus. Essas pessoas, as assim chamadas “reformadoras”, deram o seu recado ao povo com palavras claras e simples, conforme a vontade que “ardia” nos seus corações: Não somos nós que articulamos a salvação, mas é Deus quem nos fascina; anima-nos e nos conforta nesta tarefa. Foi desta forma que os clamores dos reformadores encontraram guarida nos corações das pessoas. A Boa Mensagem da Salvação que, primeiramente, foi sendo repartida nos corredores das Universidades, veio até às pessoas de “sobre os telhados” das cidades. Foi dessa forma que o mundo acabou conhecendo o Evangelho.

Aquilo que os reformadores fizeram, expor-se sobre o “telhado” e pregar, nós também estamos tentando fazer, mas, para tal, precisamos estar alicerçados numa boa base. Se não existir um bom apoio, então corremos o risco de perdermos o equilíbrio e cair.

A Igreja se auto-examina, se “olha no espelho”, vê quem é e em que ponto está, quando lembra da Reforma. É Deus quem nos apoia; quem nos sustenta; quem nos dá coragem e boa base para espalharmos a Mensagem Daquele que levanta Pessoas com Deficiência; que anima Pessoas Deseperadas; que dá coragem às pessoas que se perceberam  Imperfeitas.  

Sim, são muitas as mulheres e os homens que pregam a Boa Nova de Deus em nosso país e no mundo. São inúmeras as pessoas cristãs que vivem essa Boa Nova, que lhes foi soprada no ouvido, a partir de palavras e atitudes. Quem é que se importa com isso? Certamente todas, de todos nós!

28.8.12

MAS LIVRA-NOS DO MAL - Mateus 6.13


Vamos combinar que o mundo seria maravilhoso, um lugar fantástico para se viver se não fosse o mal. Não é segredo de ninguém que o mal sempre gera ódio, violência, guerra, opressão e pobreza. Todo mundo sabe que ao longo dos séculos, as pessoas sempre tentaram promover a paz e a justiça. A Bíblia está repleta de relatos a respeito de impulsos que intentavam esta mesma busca, esta mesma esperança. Na História Geral sempre foi assim que todas as Denominações sempre pediram a Deus: “Senhor, livra-nos do mal...”

O problema é que o mundo real em que vivemos tem outra natureza. Todos os dias os nossos nossos meios de comunicação anunciam eventos ruins. É praticamente impossível escapar-se da inundação contínua de mensagens violentas sobre os excessos que são praticados na calada da noite e também na luz do dia. Há quem sustente que a História deveria ser escrita sob a perspectiva da guerra que, querendo ou não, sempre acaba gerando mais ou menos progresso. Hoje, na Líbia, há um governo ditatorial que guerreia contra seu próprio povo. Há outros exemplos bem mais próximos de guerras travadas. Estou pensando na favelas do Rio de Janeiro, nas Ruas de Joinville – por exemplo.

Não, ninguém de nós vai negar que existe o mal. Todo mundo sabe as consequências terríveis e destrutivas que o mal pode causar à vida das pessoas. A última petição da Oração do Pai Nosso tem tudo a ver com a vida que vivemos. É por isso que dizemos: “Senhor, liberta-nos do mal...” Notem que esse não é um pedido abstrato; uma petição pelo não derramamento de sangue, apenas. Trata-se, isto sim, de um pedido de preservação da tentação que antecede à prática do mal. Quando a oramos, o mal se torna concreto diante dos nossos olhos; ele perde o seu anonimato; ele nos diz respeito; ele se mostra próximo de nós. A petição “Não nos deixes cair em tentação...” significa que nos cabe resistir ao mal. Ela também nos sugere a possibilidade de que podemos falhar, de que podemos sucumbir à tentação de causarmos o mal. O leitor de jornal que, sentado no sofá da sua sala, lê notícias desagradáveis e, ao lê-las, se dá conta do mal que existe no mundo, só reflete sobre o conteúdo lido. Já as pessoas que oram esta petição se relacionam de forma diferenciada com a realidade do mal. Elas refletem sobre os seus próprios atos. Elas tem consciência de que esse mal pode se avizinhar e, por tabela, levar à tentação, à prática do mal.

São poucas as pessoas que conseguem refletir assim como acabei de sugerir. É estranho que todas as pessoas são sabedoras daquilo que acontece à sua volta. Ninguém tem dúvidas a respeito do poder do mal. No entanto, a maioria das pessoas não reflete sobre as suas próprias atitudes. Nas suas cabeças o mal só diz respeito às outras pessoas, àquelas que se encontram em outros locais, em outros bairros.  De uma forma geral, a mulher e o homem, tem a tendência de se perceberem como pessoas boas; pessoas que vivem de forma diferente; pessoas que são diferentes daquelas cujas más ações os jornais noticiam. Assim elas se comportam como espectadores das outras pessoas que agem com sua maldade no teatro do mundo.

Não é assim. O mundo não está dividido entre o bem e o mal. Também não existe uma clara linha divisória entre as pessoas boas e as más. Cada ser humano, seja ele quem for, está em perigo de fazer o mal; de seguir o mal. Cada uma, cada um de nós pode testemunhar: Lembram daquele momento em que vocês estavam a sós consigo mesmos? Vocês sabiam exatamente o que fazer. Daí então vocês ouviram uma “pequena voz” dentro de si. Vocês não conseguiram resistir àquela sugestão. Recordam daquela disputa em que vocês mesmas, vocês mesmos ficaram com medo de si: como é que eu pude ser tão desagradável, tão mau? Lambram daquele dia em que a raiva às levou, os levou a prejudicar uma pessoa próxima? Quem não recorda da vergonha que sentiu quando fez a retrospectiva de um momento ruim de sua vida? Sim, há momentos que nós gostaríamos de apagar, momentos que nós até sonhamos que outros não tenham percebido.

Sim! São numerosas as tentações de se fazer o mal. As tentações são reais e não é fácil vencê-las. Mesmo que demos o melhor de nós, sempre seremos culpados pelo mal que causamos aos outros. Uma vida impecável, sem falhas e intocada pelo mal não existe. Também os santos foram pessoas, e não super-mulheres, super-homens. Eles também foram apanhados em pecado e culpa; também eles experimentaram dor e sofrimento, sofrimento e dor que também oportunizaram a outros. Escrevo isso porque o experimento na minha vida.

A Bíblia nos ensina que é uma ilusão só ver o que é belo em si e constatar, de forma descuidada, que tudo vai bem – obrigado.  É claro que Deus nos criou para fazermos o bem. É incrível como as pessoas se dão presentes e até se ajudam mutuamente na vida. Nós temos a capacidade de amar o próximo; sermos compassivos e até pacificadores.  Mas há também o mal. O mal é parte da realidade deste mundo e é por isso que a mulher e o homem se encontram todo tempo sob risco. É fácil, mas, ao mesmo tempo, perigosíssimo fechar-se os olhos para esta realidade, fingindo que podemos ser imunes ao mal. Nós não podemos fugir do mal. Nós não podemos ter a certeza de estarmos tomando a decisão certa; de resistirmos ao mal quando vem a tentação. Levantemos as mãos para o céu se assim acontecer.

O fracasso também diz respeito à realidade da vida. Martin Luther entendeu muito bem o apóstolo Paulo, quando percebeu esta “rachadura”; esta “contradição” na vida das pessoas. Ele disse: “Somos pecadores”. Em Romanos 3.22c-24a se lê: “...porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.”.

Nós somos todas pecadoras, todos pecadores e, por isso, oramos ao nosso Pai do céu “... e não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal.” O fato de termos uma visão realista e sóbria de nós mesmas, de nós mesmos é um sinal da nossa fé em Jesus Cristo. É Ele quem nos mostra que temos necessidade da salvação; que não podemos nos livrar do poder do mal, a partir das nossas próprias forças.

Assim, esta última petição da Oração Pai Nosso nos conduz ao centro da fé. Esta petição é a expressão da esperança que impulsiona nossas vidas cristãs. É a salvação propriamente dita. Cristo morreu e ressuscitou por nós. Na cruz, Ele nos libertou das dependências que nos amarram ao mal da culpa que pesa sobre nós. Jesus fez o caminho da cruz para que nós pudéssemos experimentar a salvação. Se Ele não tivesse agido assim estaríamos perdidas, perdidos. Por quê? Ora, porque nenhuma mulher, nenhum homem tem a capacidade de se auto-justificar. As pessoas que pautam suas vidas na cruz de Cristo não se pautam na vida de outras pessoas. Elas tem consciência de que todas, todos estamos sob a justiça de Deus. Diante de Deus somos todas, todos iguais. Nós confiamos em Deus.

Isso não tem absolutamente nada a ver com o fato de que nós, cristãs e cristãos, nos vejamos como pessoas pequenas – nada disso. Alegramo-nos com a nossa capacidade de amar; com a força que colocamos a serviço de outras pessoas, enquanto carregamos seus fardos, faciltamos suas vidas; com o bem que existe em nós; quando temos a chance de servir. Mas nós não nos colocamos acima dos outros; nós não nos iludimos com as nossas possibilidades e com as nossas limitações; nós não entendemos que fazemos as coisas que fazemos, a partir das nossas forças. Nós colocamos a nossa confiança em Jesus Cristo, que nos aproximou de Deus. Nós temos ciência de que não nos libertaremos, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Nós olhamos, isto sim, para Jesus, de quem vem a nossa ajuda, a nossa salvação. E, então, nós percebemos os nossos atos, o bem que somos capazes de fazer e a resistência ao mal como um fruto da salvação.

Paulo diz que os crentes “não se devem deixar vencer pelo mal, mas devem vencer o mal pelo bem”. Com o Filho de Deus também veio um espírito especial ao mundo, um espírito que não se deixa cpaturar pelo círculo vicioso da má ação e pela busca de vingança. O Espírito de Cristo liberta o Seu povo das prisões que sempre de novo causam o mal por si sós. O Espírito Santo nos dá a força para nos colocarmos na situação, na pele dos outros, a assumirmos a perspectiva de quem está do outro lado. Vencer a tentação de só pensar em nós e então fazer o bem.

A salvação começa com a percepção de que, diante de Deus, não estamos em dia com a nossa vida e com as nossas atitudes, mas que confiamos na Sua misericórdia. Confiemos em Jesus Cristo e seremos libertados para quebrarmos a lógica do mal. Este é um fruto da vida pela fé no crucificado e ressuscitado Jesus Cristo. Amém.

21.8.12

AMÉM - Mateus 6.13d


A palavra “amém” sempre de novo aparece no Culto Cristão, às vezes até demais. É possível dizer-se “sim” para tudo? Foi tentando responder a esta pergunta que me aprofundei no conteúdo desta palavra que se costuma dizer no final das orações. Ora, a palavra “amém” é antiga e já percorreu um longo caminho até se fazer presente na nossa linguagem cotidiana. Sabe-se que, na sua origem, a palavra “amém” está para solidez, confiabilidade.

A palavra “amém” quer dizer “sim” e sempre é colocada no final das idéias faladas ou escritas. Erra quem a coloca ninício de um texto ou de uma fala. Vai daí que esta pequena palavra sempre é usada para o fechamento de idéias. Eu ouso afirmar que a palavra “amém” seja uma das mais importantes do nosso Culto Luterano. Dizemo-la na liturgia, na prédica, na confissão de fé, na oração do dia e do Pai Nosso (a mais curta de todas as prédicas), na bênção final. É evidente que estas quatro letras representam bem mais do que um “ponto solene” comprometido com o belo no final das orações. O “amém” sempre diz respeito a uma “resposta final” que se dá a Deus!

Cada palavra, cada detalhe do Culto vem seguido desta “palavrinha”. Se inicia o rerefido Culto “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” e então se diz o “amém!” Todos concordam com um “amém silencioso”, no momento que ouvem o “amém” da boca de quem celebra o Culto. Daí então, nas nossas cabeças “dança” o pensamento: Sim, estamos reunidos em nome de Deus! Por isso, “amém!”  

O Salmo 8 sugere a palavra “amém”, logo após o louvor a Deus. Aliás, os Salmos de Louvor geralmente são encerrados com a palavra “amém”! Na celebração litúrgica oficial da IECLB até canta-se o “amém”. O Credo Apostólico também se encerra com um “amém”. No final da prédica se diz “amém”. Se a pastora ou o pastor a proferem e, logo depois, não se ouvir uma confirmação da Comunidade, este “amém” se deu apenas pela metade. Li outro dia que cabe à “Comunidade dizer o amém”. O Culto que celebramos na Igreja de Confissão Luterana no Brasil concorda com esta posição. Se a Comunidade se alinhou com as palavras que foram proferidas, então ela pode, melhor, ela deve responder com um “amém”; não pode deixar apenas a palavra da pastora ou do pastor reverberando no ar. Há quem diga “amém” de forma automatizada para tudo o que é dito na prédica. Entendo que o nosso “amém” só deve valer para a Boa Notícia do Evangelho que se fez ouvir na prédica; para a Palavra de Deus que traz luz para este ou para aquele detalhe; para a paz de Deus que excede todo o entendimento.

O nosso Culto Cristão tem muito a ver com “respostas”. A estrutura do mesmo nos encaminha a esta conclusão. Fica patente diante dos nossos olhos e dos nossos ouvidos que somos chamadas e chamados a respondermos, a praticarmos respostas. O nosso Reformador Martin Luther diria “amém” à essa nossa conclusão. Era ssim que ele entendia o Culto a Deus onde Deus nos serve com a Sua Palavra e, como resposta, nós O servimos com oração e louvor. Isso mesmo! O Culto que prestamos a Deus é uma resposta.

Como já deixei claro, esta pequena palavra “amém” já é histórica. Sua origem é hebraica. Ela já era usada para “fechar” as orações nas sinagogas e nos templos e isto, antes mesmo do tempo de Jesus Cristo. Jesus a usou no diálogo particular que travou com Seu Pai no Monte das Oliveiras; no jardim do Getsêmani. Ele também ensinou a Oração do Pai Nosso aos Seus discípulos e, nesta oportunidade, não esqueceu de também ensinar o “amém” no final da mesma. O fato é que esta pequena palavra já era verdade pelo menos 1.000 anos antes de Jesus; já brotava da boca dos israelitas nos Salmos e nos textos mais antigos do Antigo Testamento. Proferindo-a, o Povo de Deus testemunhava sua fé, tornava conhecido que esperava o seu Deus. Mais do que isso: dava uma resposta às palavras que tinham ouvido a respeito Dele; que tinha experimentado junto com Ele. O Salmo 72, por exemplo, fecha com as palavras: “Bendito para sempre o Seu glorioso nome, e da sua glória se encha toda a terra. Amém e amém!”

Em suma, a palavra “amém” é uma resposta que já se dá a milhares de anos. É em vista disso que esta pequena palavra nos leva a perguntarmos a respeito do nosso destino. “Que é o homem que dele Te lembres? E o filho do homem, que o visites (que Te importes com ele)?” (Salmo 8.4) Essa pergunta um sujeito já se fez no Salmo 8, quando refletiu sobre o carinho do Criador para com o mundo; para com a Criação; para com suas, seus semelhantes. O indivíduo que fez estas perguntas certamente meditou sobre o fato de que esse mesmo Deus chama Suas criaturas, os seres humanos, de colegas; de companheiros. No Salmo 8.5 se lê: “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste...” Isto não é só graça. Deus não fez isso sem segundas intenções. Nós devemos tal compreensão aos salmistas que agradeceram; que responderam a Deus. Há na Bíblia o exemplo de alguém que orou em grande necessidade. Eu tento reiterpretá-lo:  “Se Tu, Deus, não me ajudar agora, então será uma pessoa a menos a Te prestar louvor e a Te dar honra na terra.” Está certo! Deus não pode se colocar de forma indiferente diante de semelhante oração.

Deus criou um mundo de forma maravilhosa, mas mesmo assim precisa de alguém que Lhe desafie; de alguém que Lhe responda; de alguém que O louve; de alguém que pense Nele; de alguém que reflita de fato e de verdade a respeito do Seu querer. Ao dizermos “amém”, deixamos claro que assim é; que assim deve ser. Essa resposta que damos com o “amém” revela toda a história de Deus com o mundo e com as pessoas. A Criação de Deus não ficou parada na Criação. O Senhor Deus, repetidamente, age, dá “empurrões” para que o “amém” que proferimos seja verdade entre nós. O ato de se dizer “amém” em uníssono é uma coisa, mas aquilo que fazemos ou deixamos de fazer depois de proferido o “amém” é outra. 

Em qualquer caso, Deus faz de tudo para que o Seu povo, Israel, e os povos alcançados por Seu Filho Jesus Cristo venham a responder com um “amém”. Com um “sim” que brote de dentro do seu coração. Essa promessa tem validade até os dias de hoje. Está claro que apenas um “amém” não basta. Dizer dez “améns” num Culto, seja na oração ou nos hinos, ainda não nos deixará prontos para o Reino de Deus. O “amém” é uma resposta que precisa ser ensaiada e re-ensaiada durante a nossa vida cristã e isso, sempre de novo. Sempre que dizemos “amém”, estamos dando uma resposta à Boa Nova do Evangelho. Podemos dizer “amém” com os nossos lábios, com as nossas mãos, com os nossos pés e com os nossos corações. O “amém” dito com as mãos nos desafia a doarmo-nos em prol das pessoas famintas; dito com os pés nos impele ao encontro daquelas e daqueles que têm necessidades; dito com o coração nos ajuda a não nos fecharmos para às necessidades das outras pessoas. De onde tirei isso? De Mateus 25.40, onde se lê: “...sempre que o fizestes a (uma destas minhas pequeninas irmãs) um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Que assim seja! Amém!”

O que significa ser cristão; crer; esperar; amar e viver? O “amém” é uma resposta a ser dada durante toda a nossa vida. Lá no final, em algum momento, quando tivermos ensaiado bem o “amém”, receberemos outro “amém”, outra boa resposta de Deus. É óbvio que Deus não poderá dizer “amém” para tudo. Mas eu confio, firmemente, que o Seu “amém final” será maior que o nosso “amém”, que o “amém” que somos capazes de dizer no Culto. Amém!

15.8.12

Pastor Suserano


- Oh Júnior! Pelo que eu entendi da tua conversa você disse que a nossa Igreja se assemelha a um “Feudo”... Complicado isso hein?

- Me diga: Porque isso seria “complicado” Mateus?

- Bem, sempre relacionei o “Feudalismo” com a Idade Média e estamos no século 21. Até onde consigo entender, esta ideologia fomentava uma organização política e social que se baseava na relação entre senhores (patrões) e vassalos (serviçais).

- Isso mesmo Mateus. Os “Feudos” se caracterizavam pela produção dos alimentos que seriam consumidos pelos seus moradores – nada mais e nada menos. As terras, o moinho e o castelo eram do domínio do “senhor feudal”. Já a área da produção de subsistência estava sob a competência dos camponeses, dos servos. Nesse esquema cabiam as terras de uso coletivo que comportavam as praças, os rios e também os lagos.  

- Que interessante!

- Não é só isso... Nos “Feudos”, os camponeses eram obrigados a pagar vários impostos ao “Suserano” (Senhor Feudal).

- Verdade? Que tipo de impostos?

- Rapaz, naquela época a vida desses “colonos” não era nada fácil: Tinham que trabalhar gratuitamente por alguns dias da semana pro “chefão”; tinham que pagar uma taxa pelo uso do moinho, do forno e das prensas. No fim das contas até tinham que entregar uma parte do que produziam ao seu senhor. Ah! Tem mais um detalhe. Além de todos estes tributos, os camponeses ainda precisavam pagar o dízimo, ou seja, 10% do seu salário à Igreja.

- Que coisa! Mas, me explica melhor... Como é que você consegue relacionar “Feudo” com Igreja?

- Observa o nosso pastor. Ele é bem formado em Teologia. Ele, com suas falas, constrange um sem número de pessoas para trabalharem em prol da Igreja que pastoreia. Fica lá dentro do seu gabinete e quase não põe o pé na estrada. Quando sai dos seus domínios, é para fazer representação. Elas, as ditas “ovelhas trabalhadoras”, quase sempre reagem positivamente à sua voz de comando.

- É!... Tens razão. Preciso confessar que percebo poucas pessoas críticas na nossa Comunidade...

- Por que isso é assim? Ora, porque o nosso pastor usa muito bem a “Pedagogia do Sagrado”. Como quase ninguém quer se colocar mal diante de Deus, os “vassalos cristãos” acabam fazendo, acriticamente, o que ele, seu “líder espiritual” lhes pede que façam. É desse jeito que o nosso pastor vai se “enfeitando” com o trabalho voluntário para Deus deste nosso povo tão querido.

- Então quer dizer que você vê nos “enfeites” o grande “lucro” do nosso pastor.

- Isso mesmo Mateus! Presta atenção na sua postura corporal; no seu jeito de trabalhar; na impostação da sua voz! Esforça-te! Lê com olhos de ver os assuntos que ele divulga na Igreja. Tenho para mim que sua linha teológica deixa muito a desejar. Parece “samba de uma nota só”, como se cantava numa música antiga. Os assuntos que ele veicula não são de todo abertos, transparentes. Ele não se preocupa muito com a formação das pessoas que comungam na sua Comunidade.

- Júnior, você está dizendo que ele age assim para a manutenção do seu “status quo”?

- Sim! É dessa forma, sem qualquer preocupação com a formação, que ele mantém o “estado atual das coisas” em suas mãos. Claro que os seus “vassalos” continuarão sendo “vassalos” por mais tempo e ele, o “senhor”, poderá continuar “reinando” por mais longos e longos anos, sempre usufruindo as benesses do seu “Feudo Eclesiástico”...

- Vou prestar atenção para ver se tuas palavras conferem Júnior...

7.7.12

O boneco Aber



Estávamos de férias e nossos filhos nos visitavam. A sombra da goiabeira estava aprazível, também por causa do chimarrão. Da churrasqueira vinham estímulos que davam água na boca...

- Pois é pai! Então hoje, há 58 anos, tu foste batizado no templo da IECLB de Santa Cruz do Sul (RS)...
- Verdade Daniel! Quem me batizou foi o P. Wilfrid Buchweitz que, na década de 70, seria o meu professor de Teologia Prática na Escola Superior de Teologia, em São Leopoldo (RS).

O Áquila, ouvinte, girava os espetos. Lavou suas mãos, rearticulou a bomba na cuia, olhou com olhar cúmplice para a sua Vanessa e se saiu assim:

- Pai! No Portal da IECLB se lê que Martin Luther “rastejava, todos os dias, de volta ao seu Batismo”. Explica isso!
- Filho, o nosso Reformador não entendia o Batismo como um simples ritual, mas como “o” fato que alimentava sua fé; que moldava sua consciência; que lhe dava força e coragem para viver. Em tempos de luta interior, Luther escreveu com giz sobre a sua escrivaninha: “Eu sou batizado!”
- Interessante - atalhou a Vanessa - quer dizer ele ficava confortado sempre que lia aquela frase.
- Isso mesmo!

O Pedro se aproximou com seu boneco Aber. A Paula lhe deu colo e recolocou a conversa nos eixos.

- Explica melhor sogro!
- O Batismo se vive quando se dá, a cada dia, um novo “sim” a Deus. É na Comunidade que ele se encorpa na vida das pessoas; que se aprende sobre Deus que nos aceita com Seu “sim”; que acontece a reunião das pessoas de todas as idades para falar, ouvir, cantar, orar e adorar a Deus; que floresce a vida cristã, já semeada em nós quando do nosso Batismo.
- Então! Somos pessoas batizadas e, por isso, confortadas e fortalecidas. Façamos festa - disse a Valmi!...

4.7.12

BATISMO - Meu e do Daniel!



Hoje, há 58 anos atrás, no dia 04 de julho de 1954, eu fui batizado no templo da Igreja Evangélica de Santa Cruz do Sul (RS). Hoje também faz 30 anos que o nosso Daniel (foto) foi batizado pelo P. Hardi Brandenburg, na Paróquia Sertão Santana, em Guaíba (RS).

Quem me batizou foi o P. Wilfrid Buchweitz que, na época, tinha sido enviado para aquela Comunidade, depois de sua formação na Escola Superior de Teologia.

Outro dia conversei com o colega Wilfrid sobre este momento tão especial da minha vida. Lembramo-nos que nos anos 70, quando ele tinha sido meu professor de Teologia Prática. Foram muito boas suas palavras.  Ele disse: - Tu sempre tiveste opinião formada, mas mesmo assim te mostravas aberto ao diálogo. Eu me sentia livre em tua presença. Sou grato por teu papel na procura, nem sempre fácil, de caminhos da IECLB.   

Sem dúvida, uma palavra boa. Martin Luther dizia que “rastejava” todos os dias de volta ao seu Batismo. Para ele o Batismo não era um simples ritual, mas “o fato” que alimentava sua fé; que moldava a sua consciência e sua vida; que lhe dava força e coragem para a vida diária. Em tempos de grande sofrimento emocional Luther escreveu com giz sobre a sua escrivaninha: “Eu sou batizado”. Ele ficava confortado sempre que lia esta frase.

Para sermos capazes de viver o nosso Batismo nos cabe, a cada dia, darmos um novo “sim” a Deus. E a Comunidade é um lugar maravilhoso onde isto pode acontecer. É na Comunidade que o nosso Batismo tem a chance de crescer na vida de cada pessoa. É na comunhão, na relação com as pessoas que vamos aprendendo sobre Deus que nos aceita sempre de novo com um “sim”. É na Comunidade que as pessoas de todas as idades se reúnem para falar, ouvir, cantar, orar e adorar em grupos. É na Comunidade que acontece a florescência plena da vida que, um dia, foi semeada quando do Batismo.

Não seria maravilhoso se todos nós também, a cada dia, nos lembrássemos: “somos batizados” e, por isso mesmo, confortados, fortalecidos... Vamos fazer festa!

3.7.12

Rita Pavone!

Era 1967. Eu ouvia muito rádio. Esta cantora, a Rita Pavone, mexia com os corações de moços como eu que, na época, morava na cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul. Sei que o pessoal da minha idade vai lembrar. Você que é de gerações mais nova, ouça. Esta música mexeu com o jovens de todo o mundo....


2.7.12

Saudades do Paul McCartney!

Hoje, dia 02 de julho de 2012, pensei no meu futuro... Daí pensei para trás e lembrei de Paul McCartney cantando Yesterday. Sonhem comigo...

30.6.12

Hoje o dia pousou na minha cabeça!



Hoje faz algum tempo que comecei a me dedicar de corpo e alma para o bem das pessoas onde atuo como ministro eclesiástico. Parafraseando o poeta Arnaldo Antunes, também concluí “não caber mais nas roupas que eu cabia; não encher mais a casa de alegria; não ter mais a cara que eu tinha”. Confesso que me tentei “adaptar”; mas percebi que quase “ninguém ouvia”. Às vezes também carreguei a forte impressão que “escutei o que ninguém dizia”. Foram vários os momentos em que explicitei tais sentimentos, mas ficou por isso... Agora preciso cantar... 

29.6.12

Te manda Abraão! (Gênesis 12.1-4)



Não carrego a mínima dúvida de que pessoas mais desavisadas compreendam esta história como uma simples sugestão para sair de casa; mudar de ares. Pode ser que neste texto sugerido alguém leia um convite para mudança à alguma praia ensolarada ou algum local aprazível na serra.  Todos temos a nossa pátria e, desde o nosso nascimento, um estreito relacionamento com o lugar onde estamos “fincados”. Algumas e alguns de nós não carregam estes vínculos natais, mas se acostumaram com o “espaço” onde vivem. Em resumo, estamos perfeitamente aclimatados, contextualizados na vizinhança, na cidade onde moramos, obde construímos nossa “casa”. Partir?... Assim?... Tão de repente?... Quem faria uma coisa dessas?... Por que isso?... Parece que a saída de Abraão da sua terra natal e da sua parentela se deveu a bons motivos. Deus o estava “pensando” como “pai de uma grande nação”. Foi a promessa de Deus que impulsionou Abraão a deixar para trás aquele chão; aquelas relações construídas com tanto carinho. Esse, definitivamente, não é nosso caso - certo?

Mesmo assim, carrego a convicção de que esta história tenha algo a nos dizer.  Deus está impondo uma a Abraão. Ora, a exigência de uma partida de casa; do trabalho; da vizinhança não é algo tão simples. Abandonar as bases; deixar os hábitos; mudar o jeito costumeiro de pensar... Hummm... Isso não é tão simples assim. Nossa estrutura física, emocional, espiritual e social dependem muito das tradições que fomos contruindo à nossa volta, daí que novos recomeços dentro de um “mundo estranho” não são nada fáceis.

Abraão deve ter pensado consigo mesmo: - Mas o que é que eu vou lucrar com essa mudança?... Não! Esta decisão também não lhe foi muito fácil de ser tomada. Claro que Abraão não precisava mudar de casa e de região com o objetivo de buscar novas perspectivas. Abraão era rico, tinha grandes rebanhos de ovelhas, uma família enorme e muitos bons relacionamentos.  Como se diz por aí, “estava com a vida ganha”. Então, qual foi o motivo que o fez “topar esta parada”?

Em primeiro lugar, porque foi Deus quem o chamou. Abraão ouviu a voz de Deus. Ele sabia que Deus pensava o melhor para ele. Por outro lado, ele também sabia que toda a sua vida; que todos os seus laços de amizade; que toda a sua casa e que todos os seus bens tinham sido presenteados por Deus. Essa certeza foi fator decisivo para encarar uma mudança. Se este Deus lhe ordenava deixar sua terra natal, então, ele, Abraão, não poderia esperar nada de ruim. Atrás de Sua proposta, Deus, certamente, tinha uma grande Idéia a ser implementada e ele, Abraão, estava sendo considerado peça importante neste “tabuleiro”. Claro que Deus iria protegê-lo e acompanhá-lo nesta empreitada. Então, “vamos que vamos e dê-lhe que te dê-lhe”.

Nós até podemos duvidar que, hoje, Deus ainda nos queira atrair para alguma tarefa grandiosa. Somos capazes de ouvir a Sua voz?... Onde é que Deus pode estar esperando novos recomeços de mim e de ti?... Quais seriam as promessas que Ele poderia nos alcançar, se nos decidíssemos por mudanças; por novos rumos; pelo abandono do que já é ultrapassado, mas que ainda insistimos em manter?...

Para sermos justos, temos de admitir que, neste momento, estamos muito satisfeitos com a nossa vida. Olhamos para trás e não temos muito do que nos queixar. Tal como Abraão, também temos uma família legal, bons amigos e até bens imóveis. Será que tudo isto não nos “encastela”, a ponto de nos colocarmos com “um pé atrás” diante da perspectiva de mudança?... Vamos “dar nomes para os bois”: - Será que vale mesmo a pena mudar?...

Penso que nós, sempre de novo, estejamos ouvindo o chamado de Deus para crescermos; amadurecermos; desenvolver-nos e nos deixarmos “moldar” por Ele.  Por exemplo, lembram do duplo Mandamento do Amor? (Mateus 22.34-46) Nele se lê que nos caber “amar ao próximo como a nós mesmos”.  Esta Palavra nos desafia a, sempre de novo, nos envolvermos com os outros; a nos colocarmos ao lado de novas pessoas; a servir-lhes de “escada” para que também possam experimentar as bênçãos que experimentamos. Não seria o amor a mudança em si?... Será que o amor não deve crescer, acompanhar os próximos no tempo deles e, junto, se renovar constantemente?...

Centremo-nos na história do “Filho Pródigo” (Lucas 15:11-32). Ele experimentou uma mudança gritante em sua vida. Observem que depois ter convivido, se alimentado da comida destinada aos porcos, ele viveu a experiência de ser um filho amado. Seu pai se mostrou muito feliz com esta mudança. Chegou a colocar um anel no seu dedo e mandou abater um bezerro cevado. Ato contínuo, celebrou a Festa do Reencontro com ele. Impressionante! O que será que esta história quer nos deixar claro? A resposta é simples: Arrepender-se é voltar para casa; é achar-se o caminho de volta, depois de se vagar perdido por aí; é afastar-se das posições fixas que fazem doer; é abdicar-se de estar no lugar onde não se cabe... 

Um último exemplo nos vem das incontáveis palavras de Jesus: - “Venham a mim, todos vocês que estão o cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso...”(Mateus 11.28) - “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim...” (João 14.6) Ou, como está escrito em Lucas 14.25-33: - “Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse: Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: “Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!” Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz. Jesus terminou, dizendo: Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.”

Quer dizer, quem não renuncia a tudo o que tem e não segue a Jesus, não pode ser Seu discípulo. Essas Palavras acima são somente para serem lidas e ouvidas?... Elas não são todas Palavras que nos chamam, impulsionam, desafiam a nos colocar em movimento; em crescimento; em desenvolvimento e em mudança?... Quais as implicações que vem com o ouvir e o obedecer a Deus?...

Não, nós não podemos pensar de outra forma. Estas Palavras são um apelo de Jesus Cristo para nós. Ele diz: - Vão em frente, desenvolvam-se para romper com tudo o que é rígido e incrustado em vocês. Mas, o que é que anda rígido e incrustado em nós?... Sim, levem esta proposta de vida para dentro da sua segunda-feira. Aqui não vou me furtar de dar algumas sugestões:

Quantos são os nossos relacionamentos que já não correspondem mais àquilo que nós esprávamos que eles fossem?... A inimizade existe tanto entre vizinhos como entre parentes. Temos a tendência de viver de forma silenciosa e, quando, porventura, damos de cara com parceiros assim, até evitamos a travessia da rua. Penso que aqui eu não preciso descrever o que poderia ser uma mudança...

De repente nos encontramos presos aos hábitos e à tradição. Aí dizemos: - Eu sou assim! Eu ajo dessa forma desde o tempo em que eu me lembro por gente! Será que esta postura não irrita os outros?... Será que os nossos próximos não tem que fazer um grande exercício para nos “aguentar”?... Dá a impressão que a mudança de hábitos também tem alguma coisa a ver com a Proposta do Amor!

Provavelmente o pior de tudo seja os pensamentos do tipo: - Ah! Ela é assim mesmo!  - Ih! Ele não mudará nunca! - Antigamente ela disse isso... - Daquele ali não dá para se esperar nada! - Pode vir algo bom daquele sujeito?  Aí não sei mais o que dizer...

Quando rotulamos os outros, rotulamo-nos a nós mesmos. De repente já estejamos agindo assim a anos. Se não mudarmos de atitude, talvez continuemos neste processo até o fim dos nossos dias. O fato é que dá para se mudar?... Pelo menos deveria ser possível mudar alguma coisa! Nós ouvimos um chamado e sabemos Quem nos chama: É o bom Deus que nos presenteou com a vida e tudo o mais que contribui para o nosso bem. Será que Ele não será capaz de nos conduzir rumo a um bom futuro?...

Estamos na mesma do Abraão. Melhor, estamos em vantagem, pois sabemos como sua história com Deus terminou. No futuro de Abraão se vislumbrava a promessa e nós sabemos o que aconteceu: Ele permaneceu rico; reencontrou uma pátria; experimentou a alegria de relacionamentos bem sucedidos e a bênção de Deus. Quer dizer, Abraão ouviu e reagiu ao chamado de Deus; saiu da sua terra assim como o Senhor lhe tinha pedido. Também ouvimos um chamado semelhante?... Estamos a fim de segui-Lo?...  Que belo país; qual a boa história com Deus e com as pessoas que nos aguardam no futuro?... Quando é que começamos a mudança?...

OLHA SÓ!