Busque Saber

13.2.13

Joseph Ratzinger - Bento XVI


Eu vi a alegria do povo alemão quando a fumaça branca fumegou no Vaticano em 2005... Surpreso com sua saída do Ministério Papal, fui me informar um pouco nos Jornais Alemães e descobri o seguinte: 

 Hoje Joseph Ratzinger está prestes a completar 88 anos de idade. Ele nasceu no dia 16 de abril de 1927 na Baviera – Sul da Alemanha. Moço inteligente, logo se destacou no estudo da Teologia. Homem feito, foi ser professor na Universidade de Regensburg. Mais tarde, tornou-se arcebispo de Munique. No dia 1° de março de 1982 foi eleito Prefeito da Congregação da Fé, no Vaticano, em Roma. Com a morte de João Paulo II no dia 19 de abril de 2005, Joseph Ratzinger se tornou o Papa da Igreja Católica com o nome de Bento XVI. Pasmem! Agora, no dia 11 de fevereiro de 2013, alegando motivos de saúde, o referido Papa pediu pelo desligamento das suas funções papais. 

O Papa Bento quase fechou oito anos de ministério à frente da Igreja Católica. Enquanto isso, não fez acontecer qualquer mudança na Igreja a partir de articulações políticas. Fazia e acontecia calçado em si só. Assim, escreveu alguns textos dos quais destaco três. No texto “Deus Caritas est”, ele filosofou sobre o amor de Deus para com as pessoas e sobre o amor das pessoas umas para com as outras. No escrito “Spe salvi” ele criticou a fé cega no progresso e os conceitos de salvação mundanos.  Já em “Caritas in Veritate” ele apontou para o comprometimento com uma ordem mais social justa.  

Bento XVI era um conservador que desconfiava das tendências de individualização da sociedade e do subjetivismo da Filosofia e da Teologia. Uma das grandes novidades que ele fez valer na Igreja Católica foi a Missa rezada em Latim. Uau! Falando um Português claro, dá para se dizer que ele frustrou muitas e muitos católicos que esperavam por reformas mais substanciais no seio da sua Igreja. Na temática da moral sexual, por exemplo, ele se mostrou conservador ao extremo ao não concordar com o uso do preservativo nas relações sexuais.

Enquanto Papa, João Paulo II preferia viajar a se ocupar com os pontos e vírgulas que moviam a Cúria. Assim, suspeitava-se que seu sucessor promoveria mudanças ali, mas estas ficaram esquecidas numa gaveta qualquer. Ainda hoje há carência de postura profissional; falta de transparência e competência entre seus assessores. Um exemplo disso foi o caso do Bispo Richard Williamson que, em 2008, deu uma entrevista onde negou o Holocausto. Benedito XVI, sem saber desse fato, tinha acabado de anular sua excomunhão por outros deslizes.

O Papa Bento XVI sempre se apresentou como um intelectual, mas volta e meia se comportou como um mau político. Num discurso proferido em Auschwitz (Antigo Campo de Concentração da 2ª Guerra Mundial) ele colocou os pés pelas mãos quando deu declarações inexatas sobre o Nazismo. No Brasil ele causou irritação aos indígenas, quando sugeriu que as nativas e os nativos ansiavam pelo Batismo no decorrer do século XVI. Num discurso em Regensburg ele deu a deixa de que deveria ter se informado sobre o Bispo Williamson na Internet. 

Quer dizer: Joseph Ratzinger é um sujeito como tu e eu. Sujeito a erros e acertos. Querido aqui, teimoso ali. Penso que ganha a Igreja Católica com a sua saída do papado. Que venha um homem com outro perfil, mais aberto para a vida... Quem sabe surge um Concílio Vaticano III... Vamos esperar!





Quarta Feira de Cinzas – Que tal jejuarmos?


Foi o texto de Mateus 6.16-21 me animou a escrever o texto abaixo... 

São muitas as pessoas que, nesta época da Quaresma se preparam para festejar a Páscoa com Oração e Jejum. Quem jejua se concentra mais na Palavra de Jesus. A Oração e o Jejum nos ajudam a vivermos nossa fé com mais densidade. Depois de um Tempo de Jejum, se adquire mais capacidade de ouvir; de ver; de perceber os detalhes bons e ruins que nos rodeiam. Sim, a pessoa que jejua também experimenta mais tempo para a oração; para a leitura da Bíblia; para compreender as mensagens que Deus transmite. Quem jejua também acaba experimentando a libertação de algumas amarras que sempre de novo danificam a vida. Isso é fato: A pessoa que jejua sem alarde ajunta tesouros no céu. Mais do que isso: Essa pessoa descobre o gosto para um sem-número de detalhes outros que até então não se dava conta.

O jejum é um antídoto que age contra a saturação daquilo que nos desvia do que é essencial. Detalhe: Tal como os medicamentos indicados pela Medicina, o Jejum também pode nos envenenar. Foi pensando nisso que Jesus puxou o tema do Jejum. Ele queria nos dar subsídios para enfrentar esse perigo dosando o Jejum de forma correta no nosso organismo.  

Ora, quem se abstém de comidas, álcool, doçuras, televisão ou carro, deveria fazê-lo sem alarde. Nada de gabar-se ou ostentar mau humor por causa disso. A pessoa que jejua não é melhor e nem tampouco recebe qualquer recompensa no céu. Quem aproveita o tempo da Quaresma para melhor compreender a si mesmo; para melhor entender o caminho que leva à cruz de Cristo; para se perguntar pela vontade de Deus em relação à sua vida e, depois, pratica estas respostas, acabará se alegrando muito mais com a Festa da Páscoa. Essa pessoa certamente encontrará um tesouro no céu, lá onde também deve estar o nosso coração.

Oração: Senhor Jesus Cristo! Eu quero Te seguir. Obrigado por teres sofrido na cruz por mim. Desata as amarras que me afastam de Ti.  Permita que eu Te reconheça e repouse o meu coração em Ti. Que eu possa ficar hoje e eternamente contigo. Amém!

6.12.12

MARIA - MULHER QUE FAZ!

Maria, a mãe de Jesus, precisou se confrontar com uma situação bem difícil quando ainda era adolescente. Sim, eu penso que ela deve ter ficado com medo diante do chamado de Deus. Antes dela, homens renomados como Moisés, Daniel e Isaías tremeram as pernas quando Deus lhes fez um convite pessoal para serem Suas testemunhas. Cabe lembrar que Maria tinha 17 anos, talvez 18, quando foi chamada a carregar o Filho de Deus no seu útero. Será que aquela experiência foi mesmo uma graça? Será que foi bom para ela o fato dela ter experimentado tão intensamente o plano de Deus para a salvação do mundo em seu corpo? Muita gente continua discutindo a respeito destes aspectos hoje em dia.

Um detalhe me fascina neste texto do Evangelista Lucas: Maria não fez nenhum protesto, mesmo que tivesse todas as razões do mundo para fazê-lo. Agindo assim, ela se colocou num nível superior ao de mulheres e homens famosos da Bíblia que, em momentos decisivos, só tinham olhos para as suas incapacidades, quando convidadas, convidados a servirem ao seu Deus em linhas de frente: Moisés quis cair fora com o argumento de que era gago (Êxodo 4.10) e o profeta Jeremias se via muito jovem para o encargo que Deus lhe dava (Jeremias 1.6).

Maria não disse não e, assim, se colocou como serva absoluta de Deus, completamente dependente da Sua vontade. Claro que este caminho não foi fácil, mas ela o caminhou na confiança em Deus que a tinha chamado para aquele fim. No final das contas ela estava parada somente debaixo da cruz com o discípulo João (João 19.25-27), mas se encontrava na “sala mais importante” na reunião que os discípulos de Jesus organizaram para esperar o derramamento do Espírito Santo (Atos 1.13-14). Já por isso ela nos é um bom exemplo.

O caminho caminhado pela Maria sob a cruz a conduziu para dentro da Comunidade. Onde foi que a tua vida e a tua fé te conduziram? Estás ao lado de tuas irmãs e de teus irmãos sob a cruz de Cristo, ou ainda vives e te pautas por “receitas” que o mundo dá? Uma coisa é certa: o perdão, a salvação e a eternidade nós só vamos alcançar sob a cruz, noutro lugar – nem pensar. De repente tu estás te dando conta de ter perdido o rumo da tua vida. Hoje tu podes te reorientar, mudar de rumo e se colocar a caminho que leva de volta ao Gólgota. Faz tempo que Deus te espera ali!

4.12.12

Chave de Fenda de Cabo Vermelho!

Larguem o “leme” só por alguns instantes e deem um “pulo” até o “porão”, lá onde “bufam as máquinas”, bem perto das “hélices”. Ali, muitas e muitos se desgastam e até adoecem por causa do trabalho contínuo de colocar “água de volta ao mar”, a partir de “velhas latinhas de azeite”. Esta ação repetitiva já machuca suas mãos e seus espíritos...


Hoje faz uns oito meses que escrevi o parágrafo acima. O texto doeu a ponto de eu ouvir a reação com voz empostada de um colega ministro: - Eu também luto para fechar “buracos” do “casco da IGREJA”. Baixei o olhar e não pude deixar de perceber que meu interlocutor tinha uma chave de fenda de cabo vermelho em suas mãos... Fazer o quê?...

29.11.12

SER, PARTICIPAR, TESTEMUNHAR - Eu vivo Comunidade!

Coisa boa poder participar, viver o lema e o tema do novo Ano Eclesiástico (2012-2013) que vamos experimentar como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB. Vale a pena ouvir o nosso Pastor Presidente falando sobre o assunto. São só 5 minutos. Pare e ouça!




21.11.12

A Água e o Vinho - João 2.1-11


Querida Comunidade! Um pastor contou a história das Bodas de Caná (João 2.1-11) para jovens pré-adolescentes. Num dado momento ele lhes disse que Jesus tinha transformado 600 litros de água em 600 litros de vinho da mais alta qualidade. No fim do relato, o colega perguntou: - Qual foi a reação das pessoas diante daquele feito? Um jovem respondeu: - Esse sujeito nós também convidaremos para a nossa festa!

Jesus quer ser convidado a entrar nas nossas vidas. Às vezes ele vem até nós na figura de um simples hóspede que nem dá na vista. O fato é que ele vem até nós e nos traz exatamente aquilo que mais precisamos no momento. O que pode estar nos faltando? A alegria (que acontece nas festas de casamento) de estarmos na presença do nosso cônjuge; a alegria de educar os próprios filhos; a alegria de acompanhar as pessoas idosas que nos são próximas; a perspectiva no trabalho; um sentido para a vida. Sim, será que, talvez, não esteja faltando um pouco de alegria, um pouco de vinho para festejarmos a vida no dia-a-dia?

Jesus se faz presente e converte seis barris cheios d’água em seis barris do melhor vinho que se pode beber. Com este ato Ele não apenas alegria, energia e perspectivas para aquele momento, mas para a vida toda. Esse milagre da transformação da água em vinho é uma indicação daquilo que Jesus quer ser para nós. Ele que, com Seu sangue, construiu a ponte que nos leva a Deus, quer comemorar com todas nós; com todos nós um banquete na eternidade, lá onde a verdadeira alegria sempre será abundante. Sim, Jesus abençoa aquela festa. Vamos ser sinceros, seiscentos litros de vinho já têm o seu impacto. Duma abundância tal nós podemos repartir com quem está próximo. Nós podemos participar da alegria desta festa, porque Jesus nos fez pessoas tementes e cheias do Seu amor.

Maria, a mãe de Jesus, quer que seu filho intervenha. Jesus, entretanto, com atitude enérgica, pede que ela se acalme. Diz-lhe que Sua hora ainda não chegou. Ao dizer-lhe isso, Jesus já pensa na Sua ressurreição. Primeiro Ele precisa ser um com o Pai. Daí então o céu se abrirá para todas as pessoas que Nele creem e, em seguida, todas as pessoas ligadas a Ele serão convidadas  para a Festa de Casamento Celestial.

Se Jesus tivesse tocado no assunto da Sua ressurreição na hora em que Sua mãe o desafiou a fazê-lo, então o milagre da transformação de água em vinho só teria servido para uma espécie de propaganda em prol da vida eterna com Deus. Jesus não quer aparecer diante das pessoas com o milagre do preenchimento de garrafas vazias com vinho de primeira qualidade. O que Ele quer é deixar evidente que no céu o vinho sempre será abundante para todas as pessoas que se pautarem na Sua proposta de paz, amor e perdão.

Os seis tonéis cheios d’água acabam sendo importantes para Jesus. Eles estavam ali para que, num ritual de purificação, as pessoas convidadas pudessem lavar suas impurezas. A partir de Jesus aquele ritual não seria mais necessário, uma vez que Ele já iria purificar todas as impurezas que nos separam de Deus com Sua morte na cruz.

A Maria é um modelo para mim. Ela percebe o problema e pede a Jesus: Ajude essa gente! Ela não “baixa a guarda” com a negação do Seu filho, mas confia que Ele vai resolver o problema. Jesus também espera que tu e eu Lhe peçamos ajuda. Não apenas para as nossas próprias necessidades, mas também para os problemas que vamos percebendo à nossa volta. Nós somos responsáveis pelas coisas que acontecem no mundo em que vivemos. Mesmo que a resposta de Jesus não seja aquela que esperamos, somos chamadas; somos chamados a esperar que Jesus nos ajude e, enquanto Ele não ajudar, fazer de tudo para resolver os problemas com as nossas mãos, com os nossos pés, com a nossa
inteligência.

Os mordomos e seu chefe ficaram surpresos pois ostentavam muita dificuldade em crer no que viam. Já os discípulos creram. Jesus já lhes tinha anunciado sobre a abertura dos céus em João 1.51. Foi por isso que eles logo reconheceram a ação de Deus no milagre. Tenho para mim que os milagres só confirmam a fé, mas não a despertam.

Muitas pessoas se confundiram com este milagre. Uns diziam que somente o deus grego Dionísio, o filho de Zeus com a mortal Sêmele; o deus das festas; do vinho; do beber vinho e do fazer vinho era capaz de fazer aquilo. Essa gente não percebia que Jesus, o Prometido; o Filho de Deus, concebido pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, tinha transformado a água em vinho. Sim, Jesus tomava vinho e comia com publicanos e pecadores. Os discípulos sabiam disso, pois já haviam experimentado o perdão dos pecados, a vida abundante com Deus e, assim, O reconhecido como Autoridade Divina.

As experiências que as pessoas cristãs fazem enchem as pessoas não cristãs de curiosidade, mas estas experiências não levam à fé. Para se experimentar a fé há que se ter uma relação pessoal com Jesus Cristo. Esta relação com o Filho de Deus é que nos dá a clareza de compreendermos aquilo que uma experiência ou um milagre podem produzir.

Gente querida! Hoje nós estamos convidadas, convidados para uma Festa de Casamento. O noivo é Jesus e a noiva é a Comunidade. O que é que nos falta se quisermos tomar lugar à mesa do Senhor? Nós até podemos enganar os outros e dizer que tudo vai bem conosco, mas não podemos enganar a Jesus. Quais os barris que estão vazios no porão da nossa adega? Foquemos nossa circunvizinhança. Quais os barris que estão vazios? Quem precisa de novas perspectivas e de alegria para viver? Quem é que nós podemos ajudar?

Jesus é a Videira, que transforma água em vinho. Ele faz um milagre em nossas vidas para que a nossa alegria não se apague e para que a Sua Festa nunca tenha fim. Ainda há 600 litros de vinho disponíveis para serem usados em prol da alegria. Quando tomamos parte na Santa Ceia, participamos da Festa de Casamento mais esperada no céu, e isso nos dá muita coragem para enfrentarmos os próximos passos. Viver com Jesus significa estar ligada; ligado com Ele. Nossa relação com Jesus é como a relação de um homem e de uma mulher que se amam, ou seja: um precisa do outro. Aqui Deus nos pergunta: O que aprendemos com o Casamento em Caná? A nossa resposta: Esse Jesus nós também queremos convidar para estar conosco!

10.11.12

SERVIÇO BATATA



Outro dia ouvi a expressão: “cristão batatinha”! Confesso que fiquei curioso e, na hora, perguntei ao meu interlocutor:

- O que é isso?

Ele, com sorriso no rosto, respondeu:

- Hoje é assim que as pessoas cristãs se parecem com a batata inglesa. Ela, a batatinha se conserva melhor dentro da terra, onde é o seu lugar. Ali ela se mostra suja, coberta de barro e consegue fazer àquilo que lhes cabe: multiplicar-se! Você já procurou saber o que acontece com as batatinhas que são guardadas dentro de um cesto, em ambientes aquecidos?

- Nunca prestei atenção!

- Pois é! Elas germinam. Elas também criam brotos quando a gente as limpa e as põe dentro de um saco, numa despensa iluminada e aquecida. Ali, com o tempo, elas murcham e se tornam ruins para o consumo. Mais do que isso, elas perdem sabor e, inclusive, na sua casca até se forma um fungo nocivo à nossa saúde.

- Entendi a relação entre as pessoas cristãs e as batatinhas. As pessoas cristãs gostam de se manter aquecidas no seio da Comunidade, dentro de um ambiente agradável e, neste espaço, elas acabam perdendo a condição de cumprir o chamado que Deus lhes fez.

Meu companheiro mostrou-se animado por eu ter entendido sua forma de pensar. Despedimo-nos. Enquanto me dirigia para casa, lembrei-me do texto de João 17.18: “Como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo.” O Filho de Deus abdicou da honra de viver na glória, ao lado do Pai. Assim, humilhou-se e, assumindo a forma de homem, veio morar, conviver no nosso meio, bem longe dos templos e das sinagogas. Aliás, Jesus se sentia bem junto com as pessoas. Ele as visitava no seu trabalho. Ele fazia festa com elas. Ele lhes estendia a mão quando as encontrava no caminho.

Desci do carro e já o sino do templo badalou, me deixando claro que era hora do almoço. Enquanto o ouvia me dei conta do nosso grande desafio como Igreja hoje: Sujarmo-nos novamente com a “terra”; "ir ao encontro das pessoas lá onde elas estão" - como sugeriu o cantor Milton Nascimento. A probabilidade de que as pessoas visitadas nos perguntem como se pode chegar mais perto de Deus é baixa.

Nestes tempos está sendo assim que as pessoas, de um modo geral, se desassociaram da Igreja. Vai daí elas precisarão “ler” na nossa vida como é libertador; saudável e revigorante a vivência com Deus na Comunidade. Ações deste tipo não apenas fortalecerão a Comunidade, mas também as pessoas que a articulam no meio da sociedade.

Neste momento pensei nas crianças que não tem mais participado com tanta regularidade da vida comunitária por causa de afazeres outros; lembrei-me dos adolescentes “afogados” em compromissos diferentes e entendi que era hora de repensar atitudes: Ir onde o povo está. 

De repente, poderíamos fazer uma parceria com as escolas municipais que nos circundam geograficamente. E se desenvolvêssemos uma proposta esportiva no bairro onde estamos fincados? Até prova em contrário, projetos deste tipo sempre atraem crianças e adolescentes. O importante é que este nosso trabalho seja um verdadeiro “serviço batata”!

Era hora de almoçar. Fiz um purê de batatas! Hummm...

19.10.12

Fé e Dinheiro!


Em Mateus 20.25-26 se lê: “Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja aquele que serve...”

Essa palavra me lembrou de um ditado popular que diz: “O dinheiro rege o mundo!” Está certo! É o dinheiro que dita os rumos do nosso sistema econômico. Quem tem dinheiro tem poder; pode comprar qualquer mercadoria. Sim, o dinheiro tem força descomunal no mundo em que vivemos. De um modo geral as pessoas podem aumentar seus bens e sua influência; explorar segundos e terceiros  com o dinheiro.

É isso! Com dinheiro se rege e se domina o mundo. O que diz a Igreja sobre este assunto? Será que as pessoas cristãs pensam de forma diferenciada? Será que a Comunidade Cristã não está acima destas questões que dizem respeito ao dinheiro? Às vezes eu carrego a impressão que nós, cristãs e cristãos, não nos diferenciamos das pessoas seculares, quando o assunto é dinheiro. Ouso fazer esta afirmação porque, aqui e ali, ouço palavras do tipo: “Não! Não podemos nos dar a esse luxo. Trata-se de uma boa ideia, sem dúvida, mas o nosso orçamento simplesmente não chega lá!” Muitas vezes, também é assim na Igreja que as nossas decisões se deixam determinar pelo dinheiro e não pela vontade de Deus. Quem tem olhos de ver, percebe que quando o assunto é dinheiro, as pessoas cristãs geralmente assumem o jeito de ser das não cristãs. Que jeito é esse? Ora, elas também se colocam como escravas de “Mamon”! 

Jesus diz: “Entre vós não deverá ser assim!” Aqui neste versículo Jesus se refere aos governantes que oprimem os seus povos. Penso que não seja errado aplicar esta mesma declaração à supremacia do dinheiro no mundo. “Não deve ser assim entre vós!” Isso mesmo! O dinheiro nunca deveria ter o primeiro lugar na Igreja, mas sim a proposta que Deus. O que sempre deveria estar ocupando o nosso foco é a tarefa que Deus deu à Comunidade; à Igreja. Onde focar nossa atenção? Ora, nas pessoas amadas por Deus. São elas que precisam ser objetivadas em todo e qualquer trabalho comunitário. Essa conversa de que “sem dinheiro nada funciona” não pode prevalecer na Comunidade. A confiança em Deus deve ser maior do que este detalhe!

Logo depois de ter declarado que não devemos servir às riquezas, Jesus ainda aprofunda a questão: “Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir... o vosso Pai Celeste sabe que tendes necessidade de todas estas coisas... (Mateus 6.25a e 32b). Quer dizer: É Deus quem cuida de nós - se confiarmos Nele. Como é que hoje, nós, pessoas comprometidas com o cristianismo, poderíamos sinalizar que não somos pessoas movidas pelo poder do dinheiro, mas pelo poder de Deus?


14.10.12

CREMAÇÃO OU SEPULTAMENTO?


Será que podemos cremar uma pessoa cristã? Pode um cristão permitir-se a cremação? Como fica a questão da ressurreição se de fato somos a criação exclusiva dos “dedos de Deus”? (Salmo 8.4-5) A imagem de Deus pode ser queimada? Sim, essa temática gera muitas perguntas.  

Muitas pessoas defendem o “verdadeiro sepultamento” como aquele que acontece sob alguma camada de terra. A verdade é que todo esse povo que defende essa ou aquela posição, também carrega suas incertezas. Isso é assim porque o tema da “morte” mexe com os nossos sentimentos. Porque isso é assim? Porque nos velórios sempre se percebe pessoas falando de assuntos “nada a ver” com o momento? Porque tanta distância; tanta desinformação a respeito deste tema?

A dor do luto machuca muito àquelas e àqueles que sempre estiveram próximos de quem, de repente, precisa “partir”. Sempre que oficio sepultamentos, percebo perplexidade, profundas perturbações em quem fica. As emoções das pessoas se mostram diferenciadas quando se deita um corpo morto num caixão; quando se o enterra sob a terra; quando se o queima em fornos especiais; quando se recebe a urna contendo as cinzas.  

A morte sempre foi, é e continua sendo um “tabu” (Uma ideia proibida de as pessoas se aprofundarem). Quase todos os indivíduos têm dificuldade para tratar deste tema. O fato é que não podemos controlar a morte. De repente ela vem definitivamente. Dá para se dizer que a morte é o último degrau de entrada na eternidade e o fato de sabermos disso, mexe muito com qualquer um de nós. É em vista disso que sempre tratamos os nossos mortos com extremo respeito.

Quando refletimos sobre o ato do sepultamento, precisamos nos perguntar sobre o que acontece com uma pessoa que falece. Jesus afirma que, num certo dia, a Sua voz se fará ouvir e todos os mortos ressurgirão de seus túmulos para a ressurreição e ou para o juízo. O ato de levantar-se de dentro da tumba é algo irracional; é um jeito poético de se falar do juízo ou da nova vida que vem. Jesus deixa claro que o cristão viverá, mesmo experimentando a morte.

Isso significa que o cristão morrerá; que o corpo voltará ao pó, mas que o espírito permanecerá com Cristo na eternidade. Nas cartas paulinas se explicita que vamos ganhar um corpo novo de presente, quando da ressurreição; que este novo corpo não será parecido com o corpo que carregamos aqui na terra; que o nosso corpo será “deificado”. Ora, essa perspectiva da ressurreição me leva a crer que tanto faz se o nosso corpo se degradar na terra ou no fogo.

Ou seja, ninguém de nós invadirá a eternidade com estes corpos que carregamos e que, por natureza, são marcados por defeitos. Sim, porque no novo Céu e na nova Terra não vão existir as substâncias carne, sangue, terra e cinza (1 Coríntios 15.50-55).

2.10.12

Casamento e Divórcio!



- Escuta essa pai! “A fidelidade não está para a natureza humana”.
- Eh! Eh! Então os carros, as casas, os aviões e os concertos musicais também não estão.
- Tem lógica...
- Sabe filho! Em todas as culturas do mundo a relação matrimonial é protegida por regras e rituais, mesmo nos países onde um homem pode ter várias esposas.
- Verdade?
- Sim! Nas relações de poligamia, é assim que a primeira mulher tem posição de destaque. É ela que ajuda na tarefa de escolher a segunda e a terceira esposa para o seu companheiro.
- Não sabia disso. Onde é que fica o amor nesta história?
- No mundo poligâmico o papel do amor é secundário.
- Que coisa! Não consigo entender uma relação matrimonial sem a presença do amor.
- Eu também não filho. A verdade é que há relacionamentos de marido e mulher que também se dão sem amor.  
- Para mim casamento sem a bênção de Deus é empreendimento sem chance de sucesso!
- É! Não é fácil manter-se uma relação matrimonial de pé!
- Por que isso pai?
- O trabalho atrapalha. Hoje marido e mulher trabalham em empresas diferentes e têm problemas diversos para resolver que ninguém deles toma conhecimento. À noite eles precisam de bom tempo e de boa dose de energia para viver a vida em comum que se prometeram diante do altar. Tempo e energia que eles não têm mais força para doar.
- Então é por isso que muitos matrimônios são difíceis de serem vividos na sua plenitude.
- É!

3.9.12

E QUEM SE IMPORTA COM ISSO?



Palavra interessante! Cada verdade precisa de uma pessoa que a pronuncie. E essa pessoa também precisa ser corajosa a ponto de “subir no telhado” e, de lá, proclamar o que está ardendo dentro do seu coração.

Jesus estimulou os Seus doze discípulos dizendo-lhes: - Olha pessoal! “...o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o de sobre os telhados.” (Mateus 10.27b)
 
Na minha família sempre de novo se comenta sobre a história vivida pelo meu sobrinho, o Arthur. Era seu primeiro dia de aula e todas, todos os coleguinhas eram estranhos entre si, mas, ao mesmo tempo, se mostravam curiosos: - Como seriam aqueles primeiros dias de aula? Logo que a sineta bateu, a professora levou a classe a conhecer o prédio e também o pátio do referido colégio. Todas as meninas e todos os meninos analizaram o auditório; o ginásio esportivo e o parque infantil daquele Estabelecimento de Ensino no qual iriam viver bons anos de suas vidas. Feito isso, foram encontrar-se com a Diretora da Escola. Todas as crianças correram na sua direção e claro, foram muito bem recebidas pela mesma.

Logo que a algazarra do primeiro momento terminou, o nosso Arthur se dirigiu à Autoridade Escolar com palavras indignadas. Ele disse: - Cem menos três é igual a noventa e sete, mas isso, não interessa a ninguém!...”

Rimos muito a respeito desta piada, quando de um encontro familiar na casa do meu irmão, em Santana do Livramento. O fato é que, no peito do meu sobrinho “ardia” o desejo de dizer aquilo que disse. Foi por isso que ele tomou coragem e, na primeira oportunidade, proclamou, “aos quatro ventos”, aquela verdade. Nós não podemos saber se o meu sobrinho escolherá a profissão de pregador, mas nos ficou evidente que ele não tem vocação para ficar calado na vida. Ele disse: - “Matemática não interessa a ninguém – nós queremos brincar!”

Essa irreverência do Arthur soou um tanto engraçada no contexto do Ensino Fundamental. No entanto, essa experiência ousada de dizer o que vai no coração nos é um exemplo de como podemos disseminar as verdades cristãs que “queimam” dentro do nosso peito; que nos foram sopradas pelo Espírito Santo nos ouvidos. São muitas as pessoas, e eu me encontro entre elas, que sonham com uma Igreja que mostre mais o seu rosto dentro da sociedadade brasileira. Mas será que a Boa Mensagem que proferimos, que estamos proferindo e que ainda vamos proferir ainda chega às pessoas?

No dia 31 de outubro, Dia da Reforma, nós nos lembramos das mulheres e dos homens que “subiram no telhado”, a fim de proclamar a mensagem libertadora da graça de Deus. Essas pessoas, as assim chamadas “reformadoras”, deram o seu recado ao povo com palavras claras e simples, conforme a vontade que “ardia” nos seus corações: Não somos nós que articulamos a salvação, mas é Deus quem nos fascina; anima-nos e nos conforta nesta tarefa. Foi desta forma que os clamores dos reformadores encontraram guarida nos corações das pessoas. A Boa Mensagem da Salvação que, primeiramente, foi sendo repartida nos corredores das Universidades, veio até às pessoas de “sobre os telhados” das cidades. Foi dessa forma que o mundo acabou conhecendo o Evangelho.

Aquilo que os reformadores fizeram, expor-se sobre o “telhado” e pregar, nós também estamos tentando fazer, mas, para tal, precisamos estar alicerçados numa boa base. Se não existir um bom apoio, então corremos o risco de perdermos o equilíbrio e cair.

A Igreja se auto-examina, se “olha no espelho”, vê quem é e em que ponto está, quando lembra da Reforma. É Deus quem nos apoia; quem nos sustenta; quem nos dá coragem e boa base para espalharmos a Mensagem Daquele que levanta Pessoas com Deficiência; que anima Pessoas Deseperadas; que dá coragem às pessoas que se perceberam  Imperfeitas.  

Sim, são muitas as mulheres e os homens que pregam a Boa Nova de Deus em nosso país e no mundo. São inúmeras as pessoas cristãs que vivem essa Boa Nova, que lhes foi soprada no ouvido, a partir de palavras e atitudes. Quem é que se importa com isso? Certamente todas, de todos nós!

28.8.12

MAS LIVRA-NOS DO MAL - Mateus 6.13


Vamos combinar que o mundo seria maravilhoso, um lugar fantástico para se viver se não fosse o mal. Não é segredo de ninguém que o mal sempre gera ódio, violência, guerra, opressão e pobreza. Todo mundo sabe que ao longo dos séculos, as pessoas sempre tentaram promover a paz e a justiça. A Bíblia está repleta de relatos a respeito de impulsos que intentavam esta mesma busca, esta mesma esperança. Na História Geral sempre foi assim que todas as Denominações sempre pediram a Deus: “Senhor, livra-nos do mal...”

O problema é que o mundo real em que vivemos tem outra natureza. Todos os dias os nossos nossos meios de comunicação anunciam eventos ruins. É praticamente impossível escapar-se da inundação contínua de mensagens violentas sobre os excessos que são praticados na calada da noite e também na luz do dia. Há quem sustente que a História deveria ser escrita sob a perspectiva da guerra que, querendo ou não, sempre acaba gerando mais ou menos progresso. Hoje, na Líbia, há um governo ditatorial que guerreia contra seu próprio povo. Há outros exemplos bem mais próximos de guerras travadas. Estou pensando na favelas do Rio de Janeiro, nas Ruas de Joinville – por exemplo.

Não, ninguém de nós vai negar que existe o mal. Todo mundo sabe as consequências terríveis e destrutivas que o mal pode causar à vida das pessoas. A última petição da Oração do Pai Nosso tem tudo a ver com a vida que vivemos. É por isso que dizemos: “Senhor, liberta-nos do mal...” Notem que esse não é um pedido abstrato; uma petição pelo não derramamento de sangue, apenas. Trata-se, isto sim, de um pedido de preservação da tentação que antecede à prática do mal. Quando a oramos, o mal se torna concreto diante dos nossos olhos; ele perde o seu anonimato; ele nos diz respeito; ele se mostra próximo de nós. A petição “Não nos deixes cair em tentação...” significa que nos cabe resistir ao mal. Ela também nos sugere a possibilidade de que podemos falhar, de que podemos sucumbir à tentação de causarmos o mal. O leitor de jornal que, sentado no sofá da sua sala, lê notícias desagradáveis e, ao lê-las, se dá conta do mal que existe no mundo, só reflete sobre o conteúdo lido. Já as pessoas que oram esta petição se relacionam de forma diferenciada com a realidade do mal. Elas refletem sobre os seus próprios atos. Elas tem consciência de que esse mal pode se avizinhar e, por tabela, levar à tentação, à prática do mal.

São poucas as pessoas que conseguem refletir assim como acabei de sugerir. É estranho que todas as pessoas são sabedoras daquilo que acontece à sua volta. Ninguém tem dúvidas a respeito do poder do mal. No entanto, a maioria das pessoas não reflete sobre as suas próprias atitudes. Nas suas cabeças o mal só diz respeito às outras pessoas, àquelas que se encontram em outros locais, em outros bairros.  De uma forma geral, a mulher e o homem, tem a tendência de se perceberem como pessoas boas; pessoas que vivem de forma diferente; pessoas que são diferentes daquelas cujas más ações os jornais noticiam. Assim elas se comportam como espectadores das outras pessoas que agem com sua maldade no teatro do mundo.

Não é assim. O mundo não está dividido entre o bem e o mal. Também não existe uma clara linha divisória entre as pessoas boas e as más. Cada ser humano, seja ele quem for, está em perigo de fazer o mal; de seguir o mal. Cada uma, cada um de nós pode testemunhar: Lembram daquele momento em que vocês estavam a sós consigo mesmos? Vocês sabiam exatamente o que fazer. Daí então vocês ouviram uma “pequena voz” dentro de si. Vocês não conseguiram resistir àquela sugestão. Recordam daquela disputa em que vocês mesmas, vocês mesmos ficaram com medo de si: como é que eu pude ser tão desagradável, tão mau? Lambram daquele dia em que a raiva às levou, os levou a prejudicar uma pessoa próxima? Quem não recorda da vergonha que sentiu quando fez a retrospectiva de um momento ruim de sua vida? Sim, há momentos que nós gostaríamos de apagar, momentos que nós até sonhamos que outros não tenham percebido.

Sim! São numerosas as tentações de se fazer o mal. As tentações são reais e não é fácil vencê-las. Mesmo que demos o melhor de nós, sempre seremos culpados pelo mal que causamos aos outros. Uma vida impecável, sem falhas e intocada pelo mal não existe. Também os santos foram pessoas, e não super-mulheres, super-homens. Eles também foram apanhados em pecado e culpa; também eles experimentaram dor e sofrimento, sofrimento e dor que também oportunizaram a outros. Escrevo isso porque o experimento na minha vida.

A Bíblia nos ensina que é uma ilusão só ver o que é belo em si e constatar, de forma descuidada, que tudo vai bem – obrigado.  É claro que Deus nos criou para fazermos o bem. É incrível como as pessoas se dão presentes e até se ajudam mutuamente na vida. Nós temos a capacidade de amar o próximo; sermos compassivos e até pacificadores.  Mas há também o mal. O mal é parte da realidade deste mundo e é por isso que a mulher e o homem se encontram todo tempo sob risco. É fácil, mas, ao mesmo tempo, perigosíssimo fechar-se os olhos para esta realidade, fingindo que podemos ser imunes ao mal. Nós não podemos fugir do mal. Nós não podemos ter a certeza de estarmos tomando a decisão certa; de resistirmos ao mal quando vem a tentação. Levantemos as mãos para o céu se assim acontecer.

O fracasso também diz respeito à realidade da vida. Martin Luther entendeu muito bem o apóstolo Paulo, quando percebeu esta “rachadura”; esta “contradição” na vida das pessoas. Ele disse: “Somos pecadores”. Em Romanos 3.22c-24a se lê: “...porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.”.

Nós somos todas pecadoras, todos pecadores e, por isso, oramos ao nosso Pai do céu “... e não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal.” O fato de termos uma visão realista e sóbria de nós mesmas, de nós mesmos é um sinal da nossa fé em Jesus Cristo. É Ele quem nos mostra que temos necessidade da salvação; que não podemos nos livrar do poder do mal, a partir das nossas próprias forças.

Assim, esta última petição da Oração Pai Nosso nos conduz ao centro da fé. Esta petição é a expressão da esperança que impulsiona nossas vidas cristãs. É a salvação propriamente dita. Cristo morreu e ressuscitou por nós. Na cruz, Ele nos libertou das dependências que nos amarram ao mal da culpa que pesa sobre nós. Jesus fez o caminho da cruz para que nós pudéssemos experimentar a salvação. Se Ele não tivesse agido assim estaríamos perdidas, perdidos. Por quê? Ora, porque nenhuma mulher, nenhum homem tem a capacidade de se auto-justificar. As pessoas que pautam suas vidas na cruz de Cristo não se pautam na vida de outras pessoas. Elas tem consciência de que todas, todos estamos sob a justiça de Deus. Diante de Deus somos todas, todos iguais. Nós confiamos em Deus.

Isso não tem absolutamente nada a ver com o fato de que nós, cristãs e cristãos, nos vejamos como pessoas pequenas – nada disso. Alegramo-nos com a nossa capacidade de amar; com a força que colocamos a serviço de outras pessoas, enquanto carregamos seus fardos, faciltamos suas vidas; com o bem que existe em nós; quando temos a chance de servir. Mas nós não nos colocamos acima dos outros; nós não nos iludimos com as nossas possibilidades e com as nossas limitações; nós não entendemos que fazemos as coisas que fazemos, a partir das nossas forças. Nós colocamos a nossa confiança em Jesus Cristo, que nos aproximou de Deus. Nós temos ciência de que não nos libertaremos, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Nós olhamos, isto sim, para Jesus, de quem vem a nossa ajuda, a nossa salvação. E, então, nós percebemos os nossos atos, o bem que somos capazes de fazer e a resistência ao mal como um fruto da salvação.

Paulo diz que os crentes “não se devem deixar vencer pelo mal, mas devem vencer o mal pelo bem”. Com o Filho de Deus também veio um espírito especial ao mundo, um espírito que não se deixa cpaturar pelo círculo vicioso da má ação e pela busca de vingança. O Espírito de Cristo liberta o Seu povo das prisões que sempre de novo causam o mal por si sós. O Espírito Santo nos dá a força para nos colocarmos na situação, na pele dos outros, a assumirmos a perspectiva de quem está do outro lado. Vencer a tentação de só pensar em nós e então fazer o bem.

A salvação começa com a percepção de que, diante de Deus, não estamos em dia com a nossa vida e com as nossas atitudes, mas que confiamos na Sua misericórdia. Confiemos em Jesus Cristo e seremos libertados para quebrarmos a lógica do mal. Este é um fruto da vida pela fé no crucificado e ressuscitado Jesus Cristo. Amém.

OLHA SÓ!