Busque Saber

18.9.14

As duas Árvores da minha Infância

Romanos 15.1

Vivi os primeiros anos da minha vida numa pequena cidade do Rio Grande do Sul chamada Tenente Portela. Do pátio da minha casa, sempre me deliciei com a visão de duas grandes árvores que cresciam uma ao lado da outra. Elas viviam como se fossem uma irmã e um irmão. À direita estava o irmão, com seu caule grosso e seus galhos robustos, repletos de folhas. À direita crescia a irmã. Ela era uma árvore que aparentava fraqueza, pois seus galhos eram um tanto irregulares. Sim, ela parecia ser uma árvore menos imponente. Certa vez aconteceu uma tempestade muito forte. Da janela do meu quarto eu vi as minhas duas amigas lutando contra a ventania. Num dado momento o vento apertou a irmã meio que para dentro do irmão a ponto das duas parecerem uma só. Faltou pouco para a irmã derrubar seu irmão no chão. O irmão precisou se calçar bem firmemente com suas raízes no solo para dar apoio à sua companheira.  

Refleti durante todos meus últimos 55 anos sobre aquela visão. De repente, posso dizer isso de outro jeito. A irmã, mais fraca e menos atraente, tinha as suas forças ocultas. Ela crescia na frente do irmão e sempre era a primeira a aguentar o tranco quando ventava pra valer. É que diante dela não havia nenhuma outra árvore para diminuir a força do vento; para ajudar nas horas difíceis quando das intempéries. E assim, sob a sua proteção, o irmão podia crescer com imponência, prosperar, ser forte e bonito.

Na vida cotidiana e na vida comunitária nós sempre de novo encontramos pessoas mais fracas e pessoas mais fortes. Ora, o mundo é um lugar onde se dá e se recebe e Deus se alegra quando percebe os nossos esforços visíveis e também os nossos esforços ocultos. Nós podemos nos dar apoio mútuo, especialmente nos tempos tempestuosos da vida. Nós também podemos apoiar-nos mutuamente através das nossas orações; incentivar-nos para o enfrentamento dos problemas e dificuldades que a vida propõe. Nós podemos repassar a nossa fé em Cristo para as nossas filhas e filhos; para todas as pessoas que caminham perto de nós. É através das nossas doações que muitas pessoas podem ser ajudadas em outros lugares desse nosso Brasil. Às vezes, nós até podemos ser uma ajuda às outras pessoas sem percebermos que estamos sendo.

Minhas duas árvores permaneceram em pé depois daquela tempestade. Lembro que os seus galhos se tocavam logo depois da crise. Parecia que as duas árvores se alegravam com a primavera e com os pássaros que logo viriam fazer seus ninhos ou até porque podiam curtir a presença uma da outra, ali naquele chão vermelho.


Gente querida! Podemos ser gratas; gratos pelas pessoas que nos dão apoio, que nos dão suporte e segurança em tempos de dificuldade. Todos os dias nós temos a oportunidade de cuidar de nossas companheiras e nossos companheiros; de abrir os nossos olhos e perceber quem necessita de apoio. Amém! 

OLHA SÓ!