Busque Saber

3.3.10

O pão nosso de cada dia!


Gente querida! Conta-se que um sujeito comprou um terreno repleto de pedras. Vocês não imaginam como ele trabalhou para limpar aquele espaço... Deu tudo de si em prol do seu projeto e, de repente, o chão estava preparado para acolher as sementes que ele semeou. O resultado não podia ser diferente: uma bela horta, um jardim vistoso que todos admiravam. Certo dia um amigo que ia passando lhe dirigiu a palavra: “É maravilhoso o que Deus pode fazer com um terreno tão impróprio para o plantio, não é mesmo?” “É verdade” – respondeu o homem que tinha dado de si até não mais poder – “tinhas que ver o estado deste terreno quando Deus ainda trabalhava sozinho nele.” Com esta história na cabeça, proponho a leitura de Mateus 6.11... “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.”

Cinco aprendizados

Primeiro aprendizado: Deus se interessa pelo teu, pelo meu corpo. Jesus deixou isso evidente quando dedicou muito do seu tempo na cura de toda sorte de enfermidades físicas das pessoas que se relacionavam com Ele. Jesus também deixou isso claro em várias oportunidades, quando satisfez a fome física dos Seus seguidores que tinham ido ouvi-Lo naquele lugar solitário (Pessoas que tinham ficado sem comer pelo fato de não terem condições de buscar alimento em suas casas distantes). Faz bem pensar que Deus se interessa pelos nossos corpos. Todo e qualquer ensino que deprecie e que diminua e ou ainda que denigra o nosso corpo é mau ensino. Sim! Deus deu importância ao nosso corpo. Isso ficou evidenciado quando Deus presenteou Jesus Cristo com um corpo igual ao nosso. O alvo do cristianismo não é somente a salvação da alma, mas a salvação da pessoa inteira: corpo, mente e espírito.

Segundo aprendizado: Esta petição do Pai Nosso nos ensina a orar pelo pão do dia de hoje. Ela nos ensina a viver o nosso dia-a-dia sem a ansiedade pelo dia de amanhã que é distante e desconhecido. Aqui, certamente, Jesus lembrou do povo judeu que caminhava pelo deserto quando ensinou esta petição aos seus discípulos. No deserto, o povo judeu recebia “maná” diário. Em Êxodo 16.1-21 se lê que os filhos de Israel estavam morrendo de fome e que, naquela oportunidade, Deus lhes enviou “pão do céu”. Observem a condição que Deus lhes impôs: deveriam recolher a quantia de “maná” suficiente para suas necessidades imediatas, nada mais e nada menos. Quando o povo juntava mais “maná” do que o necessário para a sobrevivência, este se deteriorava. Cada dia eles deviam recolher a porção do dia, uma vez que o Criador do próprio dia também tinha criado o sustento de cada dia. Entendo que a pessoa que tem o que comer hoje e que se pergunta pelo que comerá amanhã seja uma pessoa de pouca fé. Ora, esta petição nos ensina a viver o nosso dia-a-dia sem aquela preocupação ansiosa tão característica das pessoas que não aprenderam a confiar em Deus.

Terceiro aprendizado: Esta pequena petição da oração do Pai Nosso dá a Deus o lugar que Lhe pertence. Quem a profere admite que o alimento que recebemos para mantermos a nossa vida vem de Deus. Ninguém jamais conseguiu criar uma semente que cresça; que se desenvolva. Um cientista até pode analisar uma semente nas suas muitas partes, mas ele nunca conseguirá fazer com que uma semente sintética se desenvolva. Tudo o que tem vida provém de Deus. O alimento que consumimos é um presente direto de Deus.

Quarta aprendizado: As pessoas que oram esta petição e, depois, ficam esperando que o “pão caia do céu” como caiu o “maná” morrerão de fome. A oração e o trabalho devem andar de mãos dadas. Depois de orarmos temos que ir trabalhar com o objetivo de convertermos as nossas orações em realidade. Estou certo que a semente viva é um presente de Deus, mas também tenho a convicção que a mulher e o homem devem semeá-la para depois cultivá-la. Lembram da história que contei na introdução desta prédica? Gente, a onipotência de Deus e o trabalho humano devem caminhar de mãos dadas. Quando proferimos as palavras desta petição, estamos reconhecendo duas verdades fundamentais: a) Que sem Deus não podemos fazer nada e b) que sem nosso esforço e cooperação, Deus não pode fazer nada por nós.

Quinto aprendizado: Notem que Jesus não nos ensina a dizermos “Dá-me hoje o meu pão cotidiano”, mas Ele nos ensina a orarmos “Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano”. No mundo há pão suficiente para todas as pessoas. O problema não é a produção daquilo que é essencial para a vida, mas a distribuição desta produção. A petição do Pai Nosso sobre a qual estamos refletindo e que também é o lema da nossa IECLB para 2010 nos ensina a não sermos egoístas nas nossas orações. Esta petição é uma oração que, em parte, podemos fazer acontecer quando colaboramos com Deus; quando repartimos das sobras com aqueles que têm falta disso ou daquilo. Esta petição do Pai Nosso não somente objetiva o suprimento das minhas e das tuas carências diárias, mas ela também nos desafia a compartilharmos com as outras pessoas aquilo que de Deus recebemos.

Conclusão

Bom dia!... Olhando para este jardim que é a São Mateus me dei conta de que é maravilhoso o que Deus pode fazer com um terreno tão impróprio para o plantio, não é mesmo?” “É verdade! Tinhas que ver o estado deste terreno há quarenta nos atrás quando Deus ainda trabalhava sozinho nele.” Vamos continuar o nosso trabalho? Vamos, juntos, continuar nosso trabalho aqui nesta Paróquia?

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