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5.10.09

Nosso querido pastor!

O nosso pastor era querido, tinha prestígio entre nós adolescentes. Foi apoiados nele que montamos um pequeno grupo de Juventude Evangélica. Foi ali que orando, louvando e lendo a Bíblia até ousamos articular pequenos projetos sociais; encarar a vida de frente. Na retaguarda, o nosso pastor. Um homem com palavras fortes que se comportava como se forte fosse.

Crescemos em número e em idéias. Agora uma diretoria era preciso. Nosso “mestre”, ao natural, passou a dirigir o processo da eleição. Quanta expectativa! Tinha chegado a hora de sistematizarmos o processo gerador de “momento novo”. Nosso pastor falava, gesticulava, impostava a voz. Estranho aquele comportamento.

Incrível! Nosso “líder” ditou os critérios da eleição. Nós queríamos tanto ter participado daquela “construção”. Ficamos estupefatos quando, de cima para baixo, fomos informados de que nosso “querido pastor” queria trabalhar somente com quem falasse a sua linguagem. A grande maioria de nós sentiu-se fora do “jogo”. Era como se todos os sonhos tivessem sido jogados dentro de uma barrica de água gelada.


E foi assim que perdemos a alegria de sermos os sujeitos de um “projeto de vida”. Sentimo-nos como que “marionetizados”. É triste, mas hoje, 40 anos depois, a História ainda permite que mulheres e homens sejam paridas, paridos para fazer valer propostas não inclusivas como aquela que minha turma e eu experimentamos.

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