Eu era criança. O inverno estava frio e seco. O sol tinha vindo beijar a porta da nossa casa. Se ela ainda estivesse em pé, 50 anos depois, poderia parecer-se com a da foto acima. Alguém bateu palmas e fui atender. Ao abri-la, uma pequena cobra verde se enroscou no meu pé e me picou. Mostrei o pequeno ferimento à minha mãe. Eu não sabia explicar o ocorrido com detalhes. Disse-lhe que uma “cebola verde” tinha se enrolado na minha perna e me machucado.
Desespero!... Não existia telefone, pelo menos ali onde morávamos e meu pai estava trabalhando na oficina mecânica. Ninguém da redondeza possuía automóvel. Lembro que minha mãe me pegou no colo e começou a correr mais ou menos um quilômetro estrada afora. Seus pulmões pareciam querer sair pela boca. De pronto, meu pai conseguiu um jipe com capota de aço que pertencia a um dos seus clientes. Parece incrível: chamavam-no de "Seu Lima". Jamais esquecerei do tamanho daquela injeção que tomei no hospital.
Hoje me pego olhando para trás. O poeta Moisés escreveu que a vida é como um “vôo” (Salmo 90.10). Quantas pessoas se doaram para que nós, neste momento, pudéssemos estar aqui, fazendo as coisas que fazemos. Quanta história experimentada neste curto período de vida que Deus ainda nos presenteia com o objetivo de amadurecer-nos para um sério compromisso com Ele. Só para pensar!
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