Busque Saber

3.12.10

Alcides Jucksch


Ontem à noite abri minha caixa de e-mails e fiquei sabendo que o missionário de quase cem anos está muito doente. Desliguei o computador e remeti meus pensamentos para o ano de 1960, em Tenente Portela (RS).

Na época eu tinha cinco anos de idade e meu pai articulava um emprego político na Reserva Indígena Kaingang. O pastor Norberto Schwantes nos visitava toda semana. Ele, auxiliado pelo “seo” Darci, levava turistas alemães para conhecer, “in loco”, aquela população indígena e seus costumes. Foi daquelas relações que nasceu o trabalho da IECLB com o povo kaingang no Toldo Guarita (RS).

Pois o pastor Alcides Jucksch estava lá quando este “trabalho missionário” começou. Eu, no colo do meu avô, vi um sem-número de kainganges assistindo a sua evangelização em Língua Alemã (pasmem). Ainda me lembro do filme que ele passou na tela (um lençol de casal engomado da minha mãe) sobre a vida e a morte de Jesus. Havia silêncio e emoção na sala quando da crucificação do Filho de Deus. Sim, eu me lembro. Sou testemunha ocular daquele fato.

Dois anos depois, em viagem definitiva para Santa Cruz do Sul (RS), fui participar dos últimos dias da minha bisavó em Ibirubá (RS). Enquanto ela sofria seus derradeiros dias no hospital, eu fazia amigos na vizinhança da família Born. À noite havia momentos de Evangelização no templo da IECLB e lá íamos nós dois, a minha avó e eu. O missionário tinha um copo cheio d´água no púlpito e convidava para que as pessoas viessem beber da “água da vida”. Eu estava com sede e fui... Incrível! Eu entendia aquela palavra que “mexia” comigo.

No final dos anos setenta eu, ainda estudante, trabalhava em Sapiranga (RS). Um dia encontrei o missionário no gabinete dentário do dentista Hoch. Fomos apresentados um ao outro. Para ele eu era um estranho. Já para mim o pastor Alcides era um ídolo. Imagino que milhares fizeram a minha experiência. O tempo foi passando e um dia me caiu na mão o seu livro “Amor sem fronteiras”. Já na Alemanha me assenhorei do seu conteúdo na Língua Alemã.

Faz dois meses que tive privilégio de ler um documento que “salvei” numa das minhas pastas. Nele o pastor Alcides se posiciona de forma muito clara sobre as idéias “alienígenas” que invadem o seio da nossa Igreja Brasileira para, com intuitos escusos, achincalhar a evangelização. Curiosos quanto ao documento? Interessantíssimo... Tem conteúdo profético.

Caríssimas Dorothea, Elisabeth e Ruth. Hoje, dia, 03 de dezembro de 2010, estou lembrando de vocês, sentado no meu gabinete, aqui em Joinville (SC). Coisa boa poder olhar para trás e se “orgulhar” de um pai. Abraços!

Um comentário:

Unknown disse...

Caro Renato!
Muito oportunas as tuas palavras. Que o Senhor da vida assista nosso querido ancião missionário!
Que a paz esteja com ele e com todos nós!
Um abraço!
Claudio Röhsig

OLHA SÓ!