Busque Saber

30.11.11

Água pro Advento!


Um cardume de peixes nadava num rio. Os peixes do cardume conversavam entre si. Um deles disse: - Eu carrego a forte impressão de que a nossa existência depende da água. O problema é que eu nunca vi água. Não sei se vocês pensam como eu. Eu simplesmente não sei o que é água. Vocês sabem?

Um peixe que nadava perto daquele que tinha aberto seu coração reagiu: - Olha! Eu ouvi dizer que no mar existe um Peixe muito grande e sábio. Ele conhece todos os segredos da vida. Quem sabe a gente nada até Ele. Quando O encontrarmos, vamos pedir-Lhe que nos mostre a água.

Assim fizeram. Nadaram longos dias a favor da correnteza do rio e chegaram ao mar. Lá encontram o enorme e sábio Peixe. Este ouviu a voz do cardume e disse: - Oh peixes incultos. Vocês vivem na água; se movimentam na água e mesmo assim não sabem o que é a água? Por favor!

Tal como os peixes que, sem saber, vivem na água, assim também a cristandade que foi batizada e, por isso mesmo, está ligada a Jesus Cristo, vive em Deus, no mar do Seu amor. Mesmo assim são muitos os cristãos que perguntam: Onde está Deus? O que é que deus tem a ver com a minha vida? O apóstolo Paulo respondeu esta pergunta a 2.000 anos em Atos 17.28: “Nele vivemos, nos movemos e existimos.”

Este versículo nos dá a impressão de que Paulo sabe do que está falando. Mais do que isso, de que Paulo conhece Aquele sobre quem está falando. Esta é a diferença entre opinião e testemunho. Paulo testemunha como ele experimentou e experimenta Deus. Ele foi tão preenchido por Deus que não conseguiu mais viver sem se doar para as pessoas a partir de viagens sem fim, prédicas e horas de oração.

Paulo não era um desses entusiastas fanáticos que se pautam em “Teologias Redondinhas”, mas um homem que teve contato com Deus; um homem que tinha ciência do que tal “contato” pode significar para uma pessoa. Ele também não era um destes “crentes egoístas” que circulam por aí e que só conseguem pensar que sua experiência os faz pessoas tremendamente “especiais”. Nada disso! Paulo queria que todos soubessem o quanto eles (as pessoas que lhe eram próximas) eram importantes para Deus. Daí que o pequeno texto que lemos a pouco não fala de destino, mas do fundamento da vida e do pensamento.

26.11.11

Advento!


O Advento, esta época de preparação para a Celebração do Natal, surgiu nos anos 400 a.C. Naqueles tempos a duração do Advento variava de sete e quarenta dias. Sabe-se que a Igreja Católica Apostólica Romana sempre só festejou quatro Domingos de Advento. Já a história nos confirma que as Igrejas da Reforma adotaram esse tempo de quatro semanas ssomente a partir do ano 600 d.C. É interessante observar que o Primeiro Domingo de Advento só começou a ser comemorado como início do Ano Eclesiástico, em meados dos anos 800 d.C. Assim, desde os primórdios da Era Cristã, o Advento foi caracterizado como um um tempo de penitência; de se fazer jejum; de se preparar para as Festas de Aniversário do nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo.

O Tempo de Advento, assim como nós festejamos hoje, não é um tempo de só se pensar na vinda do Senhor Jesus, tal como nos ensinam as Histórias Bíblicas do Novo Testamento. O Tempo de Advento também nos desafia a olharmos, a nos ocuparmos com o futuro; com a vinda do Senhor Jesus Cristo que vem governar este mundo; fundar a Nova Jerusalém (o Novo Céu e Nova Terra). É nesta tensão entre o ontem e o amanhã que experimentamos o Advento; o Momento Daquele que está por vir novamente ao nosso encontro; o momento Dquele que sempre de novo se apresenta a nós de forma renovada; o momento Daquele que nos convida a arrepender-nos, a transformar-nos, a converter-nos dos nossos caminhos para o Seus caminhos.

O Advento abre o Ano Eclesiástico. Nos próximos dias nós só nos ocuparemos com a entrada de Jesus em Jerusalém e também com o Reino do Futuro que será instalado entre nós com a vinda de Jesus a este mundo. O Momento de Advento quer nos impulsionar na direção do caminho que conduz à vida. O Advento não é um recomeço repetitivo, mas, sempre de novo, uma nova experiência em nossas vidas.

A Palavra de Apocalipse 1.8 ganha forma no Advento: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que é, que era e que há de vir”. Se, por um lado, nos alegramos com a aparição de Deus em carne e osso, a partir do útero da Maria, por outro lado, nos conscientizamos da nossa indignidade para recebermos o Senhor dos Senhores. É por isso que, nestes tempos de 2011, somos chamados a nos lembrarmos do nosso Batismo; a nos arrependermos para alcançarmos a remissão dos nossos pecados; a irmos ao encontro de Jesus Cristo que nos torna dignos, enquanto rumamos à manjedoura que, no fim das contas, também conduz à cruz.

Porque nós podemos nos alegrar com a amor de Deus que brota da cruz, também podemos cantar com Maria, nesta época que antecede o Natal, o “Magnifcat”: “A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.” (Lucas 1.47)

25.11.11

Um desdentado no Estudo Bíblico!


- Ah Arthur! Não me diga que tua Comunidade Cristã só se limita aos Cultos.
- Sim, só aos Cultos. Algum problema?
- Amigão! Acorda... Toda e qualquer Comunidade Cristã tem o compromisso de se colocar ao lado das pessoas que, no cotidiano, experimentam tribulações.
- Me explica melhor isso!
- Vou dar um exemplo: Você respira com dois pulmões – certo?
- Claro! Não sou asmático...
- É isso. A Camunidade Cristã ama a Deus e ao próximo. Respira com seus “dois pulmões”.
- Interessante! Nunca tinha me dado conta disso daí.
- Guarda isso: Se uma Comunidade Cristã, a partir da Diaconia, mostrar compromisso social, daí então, naturalmente, o seu Culto será percebido como mais verdadeiro.
- Deixa eu ver se entendi: Não posso me sentir bem estudando a Bíblia, se um desdentado estiver sentado ao meu lado!
- Isso Arthur!

23.11.11

Agradecer!


Umas vezes me vi como um realejo, mas sempre quis me parecer com um órgão.
O realejo está programado para repetir sempre as mesmas músicas. Já no órgão dá para se musicar infinitos louvores.

Quem se dispõe a agradecer a Deus, sempre encontra boa inspiração para descobrir novas formas de louvor. Ofertas de gratidão nada tem a ver com coletas ou com caridades, mas com dor. Não é fácil ofertar algo a Deus, mas quem ousa ofertar, bênção especial alcança!

Quem oferta a Deus deixa claro que sempre exaltará o Seu nome, mesmo em momentos difíceis. O que oferta a Deus reflete sobre a atuação Dele em sua vida. Nesta hora só resta agradecer; louvar.

Só discirno a diferença entre claridade e escuridão quando me paro a agradecer. O agradecimento faz com que eu me paute em Deus que pode mudar todas as coisas. Quando olho para Deus, deixo de olhar para mim e isso me liberta de mim mesmo; me aproxima de Deus.

Deus me ama e pode me ajudar; pode me salvar! Por tudo isso, agradeçamos a Deus! Quem agradece; quem louva a Deus experimenta a promessa divina da vida nova. Eis uma boa "dica" para esse pré-advento que vivenciamos.

22.11.11

Marilyn Monroe – alô!


Gosto dos Salmos. No Salmo 50.15 se lê: “Se me chamarem no dia da aflição, eu os livrarei, e vocês me louvarão.”

Lembram da Marilyn Monroe? (1926-1962) Aquela artista de cinema tinha tudo o que uma garota pode sonhar: sucesso; fãs; publicidade; riqueza e beleza. Sabe-se que ela morreu por causa de uma overdose de medicamentos para dormir.

Um biógrafo testemunhou que a encontraram segurando o telefone em uma das mãos no leito de morte. Dele se ouvia: “Esse número não existe”. Não se sabe para quem Marilyn Monroe tentou ligar em busca de ajuda.

Penso que faríamos bem se nos contactássemos com Deus neste tempo de Advento que se aproxima. Quem não leva em conta este recado está vivendo perigosamente.

18.11.11

Síndrome de Burnout!


- Ô Gilberto! Você é um viciado em trabalho. Não tem mais nem tempo para os amigos.

- Pois é! Nem para os amigos, nem para a esposa e nem tampouco para os familiares. Não sei o que está acontecendo comigo. O fato é que ando me sentindo meio doente.

- Ih rapaz! Tens que tomar cuidado com isso. Li no Wikipédia que isso aí que tu estás sentindo se chama “Síndrome de Burnout”.

- O que é isso Rui?

- É a doença das pessoas que trabalham mais do que lhes é exigido. Lá na firma tenho um colega que sofre disso daí. Ele tem verdadeira compulsão pelo trabalho. Outro dia a esposa do patrão o aconselhou a baixar o ritmo, mas ele não consegue.

- Nossa mãe do céu! Às vezes me lembro que no começo eu trabalhava com satisfação e prazer. Hoje isso não é mais assim. Eu sei que algo está errado comigo.

- Tá vendo Gilberto. Primeiro o sujeito se esgota física e mentalmente. A “cavalo” deste problema vêm os distúrbios psíquicos de caráter depressivo que se instalam no organismo. É aí que a “vaca começa a ir pro brejo”.

- Que coisa! Nunca tinha ouvido falar...

- Pode crer. Esses dias eu comentei com alguns amigos lá da fundição sobre o nosso companheiro de trabalho sobre o fato de que ele sempre fica medindo a sua auto-estima na sua capacidade de realização; no seu sucesso profissional. O cara é um idealista; um perfeccionista - isso é o que ele é.

- Tua conversa está me preocupando Rui... “Síndrome de Burnout”... Em Inglês “burn out” quer dizer “queimar por completo”, certo?

- Isso mesmo Gilberto.

- Cara! Preciso de ajuda...

17.11.11

Evangelho não é só discurso - é também diaconia!


Outro dia, a caminho da padaria, senti o cheirinho do pão fresquinho. Hummmm!... Olhei pro lado e percebi uma cena diferente das que estou acostumado a presenciar. Tantos só veem coisas sensacionais acontecendo à sua volta e, assim, quase nunca prestam atenção aos pequenos detalhes que se dão no dia-a-dia. Pois eu vi algo bem simples que, para mim, acabou sendo uma sensação. Curiosos?

Dois homens estavam descarregando um caminhão de farinha. Claro que os sacos eram pesados. Isso dava para se perceber nos semblantes dos carregadores. Um deles era pessoa com deficiência, pois faltava-lhe um braço. Este tinha certa dificuldade para equilibrar os pesos que carregava. Sim, ele gastava uma tremenda energia para equilibrar seu corpo, debaixo de todo aquele peso que lhe punham nas costas.

Daí então passei a observar seu companheiro de trabalho, que sempre se mantinha atrás de seu amigo e nunca se afastava do mesmo. Chamou-me a atenção que ele mantinha um dos seus braços livres, enquanto descarregavam a mercadoria. Se, de repente, precisasse ajudar, ele estaria apto a fazê-lo. Que coisa! Ele estava de prontidão para apoiar seu colega, caso fosse necessário.

Parei... Fixei meus olhos nos dois trabalhadores. Devo ter ficado boquiaberto. Que coleguismo! Que interação! Que apoio encantador! Ali estavam dois homens “garrudos” que estavam acostumados ao trabalho duro; à luta para pôr o pão à mesa e, ao mesmo tempo, praticando a proposta do Evangelho. Isso mesmo! O Evangelho estava acontecendo ali, diante de mim. Deus estava me mostrando um pequeno sinal dos caminhos que podem acontecer entre nós.

15.11.11

Palavras de maldição ou de bênção?


É sabido que a fala, que o discurso tem muito poder. Com uma “boa fala” pode-se convencer multidões de que “esta” ou de que “aquela” proposta valem a pena. As pessoas, uma vez convencidas a partir de um “bom discurso”, não medem mais esforços para ir em busca do objetivo apontado. O nosso passado testemunha isso que acabei de expressar. Um exemplo clássico do poder da sedução do discurso foi o regime nacional-socialista, liderado por Adolf Hitler e seus assessores. Aquela gente soube articular suas idéias com muito sucesso, a partir do poder das suas palavras. Era dessa forma que eles manipulavam; que eles induziam o povo ao erro. O nosso ex-presidente brasileiro também soube articular muito bem os seus verbos, enquanto no poder. Lembram das “arapucas” que tanto os amigos como os inimigos lhe aprontaram? Ele saiu ileso de todas elas, sempre articulando boa comunicação. Sim, um manipulador pode fazer uso deliberado das palavras e, com isso, chegar onde quiser chegar; induzir quem quiser induzir. Isso também acontece nos quadros da Igreja. Foi pensando nela que reli Tiago 3.5-8...

3.5 - É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! 3.6 - A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. 3.7 - O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. 3.8 - Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar.

Hoje há muitos que disseminam ódio a partir das palavras que proferem. Não é segredo de ninguém que, nestes dias, alguns poucos líderes islâmicos seduziram e continuam seduzindo pessoas e grupos para que doem suas vidas em prol da dor de terceiros. Ora, o poder da palavra está aí. Se diz que não existe arma com poder de fogo igual ao exercido pela palavra. É muito simples destruir-se uma pessoa com o uso da palavra. O texto de Tiago nos desafia a prestarmos muito mais atenção à língua, depois de todos os sofrimentos que experimentamos na última década. Ele explicita que a “lígua é fogo”; que ela tem o poder de infernar a vida das pessoas e dos grupos, quando inflamada pelas propostas do inferno. Sim, podemos dizer que a língua tem a força de “organizar” o inferno na face da terra.

Não importa a ideologia que esteja por detrás da língua que fala. Os demagogos se multiplicam no nosso meio e isso, desde a queda do homem. O que eles fazem? Simples! Eles infligem danos devastadores, a partir das palavras que proferem. A mentira e o discurso de alguns são como o veneno que destrói o pensamento; o coração e a vontade das pessoas. Esse veneno mortal exalado pelo inimigo faz com que as pessoas se tornem escravas das trevas. Daria para se dizer que este veneno é a maldição do pecado e da morte em plena atividade. Sim, este veneno afeta grandes e pequenos. Mesmo pequenas doses diárias da mentira que dizemos, têm efeitos devastadores. Daí porque temos que prestar atenção às nossas falas; que estar atentos aos nossos discursos. Que tal não usarmos mais a nossa língua para maldição, mas para bênção. É nosso propósito trazer a vida e não a morte às pessoas.

A nossa fala pode nos auto-adoecer. Ela também pode adoecer a outros. Mas ela também pode curar. É nosso desejo trazer palavras boas, palavras curativas, palavras que salvam; palavras embasadas na verdade? Nada de demagogia! Nada de manipulação! Nada de hipocrisia. Só com propósitos assim é que as nossas palavras terão a capacidade de promover a fé em ação.

12.11.11

A Hipocrisia e a Cadeira 44!


Era domingo e eu tinha acabado de almoçar num dos bons restaurantes da capital dos gaúchos. Meu ônibus com destino a Florianópolis sairia às 23h da rodoviária e eu tinha a tarde livre. Comprei uma Zero Hora e logo me dei conta que o “time do meu coração” jogaria às 15h. Peguei um taxi e rumei pro Olímpico, onde logo comprei ingresso para as cadeiras. No bilhete lia-se: Fila G – Cadeira n° 44. Fui um dos primeiros a sentar naquele amplo espaço da arquibancada. O jogo seria em mais ou menos duas horas.

Saudades de Porto Alegre. Não demorou muito, dois senhores de meia idade sentaram-se, duas fileiras à minha frente. Os dois não se preocupavam em falar num tom de voz mais baixo. Afinal de contas era só eu ali perto deles. Eles gesticulavam muito e continuavam animados na conversa. Não me restou alternativa senão prestar atenção ao que diziam: Um deles disse:

- Rapaz! Eu me resguardo. Não me envolvo com a fé cristã de forma tão intensiva como meus parentes. "Eu rezo atrás do toco". Há muita gente hipócrita na Igreja. Não aguento isso...

Seu colega ostentava uma camiseta com as tradicionais listras azul, preto e branco. Nas suas costas se lia o número 10. Sua fala era mais mansa:

- Ô cara! Isso é um argumento ou uma boa descupa para não circular nos meios igrejeiros? Será que tu também não carregas uma pequena porcentagem de hipocrisia em ti?...

Eu estava ali ouvindo aquele diálogo. Queria me portar como um simples torcedor, mas era pastor. Eu não queria, mas minha cabeça se reciclou de forma instantânea para dentro de pensamentos mais “substanciosos”. Daí então lembrei da pesquisa feita com 1.400 pessoas adultas, onde se era informado que 72% dos entrevistados acreditavam que as Igrejas estão repletas de membros hipócritas. Aquela informação não podia ser jogada debaixo do tapete, assim, simplesmente. Quais seriam as razões para que a tal consulta chegasse àquele resultado? Sim, eu devia continuar prestando atenção na conversa dos dois. O senhor da fala mansa continuou:

- Li outro dia que em Nairóbi, no Quênia, há um templo cristão em cujo portal se lê: “Esta Igreja já está cheia de pessoas hipócritas, mas sempre há lugar para mais um.” Primeiro pensei que fosse piada. Depois me dei conta de que aquilo podia ser realidade. O artigo dava a entender que a tal Igreja estava lutando contra todo e qualquer tipo de hipocrisia. O homem de gestos largos se virou para seu companheiro e disse mais ou menos isso:

- Entendo o que tu quer dizer... Eu sei que a hipocrisia é um comportamento difícil de ser reconhecido, tanto em mim como nas pessoas que circulam ao meu lado. Quer saber de uma coisa? Penso que o hipócrita se equivale ao mentiroso.

- Certo! A diferença entre os dois jeitos de ser é que a hipocrisia não distorce os fatos com palavras, mas com comportamentos. E digo mais: tal como a mentira, a hipocrisia também pode ser vivida de forma consciente e ou até inconsciente.

Impressionante. Eu ali, querendo relaxar, enquanto a partida preliminar transcorria morna no gramado quente. E aqueles dois sujeitos matando meu ócio. Minha cabeça estava a mil. Uma pessoa hipócrita finge algo que não é; age como se, de fato, vivesse aquilo que prega; finge sentimentos, estados de espírito que, na realidade, não está vivenciando; estabelece normas de comportamento que ela mesma não consegue viver. Minha avó, quando queria passar a idéia de que fulana ou cicrana era hipócrita, costumava dizer: “Sugere água, mas bebe vinho”. O homem mais calmo prosseguiu:

- Usa-se a palavra “hipócrita” para caracterizar pessoas que tentam se passar como “santas.” Tais pessoas não vivem os valores individuais que pregam. Elas até estebelecem para si certos valores, mas o problema é que, no seu interior, elas mesmas não aceitam estes tais ideais. Vou te dizer mais uma. Uma pessoa hipócrita geralmente implode quando alguém se indigna; quando alguém emite um juízo de valor sobre ela. O indivíduo cai em si e então precisa ser acompanhado para que se reconstrua.

O pré-jogo se tornara desinteressante. Quem era aquele homem que falava com tanta sabedoria? Seria um psicólogo? Continuei apontando meus ouvidos, enquanto o sujeito de boné continuava seu discurso com a ajuda dos braços; das mãos; do semblante...

- Queres saber duma coisa? A hipocrisia está livre e solta, tanto na Política quanto na Igreja... Seu interlocutor cortou o seu argumento com fala mansa, mas contínua; cheia de sabedoria:

- Sim, o “faz de conta” está presente em todos os aspectos da vida. Tu já percebeu que há imagens falsificadas que, muitas vezes, são extremamente semelhantes às originais, mas mesmo assim elas continuam sendo falsas? Nós podemos carregar jóias falsas que brilham tal e qual as verdadeiras, mas elas não valem absolutamente nada. Até existem notas de dinheiro que são falsas e são muitos os comerciantes se deixam enganar com as mesmas. Da mesma forma, uma pessoa pode fingir-se de alguém que não é.

Os torcedores gremistas começaram a ocupar as cadeiras em levas de cinco, sete, dez... As falas dos meus pseudo-amigos ficavam cada vez mais inaudíveis. Eu via-os, mas já não os ouvia mais dialogando. Recostei-me à cadeira 44 e perdi meu olhar nas arquibancadas do outro lado, enquanto meu cérebro continuava escravizando minha vontade.

Decidi entender que a hipocrisia é percebida na Igreja, mas que isso não significa que todos os cristãos sejam hipócritas; que há pessoas que vivem em plena conformidade com a proposta de Jesus Cristo; que o verdadeiros cristãos levam a Bíblia a sério quando leem em 1 Pedro 2.1 que Deus os desafia a despojar-se de todas as hipocrisias.

Lembrei de Jesus que proferiu palavras muito duras para as pessoas que cometeram o “pecado da hipocrisia”; que no Seu tempo os líderes religiosos eram os grandes hipócritas da hora; que Deus odeia a hipocrisia, mas que Ele permite que ela aconteça; que Deus nos deixa livres para perseguirmos os nossos próprios objetivos.

Conclui que é fácil desviar-se do caminho quando se percebem “hipócritas” entre a irmandade. Daí então, até mesmo as pessoas não-cristãs deveriam deixar-se desafiar a não usarem a hipocrisia de certas pessoas como desculpa para afastarem-se de Deus. Sim, porque Deus não exige que acreditemos nos cristãos, mas nos pede que creiamos em Jesus. Eu, ali, naquele estádio, era uma pessoa cristã e tinha a oportunidade de mostrar ao mundo o que é um verdadeiro cristão.

Os alto-falantes começaram a dar a escalação do “tricolor dos pampas”. O estádio estava repleto de torcedores e eu ouvia cheio de adrenalina: Danrlei; Dinho; Paulo Nunes; Jardel...

9.11.11

Filhas e Filhos da Luz!


Oi gente querida que me lê! Neste domingo, dia 13 de novembro de 2011, o texto previsto para ser pregado em todos cantos e recantos da nossa querida IECLB é o de 1 Tessalonicenses 5.1-11. A tal da prédica está coladinha aí em baixo. Eu já decidi: Vou pregar desse jeito aqui na São Mateus, tanto às 09h como às 19h. Abraços!

Que a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo esteja com todos nós. Amém!

Hoje quero falar sobre o tema “luz”. Para tal, sugiro a leitura de 1 Tessalonicenses 5.1-11 onde se lê: 5.1 Irmãos, vocês não precisam que eu lhes escreva a respeito de quando e como essas coisas vão acontecer. 5.2 Pois vocês sabem muito bem que o Dia do Senhor virá como um ladrão, na calada da noite. 5.3 Quando as pessoas começarem a dizer: “Tudo está calmo e seguro”, então é que, de repente, a destruição cairá sobre elas. As pessoas não poderão escapar, pois será como uma mulher que está sentindo as dores de parto. 5.4 Mas vocês, irmãos, não estão na escuridão, e o Dia do Senhor não deverá pegá-los como um ladrão, que ataca de surpresa. 5.5 Todos vocês são da luz e do dia. Nós não somos da noite nem da escuridão. 5.6 Por isso não vamos ficar dormindo, como os outros, mas vamos estar acordados e em nosso perfeito juízo. 5.7 Os que dormem de noite, e os que bebem é de noite que ficam bêbados. 5.8 Mas nós, que somos do dia, devemos estar em nosso perfeito juízo. Nós devemos usar a fé e o amor como couraça e a nossa esperança de salvação como capacete. 5.9 Deus não nos escolheu para sofrermos o castigo da sua ira, mas para nos dar a salvação por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, 5.10 que morreu por nós para podermos viver com ele, tanto se estivermos vivos como se estivermos mortos quando ele vier. 5.11 Portanto, animem e ajudem uns aos outros, como vocês têm feito até agora.

Filhos da Luz

Somos “filhos da luz” porque fomos batizados. Confiamos em Jesus Cristo e assim nos diferenciamos das pessoas que vivem na escuridão. Assim não sentimos medo; não experimentamos tristeza e também não sofremos preocupações. O “brilho” de Jesus nos encoraja a sermos alegres e esperançosos. Por isso, iluminemos o mundo; levemos calor às pessoas que vivem na escuridão e no medo. Será que essa fé se reflete na nossa vida a ponto de esperamos a “Segunda Vinda de Cristo” com alegria?

Temos a tendência de nos estabelecemos; fincarmos raízes. A mesa, a cama e as cadeiras estão nos seus lugares. O nosso armário está empilhado de coisas pessoas. Nós curtimos isso. Acomodamo-nos e até ousamos orar: Vem Senhor Jesus! No fundo, no fundo gostaríamos que Ele ainda não viesse justamente agora que estamos nos sentindo tão felizes... Quantas e quantas vezes nós pedimos na Oração do Pai Nosso: “Venha o Teu Reino”; nós dissemos no Credo Apostólico: “...de onde virá para julgar os vivos e os mortos”! Quando é que você gostaria que Jesus Cristo viesse pela Segunda vez? Lamento dizer, mas nós não seremos perguntados quando estará bem para nós a Segunda Vinda de Jesus Cristo. Aliás, é bom que assim seja!

Sobre a data da Sua Segunda Vinda de Jesus ninguém sabe absolutamente nada, só Deus. Os cristãos de Tessalônica já se ocupavam com essa pergunta pelo “Dia do Senhor”. Naquela época, um pouco depois da ressurreição de Jesus Cristo, houve as primeiras mortes na Comunidade. Alguns se perguntavam: - O que será das pessoas que morrem antes da Segunda Vinda de Jesus? O apóstolo conforta estas pessoas que se mostram angustiadas: - Não importa se estivermos vivos ou mortos quando Jesus voltar novamente, porque o Filho de Deus ressuscitará, tanto os vivos como os mortos. Sua Segunda Vinda é imprevisível.

A mulher grávida só sente que chegou a hora de parir quando a hora chega. Quer dizer, aqueles que se mostram seguros e tranquilos; que não levam a sério a realidade da Segunda Vinda de Cristo não escaparão. Para esse povo, o “Dia do Senhor” será um dia em que eles não terão nenhuma razão para sorrir. Ôpa! Percebam! Somos “filhos da luz”. Não andamos na escuridão como a maioria das pessoas... Sim, somos pessoas especiais; pessoas especialmente criadas por Deus por causa do nosso Batismo. Deus já nos fez Seus filhos. No dia da Sua segunda Vinda Ele dirá: - Eu sou a “Luz” e vocês me pertencem; vocês são “filhos da luz”.

Que Boa Nova! Porque se preocupar com a “Segunda Vinda de Cristo”? Somos “filhos da luz”. Jesus Cristo já morreu por nós. AAlgém pode dizer: - “Bem, se é assim, vou me sentar calmamente; não vou me preocupar com mais nada. Para que me desgastar com questões que estão fora do meu alcance?” Cuidado! Também não é assim. Estamos sendo desafiados a prestarmos atenção e a vigiarmos; a ficarmos atentos aos dias que se passam. Somos chamados a viver com sobriedade; sempre alertas para o momento da “Segunda Vinda de Cristo”.

Deus nos “equipa” para sermos confiantes na Sua condução amorosa. Ele nos protege com o “capacete da esperança”, para que possamos perceber quando somos atacados; quando os desastres “tiram o chão” debaixo dos nossos pés. Deus nos presenteia com a “armadura” do Batismo. Não precisamos de armas para lutar contra a morte. Jesus Cristo já lutou e venceu a mesma na cruz: Ele vive! Volta e meia nos deixamos questionar pela nossa fé, quando nos assustamos com este ou com aquele fato. Paulo nos exorta a nos edificarmos uns aos outros porque é difícil ser; viver-se como cristão. Apesar de tudo, confiamos que vivemos sob a graça de Deus aqui e a gora etambém viveremos a mesma no futuro.

Isto está claro para nós? Sim! Então alcancemos a mão às pessoas que não toleramos. Não poupemos esforços no sentido de ajudar aqueles que estão prestes a afastar-se da Igreja, tenham eles as razões que tiverem. Nada de ações espetaculares. As vezes é só caminhar um pequeno trecho com estas pessoas. Outras vezes é só se dispensar um pouquinho do nosso tempo para ouvirmos o que estas pessoas tem a dizer. Estas atitudes, muitas vezes, se mostram circunstanciais para quem procura ajuda e alegria. É isso o que o apóstolo quer dizer quando nos chama para nos “confortarmos”; nos “edificarmos” uns aos outros.

Conclusão

Esperamos a “Segunda Vinda de Jesus Cristo” ou estamos inquietos com esta idéia? Exercitemo-nos para encontrar o nosso caminho no meio desta tensão. O fato de sabermos que o “Dia do Senhor” se aproxima; que Ele nos ama; que Ele morreu por nós; que Ele ressuscitou e nos ajuda a esperarmos por esse “Dia” deve nos alegrar. Sim, somos “filhos da luz” a partir da ação de Deus no nosso Batismo. Permaneçamos atentos e sóbrios, nos consolando; nos edificando a partir de dons e talentos; a partir das capacidades e das habilidades que Deus nos deu. Desta forma, iremos ao encontro do nosso Senhor com alegria. Ele virá com o objetivo de nos ajuntar, para vivermos como “filhos da luz” ao Seu lado na eternidade.

Bênção do púlpito: Que a paz de Deus que excede todo entendimento guarde os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus. Amém!


5.11.11

Olha só que elogio!


Jesus se deixou batizar. A cena do Seu Batismo no rio Jordão não é estranha. Quando menino, eu tinha um quadro na parede do meu quarto onde se via este momento retratado com grossas nuvens ao fundo e, mais à frente, a pessoa de Jesus com “olhar sério” sendo batizado. Essa imagem sempre prejudicou minha compreensão daquilo que os evangelistas quiseram transmitir. Sempre imaginei a voz de Deus sendo ouvida como se ouve locutores em estádios de futebol: - Tu ésss meu Filho amadooooo! (Lucas 3.22b)

Os evangelistas são mais cautelosos. Lucas reparte informações repassadas via oral. Pouquíssimas pessoas tiveram o privilégio de testemunhar Deus interagindo como Pai, Filho e Espírito Santo. Elas só viram o Pai se colocando ao lado do Filho que tinha cerca de 30 anos de idade. Qual é o filho que não gostaria de ouvir palavra tão boa da boca de seu pai: - Gosto do jeito como te desenvolves! Estou orgulhoso de ti! Deus está afirmando que o Homem que ali está sendo batizado é Seu Filho. Só esse conteúdo é verdadeiramente importante!

E sobre a “pomba”, esse símbolo do judaísmo? Nós não precisamos logo imaginar que um pássaro desceu do ceú e pousou sobre a cabeça de Jesus. Os evangelistas não estão querendo afirmar isto, mas deixar claro que o Espírito Santo desceu sobre Jesus “como” uma pomba pousa sobre um galho. Marcos escreve que Jesus viu o Espírito descer sobre Ele como se viesse “voando como uma pomba”. Essa informação não faz a mensagem ser menor porque cremos na Palavra de Deus. Isso nos basta!

OLHA SÓ!