Busque Saber

5.8.07

Pois é!


Era uma vez um homem que comprou um lindo terreno num bonito bairro da sua cidade. Nele havia três lindas árvores nativas que davam boa sombra. O arquiteto e o engenheiro levaram em conta a obra da natureza, enquanto trabalharam a planta da sua tão sonhada residência. Precisou aterrar os fundos dos ditos 1.500m² com onze caçambadas de boa terra. Ele mesmo contruiu o muro em volta do lote, todo com tijolos à vista. Também caprichou nos dois portões, um para o carro e o outro para a família. Seus filhos o ajudaram a cavar valetões que preencheu com pedra britada para secar a umidade. Ele fez mutíssimas coisas mais.
Poupou dinheiros e, depois de alguns bons nove meses, plantou o fundamento da tão sonhada casa, tudo com cimento e ferro de primeiríssima qualidade. Dava gosto de ver a construção crescendo a partir das suas mãos e das dos seus queridos. Ninguém poupava as suas forças na obra. Ele simplesmente cuidou de todos os detalhes. Escolheu os azulejos, o tipo de telhas, o piso, o encanamento, a instalação elétrica, o madeiramento e tantas coisinhas mais que uma obra deste vulto requer. Também plantou um lindo gramado em roda de casa e não poupou dinheiros quando o assunto tinha a ver com estética. Enfim, colocou a sua vida na construção.
Passaram-se dezessete meses e a casa da sua aposentadoria ficou pronta. Agora era tempo de mudar, invadir seus aposentos com os móveis, com as suas coisas que foi adquirindo durante a vida. Ele ainda dispunha de um pouquinho de dinheiro e foi então que lhe brotou uma “brilhantíssima” idéia: terceirizar a ornamentação interna e externa do seu lar.
Pois gastou o resto das suas economias com as horas trabalhadas de um sujeito que surgiu do nada, assim de repente. Sem refletir no que estava fazendo, conferiu-lhe poder para encher seu novo “ninho” com cortinas, tapetes e quadros que não combinavam absolutamente nada com seu apurado gosto. Também permitiu que o tal indivíduo escolhesse as cores com as quais pintou seu patrimônio, externa e internamente. Agindo assim, oportunizou que a dita cuja pessoa saboreasse a “sobremesa” que era só sua. Agora, ele precisava conviver com toda aquela gama de detalhes que via e revia todos os dias, mesmo sem deles gostar. Pode uma coisa dessas? Pois é!...

Nenhum comentário:

OLHA SÓ!