Busque Saber

27.12.11

2012 - Um bom ano pra Paola!


Neste final de 2011, fui visitar meu cunhado em São Gabriel (RS). Gosto muito daquela região da fronteira e tenho admiração pelo sotaque que transparece nas vozes daquela gente gaúcha. Foi na tarde do dia 31 de dezembro que me sentei debaixo da bergamoteira, na companhia da minha sobrinha Paola.

- Tio! A mãe disse que o senhor é pastor e que pode me dar uma “mãozinha” sobre a “palavra da Bíblia” que a professora de religião pediu para interpretar...

- Legal Paola! E que palavra bíblica é esta?

- Aqui ó Tio... Está escrita em Filipenses 3.13-14. Já li umas seis vezes, mas não entendo muito não: “Uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus.”

- Hummm! Interessante...

Ali, bem à minha frente, estava uma menina com olhos negros, cheia de curiosidade e expectativa para ouvir explicações de um tio pastor em férias num recanto gaudério. Acomodei-me na cadeira preguiçosa, sorvi mais um gole do verde chimarrão e reli o texto de Paulo. Ela, a minha sobrinha, me olhava, esperando resultados...

- Vamos lá Paola... O Natal passou – certo?

- Certo tio!

- Agora há pouco vi tua mãe jogando os restos dos ramos de cipreste que formavam a coroa de advento que estava sobre a mesinha da sala de vocês no lixo – certo?

- Certo tio!

- Os presentes que você recebeu no dia 24 já perderam um pouco do encanto – certo?

- Os senhor está certo tio!

- Agora, reflete comigo. O novo ano de 2012 já começa hoje à meia-noite. Sabe Paola! Por um lado eu me sinto um pouco entristecido pelo fato de já ter passado mais um ano de vida. Por outro, me sinto animado em relação ao futuro que vem aí.

- É! Eu já notei que o senhor tem certa dificuldade de se desfazer daquilo que conquistou. Ouvi a tia dizendo pra minha mãe que o senhor sofre com mudanças; que é meio conservador.

- Você é uma menina perspicaz. Sim, é verdade. Gosto de segurar algumas das minhas conquistas. O problema é que a “roda do tempo” continua girando implacavelmente e, tanto eu como você, nós não temos a mínima chance de ficarmos parados.

- Minha professora falou que precisamos dar passos à frente; deixar coisas velhas para trás; articular novos começos.

- E ela está certa Paola. O problema de quase todas as pessoas é que elas gostariam muito de fazer as duas coisas: Abraçar-se ao que deu certo e não poupar esforços no sentido de continuar conquistando o que lhes agrada.

- Tio! Ainda não estou entendendo o texto de Filipenses 3.13-14...

- É verdade Paola. Ficamos filosofando e tudo continua um pouco obscuro... O Paulo escreve que “esquece aquilo que fica para trás e que avança para o que está à sua frente.” (Filipenses 3.13)

- Será que daria para se dizer que o apóstolo está se declarando uma pessoa aberta para novas idéias e, ao mesmo tempo, focado no seu objetivo?

- Muito bem Paola! Paulo deixa claro que o passado não é capaz de detê-lo. Essa palavra sempre me impressiona.

- Por quê tio?

- Porque nela Paulo mostra toda a força; toda a energia que ele aplica para enfrentar os fatos que ainda virão pela frente. Nada pode detê-lo no seu intento.

- Acho que entendi. Quando o apóstolo escreve que “esquece”, ele não está comunicando o “esquecimento” dos fatos passados, mas deixando claro que estes fatos ocorridos não vão impedí-lo de continuar nos seus propósitos.

- Ótimo Paola. Paulo está abdicando dos acontecimentos passados e, ao mesmo tempo, avançando; investindo todas as suas forças e energias naquilo que, para ele, vale a pena.

- Tenho a impressão que o apóstolo esteja se mostrando um tanto ansioso para “mergulhar de cabeça” no novo projeto que tem pela frente.

- Isso! Isso Paola... Tua conclusão se mostra correta na leitura de Paulo: “Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória.” Explique assim o texto na aula de Religião e vais te dar bem - odes ter certeza.

- Mas ainda falta alguma coisa tio...

- Você ainda pode colocar uma “cereja no bolo”.

- Como assim?

- Desafia tua professora e teus colegas a se perguntarem: Como é que isso é comigo? Onde é que eu me seguro para sobreviver no dia-a-dia? Quais são os meus objetivos? Eles perderão sua validade em um, dois ou 10 anos? Persigo um objetivo que valha a pena ser perseguido?

- Nossa tio... Deixa eu anotar isso...

- Sabe Paola. O Paulo sempre foi um sujeito que perseguiu “o prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.14 b). Ou seja, ele sempre foi em busca da vida eterna que Deus reservou para ele. Esse sempre foi o seu foco de vida. Para ele, os outros objetivos se mostravam pequenos, quase inúteis. Paulo queria viver ao lado de Deus, o resto era história.

- Tio! Também tenho vontade de fazer isso: viver minha vida com Deus e gastar meu tempo; minha energia para alcançar este “prêmio”. É sério... Eu gostaria de investir tudo de mim para alcançar este objetivo. Como eu faço?

Eu estava estupefato. Ali, diante de mim, estava uma menina de 13 anos de idade, inteligente como ela só. Por um momento imaginei-a teóloga, atuando numa das Comunidades da IECLB como missionária; como catequista; como diácona ou como pastora. Neste instante nosso diálogo foi quebrado pela sua mãe, minha comadre que, mesmo simpática, acabou quebrando nosso diálogo.

- Paola! O tio está de férias. Vá terminar as tuas tarefas.

- Vá Paola! Continuamos a nossa conversa amanhã...

26.12.11

Consegue um quarto pra gente?


Quando José bateu à porta da estalagem em buscfa de abrigo para ele e sua Maria, o dono da mesma deve ter pensado: - “Esta mulher está para dar a luz e eu detesto gritaria de mulher no meu albergue. O que é que eu vou fazer? Não sou uma pessoa sem sentimentos, por isso vou abrir uma excessão. Sim, vou permitir que esse casal passe a noite na estrebaria. Lá eles terão a companhia de burros e camelos, mas em contrapartida a palha é quentinha. É isso daí!

Assim, Maria e José não tiveram outra escolha, senão acomodar-se naquele espaço insalubre. Logo depois que a criança nasceu, puseram-na dentro de um cocho (mangedoura) para não ser pisoteada pelos animais.

Passaram-se os anos e Jesus ficou conhecido em toda a Palestina. O tal dono daquela estalagem deve ter se atormentado com acusações do tipo: - “Meus canecos! Por que é que naquela noite eu não liberei um bom quarto para aquele casal? Se eu tivesse tomado essa decisão, certamente o nascimento do Filho de Deus teria sido mais tranquilo...

O fato é que o proprietário teve as suas razões para decidir daquele jeito. Agora, será que isso também não acontece conosco? Ando por aí e percebe que muitos se desculpam por não terem tempo para Jesus; por não darem espaço para o Filho de Deus em suas vidas.

O dono da estalagem perdeu boa oportunidade de promover um bom lugar a Jesus Cristo no seu pequeno hotel. Ora, O Salvador veio ao mundo com o objetivo de encontrar lugar em nossas vidas para nos oferecer paz. Ele não veio ao mundo porque os filhos de Deus eram queridos, mas porque Deus nos ama.

24.12.11

Quero asas em 2012!


Falar de cura e de salvação é referir-se a Jesus Cristo. Lembram do Bartimeu - o cego de nascença que foi curado por Jesus? Como ele, somos “pessoas cegas” quando estamos no escuro; quando não vemos mais saída; quando só nos envolvemos com nossos próprios problemas; quando só permitimos espaço ao passado em nós; quando não damos mais importância ao dia de hoje.

Importa “ver a vida” com outros olhos. Não penso em sanar deficiências visuais, mas em oportunizar boa reocupação às pessoas que estão à margem; promover perspectivas para quem vive tateando em lúgubres buracos de depressão. Sim! Estou apontando para um novo caminho; para uma nova rota que fica evidenciada na afirmação que se faz sobre Bartimeu: - “Ele seguiu Jesus”!

Jesus entende a cura como um caminho que leva à re-orientação. Essa cura não é fácil quando se faz da doença um vício. Muitas gentes optam por carregar doenças em suas vidas porque veem as mesmas como um “peso” mais leve do que a própria existência. Aqui, o novo caminho para a cura física e psicológica passa por uma decisão: - Chega! Vou mudar!

Li sobre uma jovem que sofreu um grave acidente, logo após a sua formatura em Medicina. Paraplégica, escreveu um livro intitulado: A dádiva da dor. Ela conta que pediu “pés” a Deus e que Este lhe deu “asas”. Asas que lhe promoveram maior aptidão para compreender e se envolver com seus pacientes leprosos.

16.12.11

Fome Saciada - 1 Reis 17.4 e 6!


Deus cuida de nós, mesmo quando não estamos contando com o Seu cuidado. Às vezes, Ele permite que passemos por situações difíceis. Quem já não passou por momentos complicados? No final das contas, certamente poderemos computar as dificuldades sofridas como boa escola onde muito aprendemos. Em 1 Reis 17.4 e 6 está escrito: - “Eu mandei que os corvos levem comida para você, Elias. E eles, os corvos, trouxeram, todas as manhãs e todas as tardes, pão e carne para você.”

A Bíblia dá atenção à animais. Se na Palavra de Deus os mesmos são pintados como queridos e ou assustadores – isso não vem ao caso. O que sempre importa é o valor simbólico da participação dos mesmos...

No texto em questão não são os corvos que ocupam o lugar central da história, mas o profeta Elias. Aqueles tempos eram difíceis para o povo de Israel. O rei Acabe tinha acabado de implantar, com “mão de ferro”, a idolatria no seu reino e, agora, estava forçando o povo a praticá-la. A vida estava simplesmente insustentável. Quase não havia perspectivas e o pior de tudo é que Jesabel, a rainha com a qual ele acabara de se casar, era muito dominadora; tinha sede de poder impressionante. Foi para dentro deste difícil contexto que Deus chamou o profeta. Deus o comissionou para anunciar ao rei Acabe que, doravante, não cairia mais nenhuma gota de chuva; não se formaria mais nenhuma gota de orvalho nas terras por ele governadas.

Elias deveria levar a sério o mandado de Deus. Ir viver contextualizadamente naquele inferno de seca e de necessidades. No verso 3 se lê a ordem de Deus: “Saia daqui, vá para o leste e esconda-se perto do riacho de Querite, a leste do rio Jordão.” Sim, Elias foi alimentado por corvos durante todo o tempo em que passou ali naquele lugar. Esquisito isso, não é? Será que, quando em dificuldades, também poderemos ser alimentados por corvos? Nossa cultura vê os corvos como aves imundas. Para nós é difícil pensar numa situação como a retratada na Bíblia, mas foi isso que aconteceu: Na história bíblica Deus mandou corvos levarem pão e carne ao profeta Elias. Por que Deus pediu ajuda justamente aos corvos? Ora, isto não vem ao caso. O que importa é que Deus matou a fome do seu servo Elias.

Livremo-nos desta imagem dos corvos tratando Elias com pão e com carne. Há momentos em que a Palavra de Deus se mostra como um pão duro, difícil de ser mastigado, indigesto até. Mas dura ou não, é a Palavra de Deus – sim senhor! Para Elias, os corvos pareciam não ser obstáculo para que ele aceitasse aquele alimento. Em Jeremias 15.16 lemos o profeta dizendo: “Comi as Tuas palavras. Elas encheram o meu coração de alegria e de felicidade.” Isso acontece tanto em tempos bons quanto em tempos difíceis. Na história, Elias ainda precisará mergulhar mais na pobreza e na privação, mas no final da mesma quem lhe trará pão será um anjo. Porque Deus cuidou dele, ele pode seguir sua jornada até o fim. Acontece o mesmo conosco...

15.12.11

Maria - Teste de gravidez positivo!


A pintura é inusitada. Nela percebemos que Maria leva um grande susto. Susto que pode ser percebido nas feições do seu rosto. Notem que na mão direita ela segura o “teste de gravidez positivo”. Com o choque, ela leva a mão esquerda à boca. Eis aí uma pintura da “Virgem Maria” como nunca vimos antes.

O pintor “batizou” este quadro de “Maria está viva e bem”. O cartaz foi pendurado numa das paredes da Paróquia São Mateus da Nova Zelândia.

Para Maria, a descoberta da sua gravidez é um choque porque é mulher jovem; pobre e solteira – argumentam as lideranças da Igreja. Ela certamente não foi a primeira nem a última mulher a experimentar esta situação.

Com a exposição deste quadro os cristãos neozelandeses tiveram a intenção de fazer frente ao “sentimentalismo banal” que sempre de novo se mostra nos tempos de Natal. Mais do que isso: A Igreja quer estimular a reflexão e a discussão sobre este assunto no seio da Comunidade.

13.12.11

Deus e Jesus estão aqui - 2 Samuel 7.1-16!


Eu vou pregar assim no próximo domingo. Vou pedir que pessoas se levantem na hora da prédica e façam perguntas; questões que vou responder do púlpito. De repente ajuda na reflexão destes tempos de Advento. Abraços!

Adamastor: Ô pastor! Vi nas Senhas Diárias que hoje a sua prédica vai se alicerçar sobre o texto de 2 Samuel 7.1-16... Nós já lemos o texto que fala do rei Davi e do profeta Natã. Sabe pastor, li que este rei foi muito competente, também em termos militares; que ele conseguiu unir todas as Doze Tribos de Israel num só Reino; que ele resgatou a “Arca da Aliança” de mãos inimigas para, logo depois, guardá-la com toda segurança em Jerusalém. É isso mesmo?!

Pastor: Muito boa sua leitura Adamastor. Sim, Davi foi um grande rei. A maioria dos Salmos o exalta como tal. O Antigo Testamento também testemunha que Davi tinha talento de sobra para a música. Só uma coisa lhe faltava para estabilizar o seu reino... Como você bem disse, Davi centralizou o poder em torno de si; do palácio seguro onde morava. Agora ele queria edificar um grande “santuário” com o objetivo de proteger a tal “Arca” da qual você falou há pouco. Mais do que isso, Davi tinha a intenção de concentrar a fé das pessoas que compunham o seu o Império, naquele referido “santuário”. Tudo estava se encaminhando para isso até que, de repente, o profeta Natã fez uma visita a Davi. O pessoal do “Acolhimento” passou para as mãos de vocês o texto bíblico de 2 Samuel 7.1-16, que vocês já devem ter lido...

Godofredo: Li o texto pastor! Entendi que Deus não quer um templo para Si. Que o “negócio” de Deus não é se “encastelar” num determinado lugar; numa determinada região; numa cultura pré-estabelecida... Fiz a leitura correta desta Palavra?

Pastor: Corretíssima Godofredo! Deus não simpatiza com afirmações do tipo: - “Olhem! Ele está aqui” ou “Prestem atenção! Ele não está ali!” Deus sempre se mostrou ao Seu povo como um Deus que conduz pelo meio do deserto; como um Deus que está desinstalado; como um Deus que é intinerante; como um Deus que prefere a instabilidade da barraca;como um Deus que não quer ser adorado num santuário; como um Deus que não quer ser acomodado num templo. Godofredo e Adamastor: Deus sempre se mostra mais preocupado em promover vida abundante às pessoas que vivem no mundo, do que se concentrar em lugares específicos.

Bernardino: Estava aqui ouvindo a conversa de vocês e decidi contribuir com a discussão: - Concordo com o senhor, pastor! No passado Deus conduziu o Seu povo da escravidão para a liberdade; deu-lhe os Mandamentos para ajudar na sua organização familiar e política porque sempre detestou a desordem e o caos...

Pastor: Excelente Bernardino! É exatamente por isso que Deus rejeita o “santuário” planejado por Davi. O sucessor de Davi, o Filho de Deus, é quem haveria de edificar este “Templo de Adoração”. Vocês estão percebendo a diferença entre a idéia de Davi e a idéia de Deus? O “Templo de Deus” deverá ser construído a partir do Nome de Deus. Este “Santuário” não deverá ser construído para Deus! Guardem isso Bernardino, Godofredo e Adamastor: Deus não se deixa domesticar. Ele sempre se faz presente lá o Seu Nome é pronunciado.

Edeltraud: Entendi pastor! É por isso que sempre iniciamos o Culto “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Estas palavras nos deixam claro que “Deus está no meio de nós”.

Pastor: Grande Edeltraud! É em Nome de Deus que batizamos crianças e que nos compromissamos no sentido de acompanhá-las na sua caminhada cristã. No momento do Batismo, quando mencionamos o nome de Deus, as crianças batizadas se convertem em filhas e filhos de Deus. Maquele momento o Nome de Deus é santificado - como testemunham os Mandamentos – porque Deus está no meio de nós, não porque estamos em um “santuário” ou porque participamos de uma Igreja. Deus está conosco porque invocamos o Seu Nome e nos reunimos em torno Dele; porque ouvimos a Sua Palavra; porque dirigimos as nossas orações a Ele; porque nos deixamos renovar por Ele. Jesus Cristo disse que Ele e Deus estão ali onde “dois ou três estiverem reunidos em Seu Nome”. Para nós, cristãos, está claro que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Aquele que veio fazer do Nome de Deus um “Templo de Adoração”. O Reino de Jesus Cristo é de eternidade a eternidade, tal como o profeta Natã prometeu.

Ana Rita: Puxa pastor. Nunca aprendi tanto como hoje. Quer dizer que Jesus imita o Seu Pai quando não se permite o aprisionamento; quando se faz presente no pão e no vinho; quando se coloca ao nosso lado no dia-a-dia.

Pastor: Você Ana Rita, como os outros que usaram a palavra aqui neste lugar, me anima por causa do seu raciocínio claro. Sim, se Jesus não estivesse presente aqui e agora, a nossa fé não teria sentido. Jesus Cristo caminha de forma contextualizada conosco, no nosso tempo e se mostra interessado em cada uma, em cada um de nós. Ele se autodenomina “Templo Sagrado”. Templo “que será demolido e reconstruído depois de três dias”. Para Jesus também não é importante que Deus habite num lugar particularmente sagrado. Para Ele importa, isto sim, que Deus esteja conosco. Quando celebramos a Santa Ceia em nome de Jesus, como vamos celebrar daqui a pouco, então poderemos “saborear” a Sua presença como só a cristandade pode fazê-lo.

Arquimedes: Deduzi deste diálogo que Deus se permitiu a pregação na cruz para estar presente conosco na Santa Ceia, onde temos o privilégio de participarmos do Seu Corpo Vivo. Que coisa! Isso é um mistério da fé... Deus não se permite prender ou se deter num espaço “x” ou “y”, mas nós podemos incorporá-Lo em nós.

Pastor: Sim Arquimedes! Podemos incorporar Deus em nós, baseados na Sua Palavra que diz que “somos santos porque Ele é santo”. Onde Deus é chamado de Deus; onde orações e batismos são feitas em Seu Nome; onde se louva em Seu nome; onde a Santa Ceia é celebrada, ali está Deus. Nós temos esta promessa. Deus não está aqui porque construímos este templo há quarenta anos. Não! Este templo até pode nos ajudar a concentrarmo-nos Nele, nada mais. Deus está aqui porque nos ama. É como diz a canção: “Deus está presente, todos o adoremos, com respeito nos prostremos! Deus está conosco, tudo em nós se cale, Deus a nossas almas fale! Quem o ouvir ou sentir, baixe os olhos, crente! Vinde ao Pai clemente! Deus vem a nós no pequeno Menino Jesus.” Amém!

9.12.11

Jeremias - o entrevistado!


A nossa querida IECLB está fazendo deferência ao profeta Jeremias quando, na proposta de edificação da Igreja para o ano de 2012, nos desafia a trabalharmos o pequeno texto escrito em Jeremias 1.5a, onde se lê: “Antes que eu te formasse no ventre, te conheci.” Pois refleti e pesquisei sobre este profeta. Ói uma entrevista dele pra mim:

Entrevistador: Grande profeta Jeremias... Seja bem-vindo aqui na nossa Paróquia. Muitas pessoas se reportam ao senhor como sendo um masoquista. Há alguma razão para classificá-lo como masoquista?

Jeremias: De uma certa forma todos os profetas são masoquistas... É assim que as verdades inconvenientes que proclamamos ao mundo quase nunca trazem alegria a quem às ouve. Um teólogo do seu tempo escreveu que “aquele que ousa carregar a tocha da verdade não deve ser surpreendido com as fagulhas que possam vir a queimar suas barbas.” Hoje, tal como ontem, os profetas continuam sendo punidos com desprezo pelas pessoas. Na pior das hipóteses eles até são apedrejados. A vida é assim.

Entrevistador: Convenhamos! Este parece ter sido o seu caso. O senhor precisou se esconder durante anos por cusa das verdades que trouxe à luz.

Jeremias: É! Às vezes o preço que se paga por se ser profeta é altíssimo. O fato é que Deus não me prometeu um “jardim de rosas” quando me comissionou para pregar a Sua mensagem.

Entrevistador: Andei pesquisando um pouco sobre sua vida. O senhor tinha apenas 13 anos de idade quando foi chamado por Deus para ser profeta... Estou certo?

Jeremias: Sim, você está certo! Eu mesmo me sentia muito jovem naquela época. Minha vida era normal e eu me imaginava viver a mesma sem muitos percalços. A verdade é que o Plano de Deus foi diferente para mim do que para os outros da minha geração.

Entrevistador: O senhor poderia ter se poupado de muitos problemas e tristezas. Num dado momento o senhor optou em carregar uma canga pesada sobre os ombros. Reza a História que naqueles tempos o senhor sofria de uma terrível depressão que o corroía por dentro.

Jeremias: Sim, sim, eu poderia... Claro que a minha vida nunca foi um piquenique, mas mesmo assim posso dizer que experimentei felicidade. O meu sofrimento sempre teve um sentido. Nunca guardei segredo da verdade. Sempre expressei minha opinião de forma muito clara e transparente. Se eu quisesse me livrar da dor, então teria que ter me curvado diante dos poderosos da minha época. A questão é que se eu tivesse feito isso, então eu teria me sentido o mais infeliz de todos os homens.

Entrevistador: Até aí eu consigo acompanhar o seu raciocínio. Agora, o que eu não consigo compreender direito é o por quê dos políticos e conterrâneos de sua época o terem perseguido tanto; porque é que eles lhe dificultaram tanto a vida? Ele machucaram o senhor e, como se isso não bastasse, até pediram a Deus que Ele mesmo o castigasse. Inconcebível isso! Logo com o senhor que se entendia como um Parceiro de Deus!

Jeremias: Tudo bem, mas eu também tinha as minhas manias e, às vezes, também devo ter incomodado a Deus...

Entrevistador: Incomodado a Deus? Ora, ora! O senhor era o Porta-voz de Deus! Sem o senhor Deus não poderia ter dialogado com o povo! Em vez de pedir que Deus lhe agradecesse, o senhor pediu que Ele “lhe corrigisse”! Explique melhor essa sua atitude.

Jeremias: É verdade, mas continue refletindo comigo... Eu disse: “Puna-me com moderação e não faça cair a Sua ira sobre mim a ponto de me destruir completamente”. Eu entendo que nós, você eu, tenhamos “idéias diferentes” a respeito de “disciplina”. Você provavelmente está pensando em flagelação ou algo parecido. Eu não quis isso para mim. Às vezes eu apenas me preocupava com o fato de que eu poderia ultrapassar o alvo que Deus queria alcançar. Eu tinha receio de pregar sobre as verdades desconfortáveis de Deus e, na pregação, torná-las maiores do que elas de fato eram. O pior pecado que um profeta pode cometer é ser presunçoso. Para mim o profeta presunçoso é aquele não consegue mais distinguir se a sua palavra vem de Deus ou de si mesmo.

Entrevistador: Entendo...

Jeremias: Foi para evitar este perigo que pedi a Deus que “me corrigisse”. Eu não queria ser um daqueles profetas “sabichões” que, naqueles tempos, pululavam à nossa volta. Dizia-se deles que eram nacionalistas; que eram pagos para falar o que falavam. A gente não se sentia seguro se as suas falas eram de Deus ou se provinham deles mesmos.

Entrevistador: Sei!... Esse tipo de profetas também existe no nosso meio, aqui no século 21. Eles sempre sabem exatamente a vontade de Deus e nunca se mostram dispostos a serem questionados.

Jeremias: Observe que, mesmo para estes profetas “nacionalistas”, eu desejo algum tipo de “correção”. Não que eles sofram de dor, mas que eles possam recuperar o que distingue os falsos dos verdadeiros profetas: a humildade.

Entrevistador: Obrigado pela entrevista Jeremias...

Advento - Da escuridão à luz!


Em 2 Crônicas 33.12-13 se lê: “No seu sofrimento Manassés orou com fervor ao SENHOR, seu Deus; cheio de humildade, ele se arrependeu diante do Deus dos seus antepassados. Deus ouviu a sua oração e atendeu o seu pedido, deixando que ele voltasse para Jerusalém e fosse rei de novo. Aí Manassés declarou que o SENHOR é Deus.”

As noites começam a ser mais quentes, agora, em dezembro de 2011. Neste período do ano, já se pode ficar sentado ao ar livre, curtindo o silêncio das altas horas. Foi o que eu fiz um dia destes: sentei-me na área dos fundos da casa onde moro para ainda “curtir” o tempo de Advento. De repente, um barulho estranho me chamou atenção. Um inseto batia suas asas com extrema força no vidro do abajur que estava sobre a mesinha de centro. O problema dele era o vidro denso; aquele tapume fortíssimo que “matava” seu desejo de se chegar à luz; que lhe tirava a liberdade de se chegar mais perto da luz. Pensei em ajudar aquele inseto, encaminhando-o pelo grande espaço aberto na parte alta e na parte baixa do abajur. Por que é que aquele inseto insistia em se aproximar da luz através do caminho impossível pois, como eu já explicitei, havia uma abertura em cima e outra embaixo para ele acessar a lâmpada que iluminava meu ócio. O problema é que a claridade o enganava. As laterais do abajur precisariam escurecer para que aquele inseto compreendesse qual o caminho que deveria tomar.

Volto meu pensamento pro texto de 2 Crônicas e “mergulho na História de Israel. O rei Manassés foi um dos piores governantes da sua época. Quem não se encontrava próximo para deixar se deixar persuadir por suas palavras, era obrigado a crer nelas. O profeta Isaías e muitas outras pessoas passaram apertado com o jeito de governar desse rei. A vida de Manassés mudou somente no dia em que ele foi levado cativo pelos assírios; quando ele precisou amargar bom tempo numa prisão babilônica. Ali, no silêncio; no ócio; na solidão; na amargura foi que ele, o grande Manassés, entendeu que “Deus é Senhor”. (v. 13)

Porque é que isso sempre precisa ser assim? Porque é que, primeiro, nós quase sempre precisamos passar apertos, para só então percebermos o caminho certo a ser tomado? Será que nós também precisamos passar pela experiência do rei Manassés? Ele, durante anos, passava batido pelo conselho de Deus, mesmo que Deus o quisesse trazer de volta ao caminho certo.

Volto meu olhar pro inseto que continua a lutar com o vidro do abajur. Ele está exausto. Mesmo assim ele insiste em perfurar o vidro opaco. Daí então eu pequei uma toalha que estava pendurada no varal e enrolei o vidro do abajur. Naquele momento a luz brilhou tanto na parte baixa como na parte alta do abajur que a indicação do bom caminho ficou explícita. A luz que antes brilhava sem muita intensidade, estava apagada. O inseto entendeu as diferenças do contexto e, mais rápido do que eu imaginei, se achegou pertinho da luz pelo caminho de cima. Por que é que o tal inseto só tomou aquela decisão libertadora naquele momento? Será que a luz opaca lhe prometia mais liberdade?

Fiquei com a impressão de que o mesmo acontece conosco. Nós nos deixamos enganar por certas luzes que, na realidade, não nos oferecem boa claridade. Jesus Cristo disse que “Ele era a luz do mundo e que quem o seguisse não andaria nas trevas, mas teria a luz da vida.” (João 8.12) O que estamos esperando? Agora, eis a oportunidade de confiarmos em Jesus; de optarmos pela verdadeira luz. Nomino A vela de “verdadeira luz”!

8.12.11

Advento - Luz no final do Túnel!


Sempre gostei de atravessar túneis. Quam vai de Curitiba a Morretes de trem atravessa um deles. Ouve-se gritos nesta travessia. O pessoal se diverte, mas no fundo muitos sentem uma pontinha de medo. Certa vez, na Europa, atravessei um túnel de 24 km. Num dado momento comecei a ansiar pela luz do sol. Confesso que, lá no meio, senti um friozinho na barriga.

É assim que quando se adentra num túnel, sempre transparece um pouco de ansiedade em mim. Entendo que o momento mais bonito da travessia é quando começo a divisar a abertura final; é quando, finalmente, percebo a luz do sol brilhando com intensidade. Estas são as duas pontas de um túnel. Mas ainda há a sua parte superior, lá bem acima do túnel; lá onde crescem as gramíneas; lá onde o gado pasta.

De repente é assim que as pessoas que passeiam por lá, acima do túnel, nem estejam se dando conta daquilo que é verdade logo abaixo dos seus pés. Sim abaixo dos nossos pés há túneis.

Certo dia Jesus ouviu uma pergunta e respondeu: — Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. (Mateus 9.12) Este verso bíblico deixa claro que Jesus não se dirige às pessoas que caminham sobre o túnel. Ele diz não dar muita atenção às pessoas que se mostram fortes e que sempre parecem estar de bem com a vida. Para que se preocupar com esse pessoal que leva sua vida na maciota; que não sabe absolutamente nada sobre escuridão; que nunca experimentou solidão e nem têm noção do que pode ser um abismo na vida?

Podem crer, grande é o exército de pessoas marcadas pela melancolia; de pessoas que são atormentadas pela tristeza e pelo medo. Os psicólogos nos confortam dizendo que estas tais pessoas carregam seus sentimentos mais à flor da pele; que elas são pessoas mais profundas no seu pensar. É neste contexto que muitos gostam de se lembrar de Gohte que, um pouco antes de morrer, pediu aos seus criados: “Abram a janela do quarto, para que entre mais luz”. Ele escreveu num dos seus poemas: “Tudo os deuses dão, os infinitos, A quem amam, por inteiro: Todos os prazeres, infinitos, Todos pesares, infinitos, por inteiro.”

Esta palavra não chega a ser um bom consolo para quem se mostra triste; ensimesmado. Para mim, o decisório é se eu fico parado na boca do túnel; se eu mergulho na escuridão solitária; se eu me encharco de tristeza ou se eu me carrego para a outra ponta do túnel, lá onde existe a luz; lá onde Jesus brilha dentro da escuridão.

É a partir de Jesus Cristo que eu acabo me dando conta que careço de ser abraçado e carregado. É a partir do Filho de Deus que eu sei que vou vê-Lo quando estiver do lado de fora, totalmente dentro da luz.

6.12.11

Introversão e extroversão!


- Parabéns pra ti Galego!

- Oh! Obrigado Otávio... É verdade! Estou diplomado. Agora é correr atrás da máquina.

- Ah, mas o que é isso? Você é um vencedor. Um sujeito extrovertido. Vais te dar bem na área da Psicologia. Disso eu tenho certeza.

- Você me vê mesmo como “extrovertido”?

- Sim! Outro dia andei lendo sobre o grande psicólogo Carl Gustav Jung. Ele foi o sujeito que mais estudou a personalidade humana no contexto das relações do homem com o mundo externo.

- Certo Otávio. Jung, como poucos, debruçou-se sobre o tema da “comunicação” entre as pessoas. Fale-me mais das tuas impressões. Fiquei curioso para ouvir um leigo falando sobre este assunto!

- Me corrige se eu estiver errado. Quando as pessoas preferem focar a sua atenção no mundo externo, lá onde acontecem os fatos, elas são “extrovertidas”. Agora, quando elas optam em focar sua atenção no mundo interno de representações e de impressões psíquicas, aí então elas são “introvertidas”.

- Muito bom Otávio! Fale mais...

- Entendi que a “introversão” e a “extroversão” representam a preferência natural do indivíduo no seu modo de se relacionar com o mundo, semelhante à preferência pelo uso da mão direita ou da mão esquerda. Quer dizer, o sujeito “introvertido” gosta de refletir. Já o “extrovertido” de agir. Mais eu não sei Galego!

- Puxa Otávio. Caiu-me o queixo. Vou te trazer mais algumas informações: A pessoa “extrovertida” tem uma energia que flui de maneira natural para o mundo externo dos objetos, dos fatos e das pessoas. Ela é mais impulsiva, ou seja, age antes de pensar; se comunica bem; se socializa com facilidade. Não vê dificuldade nenhuma pra falar em público.

- Estudei um pouco de Psicologia no meu curso de Filosofia. Sabia disso Galego? Meu professor sempre dizia que a mulher e ou o homem “extrovertido” deixam os seus desejos fluírem de dentro para fora.

- Certo! O indivíduo “extrovertido” vai confiante ao encontro do objeto e esse “ato confiado” favorece muito a sua adaptação às condições externas. O indivíduo “introvertido” não tem esta facilidade.

- Vivendo e aprendendo! Puxa Galego! Fiquei curioso para saber mais a respeito da pessoa “introvertida”. Conta aí cara!

- A pessoa “introvertida” direciona a sua atenção para o seu mundo interno de emoções e de pensamentos. Nela observa-se uma ação voltada do exterior para o interior. Se você observar bem, pessoas “introspectivas” sempre demonstram hesitabilidade; pensam muito antes de agir; têm postura reservada; retraem-se socialmente; retém suas emoções; mostram-se discretas e, geralmente, tem facilidade de expressão no campo da escrita.

- Galego! Tu és um grande professor!

- Menos Otávio, menos. Só permite que eu conclua minha linha de raciocínio. O “introvertido” ocupa-se dos seus processos internos que são suscitados pelos fatos externos. É dessa forma que o tipo “introvertido” se diferencia do “extrovertido”: Ele sempre faz a opção pelos fatores subjetivos, nunca pelos aspectos objetivamente dados.

-Galego! Que aula... Então, para o psicólogo Jung, “a extroversão e a introversão são duas atitudes naturais, antagônicas entre si”.

- Isso Otávio! E harmonizar estas duas tendências supõe uma suprema arte de viver... Podes crer!...

2.12.11

Advento - Cavar Poços!


Estou me ocupando com o tema Advento. Aqui reparto mais um texto com todas e com todos vocês. Começo o mesmo com este texto de 2 Reis 3..15-16 e 20: “E quando o harpista tocava nas cordas, a mão do Senhor veio sobre Eliseu, e disse: Assim diz o Senhor: - Façam neste vale covas e covas. Pela manhã ao apresentar-se a oferta de manjares, eis que vinham as águas pelos caminhos de Edom: e a terra se encheu de água.” (2 Reis 3.15-16 e 20)

Naquela época eu tinha uns 18 anos de idade. Meu melhor amigo precisava fazer uma vala de dois metros, rente à parede do porão de sua casa e me pediu ajuda. Trabalhamos o dia inteiro naquele buraco, enquanto chovia. O barro grudava na pá e assim ela ficava pesada. Volta e meia a terra caia de volta na vala. Nunca me esqueço daquele trabalho duro. É mais ou menos dessa forma que a gente vai se insinuando por dentro da vida, com luta dura.

Em 2 Reis 3 nos é contada a história de como o rei de Israel chamado Jorão e seu amigo, rei de Judá, chamado Josafá, lutaram contra o rei Moabe. Eles usaram todo o seu exército contra Moabe. Causa estranheza o fato de que os dois reis decidiram atacar justamente o flanco oriental daquele reino inimigo. Para levar a cabo o seu intento, eles teriam que viajar durante sete dias através do deserto. Vamos combinar que essa deve ter sido a melhor estratégia. O problema é que, de repente, se lê no texto que eles não tinham mais água para beber. Quando, hoje à tarde, eu li este texto pela primeira vez, pensei: - “Mas faça-me o favor. Quem articula um exército através do deserto deve se preocupar antecipadamente com grandes reservatórios de água.” Mas daí então, num segundo momento, eu olhei para a minha própria vida espiritual e fiquei pensativo. Quantas e quantas vezes eu decidi caminhar em frente e, de repente, me dei conta de que estou sem água para matar minha sede em meio as desertos espirituais pelos quais eu cruzo...

Quando fazemos experiências deste tipo, podemos reagir como rei Joram: - “Ai, ai ai... Deus está nos colocando na mão de Moabe porque quer nos punir.” (2 Reis 3.10)Pode ser que reajamos como Josafá: - “Não existe nenhum profeta de Deus aqui nestas paragens para que consultemos ao Senhor através dele?” (2 Reis 3.11) Depois de toda esta reflexão, eles vão ao encontro de Eliseu que os instrui a cavarem buracos no chão do deserto. Percebam que o profeta não faz nenhuma magia; não usa nem um nenhum pó de pirlimpimpim; não queima incensos, mas apenas os desafia a cavarem um poço, a trabalharem duro. Perceberam? Estamos novamente falando a respeito de “escavação”.

Às vezes Deus nos pede coisas que nós ainda não sabemos para que essas coisas são boas. Esta confiança para fazer as coisas sob a instrução de Deus, mesmo sem entender muito bem o seu significado, é uma das lições mais difíceis e ao mesmo tempo mais caras de serem aprendidas pelos seguidores de Jesus Cristo.

Felizmente as águas brotaram de dentro dos poços que foram cavados. Foi Deus quem fez acontecer a água ali naquele deserto. Ele, com certeza, também vai encher os poços que você cavar com a água do Espírito Santo. Aquele que cavou o poço maior, receberá mais água. Absorvam esta Palavra na vida de vocês. A vida de cada uma e de cada um aqui presente será inundada pela água de Deus. Neste dia, todo o teu trabalho; todo o teu suor; todo o teu desgaste; todo o teu esforço terá valido a pena...

1.12.11

Advento - e se faltar água?



Continuo refletindo sobre a água. No Salmo 36.9: “Tu és a fonte da vida, e, por causa da tua luz, nós vemos a luz.” Ora, a água é vida. Às vezes nós até podemos considerá-la como a nossa grande doadora de energia. Sempre foi assim que as pessoas tiraram “vantagem” da água. Nós aqui de Santa Catarina sabemos mais do que ninguém que a água tem muita força; que ela muito poder. Aliás, quem presta atenção na natureza, percebe isso que acabei de dizer.

Quase ninguém acredita, mas é verdade: O rio chinês “Huang He”, que também é chamado de “rio Amarelo” (veja a foto dele acima)transporta, a cada ano, em torno de dois bilhões de toneladas de lama até sua foz. As fotos e as imagens dessa região mais ao norte do Equador sempre de novo assustam. Elas nos deixam pasmos porque mostram grandes porções de terra que acabaram secando; acabaram se desertificando por falta de água. Nessas regiões banhadas pelo referido “rio Amarelo” se veem muitas pessoas passando por extremas dificuldades por cusa da falta de água.

Na Alemanha convive-se com um fenômeno bem diferente. Imagino que vocês já leram; já ouviram falar a respeito do escoamento do “rio Danúbio”. Num certo trecho este rio perde muita água nas rachaduras; nas fendas; nas entranhas das montanhas por entre as quais ele corre. Às vezes esta infiltração é tamanha que chega a baixar assustadoramente o seu leito. Aí então, depois de dois dias, essa mesma água “desaparecida”, reaparece a 12 km de distância, a 174 metros mais abaixo de onde tinha sumido. Daí então esta água passa pelo “Bodensee” e segue seu curso com “status” de água limpa, até o Mar do Norte. O restante da água do rio Danúbio acaba desaguando no Mar Negro.

Pois eu carrego a firme impressão de que na nossa vida existem situações bem semelhantes a esta que o rio Danúbio apresenta! Nós, muitas vezes, também perdemos as nossas energias vitais por causa de banalidades que se atravessam no nosso caminho. Isso não acontece com vocês? Às vezes sentimo-nos completamente “secos”; “esgaçados”, depois de “darmos duro”; depois de darmos conta de todas as nossas tarefas. Nessas horas eu me pergunto: - Será que essa nossa perda de energias não é muito maior do que a oferta de nova energia que nos é oferecida? Tal como a terra que se vai com o rio Amarelo, muitas das nossas energias também se vão na “correnteza” do cotidiano.

Em João 4.14 Jesus nos promete que “a pessoa que beber da água que Ele lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que Ele lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.” Jesus é a fonte que nunca seca e da qual podemos retirar a cada novo dia, as “substâncias” necessárias para a nossa vida. Hoje Jesus nos presenteia com “água viva”. Amanhã e depois Ele continuará nos presenteando com a mesma, se lhe pedirmos que o faça.

OLHA SÓ!