Busque Saber

7.7.06

Amigão de 1966!


O ano de 1966 foi importantíssimo para mim. Minha família estava mais bem estruturada e eu, de uma hora para outra, estudava num bom colégio santacruzense. Lembro que eu, naqueles tempos, vivia intensamente cada minuto da minha vida. Ao meu lado sentava o Ernesto. Éramos alunos aplicadíssimos. Entendiamo-nos só pelo olhar. Dava prazer encontrar a turma, sempre de novo, pela manhã. Em julho daquele ano meus pais e meus irmãos mudaram-se para a capital e eu fiquei morando na casa da minha avó. Lembro que sempre dava um jeito rápido nas tarefas de casa e lá íamos nós, o Ernesto e eu, nos aventurar pelos cantos e recantos da Capital do Fumo.

Éramos amicíssimos. Num certo dia chuvoso, vínhamos caminhando e, num dado momento, lá no fundo de um patio, vimos uma bola. O Augusto, nosso amigo comum, pulou a cerca e, de uma hora para a outra, éramos os novos donos da “redondinha”. Decidimos que na primeira semana ela ficaria comigo, na segunda com o Augusto e na terceira com meu amigão. Cuidei dela com todo carinho. Quase não joguei com a mesma no intuito de conservá-la o máximo possível. O Augusto fez o mesmo. Passaram-se 21 dias e recebi a bola do Ernesto. Os gomos de couro estavam completamente comprometidos. Aquilo mexeu muito comigo e acabei cortando nossa amizade. Foi duro aguentar aquela decisão mas me mantive firme, orgulhoso. O fato é que nunca mais me esqueci do colega.

Passaram-se 40 anos. Há algumas semanas, assim, sem mais nem menos, decidi escrever o nome do velho ex-amigo de infância num destes instrumentos de procura da internet. Pois não é que o descobri morando numa pequena cidade interiorana de Minas Gerais? Estamos nos correspondendo via Orkut e, creio eu, qualquer dias destes teremos oportunidade de nos reencontrarmos e, então, relembrarmos dos tempos que tomamos água de sanga; que nos banhamos em riachos da periferia da cidade; que jogamos bola em potreiros da vizinhança… Sim, “a amizade é na vida uma canção que simplesmente faz vibrar o coração”. Grande Ernesto!

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