Busque Saber

19.8.11

Hermenêutica Luterana!


Era domingo, quase meio-dia. O celular da Comunidade Evangélica Luterana de Joinville estava comigo. Sim, a partir daquele momento eu estaria plantão da CEJ e isso, até a segunda-feira à noite. Nós, as “ministras” e os “ministros”, acordamos que, sempre, um de nós, está a postos para trazer “boa palavra” quando de momentos especiais na nossa Joinville. Eu, absorto, me encontrava limpando a churrasqueira quando o telefone móvel tocou.

- Alô!...
- Oi pastor Renato. É a Êlla.
- Ou Êlla! O que houve? Como sabias que eu estava disponível neste número?
- Ô pastor... Eu leio jornal.
- Tá certo. Algum problema Êlla?
- Sabe o que é pastor... Eu fui ao Culto e o nosso pastor falou a palavra “hermenêutica”, enquanto tentava explicar algo sobre o tema “homoafetividade” a partir da Bíblia. Olhei no “Wikipédia”, nessa enciclopédia participativa, na qual quase todos da minha geração pesquisam, mas não entendi nada desse assunto. O senhor pode me ajudar?...
- Puxa Êlla. Que assunto pra domingo... Te mando um e-mail hoje à tarde, pode ser?
- Beleza pastor. Obrigada e bom domingo.

Joguei a cinza velha no lixo. Espalhei carvão novo no fundo da “assadeira”. Passei um “paninho” nos espetos. Espetei a costela gorda. Salguei o pedaço de carne vermelha. Lavei as mãos e dei seguimento a esta “liturgia domingueira”. Enquanto o fogo ia se alastrando, pensei na Êlla, na sua pergunta, numa possível resposta. A cuia de chimarrão parou na minha mão e eu sorvi um, dois, três goles...

“Hermenêutica Luterana”... Ela é o “instrumento” que ajuda a Bíblia se “auto-explicar” a partir da verdade e da força orientativa (scriptura sui interpres) que emana do Evangelho. A Igreja (Corpo de Cristo) pode e deve confiar neste “poder”, calçando-se em Romanos 1.16 onde se lê: “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, e também do grego.” Ela, a “hermenêutica luterana” é o “ensino” que promove o aprendizado (mudança de comportamento) dos “discípulos” da atualidade (a Êlla e eu) que buscam a reta compreensão da Bíblia. Ela, a “hermenêutica luterana”, nos desafia a ensinarmos a Palavra de Deus, alicerçados na razão; a desnudarmos a realidade e a verdade, sempre de forma contextualizada, a partir do estudo do todo da Bíblia. Não nos cabe optar por esta ou aquela “palavra”; por este ou aquele “assunto”; por esta ou aquela “idéia”, como se os tais “detalhes” fossem a “cereja do bolo”. O “bolo todo” nunca pode ser perdido de vista. Quem quiser ensinar a Bíblia, haverá de se comprometer com esta tal de “hermenêutica luterana” que observa cada nuance dentro do grande contexto da História. A nós sempre cabe comunicar a Palavra de Deus de forma tão clara e profunda que Jesus Cristo transpareça em cada som que porventura saia da nossa boca.

O fogo estava bom. Eu teria que dar andamento ao propósito do almoço. Já brotava água na minha boca...

Um comentário:

Anônimo disse...

P. Renato..... vc é o cara....
um abração
Nivaldo

OLHA SÓ!