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21.4.14

Luciano do Valle - Pensamentos sobre a Solidão e o Abandono!

O narrador esportivo Luciano do Valle faleceu um pouco antes da Páscoa. Cresci ouvindo-o narrar partidas de futebol, sempre movido pela emoção. Entristeci-me com sua morte. Ontem à noite ouvi o testemunho emocionado de muitos jornalistas que trabalharam junto com ele. Neto, Raul Quadros e Renata Fan explicitaram no ar o seu luto de uma forma muito comovente. Foi pensando nessas pessoas que escrevi, alicerçado no Salmo 25.16 (Volta-te para mim e tem compaixão, porque estou sozinho e aflito.), a reflexão abaixo:

Vocês certamente também já fizeram esta experiência? Lá de vez em quando eu experimento uma grande sensação de solidão e abandono. Nestas horas não há ninguém que me conforte. A solidão, esse sentimento que se experimenta mesmo quando a esposa ou o esposo; quando as filhas ou os filhos; quando as irmãs ou os irmãos da Comunidade estão próximos, é muito cruel.

Sim, sempre há aqueles momentos em que a gente preferiria ficar só; não contar com a ajuda de ninguém e, de preferência, não receber ajuda de quem quer que seja. Recentemente eu vivi um momento assim quando havia muitas “nuvens escuras” sobre a minha cabeça: Pensamentos oriundos da solidão; do abandono; da reflexão sobre um futuro que se mostra incerto. 

De repente eu tive a sensação de que ficaria só e de que não poderia mais trocar experiências com ninguém. Confesso que me senti muito infeliz, tal como os jornalistas que citei acima. O que eu fiz? Saí a caminhar sem objetivo pelo nosso bairro da Itoupava Central - Blumenau. Enquanto eu caminhava fui pego pela chuva repentina e me abriguei numa destas paradas de ônibus cobertas que existe a beira da estrada. Agora, ali, naquele lugar, eu tinha tempo para refletir sobre mim e o meu humor, enquanto a chuva caia.

Davi estava fugindo de alguns inimigos e escondeu-se deles. Ali, no seu esconderijo, ele teve tempo para pensar sobre a sua vida. Àquela reflexão ajudou-o a voltar-se para Deus; a dar-se conta que precisava pedir ajuda a Ele (A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Deus meu, em Ti confio! (Salmo 25.1-2a)). Notem que Davi não ficou sentado, passivo, mergulhado nos seus pensamentos sombrios. Nada disso! Davi se mostrou ativo, enquanto buscou contato com Deus através da oração. Ele se mostrou confiante em Deus quando expôs os seus sofrimentos e os seus medos diante Dele. Davi procurou a ajuda de Deus para poder livrar-se da perseguição que experimentava; para fugir da solidão e da "miséria" que o assolavam.

O mesmo aconteceu comigo, lá debaixo do telhado daquela parada de ônibus. Eu tive tempo para ter contato com meu irmão Jesus. Quanto mais tempo eu ficava ali, tanto mais eu ficava surpreso comigo mesmo. A minha vida nem era tão ruim como eu imaginava. Sempre existe Alguém bem especial que se coloca ao meu lado. E esse Alguém é Jesus que me escuta; que me entende; que me leva a sério; que não me ridiculariza; que não desmerece meus pensamentos com palavras do tipo: - Mas isso nem é tão grave assim!

Essa pessoa é Jesus que acolhe as minhas preocupações com seriedade; que sempre se dispõe a estar do meu lado quando eu preciso. Coisa boa! Eu posso contar-Lhe tudo o que acontece comigo. Impressionante! Se eu não quiser contar-Lhe, não preciso fazê-lo, uma vez que Ele já sabe de tudo. Mesmo assim me fez bem dialogar com Ele. Ele tinha tempo para me dar; para me ouvir.

A chuva não parou de cair, mas os meus pensamentos estavam mais claros e alegres. Daí então eu tomei a decisão de voltar para casa caminhando na chuva mesmo. Incrível aquele sentimento de liberdade que eu experimentei. O salmista escreveu: “Os meus olhos se elevam continuamente ao Senhor, pois Ele me tirará os pés do laço.” (Salmo 25.15). E assim foi. O Senhor me libertou daquela rede de pensamentos sombrios.

O evangelista Mateus nos fortalece neste intento de chegarmos mais perto de Deus quando reescreve o Seu recado: “Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, Eu vos aliviarei.” (Mateus 11.28) Volte-se para Jesus Cristo. Dê do seu tempo a Ele. Ele quer nos libertar dos nossos pensamentos de solidão. Eu experimentei alívio, enquanto esperei a chuva passar naquela parada de ônibus da Rua Dr. Pedro Zimmermann. Abraços!




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