Busque Saber

25.4.14

PAZ - COMO VIVÊ-LA? (João 20.19-23)

Oi Pessoal! Amanhã, domingo Quasidomogeniti, eu vou refletir com nossa Comunidade Luterana um tanto alicerçado no texto abaixo. Compartilho-o com vocês. Abraços! 

Os discípulos de Jesus tinham vivido dias bem melhores. Agora, depois da crucificação do seu mestre, eles estavam se escondendo com medo dos judeus, apesar de também serem judeus. Estavam se camuflando de cristãos no meio da escuridão, tal como soldados se camuflam para não serem tão percebidos nos campos de batalha. Agindo assim, davam mostras que não tinham coragem de dar testemunho na rua, nas calçadas.

Que coisa! Aqueles discípulos, até então íntimos de Jesus, agiam como as pessoas que se enclausuram por causa do medo da reação negativa que as outras pessoas podem explicitar se eles se colocarem; se eles disserem a que vieram. Simplesmente não viam saída para o seu problema. Tudo parecia escuro. Agora teriam que viver a sua fé a portas fechadas. Ai que desespero.

Espera aí! O cristianismo não é uma proposta para ser vivida atrás de portas fechadas. O cristianismo não uma idéia de Deus para ser vivida com timidez. O cristianismo não uma filosofia onde se segura dinheiro e onde se poupa para poder usufruí-lo depois de amanhã. Se a necessidade cristã é para agora, se viva o agora. Deus promoverá o amanhã. A Páscoa nos traz a chave que abre a porta da vivência na claridade da liberdade que, diante de nós, desnuda a esperança. Os discípulos aprendem isso passo a passo.

O primeiro passo é o Ressuscitado quem dá. Jesus quebra a fechadura do esconderijo onde eles se camuflam. Ele adentra no meio do círculo fechado e tímido e diz, em alto e bom som, Paz! Nada de guerra! Sejam solidários entre as pessoas! A glória é toda de Deus!...     

O segundo passo quem dá são os discípulos. Eles identificam Jesus com o Ressurreto porque suas feridas ainda não cicatrizaram. Eles percebem que o sofrimento ainda se mostra evidente e isso lhes evidencia que a Páscoa não é apenas um sonho. Essa visão lhes deixa claro que o sofrimento opressivo está com seus dias contados.

O terceiro passo é oportunizado pelo Espírito da Liberdade que promove a paz no ambiente onde Jesus e os Seus se encontram. Não há a mínima necessidade de sentir medo das ações que acontecem do lado de fora do aposento.

A Comunidade vive a verdade da nova vida quando ela pratica o gesto da paz que o Jesus explicitou. O momento não tem nada a ver com relações estreitas. Pelo contrário. Temos que chamar o pecado pelo nome e isso até o momento em que o Espírito da Liberdade também tome conta da situação no contexto em que vivemos.

Oração: Senhor Deus! Agradecemos-te pela paz que tu compartilhaste conosco a partir de Jesus Cristo. Alinha os nossos passos em direção à Tua paz e isso, a partir da força do teu Espírito Santo. Amém!   


21.4.14

Luciano do Valle - Pensamentos sobre a Solidão e o Abandono!

O narrador esportivo Luciano do Valle faleceu um pouco antes da Páscoa. Cresci ouvindo-o narrar partidas de futebol, sempre movido pela emoção. Entristeci-me com sua morte. Ontem à noite ouvi o testemunho emocionado de muitos jornalistas que trabalharam junto com ele. Neto, Raul Quadros e Renata Fan explicitaram no ar o seu luto de uma forma muito comovente. Foi pensando nessas pessoas que escrevi, alicerçado no Salmo 25.16 (Volta-te para mim e tem compaixão, porque estou sozinho e aflito.), a reflexão abaixo:

Vocês certamente também já fizeram esta experiência? Lá de vez em quando eu experimento uma grande sensação de solidão e abandono. Nestas horas não há ninguém que me conforte. A solidão, esse sentimento que se experimenta mesmo quando a esposa ou o esposo; quando as filhas ou os filhos; quando as irmãs ou os irmãos da Comunidade estão próximos, é muito cruel.

Sim, sempre há aqueles momentos em que a gente preferiria ficar só; não contar com a ajuda de ninguém e, de preferência, não receber ajuda de quem quer que seja. Recentemente eu vivi um momento assim quando havia muitas “nuvens escuras” sobre a minha cabeça: Pensamentos oriundos da solidão; do abandono; da reflexão sobre um futuro que se mostra incerto. 

De repente eu tive a sensação de que ficaria só e de que não poderia mais trocar experiências com ninguém. Confesso que me senti muito infeliz, tal como os jornalistas que citei acima. O que eu fiz? Saí a caminhar sem objetivo pelo nosso bairro da Itoupava Central - Blumenau. Enquanto eu caminhava fui pego pela chuva repentina e me abriguei numa destas paradas de ônibus cobertas que existe a beira da estrada. Agora, ali, naquele lugar, eu tinha tempo para refletir sobre mim e o meu humor, enquanto a chuva caia.

Davi estava fugindo de alguns inimigos e escondeu-se deles. Ali, no seu esconderijo, ele teve tempo para pensar sobre a sua vida. Àquela reflexão ajudou-o a voltar-se para Deus; a dar-se conta que precisava pedir ajuda a Ele (A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Deus meu, em Ti confio! (Salmo 25.1-2a)). Notem que Davi não ficou sentado, passivo, mergulhado nos seus pensamentos sombrios. Nada disso! Davi se mostrou ativo, enquanto buscou contato com Deus através da oração. Ele se mostrou confiante em Deus quando expôs os seus sofrimentos e os seus medos diante Dele. Davi procurou a ajuda de Deus para poder livrar-se da perseguição que experimentava; para fugir da solidão e da "miséria" que o assolavam.

O mesmo aconteceu comigo, lá debaixo do telhado daquela parada de ônibus. Eu tive tempo para ter contato com meu irmão Jesus. Quanto mais tempo eu ficava ali, tanto mais eu ficava surpreso comigo mesmo. A minha vida nem era tão ruim como eu imaginava. Sempre existe Alguém bem especial que se coloca ao meu lado. E esse Alguém é Jesus que me escuta; que me entende; que me leva a sério; que não me ridiculariza; que não desmerece meus pensamentos com palavras do tipo: - Mas isso nem é tão grave assim!

Essa pessoa é Jesus que acolhe as minhas preocupações com seriedade; que sempre se dispõe a estar do meu lado quando eu preciso. Coisa boa! Eu posso contar-Lhe tudo o que acontece comigo. Impressionante! Se eu não quiser contar-Lhe, não preciso fazê-lo, uma vez que Ele já sabe de tudo. Mesmo assim me fez bem dialogar com Ele. Ele tinha tempo para me dar; para me ouvir.

A chuva não parou de cair, mas os meus pensamentos estavam mais claros e alegres. Daí então eu tomei a decisão de voltar para casa caminhando na chuva mesmo. Incrível aquele sentimento de liberdade que eu experimentei. O salmista escreveu: “Os meus olhos se elevam continuamente ao Senhor, pois Ele me tirará os pés do laço.” (Salmo 25.15). E assim foi. O Senhor me libertou daquela rede de pensamentos sombrios.

O evangelista Mateus nos fortalece neste intento de chegarmos mais perto de Deus quando reescreve o Seu recado: “Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, Eu vos aliviarei.” (Mateus 11.28) Volte-se para Jesus Cristo. Dê do seu tempo a Ele. Ele quer nos libertar dos nossos pensamentos de solidão. Eu experimentei alívio, enquanto esperei a chuva passar naquela parada de ônibus da Rua Dr. Pedro Zimmermann. Abraços!




18.4.14

JESUS - A CRUCIFICAÇÃO!


Lucas 23.37-38

Jesus foi preso no Jardim do Getsêmani e, depois, levado até Pilatos. Fazia pouco tempo que Ele tinha sido aclamado como Rei pelo povo quando entrou na cidade de Jerusalém. Agora não queriam mais nada com Ele. Até os discípulos saíram do Seu lado com medo de serem considerados da “turma”; da Comunidade.

Eles tinham testemunhado tantos milagres; eles sabiam que Jesus era inocente; que Jesus era o Messias, o Filho de Deus, mas mesmo assim não tiveram "peito" para se colocar ao Seu lado. Pedro também deixou Jesus na mão quando negou conhecê-Lo ainda nas primeiras horas da madrugada.

Jesus foi condenado à morte, sofreu gozações, apanhou; foi pregado vivo à cruz e, no final das contas, para rebaixá-lo ainda mais, escreveram e pregaram uma tabuleta com os dizeres “Jesus Nazareno o Rei dos Judeus” sobre a Sua cabeça na cruz (João 19.19-20). Quer dizer, Jesus sofreu todo este menosprezo até o último suspiro, para levar a cabo a missão que Seu Pai Lhe tinha confiado. Num dado momento alguém O desafiou a se ajudar a sair daquele estado de sofrimento (Lucas 23.37).

É óbvio que Jesus poderia ter abdicado da proposta de morrer na cruz por nós, mas Ele não fez isso. Ficou ali, fiel a Deus e ao Seu amor a mim e a ti. Quer dizer, Ele levou Seu Projeto até o fim. Foi pregado à cruz e ficou só. Os discípulos e o mundo, todos o deixaram na mão; todas as pessoas pareciam desconhecê-Lo. E o pior de tudo. Parecia até que Seu próprio Pai o tinha abandonado.

O fato é que o Rei Jesus Cristo morreu como um indigente, como uma pessoa solitária. Depois de morto, algumas pessoas chegaram à conclusão que Ele tinha de fato sido um rei. Outras pessoas reconheceram esta verdade bem mais tarde. O incrível é que, ainda hoje, muitas pessoas não reconhecem este fato. Em qual destes grupos tu te enquadras? Chega mais perto de Deus. Aproxima-te do Filho de Deus que morreu na cruz também por ti.

Detalhe: Ele não ficou retido na morte dentro do túmulo. Mas isso já é assunto para o Domingo de Páscoa!
                                                                                



16.4.14

Amar é rebaixar-se?

Amanhã, Quinta-feira Santa, dia 17 de abril de 2014, 19h, eu trabalharei esta Palavra com quem vier ao nosso Culto do Tríduo Pascal na Igreja do Salvador. Boa Leitura!

Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes! (João 13.7)

Não é fácil educar uma criança. Quem tem crianças pequenas em casa ou trabalha como professora haverá de concordar comigo. Educadoras e educadores que estão iniciando na profissão logo vão se dar conta que não basta gostar do que se faz. Também há os momentos onde se devem colocar limites. Claro que isso não é muito agradável de ser feito.

A cena na qual Jesus é inusitada. Jesus lava os pés dos Seus discípulos. Mas o que é isso? É o que o texto lido testemunha. Jesus se ajoelha e faz o serviço que, numa casa judia, era o serviço de um escravo. Pois é isso que Jesus se transforma: um escravo.

Suas amigas, seus amigos e seus discípulos não compreendem aquela atitude de gente pequena na escala de valores. Pedro toma a Palavra e tenta colocar ordem naquela história. O que está em cima precisa ficar em cima e quem está em baixo que fique embaixo – pensa ele.

Demorou certo tempo para que as pessoas que estavam na volta compreendessem a mensagem que Jesus quis dar com a lavação dos pés dos seus discípulos. Jesus continuaria se rebaixando até a morte e até o interior do túmulo. Só então aquelas pessoas entenderiam que ao lado de Deus não existe hierarquia, mas só o amor que se inclina para servir sem ver nisso nenhum motivo de vergonha.

Hoje, nesta quinta-feira Santa, nós somos convidadas e convidados a assumir esse ato de Jesus na nossa vida; a aceitarmos Sua Palavra que diz: Aquilo que vocês fazem a um destas pequeninas irmãs, a um destes pequeninos irmãos, é a Mim que vocês fazem (Mateus 25.40). Que o Senhor permita que tu e eu possamos ensaiar nas outras pessoas aquilo que Ele já fez para nós. Amém!





13.4.14

A Festa e o Tempo!


A festa foi transcorrendo,

E te percebi preocupada.

Há algo que não entendo,

Lá, bem no fim desta estrada.

O tempo nunca me espera

E sempre me faz trapaça.

Parece que nada prospera 

Em mim, sob esta couraça. 

DOMINGO DE RAMOS


Quem é a mulher? Quem é o homem? Há quem responda estas perguntas afirmando que a pessoa é gerada e alimentada pela sua querida mãe; que ela vê, ouve, sente paixão e tem desejos; que numa hora ela é adorada e noutra desprezada; que aqui e ali ela experimenta alegria, já lá e acolá, perigos; que num momento ela crê, mas dali a pouco já experimenta dúvidas; que numa hora ela pode captar as mensagens sem aprendê-las; que, noutra, ela aprende tudo; que, de repente ela edifica, mas daí destrói; que ela se atormenta por causa disso; que ela dorme, acorda, vigia, cresce e, mais tarde, definha; que tudo isso pode ser verdade num período de 80, 90 anos e que, daí então, ela se deita com seus pais e não acorda nunca mais. 

Será que a nossa vida pode ser definida assim, de forma tão simples? O apóstolo Paulo parece não concordar com isso. Para ele a Comunidade Cristã tem outra perspectiva da vida. Em Filpenses 2.5-11, num hino antigo cantado na Comunidade Primitiva se reflete o caminho percorrido por Jesus Cristo. Ele não ficou no “bem bom” ao lado de Seu Pai, mas veio até o chão onde tu e eu nos encontramos. Chão cheio de defeitos, de fraquezas e de dificuldades.

Porque Jesus fez esse caminho para baixo? Ora, para estar conosco; para nos animar. Às vezes me paro a pensar: Se fossemos nos concentrar nos nossos sofrimentos; nas nossas lutas; na nossa caminhada no meio deste mundo tão duro, por causa dos muitos conflitos experimentados – teríamos que chorar. Que coisa! Há uma força que nos ajudou a chegar onde chegamos... E esta força não pode ser chamada de morte; de demônio e nem tampouco de melancolia.

É a Comunidade Cristã que nos proporciona o privilégio de conhecermos a pessoa de Jesus Cristo e isso, através do Batismo, da Palavra de Deus pregada; da Confirmação de Fé; da Ceia do Senhor; da comunhão. É Ele quem nos fortalece para passarmos pela história e, ao cabo dela, experimentarmos a graça de vivermos Momento Novo ao lado de Deus.


Se Jesus Cristo já derrubou todas as muralhas que nos separavam do nosso Pai do Céu, caminhemos em direção ao mesmo. A Comunidade Cristã nos ajuda. Vem! Pega na sua mão... Abana os teus ramos!

12.4.14

PÁSCOA - RESSUREEIÇÃO - MORTE e VIDA

Vem aí a Páscoa. Dietrich Bonhoeffer disse que "Quem sabe o que é Páscoa nunca se desesperará!" Foi refletindo sobre esta palavra do nosso mártir luterano que ousei escrever umas linhas a respeito. Boa leitura! Bom Proveito!

O que é que Páscoa te lembra? Procurar ovinhos no pátio; comida boa; feriadão? Ah! Sim, tem algo a ver com Jesus.

Isso mesmo! No Natal nós festejamos o nascimento de Jesus. Mas o que festejamos por ocasião da Páscoa? A crucificação? A ressurreição? Sabemos o que estas duas palavras expressam? Uma grande teóloga chamada Dorothea Sölle disse certa vez: “Dizer que Jesus ressuscitou só tem sentido se tivermos clareza que também ressuscitaremos depois da morte. A ressurreição é um fato e falar dela sem a perspectiva de experimentá-la é algo completamente sem sentido.”
  
Se tu não tens nada a ver com a Páscoa, ou melhor, se, para ti, a Páscoa é somente um feriado, então tens um grande problema para resolver. Na Páscoa a morte e a vida; o sepultamento e a ressurreição estão muito próximos. Essa verdade vale para os dias de hoje e cada pessoa pode experimentá-la. Ou seja, a Páscoa pode ser um novo começo. Saia desse estado de desesperança; de culpa e te abre para uma nova vida.

O teólogo Eberhard Jüngel escreveu algo sobre a Páscoa: “A diferença entre a Páscoa e um passeio é que o passeio não muda a nossa vida. Os passeios acabam exatamente ali onde começam. A Páscoa, entretanto é uma viagem sem fim.

Esse teólogo quis sugerir que terminássemos com o nosso passeio e começássemos algo novo; que nos deixássemos inspirar pela Páscoa; que não nos deixássemos envolver pelos festejos da Páscoa de dois mil anos atrás, mas sim por uma ressurreição aqui e agora. Trata-se da tomada de uma decisão bem pessoal.

Vamos lá! Sepulta tua inveja, tua raiva, tuas desavenças com pessoas e pendura tua culpa na Cruz. Aliás, foi para isto que Jesus morreu nela. Deixa que Ele te perdoe e começa a viver uma nova vida. Experimenta isso! Depois, procura alguém que possa te auxiliar nesta caminhada.

Eu ainda quero repartir mais dois versos bíblicos contigo: Em João 14.6 se lê que “Jesus é o caminho, a verdade e a vida.” Em João 3.7 se lê que “Precisamos nascer de novo.” Ora, estas duas pequenas frases bíblicas têm muito a ver com a Páscoa. Sim, a Páscoa é uma chave que abre o nosso entendimento para a compreensão destas duas palavras. Você as entendeu? 

OLHA SÓ!