Gente querida! Faz pouco, li a história da Viúva Pobre. A doação daquelas
duas moedinhas sempre foi apontada como um ideal a ser seguido na vida cristã.
Muitas irmãs e muitos irmãos já repartiram e continuam repartindo suas
propriedades; sua força; seu tempo e até os seus nervos para ajudar pessoas em
dificuldade. Sim, exemplos deste tipo são comuns desde o nascimento da Igreja
Cristã.
Será
que é certo fazer assim? Vejamos: A Viúva Pobre foi ao templo e, lá, se deparou
com uma Caixa de Ofertas. O dinheiro que ela depositou ali seria usado nas
despesas com o Templo. O fato que, a partir de agora, depois de doar todo o seu
dinheiro, aquela mulher não experimentará mais nenhuma segurança financeira.
Isso mexeu com Jesus!
Se
pensarmos em termos econômicos, teremos que deduzir que a Viúva Pobre foi
irresponsável. Ora, não se doa tudo o que se tem. Um pouco antes de entrar no
templo aquela mulher tinha alguma coisa nas mãos, mas, ao sair dele, ela não
tem mais nada. Antes, mesmo em níveis mínimos, ela vivia uma “bela
independência”, mas, logo que saiu, abdicou da mesma; transformou-se numa
pessoa carente que precisa da ajuda de alguém para sobreviver. Alguém quer
elogiá-la como Jesus elogiou? Tudo bem, mas todo e qualquer elogio não vai
encher o seu estômago.
A oferta daquela Viúva Pobre foi sem sentido caritativo; foi
economicamente insana e socialmente irresponsável e, mesmo assim, Jesus a elogiou.
Sabem por quê? Porque no momento em que ela doou o seu bem, ela também se
colocou como alguém que carece de doação e essa é uma atitude de fé.
A
viúva entrou no pátio do templo como uma pessoa independente e saiu de lá com
alguém dependente; passou pelo portão do templo como uma alguém que é senhora
dos seus atos e voltou como uma pessoa que precisa ser carregada; pisou no pátio
do templo com o peito cheio de alegria e, depois de fazer sua doação, saiu daquele
lugar, movida pelo mesmo contentamento.
Notem que o ato de doar o que possuía
não mudou o seu estado de espírito; não mexeu com os seus sentimentos; não
indicou nenhuma conversão. Ela mostrou ser uma pessoa equilibrada, serena,
antes e depois de doar. Tudo isso porque a sua doação foi motivada pela fé. Foi
por isso que Jesus a elogiou.
É
neste aspecto que a oferta da Viúva Pobre se difere da oferta das pessoas
ricas. A diferença entre as duas ofertas está no sentimento que estas duas
classes sociais têm, ao fazerem suas doações. Atrás daquela oferta menor se
esconde uma vida de fé, uma realidade que Jesus não percebe na oferta das
pessoas ricas que até podem dar mais, por causa do seu orçamento, mas isso não
vem ao caso.
A
Viúva Pobre nos dá o recado de que a vida sonhada por Deus para nós tem a ver
com dar e receber. Os bons relacionamentos sempre dependem do dar e do receber.
No matrimônio é assim; entre mães e pais com suas filhas e seus filhos é assim;
entre amigas e amigos e entre as pessoas com as quais temos contatos é assim.
O
“dar” não acontece sem o “receber”, assim como o “receber” não acontece sem o “dar”.
Se alguém só “dá” e nunca recebe, algo está errado. Da mesma forma, se alguém
só “recebe” e nunca “dá”, isso também não está correto.
Assim
como o ser humano não vive só, a partir de si mesmo, ele também não vive só
para si mesmo. Para que a vida tenha
sentido, é preciso mais do que se realizar apenas com “doação” e ou com “recepção”.
Quem recebe ou dá confia. É na confiança que conseguimos descansar. Amém!
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