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14.5.12

DIACONIA É "AMT" III


O cerne da diaconia tem a ver com o amor. O apóstolo Paulo ressalta que esse “amor diaconal” deve ser praticado “sem segundas intenções”. A luta em prol da busca pela “sinceridade do amor” é a idéia básica do Novo Testamento. 

Hoje também importa a autenticidade deste “amor ação”. Quem pratica a “diaconia” expressa a “essencia do amor” a partir da “ação diaconal”. Paulo nos promove o aprendizado do que é o “amor autêntico”. Este amor se molda no encontro com o outro, enquanto se “pratica o acolhimento”. 

Na “diaconia” ninguém se gaba dos trunfos. Nelas as pessoas tem prazer em honrar umas às outras (10b). O “amor” exclui a inércia. Quem ama se mostra animado e serve de forma “fervorosa” ao Senhor (v. 11b). O “amor” nunca está sozinho, mas sempre se faz acompanhar da esperança, da paciência e da espiritualidade. 

O apóstolo nos desafia a alegrarmo-nos na esperança, a sermos pacientes na tribulação e perseverantes na oração (v. 12). É desta forma que ele nos orienta a lançarmos o nosso foco nas necessidades dos outros cristãos. A “forma especial” de se viver o “amor cristão” sempre se dá num clima positivo porque este “amor” sempre se faz acompanhar da alegria, da confiança e da perseverança. A “diaconia” trabalha os problemas a partir do diálogo com Deus. 

O sofrimento da irmandade no mundo importa para a “diaconia”. Isto é assim porque os olhos da “diaconia” sempre são globais. Quando o “Corpo de Cristo” está sofrendo em algum lugar do planeta, os membros desse “Corpo” padecem em qualquer lugar do globo terrestre. Assim, o destino dos coptas no Egito; dos cristãos orientais no Iraque e a divisão do “Corpo de Cristo” na África do Sul devem nos preocupar também. 

Na vida pessoal isso implica em se praticar a bondade; se praticar “diaconia” abrindo as portas do próprio lar. O apóstolo Paulo resume isto com a expresão “hospitalidade aos estranhos”(v. 13b). A abertura para outras pessoas se reflete na abertura de sua própria casa para os visitantes. A “hospitalidade” é uma forma de vida e a disposição de se hospedar visitantes e pessoas carentes é indicadora se a pessoa que atua é auto-suficiente e e ou se ainda é dependente. A prática da hospedagem sempre é um sinal do interesse pelos outros. 

Li de um dos grandes líderes da Igreja que “se alguém quer proclamar o Evangelho, esse alguém precisa amar às pessoas a quem visa entregar a Boa Nova”. A pessoa que queremos ajudar não pode ser entendida como um “objeto da nossa propriedade”, mas deve ser amada com liberdade. O apóstolo nos recorda a atitude tomada por Jesus que sempre ia ao encontro das pessoas motivado pelo “amor”. Jesus até se mostrava amoroso na relação com seus inimigos. Ele sempre deixava esta postura clara aos seus discípulos quando lhes dizia: “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (v. 14).  

Esse jeito de se viver é marcado pela simpatia; pela “compaixão”. “Alegrar-se com aqueles que se alegram e chorar com os que choram” (v.15). A “diaconia” prospera com a vontade que se tem de “entrar na pele” de quem precisa de ajuda. As pessoas que praticam a “diaconia” precisam ter afinidade com as pessoas oprimidas e marginalizados da nossa sociedade. 

O apóstolo nos desafia a termos o mesmo sentimento uns para com os outros; a abrirmos mão do orgulho e a procurarmos a comunhão com as pessoas que se mostram inexpressivas e insignificantes (v. 16). Sim, a ação de diaconar é colocar-se ao lado das pessoas que procuram ajuda, a partir da fé e das articulações da Igreja.

13.5.12

DIACONIA É "AMT" II

A vida cristã só é possível quando há a aceitação da diversidade no Corpo de Cristo. Paulo não abre mão da compreensão que nos tornamos membros do Corpo de Cristo, através da fé e do Batismo. Assim, inseridos neste “Corpo” e, ainda, conforme a medida da nossa fé, Deus nos dá “funções especiais” para exercermos no referido “organismo”. O grau da nossa crença não tem nada a ver com “acreditar mais ou menos” e sim, com a forma concreta de como exercitamos a nossa fé e de como nos tornamos a pessoa que somos. São as nossas experiências particulares de fé que acabam libertando certos “dons” em nós. Os nossos “dons” e as nossas “habilidades” acabam direcionando as nossas funções como “membros do Corpo de Cristo”.

A imagem da Igreja como “Corpo de Cristo” me fascina desde a minha juventude. Em um “corpo” não existe hierarquia. Não existem membros que sejam menos ou mais importantes. Nesse sentido não há “membros superiores ou inferiores”. Quer dizer, o “corpo” vive da função diferenciada dos seus “membros” que atuam debaixo de uma ordem prescrita. É óbvio que um “corpo” não sobrevive apenas da ação do coração e ou de um pé, mas da ação igual de cada membro que dele faz parte. Todo mundo é necessário em seu “lugar especial”. E a atribuição deste lugar não tem nada a ver se o tal membro é mais valioso do que o outro; se o tal membro tem mais dinheiro do que o outro e ou se o tal membro é oriundo de uma família privilegiada. O lugar de atuação do membro depende, exclusivamente, do lugar que Deus lhe atribui, a partir do “dom” presenteado.

Outro dia encontrei um velho amigo santacruzense. Ele compartilhou que, desde criança, também pensava em seguir a carreira eclesiástica como eu. Que sua mãe tinha adorado a idéia, mas que ele, felizmente, não tinha seguido aquele caminho. Que se tivesse perseguido a dita profissão, hoje, certamente, seria o mais infeliz de todos os homens. Curioso, perguntei-lhe pela sua profissão. Sua resposta veio marcada por brilho nos olhos: “Sou um industriário. Hoje não me passa pela cabeça estar atendendo pessoas numa Paróquia, esperando a aposentadoria aos 65 anos. Eu adoro o meu escritório onde me assento todos os dias sobre a cadeira giratória.” 

Meu amigo continuou sua fala: “Muitos se acham “grande coisa”, quando são chamados de diretores dentro de uma indústria. Mas o que é um diretor? Uma firma precisa de diretor tanto quanto de funcionários. Eu sempre igualei a importância do funcionário comigo. Quando se coordena uma indústria como se fosse um organismo onde cada qual se sente importante no seu lugar de atuação, há grandes perspectivas desta empresa se manter “saudável” por longos e longos anos.

Essa palavra comparilhada pelo meu amigo industriário tem a ver com a ética no trabalho e está de pleno acordo com aquilo que Paulo sugere para a Igreja, quando se reporta à “diaconia”. A “diaconia” acontece no espaço que se compreende entre a Igreja e algumas Empresas Comerciais gerenciadas por pessoas cristãs. Ela, no entanto, só poderá manifestar esse seu “perfil especial”, se os seus sujeitos a entenderem como “simples serviço”.

Sim, “diaconia” não é nada mais do que serviço; obra realizada para todas as pessoas. “Onde não há serviço, há roubo” – disse Martin Luther. Quer dizer, nós não dispomos dos nossos dons para nos darmos bem; para obtermos sucesso. Deus nos dá dons para que possamos fazer o bem ao nosso próximo e ponto final.

É claro que o serviço da Comunidade Cristã não acontece somente dentro da Instituição Igreja. A “obra diaconal individual” ou o “engajamento diaconal comunitário” também são reais nas nossas Igrejas. Seja qual for a forma de se “diaconar”, essa forma tem apenas um “cerne”; o “amor”.





12.5.12

DIACONIA É "AMT" I

Como é que se repassa o amor de Deus que nos presenteou Jesus Cristo aos outros? Como é que se leva o amor com o qual Jesus Cristo nos amou aos próximos? Ora, a “diaconia” visa compartilhar o amor apreendido com as pessoas que circulam à volta. Sim, a “diaconia” é o amor em ação.

A “diaconia” não deve ser apenas entendida como um “guarda-chuva” da “previdência evangélica”. Quem pratica a “diaconia” sabe que as pessoas querem ser amadas porque são seres humanos. O texto que se lê em Romanos 12.4-16 identifica o “ato de amar” como sendo uma ação elementar e suficiente.

A Carta aos Romanos define o “amor” como extremamente prático para a vida. Assim, as pessoas que se engajam na “proposta do amor”, logo se conectam com outras gentes que, por sua vez, também veem além da sombra da torre do templo. É por isso que a “prática do amor” (obras diaconais) acontecem sob um “guarda-chuva comum” articulado pela Igreja. É ali que se reflete a “diaconia” em níveis maiores. Juntos, sempre somos mais fortes; o testemunho se torna mais eficiente.

Na “diaconia” se aprende com o outro. Há que se ter sensibilidade e equilíbrio para lidar com outras pessoas. A Carta aos Romanos nos indica o caminho que nos leva até este dom. Martin Luther traduziu o Novo Testamento do Grego para o Alemão. Para ele a “diaconia” é “Amt” (profissão).

Em Romanos 12.7 se lê: “Ist jemand Diakonie gegeben, so übe er Diakonie.” As traduções mais modernas traduzem a palavra grega “diaconia” assim: “Se ministério (dom), dediquemo-nos ao ministério (dom)”. Quer dizer, se alguém tem o dom para “servir” a comunidade, esse alguém deve executar o serviço; fazer diaconia.

Na tradução da Bíblia na Linguagem de Hoje este verso soa assim: “Se tiverem o dom de prestar serviço a outros, então sirvam bem”. Resumindo, Paulo nos apresenta a palavra “diaconia” como “ajuda prática”; como “capacidade de fazer algo bom para outra pessoa”.

Sim, o apóstolo parte do pressuposto que nem todas as pessoas tenham este “dom” para “servir”. Para ele o “ato de amar” tem a ver com um padrão de vida que se expressa com a fé que se encorpa na vida de todas as pessoas cristãs. Agora, nem todas as pessoas cristãs tem o “dom da diaconia”. Vou publicar mais sobre o assunto...

7.5.12

Vamos jantar juntos?





Lá se foi o tempo em que a maioria das famílias eram compostas de uma mãe que ficava em casa; de um pai que saia para o trabalho em torno de oito horas por dia; de filhos que iam à escola e, depois disso, voltavam para suas casas. Sim, vivemos novos tempos e vocês que leem já perceberam que não é mais tão simples a tal da “convivência famíliar”. 

Vamos deixar por isso? Sugiro que priorizemos nossas famílias, em meio esta época bicuda. Como? Ora, fazendo um Plano de Ação! Lembram do nosso tempo de infância? Não foi no seio familiar que vivemos os nossos melhores momentos? Aqui e agora não vem mais ao caso, se aqueles tempos foram raros ou frequentes. O fato é que lembramos deles.   

À pergunta pelo “que faz uma família feliz” recebe resposta quase unânime da criançada: - Passar tempo juntos!  Os educadores concordam com o fato de que o tempo diário doado aos filhos é insubstituível; de que os pais que, a cada dia, doam cinco minutos do seu tempo aos seus rebentos, fazem muito mais do que aqueles que doam cinco horas em um sábado, por exemplo.

Faz bem quem promove refeições conjuntas. Crianças que se desenvolvem em lares onde os pais se assentam três à quatro vezes por semana com eles à mesa, são menos propensos a experimentar drogas e álcool; têm a sensação de vazio, à falta de aceitação e de amor diminuídas.

Sentem-se à mesa com seus filhos. Dicorram sobre os temas da hora. Ventilem o diálogo de forma divertida e descontraída. As refeições não são audiências repreensivas.  Declarem moratória a todos os dispositivos eletrônicos, enquanto estão à mesa. Que Palavra essa de Jesus em Mateus 18.20: “Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles.”

3.5.12

Paul Mc Cartney – On the Run!




O dia 25 de abril amanheceu nublado. Logo que saí de Joinville, percebi que eram inúmeros os carros de estados vizinhos que me ultrapassavam na BR 101. Cheguei a Florianópolis às 16h. Uma hora depois a Vanessa, o Áquila e eu já estávamos no Bolsão do Estacionamento, na Beira Mar Sul. Já na parada de ônibus, vimos um helicóptero e muitos Batedores da Polícia Militar que, montados em suas motos verdes, conduziam o ex-Beatle e sua Nancy num carro de cor prata rumo ao Evento Musical. E não é que de dentro daquele carro prateado ele nos abanou!

Agora era preciso enfrentar a fila para entrarmos no estádio da Ressacada. Crianças, jovens, adultos, pessoas da Terceira Idade mostravam brilho constante nos olhares. Lá dentro, atrás dos muros, ouvíamos Paul que aquecia sua voz com músicas recentes, mas também antigas.  Ficamos na fila durante quatro horas. Eu conversava, mas meus pensamentos insistiam em voar para o final dos anos sessenta.  Sim, eu estava ali e não iria perder um segundo sequer daqueles Momentos Mágicos.  


Sentamo-nos nas cadeiras. Você que me lê, preste atenção no pontinho preto, na arquibancada em cor roxa. Ali nós estávamos. O palco ficava na parte alaranjada. Anunciava-se chuva. Faltava meia hora para o espetáculo de duas horas e 45 minutos. Nos telões “rolavam” imagens; manchetes e velhos recortes de notícias de um passado marcante. O tempo parecia não passar para as 32 mil pessoas que tinham vindo aplaudir aquele artista que não se ostenta como tantos outros.


De repente começou show. A emoção estava ali, presente, tomando conta de todo povo. Sua primeira música foi “Magical Mistery Tour”. Nessa hora começou a chover. Depois dela se seguiram mais 36 lindas canções. A chuva era torrencial, mas ninguém queria que aqueles momentos se acabassem. Era difícil bater palmas porque a água escorria pelas mangas da capa plástica. Mesmo assim se ovacionou o artista e sua Banda.Aliás, diga-se de passagem, músicos de primeira linha.

Fiquei emocionado quando um dos assessores de palco entregou uma guitarra diferenciada a Paul. Ele acariciou-a e disse: - Essa foi minha "companheira" na época dos Beatles. Era hora de ir embora. Caminhávamos sob a aura da emoção. Fomos para para casa agradecido pela possibilidade de assistir tão belo e majestoso show. Vou poder contar aos meus netos que vi e ouvi este artista que marcou a História do Rock no mundo inteiro. Sim, vou sentir saudades do dia 25 de abril de 2012... Depois disso, cheguei no apartamento da minha nora e do meu filho. Tomei banho e deitei na cama. Era alta madrugada, mas eu não conseguia dormir por causa da adrenalina.

1.5.12

Dia das Mães!


Que bom! Pelo menos no Dia das Mães a maioria das pessoas se lembra que devem algum agradecimento às mães. Elas as mães contribuiram e continuam contribuindo muito para a sociedade a partir do seu cuidado. Quero iniciar minha reflexão lendo o de Mateus 4.4b: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”

A nossa sã consciência; as nossas experiências pessoais e os psicólogos concordam quando definem a mãe como “o princípio e o fim do desenvolvimento de uma pessoa”. É assim que o indivíduo, desde o seu nascimento, cresce num mundo marcado pelo amor e pela segurança gerado por sua mãe. Infelizmente esse assunto ainda não assumiu as proporções que deveria ter assumido.

O homem é um ser biológico. Ele depende do “ninho” por ser extremamente frágil e carecer de muito cuidado. A criança precisa demais de um “ninho” seguro e caloroso. Ali, dentro de um ambiente familiar sólido, a criança carece de cuidado; de tempo e de dedicação. É com este apoio que ela poderá se desenvolver em paz; que ela poderá articular a sua confiança e a sua personalidade; que ela poderá atuar dentro do mundo dando “lucros” ao mesmo.

Nas mãos de quem repousa esta responsabilidade de fazer as pessoas crescerem em equilíbrio para o benefício da sociedade? Nas mãos das famílias e, especialmente, nas mãos das mães. Concentremo-nos neste assunto: Existe uma terefa que seja mais importante do que a de ser mãe e de se dedicar, de corpo e alma, em prol de seus filhos? É imperdoável que, nos últimos anos, tenha-se incutido certo complexo de inferioridade nas mulheres que “apenas” se dedicaram ao lar; que “apenas” se dedicaram a ser boas mães!

A sociedade já começa a sentir as consequências desta ação. Hoje o Brasil é um país que envelhece. Os casais brasileiros, em média, ainda só têm um ou dois filhos. Neste contexto, muitas são as pessoas mais jovens que não vivenciam mais boas bases familiares. O resultado disso se mostra nas muitas mentes emocionalmente instáveis que circulam pelas ruas das nossas cidades, externando posturas de auto-destruição.

A família é insubstituível e nela, a mãe é insubstituível. A mãe é a grande ajudadora que faz acontecer o equilíbrio na sociedade; que promove a transmissão da fé. Os pais e, especialmente as mães, são os primeiros e os mais importantes mensageiros da fé cristã para os seus filhos.


Ninguém de nós aprendeu sobre os assuntos de fé com seu pastor e ou com seu professor de religião. Nós aprendemos este conceito com a nossa mãe que, à noite, orou conosco ao lado da cama quando éramos pequeninos; que, pela primeira vez, nos contou histórias bíblicas sobre Deus. Isso também vale para a religião. A base da religião sempre é colocada no início da vida. O fundamento da vida religiosa sempre vem de casa, quando do tempo da infância vivida. O que se deixa de fazer em prol das meninas e dos meninos nesta época, não é fácil de ser revertido mais tarde.


Daí que eu, do alto dos meus 57 anos, sempre de novo apelo aos jovens pais no sentido de que levem este “compromisso” a sério; de que não se doem apenas para o bem-estar físico das suas crianças, mas, especialmente, para os assuntos da sua alma; da sua espiritualidade. Esta frase também do evangelista Mateus também vale para as crianças: “O homem não vive só de pão”...

Não privemos os nossos filhos daquilo que é mais importante: O relacionamento com Deus! E isso, especialmente nestes tempos caóticos em que estamos vivendo. Será que os jovens pais compreendem a importância de dar lugar a fé na vida familiar? Fazer isso implica em oração contínua. Quem faz esta experiência logo percebe as bênçãos que revertem para a família. Quando Deus se mostra ao nosso lado, daí então somos aliviados das funções mais pesadas no que tange aos compromissos com nossos filhos; com toda nossa família.


Jesus nos diz no Evangelho de João 15.5: “Eu sou a videira e vocês são os ramos. Sem mim nada podeis fazer. Mas se permanecerem em união comigo, vocês ficarão fortes e darão muitos frutos.” Isso se aplica a cada indivíduo. Isto também se aplica à família. Se hoje são tantas as famílias que experimentam falência, será que não é pelo fato de que esteja faltando o fundamento da fé cristã? Não, a família cristã não pode continuar sendo edificada sobre a areia. O seu futuro depende de nós! 

A “Grande Mãe”, Teresa de Calcutá, disse certa vez: “A família que ora unida, mantém-se bem.” É esse o meu desejo para as nossas famílias hoje, no Dia das Mães que se aproxima e no amanhã que virá.

30.4.12

Nosso filho está perdendo a fé!


Caro Pastor Renato!

Como o senhor sabe, somos uma família cristã. Meditamos na Palavra de Deus e, todos os dias, fazemos as nossas orações. No domingo, nunca perdemos um Culto sequer. Somos uma família unida e temos três filhos, com idades entre 8 e quatroze anos. O que nos traz ao senhor é que, nos últimos meses, surgiu um problema na nossa casa. O nosso filho mais velho está entrando na adolescência e não está mais levando a sua fé em Deus tão a sério, como entendemos que ele deveria levar. Quando chamamos a atenção dele, ele reage dizendo que esta palavra é muito “carregada”. Daí então ele nos joga na cara que esta palavra carrega “pesos” do passado em si. Mais do que isso, ele aponta para algumas catátrofes mundiais que foram motivadas pela “fé” de algumas pessoas e que, portanto, não quer viver sob esta tensão; que não quer se envolver com um conceito tão ultrapassado e ambíguo.  

O fato é que minha esposa e eu estamos nos condoendo muito com nosso filho. A idéia de que nossas crianças possam cair na fé nos deixa muito assustados. Esse assunto sempre volta nos nossos círculos de conversa. São assuntos um tanto difíceis de ser digeridos. Nosso filho teima em repetir que não pode fazer mais nada com este conceito que “plantamos dentro do seu coração” com tanto carinho. Em contrapartida ele também nos diz que a mensagem de Jesus Cristo o impressiona. Nessas horas ele nos cita o Sermão do Monte de Mateus 5-7 e se reporta às palavras que Jesus disse;  às posições que Jesus defendia. Ele nos diz que este é o texto mais importante do Novo Testamento. Nós, como pai e mãe, estamos endendendo que ele faz um resumo muito bruto da Bíblia.

Enfim, ele nos provoca com palavras deste tipo e, infelizmente, sempre de novo, acabamos entrando em confronto com ele. Sabemos que estas brigas não levam a nada, mesmo assim, repito, sempre caimos no mesmo erro. O que é que podemos fazer?

Caro Jandir, a tua carta me impressionou muito. Fiquei tocado pela forma como tu e Graça levam a sério a dificuldade do Jones. Também mexeu comigo o jeito, a humildade de vocês ao me pedirem por ajuda. A forma de vocês apresentarem seu filho a mim também mexeu comigo. Ora, ele simplesmente está assumindo a tarefa que diz respeito à sua idade. Ele não quer ser uma cópia de vocês dois, mas está em busca de uma identidade própria. Notem que ele age assim usando vocês como interlocutores. Esse é o ponto! Ele está verificando o que é que pode levar de vocês para dentro da sua vida particular. Com este jeito de ser ele está se perguntando como e onde ele vai fazer a sua própria caminhada. Nada mais do que isso. 

Tudo ainda é um tanto vago e, certamente, ainda permanecerá assim por algum tempo. O importante é que vocês não percam o contato com o Jones neste tempo de adolescência. Trata-se de uma época de muitas perguntas e de muitos vazios que precisam ser assessorados. É importante que vocês permaneçam com as suas convicções, mas também que tenham seus ouvidos abertos para os clamores do garotão. Ele os provoca e, claro, estas provocações são difíceis de serem engulidas. Elas até lhes causam medo. Vocês até se sentem inseguros quanto ao fato de se deixarem levar por reações muito duras. Abram o jogo, mostrem-se para o seu filho assim como vocês são. Digam-lhe os conteúdos que vocês mesmos acabaram de me informar.

O importante é que vocês concedam ao Jones o direito dele escolher seu caminho à sua maneira. Aqui me lembro-me de um provérbio chinês: “Dê raízes aos teus filhos quando eles são pequenos. Quando eles crescerem, dê-lhes asas.” Vocês já deram  raízes ao Jones. Agora é tempo de lhe dar asas. Pelo que me informaram, vocês tem todas as condições de caminharem para a frente com confiança.

Só mais uma pequena lembrança sobre a palavra “crer”. O Jones se refere ao abuso e à má compreensão da palavra “fé” e que, por isso mesmo, ele a deixa de lado. Essa postura dói em vocês, mas notem que ele ainda não está rejeitando esta palavra. 

Aqui, de repente, uma Palavra Bíblica ajuda a vocês. À pergunta pelo “que verdadeiramente importa”, Jesus nos dá duas respostas. Certa vez Ele respondeu: “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Marcos 1.15b). Se eu os entendi bem, esta é uma boa resposta para a sua pergunta. Em outra ocasião, Jesus Cristo disse: “Buscai primeiro o Reino de Deus...” (Mateus 6.33a). Esta é a resposta que parece interessar mais ao Jones neste momento. Notem que ele não está longe de Jesus enquanto pensa do jeito que pensa... Abraços!

25.4.12

QUE CORAGEM! Atos 4.5-12





Com que força e em nome de quem vocês curaram o paralítico?  Esta pergunta foi feita para o Pedro e para o João, mas ela parece ser feita a mim. O que significa esta pergunta para nós, hoje?

Pedro e João tinham curado um coxo. Esse homem era trazido regularmente, durante quarenta anos, à porta do templo. Era, com certeza, pessoa bem conhecida nas redondezas pelo fato de sempre estar implorando ajuda.

O que fez Pedro? Pedro lhe disse: “Ouro e prata não tenho, mas o que tenho, isso te dou: Em nome de Jesus Cristo, levanta e anda”. Daí então Pedro o tomou pela mão e o colocou em pé. Daquele momento em diante as pernas e as articulações musculares do coxo ficaram firmes e ele se levantou, correu e louvou a Deus.

Vocês conseguiriam fazer o que Pedro fez? Eu não, apesar de também crer na ressurreição de Jesus Cristo. Não! Eu não me sinto pronto para dizer semelhante palavra a uma pessoa com deficiência.

O fato é que Pedro teve coragem de fazê-lo. Sim, Pedro não se calou diante das autoridades eclesiásticas, quando lhes deixou claro que “Jesus Cristo, o Nazareno, Àquele a quem tinham cruscificado e a quem Deus ressuscitara dentre os mortos, era o verdadeiro Autor daquela cura”; quando lhes deu a entender que o poder que vem do alto tem capacidade de zerar a força da dor e da morte.

A ousadia de Pedro, ao apontar para Deus como o Mentor daquele milagre, fez com que os queixos daqueles estudiosos da Bíblia caissem. Eles não ficaram estupefatos por causa do testemunho dos dois apóstolos, mas pelo fato de que aqueles homens de origem tão simples, quase sem nenhuma formação teológica, soubessem falar com tanto destemor, a partir das Escrituras. 

Pessoas que experimentaram grande perigo; que foram confrontadas de perto com a morte e que, mesmo assim, permanecem firmes na fé, já nos serviram e continuam servindo de modelo. Aqui me lembro do nosso mártir evangélico que, mesmo torturado até a morte, resistiu às ameaças; à injustiça e, ao mesmo tempo, se submeteu, com coragem, à vontade de Deus, deixando sempre claras as suas idéias.  

A verdade é que nem todas as pessoas tem o perfil de dizer a que vieram, nem todos são heróis. Todos sabemos que Pedro não foi nenhum herói. Pedro se mostrou uma pessoa empreendedora. Ele devia ser um homem cheio de entusiasmo que andava na vanguarda dos acontecimentos. Agora, lembremo-nos que no pátio do sumo sacerdote, ele negou Jesus três vezes; que depois da morte de Jesus ele experimentou medo dos judeus e se escondeu atrás de portas pregadas.

Algo deve ter contribuido para Pedro se mostrar tão corajoso. Foi seu encontro com o Ressuscitado que lhe oportunizou a força do Espírito Santo. Gente querida, a vida do Jesus terreno e o túmulo vazio nunca levaram ninguém à fé. Foi a ressurreição de Jesus que fez com que o cristianismo surgisse. Mais do que isso, foi só depois do encontro pessoal que Jesus teve com seus discípulos que eles se tornaram apóstolos.

Foi a partir daquele encontro que o inacreditável se tornou crível; que o incompreensível se converteu em compreensível. O paralítico foi curado com a força; com o poder do Espírito Santo e Pedro e João foram simples canais dessa força. 

Pedro também responde à pergunta, em nome de quem todas estas coisas aconteceram. Ele disse que foi “Jesus Cristo de Nazaré, a quem eles mesmos tinham cruscificado e a quem Deus tinha ressuscitado dentre os mortos” que lhes tinha possibilitado aquele ato. Martin Luther diria: “Em nenhum outro há salvação, não há outro nome debaixo do céu, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Sim, Jesus Cristo é Aquele através do qual podemos experimentar a salvação.

A declaração de Pedro é simples e clara, mas ao mesmo tempo capaz de gerar um estresse enorme! Eu experimento isso. O Evangelho me chama constantemente a verificar a minha fé e o meu relacionamento com Deus com perguntas pessoais do tipo: - É isso mesmo que está escrito? - Eu acredito nisso que está escrito? Essa fé descrita nos Evangelhos perpassa o meu ser, enquanto me digladio com minhas dúvidas? - Deixo-me assessorar pela fé enquanto busco as soluções para os meus problemas?  - A minha fé afeta as relações com os próximos? – A minha fé leva a dar passos que promovam a reconciliação? – A minha fé me leva a solidarizar-me com os pobres que tem fome de pão e de justiça? Resumindo todas as perguntas numa só: - A minha fé é viva?

Difícil de absorver um texto tão carregado de conteúdo, assim, de uma só vez. Eu sonho dar  testemunho com a coragem de Pedro; de João; de Dietrich. Eu tenho a intenção passar a “Boa Nova” de Deus adiante, mas aí me pergunto: Quem quererá ouví-la? Perguntas como essas me passam pela cabeça quando penso nas pessoas que não acreditam em Cristo; nas pessoas que se mostram inimigas da Igreja.

Penso que muitos de vocês experimentam o que experimento: O Evangelho nos promove má consciência, e então seguimos nos perguntando: - Eu tenho feito o suficiente? – Eu não estou sendo demasiadamente egoísta? - Onde é que eu gasto o meu tempo?

Toda santa inquietação é boa, mas será que é sobre esta base que nós queremos e podemos passar uma “Boa Notícia” da Salvação? Se nos movemos por aí com consciência culpada, será que podemos relacionar a mensagem redentora e libertadora de reconciliação do homem com Deus com o amor que é derramado em nossos corações; com a paz que está em Cristo? Penso que não. Agora, não somos nós que salvamos as pessoas, mas é Deus quem enviou Seu Filho que salva e resgata da morte para a vida (João 3.17).

Aqui reparto três idéias que podem nos ajudar na comunicação do Evangelho:

1 - Se não me alegro com a minha salvação, como é que eu posso compartilhar esta alegria adiante? Eu só posso apontar para a felicidade, para a gratidão a Deus que tanto fez e continua fazendo na minha vida, se minha fé estiver viva.  

2 - Tudo o que fazemos, sejam ações pequenas ou grandes, elas têm sua origem na ação orientada de Deus. Cedo ou tarde estas ações serão reconhecidas como boas contribuições ao ambiente em que vivemos. Lembrem-se que a nossa vida já é um testemunho, antes mesmo de abrirmos a nossa boca.

3 - A força que nos move provém do Espírito Santo, cujos sinais se mostram suaves e silenciosos. Vejamos o que os outros realmente necessitam. Pedro não curou o coxo da sua pobreza, mas das suas necessidades especiais.

Não desanimemos! Deixemo-nos encorajar por pessoas do perfil de Pedro; de João; de Dietrich Bonhoeffer. Eu fecho este texto lembrando de uma canção bem conhecida: “Alegrai-vos sempre no Senhor, Alegrai-vos no Senhor!...

23.4.12

DEUS - PAI E MÃE!



Em Êxodo 4.22-23a Moisés é desafiado por Deus a ir se encontrar com o Faraó. Uma vez em contato, deve dizer-lhe: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva”. 

Percebe-se nesta passagem bíblica que o povo de Israel é entendido como filho de Deus. A relação entre Javé (SENHOR) e Israel é apresentada como uma relação “pai-filho”. Trata-se de uma tradição antiga, cuja data de início os exegetas (estudiosos da Bíblia) não tem como definir. Foi no tempo dos profetas que ela se se enraizou na História. Esta “imagem” da relação “pai-filho” sempre de novo foi retratada quando dos anúncios proféticos.

Em 750 a.C já encontramos descrito com pompa no livro de Oséias, este tema básico que remete para a relação “pai-filho”. Em Oséias 11.1-9 esta idéia parece estar colocada como ápice de todo o Antigo Testamento: Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer. Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será seu rei, porque recusam converter-se. A espada cairá sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos, e as devorará, por causa dos seus caprichos. Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém o faz. Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem. Não executarei o furor da minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira.

Não há texto do Novo Testamento que ultrapasse este grau de “calor”, de “intimidade” e de “grandeza” que se explicita em Oséias 11.1-9. Pela boca do profeta Oséias, o SENHOR se coloca; se apresenta como um Pai que revela toda atenção ao Seu filho.

Aqui é surpreendente que a expressão “pai” é entendida num contexto muito diferente da prática usual entre os semitas. Normalmente era assim que o foco desta raça de indivíduos sempre estava centrado na família ou no clã. No texto de Oséias que acabamos de ler, observamos a “imagem” de um pai que se destaca pela sua “essência interior”; pela sua “devoção; pelo seu “amor” e por sua “magnanimidade”. Em suma, o texto nos apresenta um conceito muito moderno de “pai”.

Entre muitos exegetas, o profeta Jeremias é chamado de “discípulo espiritual” de Oséias. É em Jeremias que vamos nos deparar novamente com o conceito de “pai” que vimos em Oséias. Vamos ler Jeremias 31.20: “Não é Efraim meu precioso filho, filho das minhas delícias? Pois tantas vezes quantas falo contra ele, tantas vezes ternamente me lembro dele; comove-se por ele o meu coração, deveras me compadecerei dele, diz o SENHOR.”

Na terceira parte do Livro de Isaías, mais especificamente em Isaías 64.7-8, o povo de Israel lembra o próprio Deus que Ele é seu “pai” e que, portanto, lhe cabe um comportamento misericordioso: “Já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte e te detenha; porque escondes de nós o rosto e nos consomes por causa das nossas iniquidades. Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.”

Na Bíblia não se aponta para o SENHOR apenas como um “pai”. Ora, Deus ultrapassa o conceito de “sexualidade”. Quer dizer, as declarações bíblicas apontam em igual número tanto para a “maternidade” de Deus como para a “paternidade”. Deus é, ao mesmo tempo “pai” e “mãe” do Seu povo.

O Antigo Testamento não enfatiza apenas o lado patriarcal de Deus.  Em Isaías 49.15, podemos perceber que Deus se compara com uma mãe: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.”

Em Isaías 66.13 se lê: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados.”

Além disso, no idioma hebraico e, portanto, também nas mentes do povo hebraico, a compaixão sempre é vista como um traço da personalidade materna. 

A palavra “misericórdia” (“rachamim” no Hebraico) se origina  da palavra também hebraica “raechaem”. Esta última palavra se equivale a “ventre” (cf. Êxodo 34, Oséias 11, Jeremias 31, etc.)

Nas fontes dos antigos escritos mesopatâmicos percebem-se sinais que definem a palavra “misericórdia” como algo na linha de “coração aberto”. Este sinal carrega uma sigificação muito clara de “ampla segurança”. Quando se aplica este símbolo para a “mulher”, daí resulta o conceito de mulher como o de uma “imagem misericordiosa”. Na Mesopotâmia também é assim que quando se fala em “misericórdia”, logo se pensa na palavra “mãe”.

O SENHOR se revela na “misericórdia” como “Alguém Maternal”. Quando Deus tem compaixão pelas pessoas, então Ele se mostra tal como uma mãe se mostra ao seu filho. 

22.4.12

Dia Nacional da Diaconia!


Em Lucas 24.36b-48 Jesus abre a mente dos discípulos e então eles passam a ver a vida com olhos do seu Mestre. A partir daquele momento eles se perguntam: Qual é o critério que promove o Filho de Deus aqui no chão? Diante do entendimento que o Ressurreto lhes oportuniza, não dá mais para ficarem quietos - agir é preciso. Mas agir como? Onde agir? Em que sentido agir? As suas mãos parecem estar amarradas com as cordas da marca “medos” e “dúvidas”. Não é assim conosco? Queremos ver retorno rápido das coisas que dizemos e fazemos e aí, muitas vezes, nos deixamos levar por “Teologias Pobres”. 

A falta de fé e a dúvida sempre de novo se manifestam entre as pessoas cristãs. Os discípulos de Jesus não estavam tão sujeitos a estes “males”. Mesmo assim, eles, apesar de poderem tocar em Jesus; de convesar com Ele e de experimentar Sua presença, “balançaram”. 

Li, outro dia um pequeno texto de jornal que informava sobre a Madre Teresa de Calcutá, Prêmio Nobel da Paz de 1979 e fundadora da Ordem “Missionárias da Caridade”. Pois fiquei surpreso. Ela testemunhou ter sido atormentada durante cinquenta anos por dúvidas a respeito de sua fé. Dúvidas estas que se resumiam em “tortura”, “escuridão” e “solidão”. 

Como pode que uma mulher desse quilate tenha experimentado incertezas quanto a presença de Deus em sua vida? Ela ajudou milhares de pessoas infelizes em Calcutá; “guerreou” contra a lepra; colocou-se ao lado de crianças abandonadas; não arredou pé dos leitos onde pacientes agonizavam até a morte. Cinco décadas dedicadas à Diaconia e isso, sem dar mostras das lutas que aconteciam dentro do seu coração; da sua mente. Como é que ela subsistiu? Por que é que Deus não a ajudou a passar por estes “vales escuros” com mais presença? A resposta é simples: Ela encontrou forças no serviço cristão que prestava ao seu poderoso Deus. 

Até mesmo os discípulos foram atormentados por dúvidas quando o assunto foi a ressurreição de Jesus. Ficar quietos seria uma boa pedida – por que não? Deixar a vida acontecer, enquanto estudassem o Antigo Testamento era uma opção. Encontrar-se e exaltar-se como ex-companheiros de Jesus em reuniões onde se serviam peixes e vinhos também não seria ruim. Quem sabe podiam fundar um fã-clube. 

Nada disso! Depois que Jesus entra no ambiente e lhes abre a mente, os discípulos conseguem susbstituir o suposto fracasso com a morte do seu Messias pela certeza da vitória pela ressurreição. Tomé, o sujeito que mais duvidou, não estava sozinho. Tu e eu, nós também não estamos sós. Entender por completo a ação de Deus, isso ninguém de nós é capaz de fazer. Mas isso não nos permite a “rede” da conversa macia; do “deixa como está para ver onde vamos chegar”; a falta de compromisso com a verdade. 

Vimos que a aparição de Jesus aos discípulos provocou reações de medo; de susto. Seria aquele Aparecido um “fantasma”? Ora, estamos cercados de fantasmas. Fantasmas da violência, das drogas, dos assaltos, da corrupção, da fome, da pobreza e das doenças, só pra citar sete. Assustamo-nos com esses mistérios que nos cercam? Estes “fantasmas” não nos afetam?! Madre Tereza de Calcutá deixou-se afetar e, mesmo frágil, saiu para dar testemunho agindo; fazendo diaconia. 

Um dia estarei de pé, ao lado de Jó e de milhões de outras pessoas questionadoras que foram resgatadas, para ver o meu Pai do Céu. Nessee dia e quero começar a entender melhor a pessoa de Deus. Eu sei que Deus me ama, apesar das minhas dúvidas. Neste quesito eu não tenho nenhuma dúvida. Por isso sigo em frente...

OLHA SÓ!