Outro
dia, lendo, descobri o historiador alemão Ulrich Bayer. Ele, na sua pesquisa,
descobriu que foi o rei da Prússia, Frederico Guilherme III, quem instituiu o talar preto e
o peitilho na cor branca para os ministros eclesiásticos de sua época. Conforme
Ulrich, o seu decreto data do 1° de janeiro 1811.
Foi
assim que, a partir daquela data, o talar preto, o peitilho branco mais a boina preta passaram a ser os
uniformes oficiais para os pastores da época. Friedrich teve poder para
instituir essa “lei” porque, além de ser rei, era a Liderança Maior
da Igreja Evangélica e, como tal, também alguém muito envolvido nas questões
litúrgicas.
Com
essa “prescrição”, o rei prussiano visava organizar o “caos”
existente no que diz respeito às indumentárias usadas pelos sacerdotes.
Naquela época uns subiam no púlpito vestidos com ternos, outros com guardapós e terceiros com vestes compridas. Ora,
isso tinha que ser mudado. Mais do que isso, o intuito do rei era promover ao
povo uma imagem unificada da Igreja.
É
assim que, ainda hoje, esta “ordem” dada por Friedrich Wilhelm III
tem impacto sobre nós. A lei do uso do talar rezava assim: “O talar deve
ser preto (ausência de cor) e ter seu comprimento marcado pelo tornozelo do
ministro. O peitilho deve ser branco. A boina preta deve ser usada somente ao ar
livre.”
Era
esse o “uniforme” para os serviços religiosos na Igreja da Prússia.
O modelo do talar devia seguir o modelo de um vestido pliçado e abotoado de cima para baixo. Pode-se
dizer que o talar teve sua origem numa espécie de “jaqueta profana”
que, em ocasiões especiais, também era usada por ministros eclesiásticos. O
Reformador Martin Luther usou, pela primeira vez, este modelo de talar por
ocasião da prédica que proferiu em 1524. Esse fato fez com que, a partir
daquele dia, o talar fosse conhecido como a “vestimenta do Luther”.
Vai
daí que a tradição do talar dura até os dias de hoje. Lá se vão 201 anos. A
partir dos Documentos Normativos da IECLB eu, como pastor ordenado, devo
usá-lo. Aliás, gosto de usá-lo. Quando da celebração de um Culto, o talar preto
faz com que só meu rosto e minhas mãos apareçam. Ele esconde o colorido
da minha gravata e ou o corte da minha camisa e aí então só
“aparece” mesmo a Palavra de Deus. Ora, isso tem tudo a ver com o
entendimento evangélico de “adoração”.
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