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19.5.11

A Bíblia nos apóia na oração pelos mortos?


Será que a Bíblia nos apóia quando oramos pelos mortos? Será que existem passagens bíblicas que proíbem esta prática de se orar por pessoas já falecidas?

A Bíblia sempre de novo se apresenta com “detalhes” que se mostram implícitos em suas páginas. Não há nenhuma referência bíblica que nos proíba orar pelos nossos entes queridos falecidos. O Novo Testamento, por exemplo, também não fala absolutamente nada contra a poligamia. Mesmo assim, ela, a poligamia, a possibilidade de um homem se casar com mais de uma mulher, não é biblicamente defensável.

Muito bem! Então por que não devemos orar pelos mortos? É que a oração pelos mortos se contradiz com a convicção bíblica de que, em vida, os seres humanos são chamados a definir o curso do seu futuro: se pra dentro ou se pra fora do Reino de Deus. Quem quiser experimentar a Vida Eterna ao lado do Criador está desafiado a, hoje, ouvir a voz de Deus e a crer Nele.

Em Hebreus 3.7-8a está escrito: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração...” Já em 2 Coríntios 6.2b se lê: “...eis, agora, o tempo sobremodo oportuno eis, agora, o dia da salvação...” Estas duas palavras bíblicas não deixam dúvida de que a fé tem que ser verdade aqui e agora. Digo a mesma coisa de forma negativa: A pessoa falecida não será mais capaz de crer depois da morte. Para uma pessoa que não creu em vida acontecerá o mesmo que àquele homem rico que, no inferno, abriu; levantou seus olhos para a fé: “No inferno, estando em tormento, levantou os olhos e viu...” (Lucas 16.23a)

Poderíamos dizer que o inferno é como um abismo. Em Lucas 16.26 se lê que “...está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.”

Esta palavra de Lucas é o ponto alto, é o clímax da história que Jesus contou aos seus ouvintes. Havia um homem rico que centrava sua vida unicamente em cima de sua riqueza; que não dava a mínima atenção à uma pessoa empobrecida que batia à sua porta. Quando ambos morreram o pobre passou a gozar da glória celeste, já o rico das agruras do inferno. O seu pedido para que o ex-mendigo lhe alcançasse alívio na sua agonia foi rejeitado. O texto explica que entre um e outro; que entre a glória do céu e o inferno havia um abismo intransponível.

Erra quem pensa que com esta história Jesus esteja querendo dar uma descrição da realidade sobre a vida após a morte. A Bíblia, em muitas passagens, nos informa que todos os mortos, indistintamente, tenham sido eles pessoas boas ou más, descansam; esperam em seus túmulos pela segunda vinda de Jesus e pela ressurreição.

Jesus contou esta parábola aos seus ouvintes para ensinar-lhes que a morte rasga um abismo que não pode mais ser ultrapassado. As oportunidades que foram perdidas na vida não podem mais ser rebuscadas depois da morte. Jesus queria que os Seus ouvintes tivessem sempre em mente: Buscar o bem enquanto é tempo! Após a morte, será tarde demais. Com a experimentação da morte, ou se segue para o Reino de Deus, ou se experimenta a morte eterna.

Estamos conscientes de que somos os ricos de hoje? Estamos prestando “cuidado” aos pobres que batem à nossa porta; aos “famintos” da nossa vizinhança; aos sem esperança que nos cumprimentam com ombros caídos? Nós todos podemos experimentar muita alegria se ousarmos repartir das riquezas que Deus nos tem agraciado!

É assim que depois da nossa morte nós não podemos mais vir a crer, apenas ver. Nenhuma oração de terceiros será capaz de mudar a nossa sorte, o nosso estado. O autor de Eclesiastes sublinha isso que acabei de dizer de uma forma poética: “...caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que cair, aí ficará.” (Eclesiastes 11.3b). É em vista disso que na Igreja Evangélica nós nunca vamos ser convidados a orar pelas pessoas falecidas. Na Bíblia não há nenhum exemplo de alguém que tenha orado por mortos. Daí por que podemos seguir nosso rumo confiantes: a Bíblia não nos dá subsídios para orarmos por pessoas que já faleceram.

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