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21.5.11

Martim Lutero e o céu!


Outro dia ouvi a avó do Nando berrando na vizinhança: - Cuidado menino! Desse jeito você não vai pro céu! O menino retrucou gritando: - Ah vó! Eu nem sei se quero ir para o céu!

Confesso que fiquei com vontade de interferir naquela conversa. Pessoas como o Nando não podem ser ajudadas. Sem Deus poderemos chegar onde quisermos, mas, “no final desse caminho sempre haverá uma pedra”! Se Martim Lutero tivesse ouvido a resposta que o Nando deu para sua avó, ele, certamente, retrucaria: “Nando! Deus te quer no céu! Busca uma resposta que te encaminhe para lá!”

Martim Lutero sempre se esforçou para responder a pergunta: Como se faz para chegar ao céu? Sim, ele ocupou grande parte do seu tempo no mosteiro para se assenhorear desta resposta. Sabe-se que como professor de Teologia ele gastou horas e horas de oração; de reflexão e de pesquisa na Bíblia para dominar esta questão. A História testemunha que quando ele se tornou padre, assessorou-se da Comunidade para dirimir sua dúvida: Como é que nós, pecadores, conseguiremos chegar perto desse Deus justo, do qual tanto se fala na Bíblia? Deveria haver uma resposta clara para tal pergunta! Um dia, assim, de repente, lhe veio uma luz: “Ele só teria acesso ao Reino de Deus a partir da sua fé”. (Romanos 1.16b)

O resultado de toda esta luta em prol de uma resposta satisfatória redundou nas conhecidas “95 Teses” escritas pelo nosso Reformador. Nelas se lia uma “resposta” à pergunta de “como se chega ao céu”. O Papa não gostou nada daquilo que estava escrito naquele papel. O Imperador e as Autoridades Políticas da época fizeram coro com o Chefe Máximo da Igreja de então e, com grande estardalhaço, expressaram sua não concordância com aquele conteúdo pregado na porta do templo do Castelo de Wittenberg. Fazer o quê? Para Lutero a tal resposta era mais importante que o Papa; que o Rei e que tudo o mais.

No começo Martim Lutero até pensava que deveria fazer obras para alcançar o céu; entendia que precisava se esforçar para ser notado por Deus e, como consequência, ganhar o “bilhete” que lhe dava acesso ao céu. Hoje muita gente ainda pensa assim: “Vou ao céu se me comportar bem aqui neste mundo.” Martim Lutero desaprovava esse comportamento. Para ele, nunca ninguém saberá se os seus esforços são ou serão suficientes para o alcance da bênção de Deus.

Impressionante! Ninguém pode fazer nada para conseguir o céu. Deus, a partir de Jesus Cristo, fez tudo o que precisava ser feito para que se alcance o Reino de Deus. A pessoa que coloca a sua vida no colo de Deus acaba herdando essa possibilidade gratuitamente. Essa compreensão mudou a vida de Lutero por completo. Lutero tornou-se uma nova pessoa; entendeu que sua vida não dependia dos próprios esforços; do tempo que gastava com orações e estudos bíblicos. Lutero percebeu que somente a sua fé em Jesus Cristo é que lhe abria as portas do céu; que Deus lhe abanava com o perdão para tudo o que tinha feito de errado.

Sim, penso que a vida do Nando vai mudar se ele vier a crer nesta verdade. Martim Lutero entendeu que o caminho até Deus não pode ser construído com força própria; não pode ser herdado; não vem da Igreja. Depois que ele reconheceu essa máxima, deu de si no sentido de que todas as pessoas encontrassem o caminho que leva ao céu: traduziu a Bíblia para uma linguagem compreensível; não permitiu que os poderosos da época o assustassem; escreveu livros e pregou sobre a fé; sobre o presente do perdão de Deus através da morte e da ressurreição de Jesus Cristo.

O céu está aberto para a avó do Nando; para o Nando e também para nós. É Deus quem nos convida a entrarmos nele. Deus não nos força a fazermos isso. Cada um tem a liberdade de acreditar no que quiser. Todos podem viver como bem entenderem, no entanto, se quisermos chegar perto de Deus, deveremos arriscar nossa confiança em Jesus Cristo; pendurarmos nosso coração Nele; permitirmos que Ele renove a nossa vida por completo. Nandooo! Eu se fosse tu, ia querer o céu!

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