Busque Saber

8.12.11

Advento - Luz no final do Túnel!


Sempre gostei de atravessar túneis. Quam vai de Curitiba a Morretes de trem atravessa um deles. Ouve-se gritos nesta travessia. O pessoal se diverte, mas no fundo muitos sentem uma pontinha de medo. Certa vez, na Europa, atravessei um túnel de 24 km. Num dado momento comecei a ansiar pela luz do sol. Confesso que, lá no meio, senti um friozinho na barriga.

É assim que quando se adentra num túnel, sempre transparece um pouco de ansiedade em mim. Entendo que o momento mais bonito da travessia é quando começo a divisar a abertura final; é quando, finalmente, percebo a luz do sol brilhando com intensidade. Estas são as duas pontas de um túnel. Mas ainda há a sua parte superior, lá bem acima do túnel; lá onde crescem as gramíneas; lá onde o gado pasta.

De repente é assim que as pessoas que passeiam por lá, acima do túnel, nem estejam se dando conta daquilo que é verdade logo abaixo dos seus pés. Sim abaixo dos nossos pés há túneis.

Certo dia Jesus ouviu uma pergunta e respondeu: — Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. (Mateus 9.12) Este verso bíblico deixa claro que Jesus não se dirige às pessoas que caminham sobre o túnel. Ele diz não dar muita atenção às pessoas que se mostram fortes e que sempre parecem estar de bem com a vida. Para que se preocupar com esse pessoal que leva sua vida na maciota; que não sabe absolutamente nada sobre escuridão; que nunca experimentou solidão e nem têm noção do que pode ser um abismo na vida?

Podem crer, grande é o exército de pessoas marcadas pela melancolia; de pessoas que são atormentadas pela tristeza e pelo medo. Os psicólogos nos confortam dizendo que estas tais pessoas carregam seus sentimentos mais à flor da pele; que elas são pessoas mais profundas no seu pensar. É neste contexto que muitos gostam de se lembrar de Gohte que, um pouco antes de morrer, pediu aos seus criados: “Abram a janela do quarto, para que entre mais luz”. Ele escreveu num dos seus poemas: “Tudo os deuses dão, os infinitos, A quem amam, por inteiro: Todos os prazeres, infinitos, Todos pesares, infinitos, por inteiro.”

Esta palavra não chega a ser um bom consolo para quem se mostra triste; ensimesmado. Para mim, o decisório é se eu fico parado na boca do túnel; se eu mergulho na escuridão solitária; se eu me encharco de tristeza ou se eu me carrego para a outra ponta do túnel, lá onde existe a luz; lá onde Jesus brilha dentro da escuridão.

É a partir de Jesus Cristo que eu acabo me dando conta que careço de ser abraçado e carregado. É a partir do Filho de Deus que eu sei que vou vê-Lo quando estiver do lado de fora, totalmente dentro da luz.

6.12.11

Introversão e extroversão!


- Parabéns pra ti Galego!

- Oh! Obrigado Otávio... É verdade! Estou diplomado. Agora é correr atrás da máquina.

- Ah, mas o que é isso? Você é um vencedor. Um sujeito extrovertido. Vais te dar bem na área da Psicologia. Disso eu tenho certeza.

- Você me vê mesmo como “extrovertido”?

- Sim! Outro dia andei lendo sobre o grande psicólogo Carl Gustav Jung. Ele foi o sujeito que mais estudou a personalidade humana no contexto das relações do homem com o mundo externo.

- Certo Otávio. Jung, como poucos, debruçou-se sobre o tema da “comunicação” entre as pessoas. Fale-me mais das tuas impressões. Fiquei curioso para ouvir um leigo falando sobre este assunto!

- Me corrige se eu estiver errado. Quando as pessoas preferem focar a sua atenção no mundo externo, lá onde acontecem os fatos, elas são “extrovertidas”. Agora, quando elas optam em focar sua atenção no mundo interno de representações e de impressões psíquicas, aí então elas são “introvertidas”.

- Muito bom Otávio! Fale mais...

- Entendi que a “introversão” e a “extroversão” representam a preferência natural do indivíduo no seu modo de se relacionar com o mundo, semelhante à preferência pelo uso da mão direita ou da mão esquerda. Quer dizer, o sujeito “introvertido” gosta de refletir. Já o “extrovertido” de agir. Mais eu não sei Galego!

- Puxa Otávio. Caiu-me o queixo. Vou te trazer mais algumas informações: A pessoa “extrovertida” tem uma energia que flui de maneira natural para o mundo externo dos objetos, dos fatos e das pessoas. Ela é mais impulsiva, ou seja, age antes de pensar; se comunica bem; se socializa com facilidade. Não vê dificuldade nenhuma pra falar em público.

- Estudei um pouco de Psicologia no meu curso de Filosofia. Sabia disso Galego? Meu professor sempre dizia que a mulher e ou o homem “extrovertido” deixam os seus desejos fluírem de dentro para fora.

- Certo! O indivíduo “extrovertido” vai confiante ao encontro do objeto e esse “ato confiado” favorece muito a sua adaptação às condições externas. O indivíduo “introvertido” não tem esta facilidade.

- Vivendo e aprendendo! Puxa Galego! Fiquei curioso para saber mais a respeito da pessoa “introvertida”. Conta aí cara!

- A pessoa “introvertida” direciona a sua atenção para o seu mundo interno de emoções e de pensamentos. Nela observa-se uma ação voltada do exterior para o interior. Se você observar bem, pessoas “introspectivas” sempre demonstram hesitabilidade; pensam muito antes de agir; têm postura reservada; retraem-se socialmente; retém suas emoções; mostram-se discretas e, geralmente, tem facilidade de expressão no campo da escrita.

- Galego! Tu és um grande professor!

- Menos Otávio, menos. Só permite que eu conclua minha linha de raciocínio. O “introvertido” ocupa-se dos seus processos internos que são suscitados pelos fatos externos. É dessa forma que o tipo “introvertido” se diferencia do “extrovertido”: Ele sempre faz a opção pelos fatores subjetivos, nunca pelos aspectos objetivamente dados.

-Galego! Que aula... Então, para o psicólogo Jung, “a extroversão e a introversão são duas atitudes naturais, antagônicas entre si”.

- Isso Otávio! E harmonizar estas duas tendências supõe uma suprema arte de viver... Podes crer!...

2.12.11

Advento - Cavar Poços!


Estou me ocupando com o tema Advento. Aqui reparto mais um texto com todas e com todos vocês. Começo o mesmo com este texto de 2 Reis 3..15-16 e 20: “E quando o harpista tocava nas cordas, a mão do Senhor veio sobre Eliseu, e disse: Assim diz o Senhor: - Façam neste vale covas e covas. Pela manhã ao apresentar-se a oferta de manjares, eis que vinham as águas pelos caminhos de Edom: e a terra se encheu de água.” (2 Reis 3.15-16 e 20)

Naquela época eu tinha uns 18 anos de idade. Meu melhor amigo precisava fazer uma vala de dois metros, rente à parede do porão de sua casa e me pediu ajuda. Trabalhamos o dia inteiro naquele buraco, enquanto chovia. O barro grudava na pá e assim ela ficava pesada. Volta e meia a terra caia de volta na vala. Nunca me esqueço daquele trabalho duro. É mais ou menos dessa forma que a gente vai se insinuando por dentro da vida, com luta dura.

Em 2 Reis 3 nos é contada a história de como o rei de Israel chamado Jorão e seu amigo, rei de Judá, chamado Josafá, lutaram contra o rei Moabe. Eles usaram todo o seu exército contra Moabe. Causa estranheza o fato de que os dois reis decidiram atacar justamente o flanco oriental daquele reino inimigo. Para levar a cabo o seu intento, eles teriam que viajar durante sete dias através do deserto. Vamos combinar que essa deve ter sido a melhor estratégia. O problema é que, de repente, se lê no texto que eles não tinham mais água para beber. Quando, hoje à tarde, eu li este texto pela primeira vez, pensei: - “Mas faça-me o favor. Quem articula um exército através do deserto deve se preocupar antecipadamente com grandes reservatórios de água.” Mas daí então, num segundo momento, eu olhei para a minha própria vida espiritual e fiquei pensativo. Quantas e quantas vezes eu decidi caminhar em frente e, de repente, me dei conta de que estou sem água para matar minha sede em meio as desertos espirituais pelos quais eu cruzo...

Quando fazemos experiências deste tipo, podemos reagir como rei Joram: - “Ai, ai ai... Deus está nos colocando na mão de Moabe porque quer nos punir.” (2 Reis 3.10)Pode ser que reajamos como Josafá: - “Não existe nenhum profeta de Deus aqui nestas paragens para que consultemos ao Senhor através dele?” (2 Reis 3.11) Depois de toda esta reflexão, eles vão ao encontro de Eliseu que os instrui a cavarem buracos no chão do deserto. Percebam que o profeta não faz nenhuma magia; não usa nem um nenhum pó de pirlimpimpim; não queima incensos, mas apenas os desafia a cavarem um poço, a trabalharem duro. Perceberam? Estamos novamente falando a respeito de “escavação”.

Às vezes Deus nos pede coisas que nós ainda não sabemos para que essas coisas são boas. Esta confiança para fazer as coisas sob a instrução de Deus, mesmo sem entender muito bem o seu significado, é uma das lições mais difíceis e ao mesmo tempo mais caras de serem aprendidas pelos seguidores de Jesus Cristo.

Felizmente as águas brotaram de dentro dos poços que foram cavados. Foi Deus quem fez acontecer a água ali naquele deserto. Ele, com certeza, também vai encher os poços que você cavar com a água do Espírito Santo. Aquele que cavou o poço maior, receberá mais água. Absorvam esta Palavra na vida de vocês. A vida de cada uma e de cada um aqui presente será inundada pela água de Deus. Neste dia, todo o teu trabalho; todo o teu suor; todo o teu desgaste; todo o teu esforço terá valido a pena...

1.12.11

Advento - e se faltar água?



Continuo refletindo sobre a água. No Salmo 36.9: “Tu és a fonte da vida, e, por causa da tua luz, nós vemos a luz.” Ora, a água é vida. Às vezes nós até podemos considerá-la como a nossa grande doadora de energia. Sempre foi assim que as pessoas tiraram “vantagem” da água. Nós aqui de Santa Catarina sabemos mais do que ninguém que a água tem muita força; que ela muito poder. Aliás, quem presta atenção na natureza, percebe isso que acabei de dizer.

Quase ninguém acredita, mas é verdade: O rio chinês “Huang He”, que também é chamado de “rio Amarelo” (veja a foto dele acima)transporta, a cada ano, em torno de dois bilhões de toneladas de lama até sua foz. As fotos e as imagens dessa região mais ao norte do Equador sempre de novo assustam. Elas nos deixam pasmos porque mostram grandes porções de terra que acabaram secando; acabaram se desertificando por falta de água. Nessas regiões banhadas pelo referido “rio Amarelo” se veem muitas pessoas passando por extremas dificuldades por cusa da falta de água.

Na Alemanha convive-se com um fenômeno bem diferente. Imagino que vocês já leram; já ouviram falar a respeito do escoamento do “rio Danúbio”. Num certo trecho este rio perde muita água nas rachaduras; nas fendas; nas entranhas das montanhas por entre as quais ele corre. Às vezes esta infiltração é tamanha que chega a baixar assustadoramente o seu leito. Aí então, depois de dois dias, essa mesma água “desaparecida”, reaparece a 12 km de distância, a 174 metros mais abaixo de onde tinha sumido. Daí então esta água passa pelo “Bodensee” e segue seu curso com “status” de água limpa, até o Mar do Norte. O restante da água do rio Danúbio acaba desaguando no Mar Negro.

Pois eu carrego a firme impressão de que na nossa vida existem situações bem semelhantes a esta que o rio Danúbio apresenta! Nós, muitas vezes, também perdemos as nossas energias vitais por causa de banalidades que se atravessam no nosso caminho. Isso não acontece com vocês? Às vezes sentimo-nos completamente “secos”; “esgaçados”, depois de “darmos duro”; depois de darmos conta de todas as nossas tarefas. Nessas horas eu me pergunto: - Será que essa nossa perda de energias não é muito maior do que a oferta de nova energia que nos é oferecida? Tal como a terra que se vai com o rio Amarelo, muitas das nossas energias também se vão na “correnteza” do cotidiano.

Em João 4.14 Jesus nos promete que “a pessoa que beber da água que Ele lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que Ele lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.” Jesus é a fonte que nunca seca e da qual podemos retirar a cada novo dia, as “substâncias” necessárias para a nossa vida. Hoje Jesus nos presenteia com “água viva”. Amanhã e depois Ele continuará nos presenteando com a mesma, se lhe pedirmos que o faça.

30.11.11

Água pro Advento!


Um cardume de peixes nadava num rio. Os peixes do cardume conversavam entre si. Um deles disse: - Eu carrego a forte impressão de que a nossa existência depende da água. O problema é que eu nunca vi água. Não sei se vocês pensam como eu. Eu simplesmente não sei o que é água. Vocês sabem?

Um peixe que nadava perto daquele que tinha aberto seu coração reagiu: - Olha! Eu ouvi dizer que no mar existe um Peixe muito grande e sábio. Ele conhece todos os segredos da vida. Quem sabe a gente nada até Ele. Quando O encontrarmos, vamos pedir-Lhe que nos mostre a água.

Assim fizeram. Nadaram longos dias a favor da correnteza do rio e chegaram ao mar. Lá encontram o enorme e sábio Peixe. Este ouviu a voz do cardume e disse: - Oh peixes incultos. Vocês vivem na água; se movimentam na água e mesmo assim não sabem o que é a água? Por favor!

Tal como os peixes que, sem saber, vivem na água, assim também a cristandade que foi batizada e, por isso mesmo, está ligada a Jesus Cristo, vive em Deus, no mar do Seu amor. Mesmo assim são muitos os cristãos que perguntam: Onde está Deus? O que é que deus tem a ver com a minha vida? O apóstolo Paulo respondeu esta pergunta a 2.000 anos em Atos 17.28: “Nele vivemos, nos movemos e existimos.”

Este versículo nos dá a impressão de que Paulo sabe do que está falando. Mais do que isso, de que Paulo conhece Aquele sobre quem está falando. Esta é a diferença entre opinião e testemunho. Paulo testemunha como ele experimentou e experimenta Deus. Ele foi tão preenchido por Deus que não conseguiu mais viver sem se doar para as pessoas a partir de viagens sem fim, prédicas e horas de oração.

Paulo não era um desses entusiastas fanáticos que se pautam em “Teologias Redondinhas”, mas um homem que teve contato com Deus; um homem que tinha ciência do que tal “contato” pode significar para uma pessoa. Ele também não era um destes “crentes egoístas” que circulam por aí e que só conseguem pensar que sua experiência os faz pessoas tremendamente “especiais”. Nada disso! Paulo queria que todos soubessem o quanto eles (as pessoas que lhe eram próximas) eram importantes para Deus. Daí que o pequeno texto que lemos a pouco não fala de destino, mas do fundamento da vida e do pensamento.

26.11.11

Advento!


O Advento, esta época de preparação para a Celebração do Natal, surgiu nos anos 400 a.C. Naqueles tempos a duração do Advento variava de sete e quarenta dias. Sabe-se que a Igreja Católica Apostólica Romana sempre só festejou quatro Domingos de Advento. Já a história nos confirma que as Igrejas da Reforma adotaram esse tempo de quatro semanas ssomente a partir do ano 600 d.C. É interessante observar que o Primeiro Domingo de Advento só começou a ser comemorado como início do Ano Eclesiástico, em meados dos anos 800 d.C. Assim, desde os primórdios da Era Cristã, o Advento foi caracterizado como um um tempo de penitência; de se fazer jejum; de se preparar para as Festas de Aniversário do nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo.

O Tempo de Advento, assim como nós festejamos hoje, não é um tempo de só se pensar na vinda do Senhor Jesus, tal como nos ensinam as Histórias Bíblicas do Novo Testamento. O Tempo de Advento também nos desafia a olharmos, a nos ocuparmos com o futuro; com a vinda do Senhor Jesus Cristo que vem governar este mundo; fundar a Nova Jerusalém (o Novo Céu e Nova Terra). É nesta tensão entre o ontem e o amanhã que experimentamos o Advento; o Momento Daquele que está por vir novamente ao nosso encontro; o momento Dquele que sempre de novo se apresenta a nós de forma renovada; o momento Daquele que nos convida a arrepender-nos, a transformar-nos, a converter-nos dos nossos caminhos para o Seus caminhos.

O Advento abre o Ano Eclesiástico. Nos próximos dias nós só nos ocuparemos com a entrada de Jesus em Jerusalém e também com o Reino do Futuro que será instalado entre nós com a vinda de Jesus a este mundo. O Momento de Advento quer nos impulsionar na direção do caminho que conduz à vida. O Advento não é um recomeço repetitivo, mas, sempre de novo, uma nova experiência em nossas vidas.

A Palavra de Apocalipse 1.8 ganha forma no Advento: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que é, que era e que há de vir”. Se, por um lado, nos alegramos com a aparição de Deus em carne e osso, a partir do útero da Maria, por outro lado, nos conscientizamos da nossa indignidade para recebermos o Senhor dos Senhores. É por isso que, nestes tempos de 2011, somos chamados a nos lembrarmos do nosso Batismo; a nos arrependermos para alcançarmos a remissão dos nossos pecados; a irmos ao encontro de Jesus Cristo que nos torna dignos, enquanto rumamos à manjedoura que, no fim das contas, também conduz à cruz.

Porque nós podemos nos alegrar com a amor de Deus que brota da cruz, também podemos cantar com Maria, nesta época que antecede o Natal, o “Magnifcat”: “A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.” (Lucas 1.47)

25.11.11

Um desdentado no Estudo Bíblico!


- Ah Arthur! Não me diga que tua Comunidade Cristã só se limita aos Cultos.
- Sim, só aos Cultos. Algum problema?
- Amigão! Acorda... Toda e qualquer Comunidade Cristã tem o compromisso de se colocar ao lado das pessoas que, no cotidiano, experimentam tribulações.
- Me explica melhor isso!
- Vou dar um exemplo: Você respira com dois pulmões – certo?
- Claro! Não sou asmático...
- É isso. A Camunidade Cristã ama a Deus e ao próximo. Respira com seus “dois pulmões”.
- Interessante! Nunca tinha me dado conta disso daí.
- Guarda isso: Se uma Comunidade Cristã, a partir da Diaconia, mostrar compromisso social, daí então, naturalmente, o seu Culto será percebido como mais verdadeiro.
- Deixa eu ver se entendi: Não posso me sentir bem estudando a Bíblia, se um desdentado estiver sentado ao meu lado!
- Isso Arthur!

23.11.11

Agradecer!


Umas vezes me vi como um realejo, mas sempre quis me parecer com um órgão.
O realejo está programado para repetir sempre as mesmas músicas. Já no órgão dá para se musicar infinitos louvores.

Quem se dispõe a agradecer a Deus, sempre encontra boa inspiração para descobrir novas formas de louvor. Ofertas de gratidão nada tem a ver com coletas ou com caridades, mas com dor. Não é fácil ofertar algo a Deus, mas quem ousa ofertar, bênção especial alcança!

Quem oferta a Deus deixa claro que sempre exaltará o Seu nome, mesmo em momentos difíceis. O que oferta a Deus reflete sobre a atuação Dele em sua vida. Nesta hora só resta agradecer; louvar.

Só discirno a diferença entre claridade e escuridão quando me paro a agradecer. O agradecimento faz com que eu me paute em Deus que pode mudar todas as coisas. Quando olho para Deus, deixo de olhar para mim e isso me liberta de mim mesmo; me aproxima de Deus.

Deus me ama e pode me ajudar; pode me salvar! Por tudo isso, agradeçamos a Deus! Quem agradece; quem louva a Deus experimenta a promessa divina da vida nova. Eis uma boa "dica" para esse pré-advento que vivenciamos.

22.11.11

Marilyn Monroe – alô!


Gosto dos Salmos. No Salmo 50.15 se lê: “Se me chamarem no dia da aflição, eu os livrarei, e vocês me louvarão.”

Lembram da Marilyn Monroe? (1926-1962) Aquela artista de cinema tinha tudo o que uma garota pode sonhar: sucesso; fãs; publicidade; riqueza e beleza. Sabe-se que ela morreu por causa de uma overdose de medicamentos para dormir.

Um biógrafo testemunhou que a encontraram segurando o telefone em uma das mãos no leito de morte. Dele se ouvia: “Esse número não existe”. Não se sabe para quem Marilyn Monroe tentou ligar em busca de ajuda.

Penso que faríamos bem se nos contactássemos com Deus neste tempo de Advento que se aproxima. Quem não leva em conta este recado está vivendo perigosamente.

18.11.11

Síndrome de Burnout!


- Ô Gilberto! Você é um viciado em trabalho. Não tem mais nem tempo para os amigos.

- Pois é! Nem para os amigos, nem para a esposa e nem tampouco para os familiares. Não sei o que está acontecendo comigo. O fato é que ando me sentindo meio doente.

- Ih rapaz! Tens que tomar cuidado com isso. Li no Wikipédia que isso aí que tu estás sentindo se chama “Síndrome de Burnout”.

- O que é isso Rui?

- É a doença das pessoas que trabalham mais do que lhes é exigido. Lá na firma tenho um colega que sofre disso daí. Ele tem verdadeira compulsão pelo trabalho. Outro dia a esposa do patrão o aconselhou a baixar o ritmo, mas ele não consegue.

- Nossa mãe do céu! Às vezes me lembro que no começo eu trabalhava com satisfação e prazer. Hoje isso não é mais assim. Eu sei que algo está errado comigo.

- Tá vendo Gilberto. Primeiro o sujeito se esgota física e mentalmente. A “cavalo” deste problema vêm os distúrbios psíquicos de caráter depressivo que se instalam no organismo. É aí que a “vaca começa a ir pro brejo”.

- Que coisa! Nunca tinha ouvido falar...

- Pode crer. Esses dias eu comentei com alguns amigos lá da fundição sobre o nosso companheiro de trabalho sobre o fato de que ele sempre fica medindo a sua auto-estima na sua capacidade de realização; no seu sucesso profissional. O cara é um idealista; um perfeccionista - isso é o que ele é.

- Tua conversa está me preocupando Rui... “Síndrome de Burnout”... Em Inglês “burn out” quer dizer “queimar por completo”, certo?

- Isso mesmo Gilberto.

- Cara! Preciso de ajuda...

17.11.11

Evangelho não é só discurso - é também diaconia!


Outro dia, a caminho da padaria, senti o cheirinho do pão fresquinho. Hummmm!... Olhei pro lado e percebi uma cena diferente das que estou acostumado a presenciar. Tantos só veem coisas sensacionais acontecendo à sua volta e, assim, quase nunca prestam atenção aos pequenos detalhes que se dão no dia-a-dia. Pois eu vi algo bem simples que, para mim, acabou sendo uma sensação. Curiosos?

Dois homens estavam descarregando um caminhão de farinha. Claro que os sacos eram pesados. Isso dava para se perceber nos semblantes dos carregadores. Um deles era pessoa com deficiência, pois faltava-lhe um braço. Este tinha certa dificuldade para equilibrar os pesos que carregava. Sim, ele gastava uma tremenda energia para equilibrar seu corpo, debaixo de todo aquele peso que lhe punham nas costas.

Daí então passei a observar seu companheiro de trabalho, que sempre se mantinha atrás de seu amigo e nunca se afastava do mesmo. Chamou-me a atenção que ele mantinha um dos seus braços livres, enquanto descarregavam a mercadoria. Se, de repente, precisasse ajudar, ele estaria apto a fazê-lo. Que coisa! Ele estava de prontidão para apoiar seu colega, caso fosse necessário.

Parei... Fixei meus olhos nos dois trabalhadores. Devo ter ficado boquiaberto. Que coleguismo! Que interação! Que apoio encantador! Ali estavam dois homens “garrudos” que estavam acostumados ao trabalho duro; à luta para pôr o pão à mesa e, ao mesmo tempo, praticando a proposta do Evangelho. Isso mesmo! O Evangelho estava acontecendo ali, diante de mim. Deus estava me mostrando um pequeno sinal dos caminhos que podem acontecer entre nós.

15.11.11

Palavras de maldição ou de bênção?


É sabido que a fala, que o discurso tem muito poder. Com uma “boa fala” pode-se convencer multidões de que “esta” ou de que “aquela” proposta valem a pena. As pessoas, uma vez convencidas a partir de um “bom discurso”, não medem mais esforços para ir em busca do objetivo apontado. O nosso passado testemunha isso que acabei de expressar. Um exemplo clássico do poder da sedução do discurso foi o regime nacional-socialista, liderado por Adolf Hitler e seus assessores. Aquela gente soube articular suas idéias com muito sucesso, a partir do poder das suas palavras. Era dessa forma que eles manipulavam; que eles induziam o povo ao erro. O nosso ex-presidente brasileiro também soube articular muito bem os seus verbos, enquanto no poder. Lembram das “arapucas” que tanto os amigos como os inimigos lhe aprontaram? Ele saiu ileso de todas elas, sempre articulando boa comunicação. Sim, um manipulador pode fazer uso deliberado das palavras e, com isso, chegar onde quiser chegar; induzir quem quiser induzir. Isso também acontece nos quadros da Igreja. Foi pensando nela que reli Tiago 3.5-8...

3.5 - É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! 3.6 - A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. 3.7 - O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. 3.8 - Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar.

Hoje há muitos que disseminam ódio a partir das palavras que proferem. Não é segredo de ninguém que, nestes dias, alguns poucos líderes islâmicos seduziram e continuam seduzindo pessoas e grupos para que doem suas vidas em prol da dor de terceiros. Ora, o poder da palavra está aí. Se diz que não existe arma com poder de fogo igual ao exercido pela palavra. É muito simples destruir-se uma pessoa com o uso da palavra. O texto de Tiago nos desafia a prestarmos muito mais atenção à língua, depois de todos os sofrimentos que experimentamos na última década. Ele explicita que a “lígua é fogo”; que ela tem o poder de infernar a vida das pessoas e dos grupos, quando inflamada pelas propostas do inferno. Sim, podemos dizer que a língua tem a força de “organizar” o inferno na face da terra.

Não importa a ideologia que esteja por detrás da língua que fala. Os demagogos se multiplicam no nosso meio e isso, desde a queda do homem. O que eles fazem? Simples! Eles infligem danos devastadores, a partir das palavras que proferem. A mentira e o discurso de alguns são como o veneno que destrói o pensamento; o coração e a vontade das pessoas. Esse veneno mortal exalado pelo inimigo faz com que as pessoas se tornem escravas das trevas. Daria para se dizer que este veneno é a maldição do pecado e da morte em plena atividade. Sim, este veneno afeta grandes e pequenos. Mesmo pequenas doses diárias da mentira que dizemos, têm efeitos devastadores. Daí porque temos que prestar atenção às nossas falas; que estar atentos aos nossos discursos. Que tal não usarmos mais a nossa língua para maldição, mas para bênção. É nosso propósito trazer a vida e não a morte às pessoas.

A nossa fala pode nos auto-adoecer. Ela também pode adoecer a outros. Mas ela também pode curar. É nosso desejo trazer palavras boas, palavras curativas, palavras que salvam; palavras embasadas na verdade? Nada de demagogia! Nada de manipulação! Nada de hipocrisia. Só com propósitos assim é que as nossas palavras terão a capacidade de promover a fé em ação.

12.11.11

A Hipocrisia e a Cadeira 44!


Era domingo e eu tinha acabado de almoçar num dos bons restaurantes da capital dos gaúchos. Meu ônibus com destino a Florianópolis sairia às 23h da rodoviária e eu tinha a tarde livre. Comprei uma Zero Hora e logo me dei conta que o “time do meu coração” jogaria às 15h. Peguei um taxi e rumei pro Olímpico, onde logo comprei ingresso para as cadeiras. No bilhete lia-se: Fila G – Cadeira n° 44. Fui um dos primeiros a sentar naquele amplo espaço da arquibancada. O jogo seria em mais ou menos duas horas.

Saudades de Porto Alegre. Não demorou muito, dois senhores de meia idade sentaram-se, duas fileiras à minha frente. Os dois não se preocupavam em falar num tom de voz mais baixo. Afinal de contas era só eu ali perto deles. Eles gesticulavam muito e continuavam animados na conversa. Não me restou alternativa senão prestar atenção ao que diziam: Um deles disse:

- Rapaz! Eu me resguardo. Não me envolvo com a fé cristã de forma tão intensiva como meus parentes. "Eu rezo atrás do toco". Há muita gente hipócrita na Igreja. Não aguento isso...

Seu colega ostentava uma camiseta com as tradicionais listras azul, preto e branco. Nas suas costas se lia o número 10. Sua fala era mais mansa:

- Ô cara! Isso é um argumento ou uma boa descupa para não circular nos meios igrejeiros? Será que tu também não carregas uma pequena porcentagem de hipocrisia em ti?...

Eu estava ali ouvindo aquele diálogo. Queria me portar como um simples torcedor, mas era pastor. Eu não queria, mas minha cabeça se reciclou de forma instantânea para dentro de pensamentos mais “substanciosos”. Daí então lembrei da pesquisa feita com 1.400 pessoas adultas, onde se era informado que 72% dos entrevistados acreditavam que as Igrejas estão repletas de membros hipócritas. Aquela informação não podia ser jogada debaixo do tapete, assim, simplesmente. Quais seriam as razões para que a tal consulta chegasse àquele resultado? Sim, eu devia continuar prestando atenção na conversa dos dois. O senhor da fala mansa continuou:

- Li outro dia que em Nairóbi, no Quênia, há um templo cristão em cujo portal se lê: “Esta Igreja já está cheia de pessoas hipócritas, mas sempre há lugar para mais um.” Primeiro pensei que fosse piada. Depois me dei conta de que aquilo podia ser realidade. O artigo dava a entender que a tal Igreja estava lutando contra todo e qualquer tipo de hipocrisia. O homem de gestos largos se virou para seu companheiro e disse mais ou menos isso:

- Entendo o que tu quer dizer... Eu sei que a hipocrisia é um comportamento difícil de ser reconhecido, tanto em mim como nas pessoas que circulam ao meu lado. Quer saber de uma coisa? Penso que o hipócrita se equivale ao mentiroso.

- Certo! A diferença entre os dois jeitos de ser é que a hipocrisia não distorce os fatos com palavras, mas com comportamentos. E digo mais: tal como a mentira, a hipocrisia também pode ser vivida de forma consciente e ou até inconsciente.

Impressionante. Eu ali, querendo relaxar, enquanto a partida preliminar transcorria morna no gramado quente. E aqueles dois sujeitos matando meu ócio. Minha cabeça estava a mil. Uma pessoa hipócrita finge algo que não é; age como se, de fato, vivesse aquilo que prega; finge sentimentos, estados de espírito que, na realidade, não está vivenciando; estabelece normas de comportamento que ela mesma não consegue viver. Minha avó, quando queria passar a idéia de que fulana ou cicrana era hipócrita, costumava dizer: “Sugere água, mas bebe vinho”. O homem mais calmo prosseguiu:

- Usa-se a palavra “hipócrita” para caracterizar pessoas que tentam se passar como “santas.” Tais pessoas não vivem os valores individuais que pregam. Elas até estebelecem para si certos valores, mas o problema é que, no seu interior, elas mesmas não aceitam estes tais ideais. Vou te dizer mais uma. Uma pessoa hipócrita geralmente implode quando alguém se indigna; quando alguém emite um juízo de valor sobre ela. O indivíduo cai em si e então precisa ser acompanhado para que se reconstrua.

O pré-jogo se tornara desinteressante. Quem era aquele homem que falava com tanta sabedoria? Seria um psicólogo? Continuei apontando meus ouvidos, enquanto o sujeito de boné continuava seu discurso com a ajuda dos braços; das mãos; do semblante...

- Queres saber duma coisa? A hipocrisia está livre e solta, tanto na Política quanto na Igreja... Seu interlocutor cortou o seu argumento com fala mansa, mas contínua; cheia de sabedoria:

- Sim, o “faz de conta” está presente em todos os aspectos da vida. Tu já percebeu que há imagens falsificadas que, muitas vezes, são extremamente semelhantes às originais, mas mesmo assim elas continuam sendo falsas? Nós podemos carregar jóias falsas que brilham tal e qual as verdadeiras, mas elas não valem absolutamente nada. Até existem notas de dinheiro que são falsas e são muitos os comerciantes se deixam enganar com as mesmas. Da mesma forma, uma pessoa pode fingir-se de alguém que não é.

Os torcedores gremistas começaram a ocupar as cadeiras em levas de cinco, sete, dez... As falas dos meus pseudo-amigos ficavam cada vez mais inaudíveis. Eu via-os, mas já não os ouvia mais dialogando. Recostei-me à cadeira 44 e perdi meu olhar nas arquibancadas do outro lado, enquanto meu cérebro continuava escravizando minha vontade.

Decidi entender que a hipocrisia é percebida na Igreja, mas que isso não significa que todos os cristãos sejam hipócritas; que há pessoas que vivem em plena conformidade com a proposta de Jesus Cristo; que o verdadeiros cristãos levam a Bíblia a sério quando leem em 1 Pedro 2.1 que Deus os desafia a despojar-se de todas as hipocrisias.

Lembrei de Jesus que proferiu palavras muito duras para as pessoas que cometeram o “pecado da hipocrisia”; que no Seu tempo os líderes religiosos eram os grandes hipócritas da hora; que Deus odeia a hipocrisia, mas que Ele permite que ela aconteça; que Deus nos deixa livres para perseguirmos os nossos próprios objetivos.

Conclui que é fácil desviar-se do caminho quando se percebem “hipócritas” entre a irmandade. Daí então, até mesmo as pessoas não-cristãs deveriam deixar-se desafiar a não usarem a hipocrisia de certas pessoas como desculpa para afastarem-se de Deus. Sim, porque Deus não exige que acreditemos nos cristãos, mas nos pede que creiamos em Jesus. Eu, ali, naquele estádio, era uma pessoa cristã e tinha a oportunidade de mostrar ao mundo o que é um verdadeiro cristão.

Os alto-falantes começaram a dar a escalação do “tricolor dos pampas”. O estádio estava repleto de torcedores e eu ouvia cheio de adrenalina: Danrlei; Dinho; Paulo Nunes; Jardel...

9.11.11

Filhas e Filhos da Luz!


Oi gente querida que me lê! Neste domingo, dia 13 de novembro de 2011, o texto previsto para ser pregado em todos cantos e recantos da nossa querida IECLB é o de 1 Tessalonicenses 5.1-11. A tal da prédica está coladinha aí em baixo. Eu já decidi: Vou pregar desse jeito aqui na São Mateus, tanto às 09h como às 19h. Abraços!

Que a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo esteja com todos nós. Amém!

Hoje quero falar sobre o tema “luz”. Para tal, sugiro a leitura de 1 Tessalonicenses 5.1-11 onde se lê: 5.1 Irmãos, vocês não precisam que eu lhes escreva a respeito de quando e como essas coisas vão acontecer. 5.2 Pois vocês sabem muito bem que o Dia do Senhor virá como um ladrão, na calada da noite. 5.3 Quando as pessoas começarem a dizer: “Tudo está calmo e seguro”, então é que, de repente, a destruição cairá sobre elas. As pessoas não poderão escapar, pois será como uma mulher que está sentindo as dores de parto. 5.4 Mas vocês, irmãos, não estão na escuridão, e o Dia do Senhor não deverá pegá-los como um ladrão, que ataca de surpresa. 5.5 Todos vocês são da luz e do dia. Nós não somos da noite nem da escuridão. 5.6 Por isso não vamos ficar dormindo, como os outros, mas vamos estar acordados e em nosso perfeito juízo. 5.7 Os que dormem de noite, e os que bebem é de noite que ficam bêbados. 5.8 Mas nós, que somos do dia, devemos estar em nosso perfeito juízo. Nós devemos usar a fé e o amor como couraça e a nossa esperança de salvação como capacete. 5.9 Deus não nos escolheu para sofrermos o castigo da sua ira, mas para nos dar a salvação por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, 5.10 que morreu por nós para podermos viver com ele, tanto se estivermos vivos como se estivermos mortos quando ele vier. 5.11 Portanto, animem e ajudem uns aos outros, como vocês têm feito até agora.

Filhos da Luz

Somos “filhos da luz” porque fomos batizados. Confiamos em Jesus Cristo e assim nos diferenciamos das pessoas que vivem na escuridão. Assim não sentimos medo; não experimentamos tristeza e também não sofremos preocupações. O “brilho” de Jesus nos encoraja a sermos alegres e esperançosos. Por isso, iluminemos o mundo; levemos calor às pessoas que vivem na escuridão e no medo. Será que essa fé se reflete na nossa vida a ponto de esperamos a “Segunda Vinda de Cristo” com alegria?

Temos a tendência de nos estabelecemos; fincarmos raízes. A mesa, a cama e as cadeiras estão nos seus lugares. O nosso armário está empilhado de coisas pessoas. Nós curtimos isso. Acomodamo-nos e até ousamos orar: Vem Senhor Jesus! No fundo, no fundo gostaríamos que Ele ainda não viesse justamente agora que estamos nos sentindo tão felizes... Quantas e quantas vezes nós pedimos na Oração do Pai Nosso: “Venha o Teu Reino”; nós dissemos no Credo Apostólico: “...de onde virá para julgar os vivos e os mortos”! Quando é que você gostaria que Jesus Cristo viesse pela Segunda vez? Lamento dizer, mas nós não seremos perguntados quando estará bem para nós a Segunda Vinda de Jesus Cristo. Aliás, é bom que assim seja!

Sobre a data da Sua Segunda Vinda de Jesus ninguém sabe absolutamente nada, só Deus. Os cristãos de Tessalônica já se ocupavam com essa pergunta pelo “Dia do Senhor”. Naquela época, um pouco depois da ressurreição de Jesus Cristo, houve as primeiras mortes na Comunidade. Alguns se perguntavam: - O que será das pessoas que morrem antes da Segunda Vinda de Jesus? O apóstolo conforta estas pessoas que se mostram angustiadas: - Não importa se estivermos vivos ou mortos quando Jesus voltar novamente, porque o Filho de Deus ressuscitará, tanto os vivos como os mortos. Sua Segunda Vinda é imprevisível.

A mulher grávida só sente que chegou a hora de parir quando a hora chega. Quer dizer, aqueles que se mostram seguros e tranquilos; que não levam a sério a realidade da Segunda Vinda de Cristo não escaparão. Para esse povo, o “Dia do Senhor” será um dia em que eles não terão nenhuma razão para sorrir. Ôpa! Percebam! Somos “filhos da luz”. Não andamos na escuridão como a maioria das pessoas... Sim, somos pessoas especiais; pessoas especialmente criadas por Deus por causa do nosso Batismo. Deus já nos fez Seus filhos. No dia da Sua segunda Vinda Ele dirá: - Eu sou a “Luz” e vocês me pertencem; vocês são “filhos da luz”.

Que Boa Nova! Porque se preocupar com a “Segunda Vinda de Cristo”? Somos “filhos da luz”. Jesus Cristo já morreu por nós. AAlgém pode dizer: - “Bem, se é assim, vou me sentar calmamente; não vou me preocupar com mais nada. Para que me desgastar com questões que estão fora do meu alcance?” Cuidado! Também não é assim. Estamos sendo desafiados a prestarmos atenção e a vigiarmos; a ficarmos atentos aos dias que se passam. Somos chamados a viver com sobriedade; sempre alertas para o momento da “Segunda Vinda de Cristo”.

Deus nos “equipa” para sermos confiantes na Sua condução amorosa. Ele nos protege com o “capacete da esperança”, para que possamos perceber quando somos atacados; quando os desastres “tiram o chão” debaixo dos nossos pés. Deus nos presenteia com a “armadura” do Batismo. Não precisamos de armas para lutar contra a morte. Jesus Cristo já lutou e venceu a mesma na cruz: Ele vive! Volta e meia nos deixamos questionar pela nossa fé, quando nos assustamos com este ou com aquele fato. Paulo nos exorta a nos edificarmos uns aos outros porque é difícil ser; viver-se como cristão. Apesar de tudo, confiamos que vivemos sob a graça de Deus aqui e a gora etambém viveremos a mesma no futuro.

Isto está claro para nós? Sim! Então alcancemos a mão às pessoas que não toleramos. Não poupemos esforços no sentido de ajudar aqueles que estão prestes a afastar-se da Igreja, tenham eles as razões que tiverem. Nada de ações espetaculares. As vezes é só caminhar um pequeno trecho com estas pessoas. Outras vezes é só se dispensar um pouquinho do nosso tempo para ouvirmos o que estas pessoas tem a dizer. Estas atitudes, muitas vezes, se mostram circunstanciais para quem procura ajuda e alegria. É isso o que o apóstolo quer dizer quando nos chama para nos “confortarmos”; nos “edificarmos” uns aos outros.

Conclusão

Esperamos a “Segunda Vinda de Jesus Cristo” ou estamos inquietos com esta idéia? Exercitemo-nos para encontrar o nosso caminho no meio desta tensão. O fato de sabermos que o “Dia do Senhor” se aproxima; que Ele nos ama; que Ele morreu por nós; que Ele ressuscitou e nos ajuda a esperarmos por esse “Dia” deve nos alegrar. Sim, somos “filhos da luz” a partir da ação de Deus no nosso Batismo. Permaneçamos atentos e sóbrios, nos consolando; nos edificando a partir de dons e talentos; a partir das capacidades e das habilidades que Deus nos deu. Desta forma, iremos ao encontro do nosso Senhor com alegria. Ele virá com o objetivo de nos ajuntar, para vivermos como “filhos da luz” ao Seu lado na eternidade.

Bênção do púlpito: Que a paz de Deus que excede todo entendimento guarde os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus. Amém!


5.11.11

Olha só que elogio!


Jesus se deixou batizar. A cena do Seu Batismo no rio Jordão não é estranha. Quando menino, eu tinha um quadro na parede do meu quarto onde se via este momento retratado com grossas nuvens ao fundo e, mais à frente, a pessoa de Jesus com “olhar sério” sendo batizado. Essa imagem sempre prejudicou minha compreensão daquilo que os evangelistas quiseram transmitir. Sempre imaginei a voz de Deus sendo ouvida como se ouve locutores em estádios de futebol: - Tu ésss meu Filho amadooooo! (Lucas 3.22b)

Os evangelistas são mais cautelosos. Lucas reparte informações repassadas via oral. Pouquíssimas pessoas tiveram o privilégio de testemunhar Deus interagindo como Pai, Filho e Espírito Santo. Elas só viram o Pai se colocando ao lado do Filho que tinha cerca de 30 anos de idade. Qual é o filho que não gostaria de ouvir palavra tão boa da boca de seu pai: - Gosto do jeito como te desenvolves! Estou orgulhoso de ti! Deus está afirmando que o Homem que ali está sendo batizado é Seu Filho. Só esse conteúdo é verdadeiramente importante!

E sobre a “pomba”, esse símbolo do judaísmo? Nós não precisamos logo imaginar que um pássaro desceu do ceú e pousou sobre a cabeça de Jesus. Os evangelistas não estão querendo afirmar isto, mas deixar claro que o Espírito Santo desceu sobre Jesus “como” uma pomba pousa sobre um galho. Marcos escreve que Jesus viu o Espírito descer sobre Ele como se viesse “voando como uma pomba”. Essa informação não faz a mensagem ser menor porque cremos na Palavra de Deus. Isso nos basta!

28.10.11

Gisele Bündchen - exemplo interessante!



Contextualizar-se com o próximo a partir do movimento horizontal e com Deus, a partir do vertical... Isso dá o que pensar! A cruz corresponde ao Mandamento do Amor que Jesus sublinhou como sendo o mandamento mais importanteem Mateus 22.37-39.

Falar de “cura” e de “salvação” é referir-se a Jesus Cristo. Jesus foi intitulado de “Salvador”. Quem lê os Evangelhos percebe Jesus como o sujeito de inúmeras “Histórias de Cura”. Como entendê-las? Penso que Bartimeu, o cego de nascença curado por Jesus, nos ajude nesta empreitada.

Olhemos para nós mesmos: Somos pessoas “cegas” quando estamos no escuro; quando há sombra ao nosso redor. Estamos “cegos” quando não vemos mais a saída. Experimentamos “cegueira”, quando só nos envolvemos com nossos próprios problemas. Estamos “cegados” quando só permitimos que o passado ocupe espaços em nós; quando permitimos que só o “vivido” nos nos importe; quando não damos mais mínima importância para o dia de hoje.

Nessa hora é importante “ver a vida” com outros olhos. Nosso objetivo não é sanar uma deficiência visual, mas oportunizar pessoas à margem, boa reocupação no “centro da roda”; promover chances de sua luz não se esconda mais debaixo da mesa; abrir possibilidades para a saída dos profundos “buracos” da depressão. Sim, estou apontando para um “novo caminho”. Uma nova rota que fica evidenciada na afirmação que se faz sobre Bartimeu: - “Ele seguiu Jesus”!

A cura assim como Jesus a entende é um caminho que leva à re-orientação. Não se trata de tratamento fácil, especialmente quando se faz da doença um vício. São muitas as pessoas que “optam” por “carregar” doenças em suas vidas, porque veem as mesmas como um “peso” mais leve de ser carregado do que a própria existência. Nestes casos, nem sempre pode-se ligar diretamente o “novo caminho” com a cura física ou psicológica, mas própria vontade; com a própria decisão: - Chega! É o suficiente! Eu vou mudar!

Sabe-se que a jovem médica indiana Mary Verghese sofreu um grave acidente, logo após a sua formatura. Ela, paraplégica, “batalhou” muito. Alguns anos depois escreveu um livro com o título “A dádiva da dor” onde diz que “pediu pés a Deus e Este lhe deu asas”. Todo esse sofrimento oportunizou à referida médica a se tornar a mais apta para compreender e se envolver com seus pacientes mutilados e leprosos. Todo esse seu interesse em prol dos mesmos fez com que desenvolvessem melhores métodos de operação cirúrgica. Para muitas pessoas à beira do desespero, os seus métodos acabaram oportunizando cura e salvação.

Aqui lembrei de uma frase dita pela famosa modelo Gisele Bündchen: - “Tudo aquilo que você não se dedica 100%, você acaba se dando mal.” Graças a Deus, Jesus se dedicou de corpo e alma a nós! Sigamos seu exemplo! Vem aí o Advento e é tempo de recomeçar!

25.10.11

A Manipulação de Pessoas!


Estávamos comendo uma porçãozinha de camarão ao bafo no bar do Arante: o Ariovaldo; o Genivaldo e eu. A conversa corria solta. Tempos bons aqueles da nossa Santa Cruz do Sul dos anos 70. Quarenta anos tinham se esvaído em dias e agora estávamos ali, “ministros eclesiásticos”. Papo vai, papo vem, desembocamos no tema “manipulação de pessoas”. Saí dizendo que sim, que era possível “manipular-se” pessoas. Que desconfiava serem muitos os líderes eclesiásticos que articulavam esta “arte”. Deixei-lhes claro minhas dúvidas sobre o assunto quando perguntei:

- Será que a “manipulação” faz bem para quem a “sofre”?

O Ariovaldo logo se fez senhor do assunto se dizendo “manipulador”, mas com emendas: sempre tinha muito cuidado ao “manipular” indivíduos.

Fiquei estupefato. Reagi observando que quem “manipula pessoas” também tem ascendência sobre estas mesmas; que pode “usar” estas “pessoas manipuladas” ao seu bel prazer; que “usando-as”, também se lhes estaria roubando o “livre arbítrio”.

- Calma Renato! – disse o Genivaldo que carinhosamente chamávamos de Gê. Não há necessidade de “manipularem-se pessoas” se estas já fazem aquilo que esperamos que elas façam. Aliás – continuou ele – é interessante notar que a maioria das “pessoas manipuladas” nem se apercebem que estão sendo “usadas”.

Confesso que não conseguia entender direito o rumo da nossa conversa. Meus dois colegas pareciam incrivelmente familiarizados com aquela temática. Mesmo assim argumentei:

- Pô Genivaldo! Uma pessoa sempre fica agressiva logo depois de perceber que está sendo “manipulada”. Só essa constatação já me faz pensar que isso não é bom. O Ariovaldo não se conteve e abriu seu “discurso” como se abre um “jogo de cartas”:

- Isso é verdade. No momento em que uma pessoa descobre que está sendo “manipulada” ela acaba expressando muita raiva, mas isso é administrável...

- Ô Ariovaldo. A raiva é compreensível, visto que toda forma de “domínio” sempre está “fantasiada” de ataque. É óbvia a necessidade do “sopro” de ventos de resistência.

- Sim, Renato! Sei disso, mas note que eu sempre exerço a “manipulação” sobre pessoas que se mostram mais inseguras. É assim que as pessoas mais fortes; mais auto-confiantes; mais seguras de si e em paz consigo mesmas não são tão suscetíveis à “manipulação” que exerço. Isto não quer dizer que não seja possível “manipulá-las”. Para “manipular-se” estas ditas cujas mais “estabilizadas”, há que se ser mais “esperto” e isso, amigão, eu sou. Vocês já devem ter notado. Cada indivíduo carrega pelo menos uma, duas, três ou mais fraquezas em si. Uma destas tais já são suficientes para servirem de “trampolim” no sentido de se encaminhar uma “boa manipulação”.

O Genivaldo não se conteve. Serviu-se de mais dois camarões. Arrematou o momento com um gole de cerveja e se saiu assim:

- Claro que é preciso cuidado ao “manipular-se” pessoas. Entretanto, formas extremas de “manipulação” são como que “parentes” da chantagem. É por isso que esse assunto da “manipulação” precisa ser tratado com cuidado. Cá pra mim tenho uma técnica muito simples de “manipular” indivíduos. Sempre só “manipulo” quem está em “pé de igualdade” comigo na família; no trabalho e ou até nas relações de profunda amizade. Vocês estão “carecas de saber” que os pais estão acima dos filhos; que os patrões estão acima dos seus empregados; que os irmãos mais velhos estão acima dos mais novos e que o “ministro eclesiástico” está, quase sempre, acima dos membros da sua Comunidade... Ora, nestas circunstâncias é fácil exercer-se “manipulação”.

Nesta hora eu pensei em pedir a conta. Sair dali daquele lugar. Deixar meus amigos a sós. Aquilo não podia ser verdade, mas o problema é que era. Mas daí então eu resolvi ficar mais um pouco, enquanto o Ariovaldo falava de suas experiências como “manipulador”:

- Tenho para mim que quem quiser ousar “manipular”, faça-o com pessoas que sejam iguais. Eu só “manipulo” quem esteja no meu nível ou abaixo de mim.

- Me explica melhor isso Ari... (Meus colegas perceberam o espanto retratado nos meus olhos e pareciam se divertir comigo. Mesmo assim continuaram extremamente abertos.)

- Para que uma pessoa faça exatamente o que você espera, diga-lhe o que fazer de forma tão clara que ela não tenha outra saída senão fazer aquilo que você lhe sugeriu. Parece difícil, mas não é. Exemplifico: - Fulano! O que eu gosto em você é a sua honestidade. Quando se diz uma tal palavra para alguém, nesse alguém desperta a necessidade de se comportar do jeito sugerido. A pessoa que acabou de ouvir que nós a “vemos” como “honesta”, se vê “honesta” e, ato contínuo, passa a valorizar esse “juízo de valor”. A partir de então ela vai se esforçar, com “unhas e dentes”, para ser “honesta”; ela fará de tudo, aplicará todas as suas energias no sentido de se tornar uma pessoa cada vez mais “honesta”. Concorda comigo Gê?

- Claro que sim! A primeira coisa a se fazer é descobrir aquilo que você gostaria de “ver” na pessoa que você vai “manipular”. Depois, formular-lhe com muito jeito a “sua convicção”. Deve-se escolher o momento certo para fazê-lo (kairós). A pessoa a ser “manipulada” precisa perceber que você não está caçoando dela, mas que você está falando sério; que você está verdadeiramente interessado nela. Diga-lhe o que precisar ser dito e faça-o com muita convicção. Os resultados virão em seguida.

Os colegas não paravam de “martelar” sobre os seus “sucessos”.

- Sabe Renato, o Genivaldo está certo. Eu até vou mais longe. Também é possível “manipular-se pessoas” fazendo uso da Psicologia Reversa. Quem usa este método não pode logo dizer ao “futuro manipulado” aquilo que “gosta nele”. Há quem defenda a tese que, ao “manipularmos” com base na Psicologia Reversa, devamos expressar o contrário daquilo que verdadeiramente queremos que seja feito; que a pessoa em “manipulação” quererá resistir e não fazer o que estamos pedindo, mas exatamente aquilo que esperamos que ela fizesse, a partir do nosso “desejo escondido”. A primeira vista isso parece lógico, mas não é. Quase sempre é assim que uma “pessoa resistente” até nem queira resistir a uma determinada idéia que esteja sendo posta. Ela quer ir contra, isso sim, à pessoa que colocou a tal idéia “sobre a mesa”. Em casos como estes de nada adianta a Psicologia Reversa. Se uma pessoa não quer fazer aquilo que esperamos dela, aí temos que partir para a “manipulação” propriamente dita.

- Boa Genivaldo! Tenho pra mim que a verdadeira Psicologia Reversa também pode ser descrita de forma diferenciada: Organiza-se uma situação onde a pessoa a ser “manipulada” não tenha outra saída senão fazer exatamente aquilo que se espera dela. Esse método se parece muito com o que já repartimos há pouco. O fato é que a “manipulação” funciona apenas em determinadas circunstâncias. Vou dar outro exemplo para explicar isso que acabei de afirmar. Prestem atenção na ordem que vou proferir: - Atenção! A partir de agora está terminantemente proibido pensar-se em ursos polares. No que é que vocês dois estão pensando? Isso mesmo! Vocês acabaram de se tornar vítimas do sucesso da aplicação da Psicologia Reversa. O princípio é simples. Provoquem um momento em que a pessoa não tenha outra saída senão pensar exatamente naquilo que você deseja que ela pense. Façam isso a partir de “ferramentas”, tais como frases do exemplo de há pouco; pela “impostação da voz” para sublinhar esta ou aquela idéia. Podem crer, sempre dá certo!

- Que coisa! Nunca imaginei isso que vocês acabaram de repartir, assim, com tanta transparência. Isso não seria “auto sujestão”?

O Ariovaldo mal podia esperar a hora de começar a repartir seus pontos de vista sobre este novo assunto:

- Gente, a “auto-sugestão” é uma área muito complexa da Psicologia, mas cá entre nós, quem é que se preocupa com “complexidade”. Tiramos a essência desse saber e usamos esta “ferramenta” de uma forma prática, quando ela nos for útil e acabou a história. Fala-se de “auto-sugestão” quando se induz a própria pessoa a manipular-se. Além da “auto-sugestão” também há a “hetero-sugestão”. Um bom exemplo para “hetero-sugestão” é o “efeito placebo”. Prescreve-se medicamentos para que uma pessoa os ingira e, consequentemente, cure sua doença. A pessoa crê na eficácia e no “poder” desse remédio e, de fato, a cura acontece algum tempo depois. Quer dizer, se induz um tipo de “manipulação” que vem “de fora”; uma “manipulação” que promove o fim desejado: a cura. Concorda Genivaldo?

- Óbvio que sim! Já um exemplo bem conhecido de “auto-sugestão” é a tal profecia que se “auto-realiza”. Há pessoas que temem passar por alguma situação futura. Passa o tempo e elas acabam acontecendo tal e qual foram previstas. A pessoa mesma “cria” os “ingredientes” para que a “profecia” se cumpra. Ela mesma faz a “profecia” acontecer. Isto geralmente acontece assim porque, inconscientemente, as pessoas acabam “fomentando” a realização do próprio temor. Ou seja, as próprias pessoas se “auto-manipulam” de forma involuntária, para chegar ao ponto previsto pela tal profecia que tanto temiam que se concretizasse.

Nesse momento tocou meu telefone celular. Era a Valmi. Tinha chegado visita na José Boiteux. Despedi-me e fui para casa. Não vi o tráfego e nem tampouco se o sinal era verde ou vermelho. Foram vinte quilômetros “embebidos” de “pensamentos estranhos”. Pastores, colegas meus, formados pela mesma Faculdade de Teologia “manipulavam pessoas” das suas Comunidades.

Num dado momento da pequena viagem me lembrei do texto de Mateus 16.17-19 onde se lê: “Jesus afirmou: - Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.”

Estaria Jesus “manipulando” Pedro? Será que os “presbitérios comunitários” também não desenvolviam esta prática? E quanto às lideranças gerais da Igreja. Sim, eu tinha que continuar pensando naquele assunto...

21.10.11

Médicos cura d´almas - Isso é possível I?


A gente experimenta ócio. Daí então “cai” um livro antigo na mão. Folheia-se o dito cujo e lá no meio das palavras se lê: “O homem é incuravelmente religioso”. Você vai concordar comigo que se trata de uma frase interessante – certo? Quem a escreveu? O nome do sujeito é Nikolaj Berdjajew, um filósofo religioso de origem russa. As perguntas continuam “bombardeando”... Será que esse ex-maxista quis se referir à religião como algo ilusório ou doentio, tal como seu compatriota Marx? Pode ser, mas, pelo menos, a nível de Brasil há fortes indícios de que mais e mais pessoas até andam procurando contato com o sagrado.

Sim, as pessoas precisam de “cura e salvação”. Sei que lá nos tempos idos os sacerdotes também eram considerado médicos. Será que nossos atuais “profissionais da saúde” não deveriam ensaiar voltar a sê-lo? Converso com pessoas que precisaram cuidados hospitalares como eu. Eles testemunham de “frieza” na comunicação. Indiretamente me dizem que gostariam que seus “cuidadores” ensaiassem ser curas d´alma durante a consulta. Sublinho, grifo, grito este desejo.

Não, a religião não é uma “doença” da qual se precisa “curar” as pessoas. Pelo contrário! Quanto mais se experimentar confiança a partir da religiosidade, maior será a vontade de se envolver com Deus. A conjugação da fé em Deus com a confiança de que Ele está por perto, sempre promove mais vida equilibrada; mais vidas que não almejam excessos, apenas o suficiente. Ora, a recuperação da saúde passa pelo relacionamento com Deus, sempre passou.

Certa vez um curioso luterano perguntou para um católico praticante: - Escuta aqui ó meu! Porque é que tu fazes o sinal da cruz? Esse teu gesto não tem nada a ver com magia? O sujeito lhe respondeu: - Amigão! Com o movimento horizontal eu me contextualizo com meus próximos. Já com o vertical, me lanço nos braços de Deus. Sim, faço-o meio de forma inconsciente, mas é isso mesmo que te respondi!

20.10.11

A alegria! (1998)

Hoje eu estou completando 26 anos de ordenação ministerial. Nunca esqueço do Culto do dia 20 de outubro de 1985 em Cidade Gaúcha (PR). Lá estavam minha família, meus pais, toda a Comunidade que chamávamos PANOPA e o Pastor Regional Rudi Kich. Para comemorar, relembro uma poesia que escrevi em Florianópolis no ano de 1998. Abraços!


A alegria é um bichicho,
engraçadinho,
entocado dentro do meu peito.
Quase sempre moleque,
serelepe,
a fazer "arte" em mim
As vezes fica escondido,
encolhido,
ensimesmado no canto do coração.

17.10.11

Cadê o diálogo?


O João escreveu o Apocalipse. Adorei seu estilo. Estou copiando. Olha só! Eu vi o último dia. Nele os representantes mais dignos de todas as Religiões e Denominações do mundo estavam sentados numa sala de espera. A sala onde eles esperavam se parecia muito com estas saletas de consultórios médicos que estamos acostumados a visitar. A porta estava trancada. Ao invés de folhearem revistas, as pessoas ilustres liam textos sagrados como a Torá; o Novo Testamento; o Corão.

Volta e meia os leitores levantavam seus olhos sobre os “colegas de espera” e perguntavam-se: - O que é que essa gente almeja? Quem será o primeiro, o segundo e o terceiro a ser atendido? Será que o tempo será sufiente para que todos sejamos atendidos? Será que alguns de nós seremos preteridos?

Este era o espírito naquela Sala de Espera. O silêncio dava a impressão de que todos estavam calmos. O comportamento externo de cada um era pacífico, mas o interno nem tanto, porque cada um via o outro como concorrente; como suspeito. Aí então, depois de um longo tempo, a porta se abre e o Senhor chama indistintamente a todos, de uma só vez, à Sua sala. Deus olha para cada mulher e para cada homem sentados ali à Sua frente e sorri. Depois de sorrir, encara-os com uma pergunta bem simples: - Por que vocês não dialogaram entre si, enquanto esperavam? Vocês dispunham de tanto tempo...

OLHA SÓ!