Moro na rua dos Palmitos, em Joinville. Abaixo uma pequena poesia em homenagem à ruela que estou aprendendo a gostar...
A rua dos Palmitos é muito pequena,
trezentos metros, nada demais.
Seus ladrilhos são de granito.
Há oito casas, cercas de ferro.
Tem muito mato, passarinhos e alegria
e do lado par uma enorme muralha.
Homens, mulheres não se cansam de passar.
Sonhar, sonhar e sonhar!
Busque Saber
11.11.07
Martin Luther!
Ontem, 10 de novembro de 2007, o nosso reformador Martin Luther estaria completando 514 anos de idade, se estivesse vivo. Foi meditando sobre sua vida e obra que criei esta pequena poesia...
Brotos de Vida!
Reforma, movimento incomum,
Sonhado não apenas por um,
Idéia nascida, idéia sofrida.
Mundo, quanta esperança.
Bíblia, nova dança.
Sonhado não apenas por um,
Idéia nascida, idéia sofrida.
Mundo, quanta esperança.
Bíblia, nova dança.
Brotos de vida querida.
26.10.07
Mensagem Luterana!
No dia 24 de abril de 1983 eu estava em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Na oportunidade participei do XII Concílio do Distrito Eclesiástico do Norte do Paraná. No final do mesmo, fui convidado a escrever a mensagem dos referidos conciliares a todas as Comunidades que integravam o nosso Distrito. Abaixo o texto de 25 anos atrás...
Nós, conciliares do XII Concílio do Distrito Eclesiástico do Norte do Paraná, realizado em Dourados - MS, nos dias 22 a 24 de abril de 1983, estamos cônscios da realidade escravizante que nos cerca, isto é, deuses falsos nos envolvem sutilmente de múltiplos lados: dentro da família, do trabalho, do lazer e, inclusive na segurança de nossa fé cristã. Somos incitados a nos submeter à lavagem cerebral com a propaganda que emerge dos diversos meios de comunicação de massa. No momento hoje vivido, estamos cientes do bombardeio a que estamos submetidos em todos os níveis.
Nossa siatuação, como cristãos, diante dos graves problemas do nosso país, no qual há pessoas desprovidas de emprego, de educação, sem perspectiva de fururo, sem condição financeira, mesmo para sua própria subsistência, gera em nós uma pergunta: "Até onde vai nossa fé em Deus ou até onde nós nos engajamos no buscar e servir a Deus sobre todas as coisas?"
A partir daí, sentimos urgência em levar adiante o lema: EU SOU O SENHOR TEU DEUS (Temer e amar a Deus, e confiar Nele acima de todas as coisas), como ideal cristão para o âmago das nossas famílias, a partir da vivência num testemunho vivo, santo e agradável a Deus, no Evangelho de Jesus Cristo.
Dourados, 24 de abril de 1983
22.10.07
Deus veio em trajes civis!
Oi gente querida! Abaixo compartilho um artigo que escrevi para o jornal "Joinville Luterano" n° 43 de Nov/Dez 2007. Nele repearto um pouquinho dos sentimentos que vivi em Munique, por ocasião dos tempos de Advento. A foto acima, tirei-a num parque, perto da casa onde eu morava, no bairro Maxvortadt. Abraços!
Janeiro de 2001 já expirava quando o avião pousou no aeroporto de Munique. Não lembro da conversa que entabulamos com minha nova colega, durante aquele trajeto de 60km, que nos levaria ao nosso apartamento na Arcisstraße 44. Recordo que o sol estava morno e que o branco da neve acumulada nas calçadas e nos canteiros machucava os nossos olhos. Sim, ali estava eu, um ramo da família Becker que, num certo dia de 1860, precisou imigrar de Darmstadt ao sul do Brasil, por causa de dificuldades. Diante de nós abria-se um leque de seis anos. Quanta coisa para observar, aprender e vivenciar durante aqueles 2.190 dias...
Os primeiros 11 meses nos foram um tanto difíceis. Tudo era novo para nós que tínhamos marcas de uma década florianopolitana “tatuadas” na mente e no corpo. A ordem era clara: teríamos que nos adaptar dentro daquele contexto de primeiro mundo e isso, o quanto antes.
Jamais esquecerei do tempo de advento, daquelas quatro semanas de alegria por causa da esperança que sempre antecedem as festas natalinas. O dia clareava lá pelas 08.00h da manhã e começava a escurecer por volta das 16.00h. O povo alemão se mostrava alegre porque os institutos de metereologia já tinham adiantado que o natal seria “branco” ou seja, que a neve estaria cobrindo com, pelo menos 20cm de expessura, todo e qualquer m² de área da capital bávara.
Na rua o frio era intenso. Mesmo assim os seus transeuntes passeavam nela com casacos pesados. Sobre as suas cabeças via-se chapéus esbranquiçados pela neve fina que caia. Já dentro dos inúmeros bares e restaurantes, gente alegre a festejar momentos sem fim com amigas e amigos forjados no trabalho e nas relações do dia-a-dia. No centro de Munique, no Marienplatz, estavam centenas de barracas onde podia-se saborear bolachas dos mais variados tipos. As cucas e os doces de mel eram fresquinhos pois recém tinham chegado de Nürnberg. O Glühwein, uma bebida semelhante ao nosso quentão, era servido em xícaras especiais. Uma multiplicidade de lembrancinhas de toda sorte de tipos e cores podia ser adquirida aqui e ali. Perto da prefeitura, estava um enorme pinheiro de natal com cerca de 15m de altura. Seus galhos encurvavam-se pelo peso do gelo acumulado. E, no meio de tudo, turistas, muitos turistas, algazarra organizadíssima, gente falando alto, agitação sem medida.
Já no interior dos templos, espaço para que as pessoas pudessem se ensimesmar, buscar silêncio diante de Deus que se fez menino para crescer conosco, nos entender e nos indicar o bom caminho rumo à Casa do Pai. Nossos olhos se detinham nos presépios, um mais bonito do que o outro. Vaquinhas, burrinhos e pastorzinhos de ouro puro, tudo muitíssimo bem guardado por seguranças eletrônicas e também não. As luzes das velas, os corais afinadíssimos, os órgãos de tubo e os muitíssimos profissionais a serviço de uma religiosidade tradicionalizada davam tudo de si para o bem de todas e de todos. Pois não é que entramos neste clima!
Naqueles dias, uma das maiores redes de televisão da Alemanha, entrevistou pessoas alegres que circulavam pelas calçadas. A pergunta que faziam era simples: - Você sabe o que se festeja no dia 25 de dezembro? Entre outras respostas, uma certa porcentagem de passantes entrevistados respondeu que se tratava da festa do Nicolau (um rei que numa certa época decidiu presentear crianças). Aquela desinformação me impressionou. O secularismo, essa força que distorce a fé cristã num jeito mundano de ser, age devagar e, enquanto atua no indivíduo, apaga da sua cabeça toda e qualquer perspectiva de esperança por momentos de paz, de amor, de justiça e de perdão que, um dia, o Criador sonhou para todas e todos nós.
Os primeiros 11 meses nos foram um tanto difíceis. Tudo era novo para nós que tínhamos marcas de uma década florianopolitana “tatuadas” na mente e no corpo. A ordem era clara: teríamos que nos adaptar dentro daquele contexto de primeiro mundo e isso, o quanto antes.
Jamais esquecerei do tempo de advento, daquelas quatro semanas de alegria por causa da esperança que sempre antecedem as festas natalinas. O dia clareava lá pelas 08.00h da manhã e começava a escurecer por volta das 16.00h. O povo alemão se mostrava alegre porque os institutos de metereologia já tinham adiantado que o natal seria “branco” ou seja, que a neve estaria cobrindo com, pelo menos 20cm de expessura, todo e qualquer m² de área da capital bávara.
Na rua o frio era intenso. Mesmo assim os seus transeuntes passeavam nela com casacos pesados. Sobre as suas cabeças via-se chapéus esbranquiçados pela neve fina que caia. Já dentro dos inúmeros bares e restaurantes, gente alegre a festejar momentos sem fim com amigas e amigos forjados no trabalho e nas relações do dia-a-dia. No centro de Munique, no Marienplatz, estavam centenas de barracas onde podia-se saborear bolachas dos mais variados tipos. As cucas e os doces de mel eram fresquinhos pois recém tinham chegado de Nürnberg. O Glühwein, uma bebida semelhante ao nosso quentão, era servido em xícaras especiais. Uma multiplicidade de lembrancinhas de toda sorte de tipos e cores podia ser adquirida aqui e ali. Perto da prefeitura, estava um enorme pinheiro de natal com cerca de 15m de altura. Seus galhos encurvavam-se pelo peso do gelo acumulado. E, no meio de tudo, turistas, muitos turistas, algazarra organizadíssima, gente falando alto, agitação sem medida.
Já no interior dos templos, espaço para que as pessoas pudessem se ensimesmar, buscar silêncio diante de Deus que se fez menino para crescer conosco, nos entender e nos indicar o bom caminho rumo à Casa do Pai. Nossos olhos se detinham nos presépios, um mais bonito do que o outro. Vaquinhas, burrinhos e pastorzinhos de ouro puro, tudo muitíssimo bem guardado por seguranças eletrônicas e também não. As luzes das velas, os corais afinadíssimos, os órgãos de tubo e os muitíssimos profissionais a serviço de uma religiosidade tradicionalizada davam tudo de si para o bem de todas e de todos. Pois não é que entramos neste clima!
Naqueles dias, uma das maiores redes de televisão da Alemanha, entrevistou pessoas alegres que circulavam pelas calçadas. A pergunta que faziam era simples: - Você sabe o que se festeja no dia 25 de dezembro? Entre outras respostas, uma certa porcentagem de passantes entrevistados respondeu que se tratava da festa do Nicolau (um rei que numa certa época decidiu presentear crianças). Aquela desinformação me impressionou. O secularismo, essa força que distorce a fé cristã num jeito mundano de ser, age devagar e, enquanto atua no indivíduo, apaga da sua cabeça toda e qualquer perspectiva de esperança por momentos de paz, de amor, de justiça e de perdão que, um dia, o Criador sonhou para todas e todos nós.
Enquanto meditava sobre este comportamento que marca uma parcela do povo alemão, comprei uma pequena árvore de natal que também enfeitamos com estrelinhas de palha e um pequeno presépio com figurinhas de gesso. Lá fora, muita neve e muito frio. De cada janela raios de luz. Luminosidade que simbolizava alegria ou seria apenas a possibilidade de mais um feriado? Do Brasil vinham cartas e telefonemas que nos desejavam um Feliz Natal. Era o nosso povo querido dando a entender que as temperaturas beiravam os 30 graus positivos. Que nos pinheirinhos, no meio de todo aquele calor latino, queimavam velinhas. Que a alegria estava palpável enquanto se saboreavam panetones. Ouvi de algumas e alguns que se festava o dia em que Deus veio até nós, o seu povo, em trajes civis.
20.10.07
Como e por que falar de Jesus aos outros?
Oi gente querida que me lê! Outro dia fui convidado a repartir sobre este tema com um segmento da nossa Comunidade Evangélica. Abaixo, reparto o conteúdo com todas e todos vocês. Abracos!
Por que falar de Jesus aos outros? Como se faz isso? Para introduzir este tema, quero ler o texto escrito pelo evangelista Mateus que ele intitulou de "A grande Comissão": “16 - Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. 17 - E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. 18 - Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 - Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 - ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.16-20)
Quem lê este pequeno texto quase sempre desconsidera o verso 17 e sabem porquê? Porque ele dá a entender que os discípulos estavam um tanto desunidos no que tange àquele acontecimento. Uns criam que Jesus Cristo, o Filho de Deus ressuscitado estava ali, diante deles. Já outros duvidavam deste fato. Interessante isso!
Me impressiona que este encontro dos discípulos com Jesus tenha suscitado estes dois tipos de reações. Eles tinham estado com seu Mestre durante alguns anos e conheciam-se muitíssimo bem. Eles tinham ouvido da Sua própria boca de que Ele iria morrer e depois ressuscitar. Além disso, aquele encontro tinha sido previamente programado. Foi por isso que eles tinham ido àquele lugar (16).
Olha gente! Este tipo de dúvidas também acontece hoje entre as pessoas cristãs. As vezes pode acontecer que um certo palestrante não saiba transmitir a Palavra como um ou outro esperava. E que, em vista disso, algumas pessoas participantes não se disponham a dizer: “Aqui estou, envia-me a mim!"
Isso já aconteceu contigo alguma vez? Tu ouves ou lês a Palavra de Deus num Culto e simplesmente não consegues compreender que Ele, Jesus, está te encontrando ali naquele lugar. Tu ficas fria, frio e até um pouco decepsionada, decepsionado, enquanto outras pessoas ao teu lado parecem ter entendido a Palavra e, por isso mesmo, estarem alegres. Também pode acontecer o contrário: Tu, naquela hora, estás encontrando o bom, o genuíno "alimento espiritual" e, naquele mesmo momento, a tua irmã e ou o teu irmão, que estão bem ao teu lado, permanecem tal e qual como vieram, com “fome de Deus”, pelo fato de não terem reconhecido Jesus.
Fé e dúvida – esta tensão sempre esteve e está presente dentro da Comunidade Cristã. É interessante notar como Jesus lida com esse fato. Ele diz: "Toda a autoridade me foi dada ... Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações ..." (18). Estas palavras foram proferidas para as pessoas que tinham fé mas também para os indivíduos que estavam duvidando. Creio que Jesus levou em grande conta, estas pessoas que demostravam dúvida. Sim, Ele animou-as. Pelo fato de terem experimentado esta experiência de dúvida, elas poderiam melhor compreender as outras pessoas que viéssem a se encontrar na mesma situação.
Jesus, muitas vezes, também dá tarefas às pessoas sem muito preparo para esta ou aquela função. Por isso, não esperem até estarem completamente prontos, com todas as perguntas respondidas mas, hoje mesmo, coloquem-se à disposição de Jesus. Ele quer e pode usar pessoas que estejam em dúvida para o "estaqueamento" de sinais do Seu Reino, aqui e ali.
Presença Deus nos chama para um momento novo... E vocês estão sendo chamadas e chamados para esta nova hora, a partir dos conteúdos aqui apresentados. Vejam só como Jesus nos vê. Em Mateus 5.13-16 se lê: “13 - Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. 14 - Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 - nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 - Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”
O verso 13 é um texto para ser recortado, plastificado e colado na porta das nossas geladeiras... Todas e todos que fomos chamadas e chamados a seguirmos a pessoa de Jesus Cristo, temos o mandado de sermos “sal da terra”. Gente! Isto está claro para vocês? Até que ponto agimos como “sal” nos dias de hoje? As pessoas não cristãs costumam observar as cristãs e, depois de qualquer deslize, por menor que seja, elas têm prazer em se expressar assim: "É isso, ser uma pessoa cristã?"
Confesso prá vocês que há um tempo atrás eu refletia sobre este texto, mas não conseguia me ver como “sal”. Eu entendia que esta palavra “sal” se referia ao Evangelho. Eu, na melhor das hipóteses, poderia ser apenas um pequeno instrumento que Deus podia usar para levar Seu Evangelho ao mundo. Como cristão, no máximo, eu conseguia me entender como um destes saleirinhos de plástico que se encontram sobre as mesas nas churrascarias, nos restaurantes. Pois eu estava errado! Jesus não diz: "Vocês são meus saleiros", Ele diz:, "Vocês são o sal". Sim, nós somos o sal da terra, aquele sal que traz o verdadeiro sabor ao mundo e que, por tabela, mostra às pessoas quem é o verdadeiro Deus da humanidade. Até hoje as as marcas deste “sal” que brota da cristandade podem ser percebidas dentro da sociedade, lá onde há preocupação com pessoas próximas necessitadas; lá onde se percebe a igualdade das pessoas diante de Deus. Somente quando o sal é posto na comida é que ele pode agir com suas propriedades. Só depois dele estar inserido na comida é que fica claro o seu valor.
Como pessoas cristãs, somos importantíssimos para o mundo. Tu e eu, nós somos os mensageiros e as testemunhas do amor de Deus para os povos. Mesmo se, as vezes, estejamos parados no caminho e ou estejamos sendo ridicularizados por pessoas que não crêem em Deus. Nestas horas devemos sempre lembrar que somos filhas e filhos amados do Pai. Que Cristo veio ao mundo para morrer por nossa causa. Que podemos contar com a ajuda do Espírito Santo, no que se refere à função de levarmos a cabo o nosso chamado de sermos o "o sal da terra".
No que tange aos versículos 14 a 16, é inevitável que toda e qualquer pessoa cristã será mais notada pelo seu comportamento do que pelas suas declarações de fé. Isto no entanto não nos deve impedir de dar testemunho da fé que arde dentro do nosso peito. As pessoas à nossa volta esperam que articulemos com palavras, a fé que palpita dentro de nós. Jesus espera que expressemos o Seu amor por nós e a nossa fé também com palavras e isso, em todos os momentos da nossa vida. Queridas e queridos! Nós somos o veículo do Espírito Santo que proporciona a visão de Deus na face da terra.
O relacionamento de um discipulo com Jesus não deve transparecer como se estivesse alicerçado num relação teatral, simplesmente. O amor de Deus em nós deve aparecer dentro da sociedade como se fosse um “eco” do amor de Deus. Dai porque somos chamados a pedir a Deus que Ele plante em nós dos frutos do Seu Espírito. Nossas falhas e nossas fraquezas estarão sempre aí e é por isso que devemos procurar ir em frente. Deus pode usá-las para levar a cabo a Sua vontade, entre as pessoas que não Lhe querem bem. Na eternidade virá à luz, se algumas pessoas vieram a encontrar o caminho por causa do nosso testemunho, por causa da luz que espalhamos no mundo.
Persuasão
Nos versos de Atos 17.2-4 se lê que “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio. Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres.” Nas suas viagens missionárias o apóstolo Paulo sempre ia às sinagogas dos judeus para iniciar ali suas evangelizações. A sinagoga era um lugar tradicional de encontro, onde discussões tradicionais sobre fé e cumprimento da Lei eram levadas em grande conta. Paulo não se incomodava com o tradicionalismo das pessoas judias. Ele aproveitava, isto sim, todos os momentos e todas as circunstâncias para expôr o Evangelho da Salvação através de Jesus Cristo. No nosso texto está escrito que ele “arrazoou com eles acerca das Escrituras”.
Arrazoar com alguém sobre as Escrituras... No dicionário a palavra “arrazoar” significa expor ou defender uma causa, um assunto ou um argumento; alegar razões, censurar, repreender, discorrer, falar... Ora, se alguém fôr chamado por Deus para arrazoar ou melhor, para persuadir outro alguém para que este venha experimentar a fé, este primeiro alguém deve ter um certo conhecimento.
Conheço um pastor aposentado da IECLB que, durante anos, se envolveu com oito indivíduos que se reuniam, semanalmente, com o único objetivo de filosofar. Eram pessoas inteligentíssimas que sempre estavam a levantar assuntos dos mais diversos e as suas discussões eram intermináveis. Cada um apresentava argumentos diferentes do outro e, muitas vezes, não se chegava a um denominador comum. Quando meu amigo foi convidado para participar daquele seleto grupo, deixaram-lhe claro que ninguém dos demais queria sequer ouvir falar de Teologia. Que ele estava ali porque gostavam da sua companhia, nada mais. Depois de um longo tempo, quiseram ouví-lo. Dois anos depois o grupo passou a confessar-se cristão.
Vejam, Jesus fez extamente isso com os seus discípulos. Paulo procurou fazer o mesmo com os judeus e os gentios de sua época. Eu também sempre tento seguir as mesmas pegadas com os grupos com os quais me reúno. O fato é que Deus está nos chamando a fazer o mesmo. Enquanto o tempo vai passando, não percam a oportunidade de sofrer aprendizagem, de mudarem seus comportamentos, de se “embagajarem” com esta “boa comida” que aqui, sempre de novo, é servida.
Proclamação
Vou proclamar ao mundo... Pessoas que uma vez encontraram a Jesus Cristo não conseguem mais calar. Elas simplesmente precisam se engajar na proclamação de que a vida integral é possível, já aqui e agora. No texto de João 1.39-42 percebe-se como as pessoas podem vir a conhecer Jesus Cristo. Observem o que o evangelista escreveu: “Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima. Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).”
Observaram? São muitas as pessoas que chegam a conhecer Jesus gradualmente, passo a passo. O Filho de Deus as convida para que vejam onde Ele mora (39). Daí elas têm a oportunidade de observar o seu primeiro milagre (2.11). Então Jesus lhes concede um ano para que O conheçam melhor, antes de chamá-los para abandonarem o seu trabalho e para estarem com Ele (Marcos 1.16-20). Só então lhes concede um treino de 2 anos, para que possam ser dirigentes de Sua Igreja. Inúmeras pessoas acabam conhecendo a Jesus através de outras.
No texto que acabamos de ler, percebemos que aqueles homens estavam seguindo a João Batista. João despertou neles o interesse pelas coisas de Deus e, mais tarde, apresentou-os a Jesus. Que fizeram estes homens logo depois? Conforme os versos 40-42 e 45, eles fizeram o mesmo.
Há um sem-número de pessoas que chegam a conhecer a Jesus pessoalmente. No texto lido dá para se observar que cada um daqueles homens acabou por se encontrar face a face com o próprio Jesus. Sempre é assim que quando você apresenta um amigo ou uma amiga a Jesus Cristo, você acaba tendo o mesmo sentimento que João Batista teve em João 3.30 – “Convém que ele cresça e que eu diminua.”
Poder
O nosso amor pode gerar milagres entre as pessoas que nos estão próximas. Importar-se com alguém é um milagre. Pessoas que são amadas, reagem muito melhor às doenças que são acometidas. Em Atos 3.6, Lucas relata um exemplo disso que estou falando. O discípulo Pedro teria dito a alguém: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”
Um certo fazendeiro australiano que, recentemente, ganhou um prêmio no valor de R$7.500.000 testemunhou que daria toda esta fortuna em troca da chuva que não caia. Se ela porventura viesse a cair, acabaria com a seca da sua região.
Na vida damos de cara com situações que são muito mais valiosas do que o dinheiro. Eu não quero dizer que o dinheiro não seja importante. O apóstolo Paulo deixou muito claro em 2 Tessalonicenses 3.10: "...se alguém não quer trabalhar, também não coma." Nós somos chamados a trabalhar para matarmos a fome e saciarmos as nossas necessidades mas nunca "descansarmos" sobre as costas de terceiros. Na Bíblia não há nada que conste contra o fato de se ganhar dinheiros. No entanto, há coisas que simplesmente não conseguimos adquirir com o vil metal.
Isso mesmo! Há certos valores que são muitíssimo mais valiosos do que bens materiais. O apóstolo Paulo sustenta "E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. " (1 Coríntios 13.3)
Vejam, amor verdadeiro – isso nós não podemos comprar. Nós também não podemos comprar afeição, amizades verdadeiras e nem tampouco a inteligência. Gosto daquilo que o autor do livro de Provérbios escreveu no capítulo 17, versículo16: "De que serviria o dinheiro na mão do insensato para comprar a sabedoria, visto que não tem entendimento?"
Viram? Parece que existem coisas na vida que não podemos alcançar com o dinheiro. Isso também diz respeito ao grande presente que Deus nos fez. Em 1 Pedro 1.18-19 se lê “...sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo."
Gente! Não podemos adquirir ou compar a vida eterna. Ela é um presente que podemos aceitar ou rejeitar, uma vez que Jesus já pagou o preço que nosso antigo amo estipulou para cada uma e cada um de nós – o Seu sangue na cruz.
Oração Em 2 Coríntios 4.4 está sugerido que oremos, que lembremos nominalmente das pessoas que amamos a Deus. É comum que gente querida das nossas relações amem mais o deus deste século que cega o entendimento delas. Elas, uma vez cegas, acabam não tendo a mínima condição de perceber a luz do Evangelho, das Boas Novas, da glória de Jesus Cristo, da Imagem de Deus brilhando perto delas. Ora, se nós temos um semelhante privilégio, com certeza vamos querer que outras e outros também o experimentem. Daí porque oramos pelas pessoas que não tiveram esta chance ainda. Já em Atos 4.29-31 a Palavra de Deus nos sugere que oremos por nós mesmos. Lá e cá vamos precisar tomar decisões que nem sempre são tão fáceis de serem tomadas. Se Deus estiver dirigindo os nossos passos, com certeza vamos chegar mais perto do alvo a ser alcançado. São felizes eternamente as pessoas que desenvolveram um tempo para a hora tranqüila em suas vidas. Nelas, estas mesmas pessoas ouvem a Deus que lhes fala, que lhes dirige a atenção.
Conclusão
Estou terminando com o verso bíiblico que consta na carta aos Romanos 1.16, onde o apóstolo Paulo nos deixa um bom testemunho quando escreve “...não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.”
Particularmente gosto de observar as crianças, quando apontam para os bracinhos com o objetivo de mostrar a força que já adquiriram. O pessoal que vive dentro deste tempo bonito da adolescência já procura mostrar a sua força praticando esportes. Pessoas mais experimentadas em dias procuram dar testemunho da sua força a partir da sua sabedoria, das suas capacidades espirituais. Elas têm experiências que armazenaram durante toda a vida e estas, elas repartem com maestria. Elas aprenderam a ouvir mais do que falar; a se preocupar com os outros; a doar-se em prol de terceiros e a resistir quando o dia não é tão bom. Cada um de nós deseja alcançar essa tal força, também os mais jovens. Como conseguí-la? A gente a consegue através do Evangelho, esse poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Deus se ira contra o pecado e os romanos entenderam que Jesus veio salvá-los dessa ira de Deus. Em Gênesis 8.21 se lê: “porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade." Quer dizer, pecado não significa algum descaminho psicológico que um ou outro terapeuta possa vir a curar. Pecado é aquele rumo errado que se pode tomar durante toda uma vida. Esse caminho falho que afasta de Deus. Quem toma um tal trilho errado, encaminha-se para a morte eterna. Já as pessoas que se comprometem com o Evangelho, não precisarão pisar em espinhos pois a Boa Nova lhes deixa claro que Deus as tem no coração, visto que aceitaram a pessoa de Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.
17.8.07
Vida canoa!
Saído de Santa Cruz,
Acomodaram-me em Portela
E depois de sete verões,
em Ibirubá, bati canela.
Foi em sessenta e dois
Que revi minha Santa Cruz.
Tempo menino, adolescente,
Chão duro com réstia de luz.
Em Ivoti sentei num banco.
Vi cidades na grande Poa.
Decidi empedrar meus sonhos.
Sim – eu estava na proa.
Sapiranga e Vila Scharlau,
Lá ia eu - Bairro Primavera.
Ao homem os compromissos,
Já na capital - uma nova era.
Lá ia eu - Bairro Primavera.
Ao homem os compromissos,
Já na capital - uma nova era.
Cianorte, Paranavaí e Gaúcha,
Saúde, tempo de correria.
Em Querência e Umuarama,
Vivi momentos de certa alegria.
A Cruz Alta me lançou abanos.
Dei de mim, tudo o que tinha.
Sonhava com mundo novo
E até pensava que vinha.
Quanta garra em Floripa.
Os mais belos anos ali vivi.
Tempos depois, tudo claro:
Como a vela me consumi.
Suspirando, fui ser Munique.
Gente crescida e aculturada
Que linguajava com o corpo:
“Leider” – estás só na beirada.
Aqui me encontro – última reta?
Reaprendo a inspirar villa boa.
Quem sabe, no resto da história,
Eu reme adiante - vida canoa.
Eu reme adiante - vida canoa.
13.8.07
Feliz dia dos Pais!
Abaixo, a prédica que proferi na noite do Dia dos Pais, por ocasião do Culto de Louvor que celebrei na Paróquia São Mateus de Joinville, às 19.00h. (Renato Luiz Becker)
Convido vocês a, junto comigo, dizermos as palavras do Credo Apostólico...
Convido vocês a, junto comigo, dizermos as palavras do Credo Apostólico...
"Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo dos mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu e está sentado a direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém."
Perceberam? Nós acabamos de confessar que “Jesus... subiu ao céu e que Ele está sentado à direita de Deus, Pai, Todo-Poderoso...” Gente! Eu ouso dizer que para Jesus, o ato de “subir ao céu” foi “chegar em casa” depois de um longo tempo de ausência. Foi um retorno para junto do Seu Pai, depois de 33 anos sem vê-Lo. Sim, depois de ter sentido medo, de ter sido torturado, de ter experimentado o abandono de Deus na cruz, Jesus estava finalmente de volta, encharcado de carinho e envolto na segurança dos braços de seu Pai.
As histórias, as parábolas que Jesus contou sobre o amor que Deus tem para com as pessoas dos tempos do Novo Testamento sempre ainda são muito bonitas. Lembram daquela da “ovelha perdida” escrita em Mateus 18.10-14? Também tem aquela da “dracma, da moeda perdida” também no evangelho de Mateus 15.8-10. Noutro momento Ele contou da alegria, do júbilo que acontece no céu quando uma pecadora ou um pecador se arrepende para, então, retornar à família de Deus (Lucas 15.7.)
Para mim, uma das histórias mais bonitas que Ele contou é, com certeza, aquela do “filho pródigo” que retornou quietinho para casa do pai, depois de ter passado toda sua herança nos “trocos” (Lucas 15.11-32). É emocionante o relato sobre o pai “afogado” em saudades e que, por isso mesmo, abraça o seu garoto quando do retorno à casa. Esta parábola retrata o amor de Deus para consoco. Ela também aponta para a gigantesca saudade que Deus tem das pessoas, das obras primas dos seus dedos (Salmos 8.3). Eu diria que Deus está simplesmente enlouquecido de amor por nós. Ele quer estar junto conosco e sonha com a possibilidade de que também nós tenhamos sentimentos tais como os Dele.
Claro que Jesus não era um filho perdido. Os evangelistas deixam transparecer que Ele nunca se esqueceu do amor do Seu Pai; que Ele, sempre de novo, nas horas mais difíceis de Sua vida, procurava falar com Seu Pai por meio da oração. Todas as pessoas que conviveram com Jesus percebiam o amor, a saudade que Ele tinha do Seu Pai. Sua ascenção, sua volta ao Pai foi, com certeza, um felicíssimo Dia dos Pais.
Pois eu também desejo esta profunda saudade de Deus, este grande anseio de se estar na casa do Pai onde há tantas moradas preparadas para nós (João 14.2). Com e por causa de Jesus, já agora, nós também podemos chamar a Deus de "Abba", de “querido paizinho”. (Romanos 8.15). Paulo, numa de suas cartas, escreveu que Deus é “a origem de cada paternalidade no céu e na terra”. Ora, isso isso significa que Deus é um exemplo de Pai (ou um exemplo de mãe se alguém aqui tem problema com a figura do pai). O amor de Deus nosso Pai é para todas as pessoas; para todas as suas filhas e para todos os seus filhos, sem qualquer restrição. Por isso tudo, feliz Dia dos Pais. Que tal permitirmo-nos abraçar pelas nossas filhas e ou nossos filhos como se fôssemos pequenos “deuses de um Deus maior”? (Título da música cantada pelo coral da UFSC, sob a regência do maestro Acácio Santana). Amém!
8.8.07
Viagem à Rússia VI - 20/07/02 - (sábado)
O sábado amanheceu chuvoso. O programa novamente foi seguido à risca. Trabalhamos diariamente em torno de sete horas seguidas. Quer dizer, nossas atividades eram carregadas de conteúdo. Isso exigia força mental dos participantes. Depois de toda a liturgia (Pistão, Celebração, Café, etc.), chegou a nossa vez de tocar o tema “Crendices”para a frente. Num primeiro momento, penduramos o mapa do Brasil na pareda da sala de reuniões do evento e, a partir dele, fomos falando do povo brasileiro; da imigração alemã, da sua fé e por quê não, também das suas crendices. Todos eram ouvidos. O trabalho e o desgaste que enfrentávamos voltava transformado em prazer. Tudo transcorreu sem muitas novidades.
Ao cabo do dia todas as mulheres tiveram novamente a oportunidade de visitar a sauna. A Valmi ficou lá das 21h e 15min até às 23h e 30min da noite. Já eu fiquei na sala de reuniões conversando com algumas pessoas. Tentaram ensinar-me melodias russas e eu, em contrapartida, melodias brasileiras. No meio disso, brotavam perguntas informais sobre o ensino no Brasil. Ali fiquei sabendo que entre os participantes do Seminário havia cinco professoras universitárias. Também fiquei sabendo que dois dos jovens que ali se destacavam eram engenheiros em fábricas de helicópteros e bombas de guerra. Algumas das pessoas usaram a noite se sábado para preparar o Culto do Domingo de manhã. O Grupo Coral ensaiou músicas até altas horas da noite. Adormecemos ouvindo as mesmas.
Ao cabo do dia todas as mulheres tiveram novamente a oportunidade de visitar a sauna. A Valmi ficou lá das 21h e 15min até às 23h e 30min da noite. Já eu fiquei na sala de reuniões conversando com algumas pessoas. Tentaram ensinar-me melodias russas e eu, em contrapartida, melodias brasileiras. No meio disso, brotavam perguntas informais sobre o ensino no Brasil. Ali fiquei sabendo que entre os participantes do Seminário havia cinco professoras universitárias. Também fiquei sabendo que dois dos jovens que ali se destacavam eram engenheiros em fábricas de helicópteros e bombas de guerra. Algumas das pessoas usaram a noite se sábado para preparar o Culto do Domingo de manhã. O Grupo Coral ensaiou músicas até altas horas da noite. Adormecemos ouvindo as mesmas.
6.8.07
Viagem à Rússia V - 19/07/02 - (quinta-feira)
A Valmi dormiu muitíssimo bem, após a sauna da noite anterior. Tudo segue a sua rotina. O som do pistão do pastor Brookmann mostra se despertador confiável. O Culto matutino às margens da lagoa e o café da manhã – tudo sempre dentro do mais rigoroso horário. Às 09h e 45min ouvimos da boca do pastor algo sobre o Antigo Testamento. Já às 10h e 45min foi novamente a nossa vez de trabalharmos os conteúdos sobre “Crendices”. Num determinado momento da minha palestra eu disse que a família gaúcha tem o costume de tomar chimarrão. As pessoas ficam curiosas. Então fiz um para eles experimentarem. As pessoas observavam curiosas o manejo da cuia, da bomba e da erva. Em meio a um sem número de perguntas acabaram explodindo muitos "flasches". Tive o cuidado de explicar tudo com muito cuidado. No final, alguns queriam experimentar da bebida gaudéria. Essa dinâmica aproximou-nos enormemente das pessoas. Agora, elas estavam mais próximas de nós. Ousavam tentar conversar e, para tal, se assessoravam das intérpretes que sempre se mostravam dispostas.
Quando o programa terminou, queriam saber mais sobre chimarrão, sobre os costumes do sul do Brasil. Atendemos a todos com muito carinho. Acharam o costume exótico e então queriam posar conosco para uma sessão de fotografias com a cuia em mãos. Tudo era festa para nós. Tínhamos encontrado um meio de quebrarmos a barreira da comunicação. E viva o chimarrão. Quando eram 13h fomos almoçar.
Às 13h e 30min fui tirar uma soneca. Já a Valmi saiu com as mulheres do grupo rumo às praias do Mar Japonês. O acesso à praia era precário. A atmosfera na beira da praia era triste. A areia era escura e cheia de sujeira. A água era extremamente gelada mas o pessoal não queria saber disso não. Festava nas ondas. A Valmi ficou ali, na beirada, por algum tempo. O sol brilhava intensamente e muitas tomavam banho de sol. As mulheres que nadavam convidavam a Valmi para entrar n'água e isso, repetidamente. Ela resistiu a vários convites mas, por fim, não se fez de rogada e entrou no Oceâno Pacífico. Nadeo por algum tempo na companhia das outras mulheres russas. Quanto mais ela nadava, menos frio sentia. Por fim, estava gostando da experiência.
Quando voltaram para os aposentos onde se realizava o Seminário, convidaram-na a tomar um banho quente na Casa de Sauna. Que privilégio. E, quando eram 16h reiniciamos nosso programa ouvindo o casal de americanos Alan e Kathie. Suas falas estenderam-se até às 19h quando fomos jantar. Às 20h mais História da Igreja Russa com o P. Brookmann. Mais uma vez o dia culminou com o Culto, às 20h e 30min.
Quando o programa terminou, queriam saber mais sobre chimarrão, sobre os costumes do sul do Brasil. Atendemos a todos com muito carinho. Acharam o costume exótico e então queriam posar conosco para uma sessão de fotografias com a cuia em mãos. Tudo era festa para nós. Tínhamos encontrado um meio de quebrarmos a barreira da comunicação. E viva o chimarrão. Quando eram 13h fomos almoçar.
Às 13h e 30min fui tirar uma soneca. Já a Valmi saiu com as mulheres do grupo rumo às praias do Mar Japonês. O acesso à praia era precário. A atmosfera na beira da praia era triste. A areia era escura e cheia de sujeira. A água era extremamente gelada mas o pessoal não queria saber disso não. Festava nas ondas. A Valmi ficou ali, na beirada, por algum tempo. O sol brilhava intensamente e muitas tomavam banho de sol. As mulheres que nadavam convidavam a Valmi para entrar n'água e isso, repetidamente. Ela resistiu a vários convites mas, por fim, não se fez de rogada e entrou no Oceâno Pacífico. Nadeo por algum tempo na companhia das outras mulheres russas. Quanto mais ela nadava, menos frio sentia. Por fim, estava gostando da experiência.
Quando voltaram para os aposentos onde se realizava o Seminário, convidaram-na a tomar um banho quente na Casa de Sauna. Que privilégio. E, quando eram 16h reiniciamos nosso programa ouvindo o casal de americanos Alan e Kathie. Suas falas estenderam-se até às 19h quando fomos jantar. Às 20h mais História da Igreja Russa com o P. Brookmann. Mais uma vez o dia culminou com o Culto, às 20h e 30min.
5.8.07
Viagem à Rússia IV - 17/07/02 (quarta-feira)
Logo às 08h da manhã, fomos acordados pelos sons do pistão do colega Brookmann. Levantamos da cama, vestimo-nos e, ao saírmos do quarto, percebemos que o casal de americanos eram nossos vizinhos no aposento de madeira. Todos se encontraram à margem do lago para a já referida higiene. Às 08h e 30min, todos os participantes voltaram à margem da lagoa. Lá havia um altar com paramentos e uma cruz, duas velas e a Bíblia. Foi ali que, de pé, celebramos nosso primeiro Culto ao ar livre. Formávamos um círculo em volta do altar munidos de folhas de canto. Pastor Brookmann animava-se com a atmosfera que se criava. Às 09h dirigimo-nos ao refeitório com o objetivo de saborearmos o café da manhã. Antes de darmos início ao desjejum, novamente em pé, cantamos um hino de gratidão a Deus pelo alimento que estava sobre a mesa.
Às 09h e 45min foi iniciado o Programa Oficial do Seminário. O P. Brookmann e a Coordenadora Irina fizeram a saudação inicial. Logo depois, dirigiram-nos para dentro de uma Dinâmica de Grupo que nos facilitava o conhecimento mútuo. Feito isso, experimentamos uma pausa de 10min.
Já às 10h e 45min, entraram em ação o casal Alan x Kathie. Deram início ao seu tema intitulado “See through the Scriptures”. Comunicavam-se em Inglês e a Irina, na mesma hora, traduzia ao Russo. Como recurso pedagógico, usaram imagens copiadas sobre lâminas ilustrativas e coloridas que, a partir de um retroprojetor, lançavam sobre a tela. O casal se alternava na apresentação do tema “Um passeio pela Bíblia”. E quando foi 12h e 30min., encerraram o seu momento matutino.
Às 13h foi servido o nosso primeiro almoço. De entrada, tomamos sopa. Depois, veio arroz com fígado de gado e saladas. Um prato um tanto estranho para nós e, por isso, comemos pouco. Após o almoço tivemos uma pausa de praticamente três horas. Das 16h até as 17h e 45min damos início ao nosso tema “Crendices – O que é Isso?”. Às 18h o P. Brookmann também iniciou o seu tema que versava sobre o Antigo Testamento. Trabalhou sobre o mesmo aé as 18h e 45min quando, em seguida, fomos jantar. Às 19h e 45 min., o pastor voltou a carga com mais conteúdo. Agora, o mesmo versou sobre a História da Igreja Luterana Russa. Este momento estendeu-se até às 20h e 45min quando, cansados, ainda participamos de mais um Culto, às margens do Lago. Com esta Celebração encerramos os trabalhos do Primeiro Dia.
Às 09h e 45min foi iniciado o Programa Oficial do Seminário. O P. Brookmann e a Coordenadora Irina fizeram a saudação inicial. Logo depois, dirigiram-nos para dentro de uma Dinâmica de Grupo que nos facilitava o conhecimento mútuo. Feito isso, experimentamos uma pausa de 10min.
Já às 10h e 45min, entraram em ação o casal Alan x Kathie. Deram início ao seu tema intitulado “See through the Scriptures”. Comunicavam-se em Inglês e a Irina, na mesma hora, traduzia ao Russo. Como recurso pedagógico, usaram imagens copiadas sobre lâminas ilustrativas e coloridas que, a partir de um retroprojetor, lançavam sobre a tela. O casal se alternava na apresentação do tema “Um passeio pela Bíblia”. E quando foi 12h e 30min., encerraram o seu momento matutino.
Às 13h foi servido o nosso primeiro almoço. De entrada, tomamos sopa. Depois, veio arroz com fígado de gado e saladas. Um prato um tanto estranho para nós e, por isso, comemos pouco. Após o almoço tivemos uma pausa de praticamente três horas. Das 16h até as 17h e 45min damos início ao nosso tema “Crendices – O que é Isso?”. Às 18h o P. Brookmann também iniciou o seu tema que versava sobre o Antigo Testamento. Trabalhou sobre o mesmo aé as 18h e 45min quando, em seguida, fomos jantar. Às 19h e 45 min., o pastor voltou a carga com mais conteúdo. Agora, o mesmo versou sobre a História da Igreja Luterana Russa. Este momento estendeu-se até às 20h e 45min quando, cansados, ainda participamos de mais um Culto, às margens do Lago. Com esta Celebração encerramos os trabalhos do Primeiro Dia.
Era o dias das mulheres usarem as dependências pensadas para uma boa sauna. Na Rússia praticamente toda casa tem sua arquitetura voltada para possibilitar essa experiência. Trata-se de uma tradição, tal como o chimarrão no Rio Grande do Sul, eu diria. Todos massageiam-se batendo com ervas no corpo para brirem os poros. Interessantíssimo. A Valmi ficou felicíssima pois, finalmente, experimentaria um banho quente. Enquanto ela curtia o momento eu fiquei no quarto, me preparando para desenvolver o tema no dia seguinte. Foi excelente. O testemunho da Valmi foi de encher os olhos. Ela disse que as mulheres aproveitaram para lavar o cabelo e tomar um banho gostoso. Que lá havia água quentinha em profusão e que o compartimento possuia várias bacias e duas grandes torneiras das quais jorrava a tal da água. Uma delas continha água quentíssima. Já a outra, geladíssima. Com a mistura das duas, criava-se as boas possibilidades para o grupo.
Pois é!
Era uma vez um homem que comprou um lindo terreno num bonito bairro da sua cidade. Nele havia três lindas árvores nativas que davam boa sombra. O arquiteto e o engenheiro levaram em conta a obra da natureza, enquanto trabalharam a planta da sua tão sonhada residência. Precisou aterrar os fundos dos ditos 1.500m² com onze caçambadas de boa terra. Ele mesmo contruiu o muro em volta do lote, todo com tijolos à vista. Também caprichou nos dois portões, um para o carro e o outro para a família. Seus filhos o ajudaram a cavar valetões que preencheu com pedra britada para secar a umidade. Ele fez mutíssimas coisas mais.
Poupou dinheiros e, depois de alguns bons nove meses, plantou o fundamento da tão sonhada casa, tudo com cimento e ferro de primeiríssima qualidade. Dava gosto de ver a construção crescendo a partir das suas mãos e das dos seus queridos. Ninguém poupava as suas forças na obra. Ele simplesmente cuidou de todos os detalhes. Escolheu os azulejos, o tipo de telhas, o piso, o encanamento, a instalação elétrica, o madeiramento e tantas coisinhas mais que uma obra deste vulto requer. Também plantou um lindo gramado em roda de casa e não poupou dinheiros quando o assunto tinha a ver com estética. Enfim, colocou a sua vida na construção.
Passaram-se dezessete meses e a casa da sua aposentadoria ficou pronta. Agora era tempo de mudar, invadir seus aposentos com os móveis, com as suas coisas que foi adquirindo durante a vida. Ele ainda dispunha de um pouquinho de dinheiro e foi então que lhe brotou uma “brilhantíssima” idéia: terceirizar a ornamentação interna e externa do seu lar.
Pois gastou o resto das suas economias com as horas trabalhadas de um sujeito que surgiu do nada, assim de repente. Sem refletir no que estava fazendo, conferiu-lhe poder para encher seu novo “ninho” com cortinas, tapetes e quadros que não combinavam absolutamente nada com seu apurado gosto. Também permitiu que o tal indivíduo escolhesse as cores com as quais pintou seu patrimônio, externa e internamente. Agindo assim, oportunizou que a dita cuja pessoa saboreasse a “sobremesa” que era só sua. Agora, ele precisava conviver com toda aquela gama de detalhes que via e revia todos os dias, mesmo sem deles gostar. Pode uma coisa dessas? Pois é!...
4.8.07
Viagem à Rússia III - 16/07/02 (terça-feira)
Quando eram 3h e 30min da madrugada, não conseguimos mais pregar os olhos. Era o fuso horário dentro do nosso corpo. Lá pelas 4h e 30min, levantei-me da cama, tomei outro banho e, novamente, tentei dormir. Ficamos assim, na cama, até às 07h e 30min da manhã. Às 08h fomos chamados pela D. Maria para tomarmos o nosso café. Já às 08h e 45min, dirigimo-nos ao templo luterano de onde sairia o ônibus que levaria os participantes do Seminário rumo a Smyka, uma localidade interiorana mais ao norte do país.
A saída do mesmo estava marcada para às 10h. Houve um grande atraso porque uma das participantes havia esquecido o seu passaporte em casa. Agora sim. Às 10h e 30min começamos a viajar para dentro dos 500 km que ficavam à nossa frente. Todos previam uma duração de 12h. Durante o trajeto, por duas vezes, estacionamos no pátio de pequenas Comunidades que ficavam no caminho e que eram atendidas pelo P. Manfred. Nelas sempre embarcavam novas pessoas. Na última, serviram-nos comida quente, suco, cuca e tudo o mais. O clima era de festa. Eram os novos participantes que vinham com sorriso estampado no rosto. Gente que iríamos conhecer bem de perto. Depois de uma hora, seguimos viagem.
De repente, parou o ônibus. O motorista avisou que um dos pneus traseiros havia furado e que precisava consertá-lo. O conserto demoraria em torno de uma hora. Todos e todas, com excessão de dois ou três passageiros que preferiram ficar dormindo, desceram para esticar as pernas. A viagem continuou marcada por pequenas e necessárias paradas. Finalmente, às 23h e 30min., chegamos ao nosso destino. O ônibus estacionou e, mais do que depressa, todos pegaram suas bagagens. Fomos em direção do salão de conferências para lá recebermos as chaves dos aposentos pré-estabelecidos.
A Valmi e eu fomos hospedados no quarto de uma casa com muitos vizinhos. O quarto era razoável mas não tinha banheiro e nem tampouco vaso sanitário. Não tinha nem sequer uma pia na casa inteira. Saí dali para perguntar a alguém onde ficava a “toilette”. A pessoa que encontrei foi muito gentil. Ela disse: - Vem cá. Mou te mostrar. Caminhamos mais ou menos uns 50 metros. Quando cheguei ao local, fiquei perplexo. Tratava-se de uma casinha tal como aquela que os antigos agricultores do interior do Brasil tinham no fundo de suas casas. Tudo desprovido de pia e também de chuveiro. Indaguei sobre a possibilidade de tomar banho, de escovar os meus dentes e de lavar as minhas mãos. A resposta foi rápida: - Naquela lagoa ali. Quase desmaiei de susto. A Casa de Retiros era simples demais ou melhor, sem nenhuma instalação sanitária. Esta constatação acabou nos deprimindo um pouco.
Imaginem! Depois de uma longa viagem, de 500 km compreendidos em 12h, você precisa assear-se. Foi horrível. Ainda mais para nós, brasileiros, que dão tudo por uma ducha diária. Não nos restou alternativa. Mergulhamos os pés nas águas geladas da lagoa e lá fizemos nossa higiene para, depois, ao natural, cairmos na cama. Uma delas era boa. A outra, péssima uma vez que o lastro de arames era velho e irregular. Valmi e eu acordamos que, nos revezaríamos na mesma. E assim fizemos.
A saída do mesmo estava marcada para às 10h. Houve um grande atraso porque uma das participantes havia esquecido o seu passaporte em casa. Agora sim. Às 10h e 30min começamos a viajar para dentro dos 500 km que ficavam à nossa frente. Todos previam uma duração de 12h. Durante o trajeto, por duas vezes, estacionamos no pátio de pequenas Comunidades que ficavam no caminho e que eram atendidas pelo P. Manfred. Nelas sempre embarcavam novas pessoas. Na última, serviram-nos comida quente, suco, cuca e tudo o mais. O clima era de festa. Eram os novos participantes que vinham com sorriso estampado no rosto. Gente que iríamos conhecer bem de perto. Depois de uma hora, seguimos viagem.
De repente, parou o ônibus. O motorista avisou que um dos pneus traseiros havia furado e que precisava consertá-lo. O conserto demoraria em torno de uma hora. Todos e todas, com excessão de dois ou três passageiros que preferiram ficar dormindo, desceram para esticar as pernas. A viagem continuou marcada por pequenas e necessárias paradas. Finalmente, às 23h e 30min., chegamos ao nosso destino. O ônibus estacionou e, mais do que depressa, todos pegaram suas bagagens. Fomos em direção do salão de conferências para lá recebermos as chaves dos aposentos pré-estabelecidos.
A Valmi e eu fomos hospedados no quarto de uma casa com muitos vizinhos. O quarto era razoável mas não tinha banheiro e nem tampouco vaso sanitário. Não tinha nem sequer uma pia na casa inteira. Saí dali para perguntar a alguém onde ficava a “toilette”. A pessoa que encontrei foi muito gentil. Ela disse: - Vem cá. Mou te mostrar. Caminhamos mais ou menos uns 50 metros. Quando cheguei ao local, fiquei perplexo. Tratava-se de uma casinha tal como aquela que os antigos agricultores do interior do Brasil tinham no fundo de suas casas. Tudo desprovido de pia e também de chuveiro. Indaguei sobre a possibilidade de tomar banho, de escovar os meus dentes e de lavar as minhas mãos. A resposta foi rápida: - Naquela lagoa ali. Quase desmaiei de susto. A Casa de Retiros era simples demais ou melhor, sem nenhuma instalação sanitária. Esta constatação acabou nos deprimindo um pouco.
Imaginem! Depois de uma longa viagem, de 500 km compreendidos em 12h, você precisa assear-se. Foi horrível. Ainda mais para nós, brasileiros, que dão tudo por uma ducha diária. Não nos restou alternativa. Mergulhamos os pés nas águas geladas da lagoa e lá fizemos nossa higiene para, depois, ao natural, cairmos na cama. Uma delas era boa. A outra, péssima uma vez que o lastro de arames era velho e irregular. Valmi e eu acordamos que, nos revezaríamos na mesma. E assim fizemos.
3.8.07
Viagem à Rússia II - 15/07/02 (segunda-feira)
No dia 15 de julho de 2002, segunda-feira, tomamos nosso banho matinal e, logo depois, tomamos o café, gentilmente oferecido pela sra. Lori. Quando eram 10h e 30min, fomos passear com o pastor Metzger pelo centro de Moscou. Trocamos Euros por Rublos (€1,00 = 30 Rublos). De repente, divisamos a Praça Vermelha. Depois de passearmos pelo local, voltamos ao Centro Comunitário. Almoçamos um sanduiche que havíamos trazido de casa para, depois, descansarmos até às 13h e 45min. Ato contínuo, visitamos o bispo Springer. Como estava ocupado, pediu que voltássemos em 10min. Passado esse tempo, fomos recebidos por ele em seu gabinete. Disse-nos dispor de só uns poucos minutos para conversar. Durante o diálogo descobrimos que o mesmo foi colega de estudos de um pastor brasileiro da IECLB, hoje aposentado, que conhecemos muito bem (Joao Pedro Brückheimer), quando morávamos no Brasil. Os poucos minutos acabaram alongando-se para 40 minutos de um bom "bate-papo". Antes da despedida, marcamos hora na agenda. Iríamos relatar nossas experiências em Wladivostock no dia 29 de julho, quando retornaríamos a Moscou. Tomamos mais um café com o casal Metzger para, logo depois, às 15h, arrumarmos as nossas malas. Era hora de seguirmos adiante. Dois jovens da Comunidade, o Christian e o Alexander, assessoram-nos rumo ao aeroporto. O Christian falava Alemão e o Alexander só a Língua Russa. Dessa vez viajamos de metrô e ônibus. No ônibus precisamos pagar passagem pela bagagem. Tudo bem.
Ao chegarmos, percebemos que o "check-in" já havia iniciado. Antes de entrarmos na fila, despedimo-nos. O nome “Wladiwostok” aparecia no painel em Russo. De quando em vez, em inglês. Tudo indicava que estávamos indo no rumo certo. Depois de despacharmos as nossas malas, fomos novamente checados pelas pessoas responsáveis. Só nos restava esperar a chamada para o embarque no vôo previsto para às 18h e 30min. Um ônibus nos conduziu à aeronave da AEROFLOT. Sentamos nos assentos 25b e 26c, na segunda fila dos bancos centrais da segunda classe. A tela de TV era enorme e estava ali, bem à nossa frente. A empresa aérea divulgou ou seja, fez bom "marketing" da cidade de Moscou e isso, durante uns 90 minutos. Enquanto isso, serviram-nos o jantar: peixe e verduras. O cansaço nos visitou logo depois e, por isso, acabamos dormindo. O filme que nos foi apresentado tratava do tema guerra e esse, para nós, era um tanto desinteressante. Foi interessante notar que o sol não se pôs, durante as oito horas que a nossa viagem durou. Às 8h e 30min da manhã nos foi servido um gostoso café e, quando eram 10h, desembarcamos em Wladiwostok. De München até Moscou experimentamos um fuso horário de menos duas horas. De Moscou a Wladiwostok, menos 7 horas. Quer dizer, nosso horário biológico dizia-nos ser 1h da madrugada. Estávamos cansadíssimos.
O aeroporto mostrava-se muito antigo. Ao descermos as escadarias do avião, peguei a máquina fotográfica. Queria fazer uma foto, nada demais. Fui impedido de forma extremamente brusca por um dos homens que trabalhavam na segurança do local. Não entendemos muito bem aquela atitude. Embarcamos no ônibus que nos levaria até a sala onde apanharíamos as nossas malas. Já no portão, fomos recepsionados com outro cartaz por um moço que apresentava ares asiáticos e que, sorrindo, disse ser o Eduardo. Como só falava inglês, tivemos alguma dificuldade na comunicação. As bagagens demoraram 15 minutos para chegar às nossas mãos. Gostaríamos tanto de conversar mas estávamos impedidos pelas circunstâncias. Estudar inglês - estava ali descortinado um projeto para a nossa vida. Enfim, as malas.
Sim, as malas chegaram. Apanhamo-las e, logo depois, dirigimo-nos para o carro do Eduardo (Um sr. da Comunidade de Wladiwostock que trabalha com remuneração.) Tratava-se de um carro grande e, assim, as bagagens couberam todas no bagageiro. A Valmi sentou-se no banco de trás. Já eu, instintivamente, dirigi-me ao lado direito do carro. Abrindo a porta, fui surpreendido pelo volante. Percebendo a gafe dirigi-me, incontinente, para o outro lado. Uma vez acomodados, viajamos 50 km rumo a Wladiwostock. Nosso diálogo com o motorista foi mínimo uma vez que não entendíamos o seu inglês. Viajamos em torno de uma hora. Quando estacionamos no pátio da Comunidade percebemos que a sra. Irina B. também chegava com os braços abertos e dispostos a abraçar. Descarregamos nossos pertences e, imediatamente, fomos conduzidos para os nossos aposentos onde fomos alojados por um dia e uma noite.
Na sala de reuniões da Comunidade havia muita movimentação. Pessoas leigas, comprometidas com o Projeto, preparavam todo o material que seria usado quando do Seminário, a 500 km dali. Conhecemos todos os obreiros e as obreiras. O casal Walter da cidade de Kansas, nos EUA que, como nós, também eram palestrantes já se encontravam ali desde sábado, dia 13 de julho de 2002. Alan falava um pouquinho de alemão. Já a Kath não comunicava nada nessa língua, apenas em inglês. Aqui, novamente esbarramos na barreira da linguagem. Já as pessoas da Comunidade comunicavam-se um pouco em alemão e, foi com este “pouco” que conseguimos nos dizer as coisas.
Depois de todas as apresentações, levaram-nos ao quarto que nos serviria de aconchego. Após depositarmos nossas bagagens no mesmo, fomos tomar um chá com bolachinhas, junto com as demais pessoas que ali se encontravam. Ato contínuo, fomos descansar porque ninguém é de ferro. Além do mais, já administrávamos um fuso horário adiantado de 9h. Quando eram 13h e 15 min da tarde, bateram na porta. Era hora do almoço comunitário. Quando chegamos na sala de refeições, fomos apresentados ao P. M. Brookmann. Disse-nos que almoçava com todos os obreiros, sempre uma vez por semana. Achei muito interessante essa dinâmica. Serviram-nos batata inglesa decorada com carne picadinha.
Findo o almoço, fomos dormir novamente até às 18h e 15min. Estávamos cansadíssimos pelo fato de termos viajado a noite inteira. Nessa hora, decidimos tomar um banho. Primeiro problema: Como entender o funcionamento das torneiras? Como aquecer aquela água tão fria? Depois de alguma luta, pedimos ajuda. Novamente fomos auxiliados pelo Eduardo que, simpático, nos oportunizou mais essa alegria de podermos nos banhar. Asseados, fomos a grande sala onde já se encontrava o P. Brookmann. Ele nos acompanharia à sua casa onde sua, esposa, nos preparara uma janta. Chovia muito. De sombrinha e guarda-chuva em punho enfrentamos uns 500 metros a pé, dentro de muito barro. Tínhamos que ser bem cuidadosos por causa do terreno escorregadio e dos buracos que empoçavam água. Durante o trajeto, conhecemos o prédio da igreja luterana. Também mostrou-nos o terreno que a Comunidade sonha comprar para, no futuro, erigir a nova casa paroquail.
Logo na entrada do seu apartamento fomos exortados a tirarmos os sapatos. Deixou-nos claro que se tratava de um costume russo, ou seja: nunca se adentra numa residência com os calçados sujos da rua. Uma vez descalços, recebemos chinelos limpinhos e só então fomos apresentados à segunda esposa do pastor. Tatiana é russa, nascida na região de Ural. Ela serviu-nos um jantar muito apetitoso. Antes disso o Manfred brindou nossa presença com champagne. Nossa conversa girou sobre diveros temas.
Após o jantar, fomos convidados a sentar na sala. Dali, tínhamos uma bela vista do mar. Um verdadeiro cartão postal. Durante o nosso diálogo, descobrimos que Manfred foi colega de Teologia do nosso conhecido P. Dr. Gottfried Brakemeier, em Hamburgo, na Alemanha. Que sua turma o apelidara de “Schlaue Hund” (Cachorro Inteligente) pelo fato de ser muito estudioso. Outro aspecto interessante que nos chamou atenção foi que Manfred fumava charutos do Brasil. Disse encantar-se com o aroma e o sabor do fumo brasileiro. Descobrimos ainda que Manfred, além de ser pastor de Wladiwostock e cidades vizinhas, também é o Cônsul da Alemanha naquela região. Quando o relógio marcou 22h, despedimo-nos dos nossos hospedeiros e dirigimo-nos ao Centro Comunitário da Comunidade Luterana, onde pernoitamos. No outro dia viajaríamos para o local onde aconteceria o nosso Seminário e tínhamos que arrumar algumas coisas.
Ao chegarmos, percebemos que o "check-in" já havia iniciado. Antes de entrarmos na fila, despedimo-nos. O nome “Wladiwostok” aparecia no painel em Russo. De quando em vez, em inglês. Tudo indicava que estávamos indo no rumo certo. Depois de despacharmos as nossas malas, fomos novamente checados pelas pessoas responsáveis. Só nos restava esperar a chamada para o embarque no vôo previsto para às 18h e 30min. Um ônibus nos conduziu à aeronave da AEROFLOT. Sentamos nos assentos 25b e 26c, na segunda fila dos bancos centrais da segunda classe. A tela de TV era enorme e estava ali, bem à nossa frente. A empresa aérea divulgou ou seja, fez bom "marketing" da cidade de Moscou e isso, durante uns 90 minutos. Enquanto isso, serviram-nos o jantar: peixe e verduras. O cansaço nos visitou logo depois e, por isso, acabamos dormindo. O filme que nos foi apresentado tratava do tema guerra e esse, para nós, era um tanto desinteressante. Foi interessante notar que o sol não se pôs, durante as oito horas que a nossa viagem durou. Às 8h e 30min da manhã nos foi servido um gostoso café e, quando eram 10h, desembarcamos em Wladiwostok. De München até Moscou experimentamos um fuso horário de menos duas horas. De Moscou a Wladiwostok, menos 7 horas. Quer dizer, nosso horário biológico dizia-nos ser 1h da madrugada. Estávamos cansadíssimos.
O aeroporto mostrava-se muito antigo. Ao descermos as escadarias do avião, peguei a máquina fotográfica. Queria fazer uma foto, nada demais. Fui impedido de forma extremamente brusca por um dos homens que trabalhavam na segurança do local. Não entendemos muito bem aquela atitude. Embarcamos no ônibus que nos levaria até a sala onde apanharíamos as nossas malas. Já no portão, fomos recepsionados com outro cartaz por um moço que apresentava ares asiáticos e que, sorrindo, disse ser o Eduardo. Como só falava inglês, tivemos alguma dificuldade na comunicação. As bagagens demoraram 15 minutos para chegar às nossas mãos. Gostaríamos tanto de conversar mas estávamos impedidos pelas circunstâncias. Estudar inglês - estava ali descortinado um projeto para a nossa vida. Enfim, as malas.
Sim, as malas chegaram. Apanhamo-las e, logo depois, dirigimo-nos para o carro do Eduardo (Um sr. da Comunidade de Wladiwostock que trabalha com remuneração.) Tratava-se de um carro grande e, assim, as bagagens couberam todas no bagageiro. A Valmi sentou-se no banco de trás. Já eu, instintivamente, dirigi-me ao lado direito do carro. Abrindo a porta, fui surpreendido pelo volante. Percebendo a gafe dirigi-me, incontinente, para o outro lado. Uma vez acomodados, viajamos 50 km rumo a Wladiwostock. Nosso diálogo com o motorista foi mínimo uma vez que não entendíamos o seu inglês. Viajamos em torno de uma hora. Quando estacionamos no pátio da Comunidade percebemos que a sra. Irina B. também chegava com os braços abertos e dispostos a abraçar. Descarregamos nossos pertences e, imediatamente, fomos conduzidos para os nossos aposentos onde fomos alojados por um dia e uma noite.
Na sala de reuniões da Comunidade havia muita movimentação. Pessoas leigas, comprometidas com o Projeto, preparavam todo o material que seria usado quando do Seminário, a 500 km dali. Conhecemos todos os obreiros e as obreiras. O casal Walter da cidade de Kansas, nos EUA que, como nós, também eram palestrantes já se encontravam ali desde sábado, dia 13 de julho de 2002. Alan falava um pouquinho de alemão. Já a Kath não comunicava nada nessa língua, apenas em inglês. Aqui, novamente esbarramos na barreira da linguagem. Já as pessoas da Comunidade comunicavam-se um pouco em alemão e, foi com este “pouco” que conseguimos nos dizer as coisas.
Depois de todas as apresentações, levaram-nos ao quarto que nos serviria de aconchego. Após depositarmos nossas bagagens no mesmo, fomos tomar um chá com bolachinhas, junto com as demais pessoas que ali se encontravam. Ato contínuo, fomos descansar porque ninguém é de ferro. Além do mais, já administrávamos um fuso horário adiantado de 9h. Quando eram 13h e 15 min da tarde, bateram na porta. Era hora do almoço comunitário. Quando chegamos na sala de refeições, fomos apresentados ao P. M. Brookmann. Disse-nos que almoçava com todos os obreiros, sempre uma vez por semana. Achei muito interessante essa dinâmica. Serviram-nos batata inglesa decorada com carne picadinha.
Findo o almoço, fomos dormir novamente até às 18h e 15min. Estávamos cansadíssimos pelo fato de termos viajado a noite inteira. Nessa hora, decidimos tomar um banho. Primeiro problema: Como entender o funcionamento das torneiras? Como aquecer aquela água tão fria? Depois de alguma luta, pedimos ajuda. Novamente fomos auxiliados pelo Eduardo que, simpático, nos oportunizou mais essa alegria de podermos nos banhar. Asseados, fomos a grande sala onde já se encontrava o P. Brookmann. Ele nos acompanharia à sua casa onde sua, esposa, nos preparara uma janta. Chovia muito. De sombrinha e guarda-chuva em punho enfrentamos uns 500 metros a pé, dentro de muito barro. Tínhamos que ser bem cuidadosos por causa do terreno escorregadio e dos buracos que empoçavam água. Durante o trajeto, conhecemos o prédio da igreja luterana. Também mostrou-nos o terreno que a Comunidade sonha comprar para, no futuro, erigir a nova casa paroquail.
Logo na entrada do seu apartamento fomos exortados a tirarmos os sapatos. Deixou-nos claro que se tratava de um costume russo, ou seja: nunca se adentra numa residência com os calçados sujos da rua. Uma vez descalços, recebemos chinelos limpinhos e só então fomos apresentados à segunda esposa do pastor. Tatiana é russa, nascida na região de Ural. Ela serviu-nos um jantar muito apetitoso. Antes disso o Manfred brindou nossa presença com champagne. Nossa conversa girou sobre diveros temas.
Após o jantar, fomos convidados a sentar na sala. Dali, tínhamos uma bela vista do mar. Um verdadeiro cartão postal. Durante o nosso diálogo, descobrimos que Manfred foi colega de Teologia do nosso conhecido P. Dr. Gottfried Brakemeier, em Hamburgo, na Alemanha. Que sua turma o apelidara de “Schlaue Hund” (Cachorro Inteligente) pelo fato de ser muito estudioso. Outro aspecto interessante que nos chamou atenção foi que Manfred fumava charutos do Brasil. Disse encantar-se com o aroma e o sabor do fumo brasileiro. Descobrimos ainda que Manfred, além de ser pastor de Wladiwostock e cidades vizinhas, também é o Cônsul da Alemanha naquela região. Quando o relógio marcou 22h, despedimo-nos dos nossos hospedeiros e dirigimo-nos ao Centro Comunitário da Comunidade Luterana, onde pernoitamos. No outro dia viajaríamos para o local onde aconteceria o nosso Seminário e tínhamos que arrumar algumas coisas.
1.8.07
Viagem à Rússia I - 14/07/02 (domingo)
Saímos de casa a pé, carregando duas malas. Às 9h e 15min, chegamos à Estação “Josefplatz”, onde embarcaríamos no “U-Bahn 2” com destino ao “Hauptbahnhof” para, de lá, tomarmos o “S-Bahn” com destino ao aeroporto que fica 60 km distante de Munique. “Schade!” Percebemos que nossas bagagens estavam sem o cadeado. Nada demais! Só um primeiro atraso de 15min.
Resolvido o problema, compramos os “tikets” e lá fomos nós rumo a uma “grande aventura”. Chegamos ao Aeroporto Josef Strauss às 10h e 55min. Enquanto fazíamos o “Check-in”, fomos informados de que nosso vôo, previsto para às 13h e 30min, atrasaria três horas. Reclamamos de forma um tanto tímida mas acabamos nos consolando com as passagens marcadas para às 16h e 30min., mais os dois “Vale Refeição” que, juntos, somavam € 37,00.
Enquanto almoçávamos uma gostosa macarronada, tentamos telefonar para os nossos hospedeiros em Moscou. A pessoa que nos atendeu não sabia a língua alemã. Então, ligamos para a amiga Irina, em Wladiwostok (670.000 habitantes; 9.288 km distante de Moscou; fuso de 9h a mais do que em Munique). Lá, quase do outro lado do mundo, também fomos atendidos por uma pessoa que só sabia falar a língua russa. Tentamos outros contatos mas todos acabaram infrutíferos. De repente, soou o nosso telefone celular. Do outro lado da linha, o Pastor Brookmann, lá da longínqua Comunidade para onde iríamos viajar 12 horas de avião. Muito simpático, responsabilizou-se por informar o sr. Krüger que, assim como ficara acertado, nos daria cobertura na capital da Rússia, Moscou. Isso nos acalmou bastante.
Não demorou muito, outro chamado no nosso celular. Desta vez, um amigo da colega Irina que mora em Frankfurt e que já trabalhou no Brasil. Queria saber se estava tudo bem. Disse-nos que iria informar sua amiga. Tudo esclarecido, só nos restava almoçar, descansadamente e é claro, esperar pela chamada do embarque. Como tempo é dinheiro, relemos o material que havíamos preparado para o Seminário que nos comprometeramos a levar a cabo. Assim, o tempo de espera passou ligeiro.
Nos dirigimos ao Glichê do “Pass Controll” às 14h e 45min. Nossos passaportes estavam ok e, assim, seguimos em frente com nossas bagagens de mão. O portão de embarque da AEROFLOT nos deixou um pouco mais relaxados. Acabamos embarcando no “Boing 737” quando eram 15h e 55min e já às 16h e 25min, levantamos vôo. O avião era confortabilíssimo. Sentamos nas poltronas 8a e 8b. Como o banco 8c estava vago, tínhamos todo o espaço do mundo para esticarmos as nossas pernas. Logo de início notamos que os comissários e as comissárias de bordo eram um tanto sérios, carrancudos. Na saída, ofereceram-nos algo para beber juntamente com um pequeno pacote com salgadinhos e um jornal. Optamos por "Süd- Zeitung", um dos bons jornais do sul da Alemanha. Não demorou muito, serviram-nos a janta que claro, estava gostosíssima. E, nesse ritmo, tranqüilos, pousamos em Moscou às 21h e 10min. Nesse momento, já tínhamos que administrar um pequeno fuso horário de 2 horas.
Nossa chegada em Moscou se deu às 21h e 10min. Depois de passarmos pela alfândega, fomos pegar nossas malas. E então nos dirigimos à saída do aeroporto. Lá, fomos recepsionados ou melhor, abalroados por taxistas que mostravam-se “sedentos” por dinheiro. Tivemos que dizer um claro “não”. Mas isso, com muito jeito. Uma vez fora do recinto, logo vimos um simpático senhor que ostentava um cartaz com o nome “Becker”. Dirigimo-nos até ele que, logo de saída, nos surpreendeu quando, num claro português, disse: - "Boa Noite!" A princípio, entendemos que falava a nossa Língua. Logo vimos que não. Ele decorara o cumprimento. Que simpatia – pensamos. Embarcamos num carro muito pequeno para seguir viagem até o centro da cidade que distava 60 km. Lá ficavam as dependências da Comunidade onde iríamos nos hospedar. A maior parte das nossas poucas bagagens precisou viajar no nosso colo. Lembro que o calor era insuportável, assim como o movimento de carros na estrada.
Uma vez na Comunidade, fomos recebidos pela zeladora. Comunicamo-nos por gestos. Isso não era fácil. Coisa boa quando, de repente, conhecemos o missionário Metzger e sua esposa Lori. Falavam a língua alemã. Disseram-nos que eram da Missão Marburg e que, agora, aposentados, prestavam serviço por três meses na Comunidade Evangélica Pedro Paulo de Moscou. Sentimo-nos muito bem acolhidos pelo casal. Logo depois, o sr. Künzel (Secretário da Comunidade) despediu-se de nós. Estávamos cansados. Por isso, depois de conversarmos um pouquinho, fomos dormir. Para nós, foi um presente podermos nos acomodar naquele quarto comunitário. Lá podíamos nos comunicar em alemão. Noutros lugares teríamos que colocar nosso parco inglês na roda. Era muito melhor assim...
31.7.07
Uma lenda!
Era uma vez um casal que vivia muito feliz, n'alguma das cidades do planeta terra. Os dois se amavam e sempre repartiam das suas alegrias e tristezas, um com o outro. E assim, desse jeito, viveram felizes durante muitos anos, até que um dia descobriram um velho livro empoeirado no sótão de sua casa. Nele estava escrito que lá no fim do mundo havia um lugar onde a terra e o céu se tocavam. Que naquele lugar a gente podia encontrar a grande, a maior felicidade que se pode experimentar em vida.
Organizaram-se, trabalharam muito e deram jeito em todos os dinheiros necessários para então ir em busca desse mágico lugar. Decidiram que iriam encontrá-lo, custasse o que custasse. Viajaram o mundo todo à procura do mesmo. Suportaram todas as dificuldades que uma viagem dessas proporções exige. Sim, tinha que valer a pena. Eles tinham lido que, nesse lugar havia uma porta na qual a gente só precisava bater, entrar e já se estaria envolvido, encharcado da enorme felicidade. Demorou, mas acabaram chegando ao tal objetivo. Bateram à porta e, com o coração batendo cada vez mais forte, observaram ela ir se abrindo, devagarinho, bem devagarinho.
No que adentraram no recinto, pararam estupefatos. Não é que estavam dentro da sua própria casa! O seu lar estava tal e qual como eles o haviam deixado antes da partida, em busca do lugar onde a felicidade completa podia ser achada. Ah! Desculpe! Na verdade não re-encontraram o seu lar como o tinham deixado! Nele havia uma nova porta que conduzia para o pátio e esta, estava aberta, escancarada.
Foi então que entenderam que o lugar onde o céu e a terra se tocam e onde se pode encontrar a felicidade integral é aqui mesmo, bem pertinho de nós, na nossa vizinhança. Nós só precisamos abrir a porta da nossa casa. Sair para a rua e iremos participar da vida que o nosso próximo vive e, depois, permitir que ele, o próximo, participe também da nossa.
Organizaram-se, trabalharam muito e deram jeito em todos os dinheiros necessários para então ir em busca desse mágico lugar. Decidiram que iriam encontrá-lo, custasse o que custasse. Viajaram o mundo todo à procura do mesmo. Suportaram todas as dificuldades que uma viagem dessas proporções exige. Sim, tinha que valer a pena. Eles tinham lido que, nesse lugar havia uma porta na qual a gente só precisava bater, entrar e já se estaria envolvido, encharcado da enorme felicidade. Demorou, mas acabaram chegando ao tal objetivo. Bateram à porta e, com o coração batendo cada vez mais forte, observaram ela ir se abrindo, devagarinho, bem devagarinho.
No que adentraram no recinto, pararam estupefatos. Não é que estavam dentro da sua própria casa! O seu lar estava tal e qual como eles o haviam deixado antes da partida, em busca do lugar onde a felicidade completa podia ser achada. Ah! Desculpe! Na verdade não re-encontraram o seu lar como o tinham deixado! Nele havia uma nova porta que conduzia para o pátio e esta, estava aberta, escancarada.
Foi então que entenderam que o lugar onde o céu e a terra se tocam e onde se pode encontrar a felicidade integral é aqui mesmo, bem pertinho de nós, na nossa vizinhança. Nós só precisamos abrir a porta da nossa casa. Sair para a rua e iremos participar da vida que o nosso próximo vive e, depois, permitir que ele, o próximo, participe também da nossa.
30.7.07
13 de maio de 1973
Como vocês todos sabem, estou exercendo meu pastorado em Joinville – SC. Meu gabinete está quase arrumado. Precisei abrir velhas caixas, rever antigos documentos e, de repente, caiu-me na mão uma folha de papel amarelada onde, há 34 anos atrás, rascunhei a meditação intitulada "a Bíblia", que reparti naquele sábado, dia 13 de maio de 1973, com os jovens da Juventude Evangélica de Santa Cruz do Sul – JESC. Na época eu tinha 19 anos e já era mecânico numa oficina de automóveis de fundo de quintal, desde os 13. Tinha parado com meus estudos no 1° ano do segundo grau. Voltaria aos estudos em março de 1975, em Ivoti – RS. Interessante como o tempo nos faz crescer na fé...
A Bíblia
"Somos jovens do século XX. Calça Lee, Top desbotada é o nosso grito de guerra. Se arranco um bolso traseiro dela significa que quis gritar bem alto para alguma coisa que acontece. Queremos ser alguém útil. Procuramos alguma coisa do nosso lado. Vamos jogar voley, futebol de salão e isso nos faz bem. Trabalhamos com afinco nas firmas para nossa próxima excursão e tudo é alegria.
Temos planos em mente e tentamos trazê-los para dentro da nossa turma. Queremos ser gente alegre e por isso todos nós vamos ver “Love Story” hoje à noite. Quando voltarmos, cairemos na cama e se não estivermos muito cansados, seremos obrigados a fazer um retrospecto do dia que passou para, finalmente, chegarmos à conclusão de que não encontramos aquilo que procurávamos.
Queremos dormir mas o pensamento nos pesa. O trabalho, os divertimentos, a alegria, a garota de quem gostamos, os meus amigos e amigas – eu preciso deles todos mas e daí? Quantos minutos por dia a bíblia ocupa lugar em nós?... “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”".
A Bíblia
"Somos jovens do século XX. Calça Lee, Top desbotada é o nosso grito de guerra. Se arranco um bolso traseiro dela significa que quis gritar bem alto para alguma coisa que acontece. Queremos ser alguém útil. Procuramos alguma coisa do nosso lado. Vamos jogar voley, futebol de salão e isso nos faz bem. Trabalhamos com afinco nas firmas para nossa próxima excursão e tudo é alegria.
Temos planos em mente e tentamos trazê-los para dentro da nossa turma. Queremos ser gente alegre e por isso todos nós vamos ver “Love Story” hoje à noite. Quando voltarmos, cairemos na cama e se não estivermos muito cansados, seremos obrigados a fazer um retrospecto do dia que passou para, finalmente, chegarmos à conclusão de que não encontramos aquilo que procurávamos.
Queremos dormir mas o pensamento nos pesa. O trabalho, os divertimentos, a alegria, a garota de quem gostamos, os meus amigos e amigas – eu preciso deles todos mas e daí? Quantos minutos por dia a bíblia ocupa lugar em nós?... “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”".
18.7.07
A ESSÊNCIA DA IGREJA
O papa andou dizendo algumas "pérolas", recentemente. Daí nosso presbitério pediu-me que eu reagisse com uma prédica no Culto do domingo, dia 15 de julho de 2007. Resolvi compartilhá-la com vocês. Comecei-a assim...
...A Congregação para a Doutrina da Fé da Igreja Católica Apostólica Romana publicou, recentemente, um documento, intitulado "Respostas a dúvidas sobre alguns aspectos relativos à doutrina sobre a Igreja". Nele está explícito que a "Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica". Ou seja, sustenta-se no referido documento que a Igreja Católica seja a única Igreja no mundo que possui "todos os elementos" da Igreja instituída por Jesus. Não concordamos com isso e, para deixarmos bem clara a nossa posição, meditaremos sobre o texto de Mateus 16.13-20 que passo a ler...
16.13 - Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 16.14 - E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 16.15 - Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16.16 - Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 16.17 - Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 16.18 - Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 16.19 - Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. 16.20 - Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.
PEDRO E SEUS SUCESSORES
No texto, Jesus dialoga com seus discípulos. Pedro é destacado por Jesus como um símbolo, como uma pedra sobre o qual a Igreja cristã deve ser construída. Se usa e se abusa desta passagem para sustentar a figura do papa, aquele que tem o poder para manejar as “chaves” que ligam e ou desligam pessoas dos céus.
Nós luteranos compreendemos esta Palavra Bíblica de forma bem diferente. É pela fé em Jesus Cristo que podemos chegar a Deus e isso, sem qualquer intermediação de representantes. Para nós, Jesus Cristo é o sujeito principal da Igreja e ponto final. Nós cremos que a Palavra que Jesus dirige a Pedro em Mateus 16.18b “... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” , é direcionada para a Igreja em sua pluralidade. Tu és pedra, eu sou pedra, nós somos pedra, a Paróquia São Mateus é pedra...
Nós evangélicos não vemos fundamento bíblico para a hierarquia eclesiástica histórica e automática. O critério para seguir-se a Jesus Cristo é confessá-lo tal como Pedro o fez quando disse “...Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo...” (Mateus 16.16b). Pedro não é e nunca foi critério para chegar-se ao Reino de Deus, muito menos os ditos seus sucessores. Notem que logo depois desse diálogo, Jesus dá uma bela chamada no seu discípulo: - “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mateus 16.23). Essa reação de Jesus foi necessária porque Pedro trocou as mãos pelos pés quando quis influir o Filho de Deus a afastar-se do caminho que leva à cruz. Resumindo, Pedro não é e nunca foi a base sobre a qual edificamos a nossa fé. Ele precisa ser visto, isso sim, como um exemplo de compromisso cristão, nada mais. A única base posta para a Igreja é Jesus Cristo. Outro fundamento simplesmente não existe.
Quem leva Jesus a sério em sua vida, já agora está livre de pecado e de culpa. Martin Luther sublinha isto quando escreve: “À Igreja de Pedro não deve mais ser permitido decidir sobre o futuro das pessoas e dos povos . Ela não deve mais amedrontar às pessoas. Não lhe cabe dominar e nem tampuco provar a fé das pessoas.” Vamos e convenhamos: muitos dos que já se sentaram na cadeira papal não foram bons exemplos para a cristandade.
A Igreja sempre só vive do testemunho de umas poucas mulheres e de uns poucos homens simples que procuram viver uma fé viva e, assim, espalhar do “bom perfume” de Cristo na sociedade em que vivem. E isto, um papa também pode e deve: ser uma testemunha do Cristo vivo, nada mais.
Confessar a fé não é brinquedo, não é coisa simples. É uma constante labuta no sentido de libertar-se da corrida desenfreada atrás do dinheiro e de outros deusinhos menores; é um constante libertar-se cada vez mais da desta idéia rasteira de querer chegar-se mais perto de Deus, usando-se para tal pessoas renomadas como ponte para tal intento; é um constante focar-se na pessoa de Jesus Cristo.
Por isso é imprescindível que exercitemos nossa prática cristã orando, meditando, louvando, cantando, dançando e festando sempre lá onde as pessoas se encontram. Toda pessoa batizada, seja ela papa, bispo, pastor, mecânico, padeiro, professora, dona de casa, jovens, crianças, idosos ou quem quer que seja, está chamada a viver debaixo desta verdade.
CONCLUSÃO
A Igreja é plural e isso, desde o Novo Testamento. Um conceito evangélico para unidade da Igreja pode ser lido no artigo VII da Confissão de Augsburgo que eu copiei no programa do nosso culto. Vamos lê-lo?... "Ensinam outrossim que sempre permanecerá uma santa igreja. E a igreja é a congregação dos santos na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente. E para a verdadeira unidade da igreja basta que haja acordo quanto à doutrina do evangelho e à administração dos sacramentos. Não é necessário que as tradições humanas ou os ritos e cerimônias instituídos pelos homens sejam semelhantes em toda a parte. Como diz Paulo: Uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos", etc. (Efésios 4.4ss.)
Enfim, creio que nossa tarefa como Igreja Reformada implica em nunca abrirmos mão de três pontos:
Da mensagem de Justificação: Nossa culpa não tem a última palavra. Deus nos ama – não importa de onde viemos e o que valemos. Temos que divulgar isso ao mundo que leva tanto em conta o que se é, o que se faz e o que se tem.
Da mensagem da Liberdade Cristã: Nós não estamos debaixo de ordens clericais. Para nós a Igreja é advogada da liberdade e, como tal, responsável pela divulgação desta idéia de liberdade no mundo inteiro.
Do Sacerdócio Geral de todos os Crentes: Conforme a “Theologische Erklärung von BARMEN 1934” (Esclarecimento Teológico de Barmen – 1934) entendemos a "Igreja como a Comunidade de irmãs e irmãos". Nela não existe relações hierárquicas. Sua estruturas não dominam de cima para baixo e nela não há diferenças entre sacerdotes e leigos. O mundo é o lugar onde a cristandade vive o seu dia-a-dia; onde ela vive o seu chamado e a sua profissão. Amém!
...A Congregação para a Doutrina da Fé da Igreja Católica Apostólica Romana publicou, recentemente, um documento, intitulado "Respostas a dúvidas sobre alguns aspectos relativos à doutrina sobre a Igreja". Nele está explícito que a "Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica". Ou seja, sustenta-se no referido documento que a Igreja Católica seja a única Igreja no mundo que possui "todos os elementos" da Igreja instituída por Jesus. Não concordamos com isso e, para deixarmos bem clara a nossa posição, meditaremos sobre o texto de Mateus 16.13-20 que passo a ler...
16.13 - Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 16.14 - E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 16.15 - Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16.16 - Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 16.17 - Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 16.18 - Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 16.19 - Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. 16.20 - Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.
PEDRO E SEUS SUCESSORES
No texto, Jesus dialoga com seus discípulos. Pedro é destacado por Jesus como um símbolo, como uma pedra sobre o qual a Igreja cristã deve ser construída. Se usa e se abusa desta passagem para sustentar a figura do papa, aquele que tem o poder para manejar as “chaves” que ligam e ou desligam pessoas dos céus.
Nós luteranos compreendemos esta Palavra Bíblica de forma bem diferente. É pela fé em Jesus Cristo que podemos chegar a Deus e isso, sem qualquer intermediação de representantes. Para nós, Jesus Cristo é o sujeito principal da Igreja e ponto final. Nós cremos que a Palavra que Jesus dirige a Pedro em Mateus 16.18b “... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja...” , é direcionada para a Igreja em sua pluralidade. Tu és pedra, eu sou pedra, nós somos pedra, a Paróquia São Mateus é pedra...
Nós evangélicos não vemos fundamento bíblico para a hierarquia eclesiástica histórica e automática. O critério para seguir-se a Jesus Cristo é confessá-lo tal como Pedro o fez quando disse “...Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo...” (Mateus 16.16b). Pedro não é e nunca foi critério para chegar-se ao Reino de Deus, muito menos os ditos seus sucessores. Notem que logo depois desse diálogo, Jesus dá uma bela chamada no seu discípulo: - “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mateus 16.23). Essa reação de Jesus foi necessária porque Pedro trocou as mãos pelos pés quando quis influir o Filho de Deus a afastar-se do caminho que leva à cruz. Resumindo, Pedro não é e nunca foi a base sobre a qual edificamos a nossa fé. Ele precisa ser visto, isso sim, como um exemplo de compromisso cristão, nada mais. A única base posta para a Igreja é Jesus Cristo. Outro fundamento simplesmente não existe.
Quem leva Jesus a sério em sua vida, já agora está livre de pecado e de culpa. Martin Luther sublinha isto quando escreve: “À Igreja de Pedro não deve mais ser permitido decidir sobre o futuro das pessoas e dos povos . Ela não deve mais amedrontar às pessoas. Não lhe cabe dominar e nem tampuco provar a fé das pessoas.” Vamos e convenhamos: muitos dos que já se sentaram na cadeira papal não foram bons exemplos para a cristandade.
A Igreja sempre só vive do testemunho de umas poucas mulheres e de uns poucos homens simples que procuram viver uma fé viva e, assim, espalhar do “bom perfume” de Cristo na sociedade em que vivem. E isto, um papa também pode e deve: ser uma testemunha do Cristo vivo, nada mais.
Confessar a fé não é brinquedo, não é coisa simples. É uma constante labuta no sentido de libertar-se da corrida desenfreada atrás do dinheiro e de outros deusinhos menores; é um constante libertar-se cada vez mais da desta idéia rasteira de querer chegar-se mais perto de Deus, usando-se para tal pessoas renomadas como ponte para tal intento; é um constante focar-se na pessoa de Jesus Cristo.
Por isso é imprescindível que exercitemos nossa prática cristã orando, meditando, louvando, cantando, dançando e festando sempre lá onde as pessoas se encontram. Toda pessoa batizada, seja ela papa, bispo, pastor, mecânico, padeiro, professora, dona de casa, jovens, crianças, idosos ou quem quer que seja, está chamada a viver debaixo desta verdade.
CONCLUSÃO
A Igreja é plural e isso, desde o Novo Testamento. Um conceito evangélico para unidade da Igreja pode ser lido no artigo VII da Confissão de Augsburgo que eu copiei no programa do nosso culto. Vamos lê-lo?... "Ensinam outrossim que sempre permanecerá uma santa igreja. E a igreja é a congregação dos santos na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente. E para a verdadeira unidade da igreja basta que haja acordo quanto à doutrina do evangelho e à administração dos sacramentos. Não é necessário que as tradições humanas ou os ritos e cerimônias instituídos pelos homens sejam semelhantes em toda a parte. Como diz Paulo: Uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos", etc. (Efésios 4.4ss.)
Enfim, creio que nossa tarefa como Igreja Reformada implica em nunca abrirmos mão de três pontos:
Da mensagem de Justificação: Nossa culpa não tem a última palavra. Deus nos ama – não importa de onde viemos e o que valemos. Temos que divulgar isso ao mundo que leva tanto em conta o que se é, o que se faz e o que se tem.
Da mensagem da Liberdade Cristã: Nós não estamos debaixo de ordens clericais. Para nós a Igreja é advogada da liberdade e, como tal, responsável pela divulgação desta idéia de liberdade no mundo inteiro.
Do Sacerdócio Geral de todos os Crentes: Conforme a “Theologische Erklärung von BARMEN 1934” (Esclarecimento Teológico de Barmen – 1934) entendemos a "Igreja como a Comunidade de irmãs e irmãos". Nela não existe relações hierárquicas. Sua estruturas não dominam de cima para baixo e nela não há diferenças entre sacerdotes e leigos. O mundo é o lugar onde a cristandade vive o seu dia-a-dia; onde ela vive o seu chamado e a sua profissão. Amém!
11.7.07
A ovelhinha pouco esperta!
Era uma vez uma ovelhinha. Sua lã era grossa e vistosa. Ela tinha muitas irmãzinhas e muitos irmãozinhos no rebanho. Acordava sempre disposta pela manhã. E lá ia ela, cantarolando, pastar bom pastinho ali naquele espaço, sempre tão bem cuidado pelo seu pastor. Ela conhecia a sua voz. Nas horas difíceis, ele sempre estava do seu lado a cuidar dela. Coisa boa poder experimentar daquela paz sem fim, ali, junto daquele rebanho.
O gramado onde sempre pastava grama macia não tinha cercas. A sua liberdade para fazer passeios com a turminha que conhecia tão bem, era ilimitado. Um dia, meio escondidinha, ousou afastar-se um pouquinho do espaço onde sempre se locomovia. Seu pastor não esperava uma tal atitude sua. Não demorou nada e ela já estava no meio de um outro rebanho de ovelhinhas, ali das cercanias. Elas eram pastoreadas por um outro pastor. A sua voz era diferente, um pouco mais rouca, talvez. Naquele novo grupo de ovelhinhas, todas tinham um outro jeito de conviver entre si. Quando baliam, sempre levantavam a patinha dianteira. Elas também ficavam de orelhinhas em pé, quando das refeições. Puxa! Como aquele novo jeito de ser era bonito e importante – pensava ela.
Quando o dia estava quase acabando, ela voltou para junto da sua turminha. Ali estava segura. Era querida e conhecida por todos. Foi dormir mas, naquela, noite o seu sono não foi muito reparador. Acordava a toda hora com desejos de também levantar sua patinha quando soltava o balido, de também levantar suas orelhinhas na hora de comer. Dito e feito! No outro dia começou a falar das novidades que tinha aprendido logo ali, naquele outro pastinho. O rebanho a ouvia um tanto desconfiado. Será que levantar a patinha e as orelhinhas poderia contribuir para uma maior felicidade na sua vida? As ovelhinhas mais experimentadas entendiam que não.
O tempo passou e a ovelhinha acabou mudando de rebanho. Optou em ser feliz por fora, enquanto ensaiava um outro jeito de ser. Essa opção, no entanto, a fez cada vey mais infeliz por dentro. Ela não era mais a mesma. Doía-lhe o interior do coraçãozinho por causa do afastamento das amiguinhas que conhecia tão bem, desde o tempo do seu nascimento. Os dias e os meses foram passando e a felicidade não aumentava. Antes pelo contrário, diminuia. Mas ela foi ficando ali, sempre de novo ouvindo a voz rouca do seu novo pastor.
O gramado onde sempre pastava grama macia não tinha cercas. A sua liberdade para fazer passeios com a turminha que conhecia tão bem, era ilimitado. Um dia, meio escondidinha, ousou afastar-se um pouquinho do espaço onde sempre se locomovia. Seu pastor não esperava uma tal atitude sua. Não demorou nada e ela já estava no meio de um outro rebanho de ovelhinhas, ali das cercanias. Elas eram pastoreadas por um outro pastor. A sua voz era diferente, um pouco mais rouca, talvez. Naquele novo grupo de ovelhinhas, todas tinham um outro jeito de conviver entre si. Quando baliam, sempre levantavam a patinha dianteira. Elas também ficavam de orelhinhas em pé, quando das refeições. Puxa! Como aquele novo jeito de ser era bonito e importante – pensava ela.
Quando o dia estava quase acabando, ela voltou para junto da sua turminha. Ali estava segura. Era querida e conhecida por todos. Foi dormir mas, naquela, noite o seu sono não foi muito reparador. Acordava a toda hora com desejos de também levantar sua patinha quando soltava o balido, de também levantar suas orelhinhas na hora de comer. Dito e feito! No outro dia começou a falar das novidades que tinha aprendido logo ali, naquele outro pastinho. O rebanho a ouvia um tanto desconfiado. Será que levantar a patinha e as orelhinhas poderia contribuir para uma maior felicidade na sua vida? As ovelhinhas mais experimentadas entendiam que não.
O tempo passou e a ovelhinha acabou mudando de rebanho. Optou em ser feliz por fora, enquanto ensaiava um outro jeito de ser. Essa opção, no entanto, a fez cada vey mais infeliz por dentro. Ela não era mais a mesma. Doía-lhe o interior do coraçãozinho por causa do afastamento das amiguinhas que conhecia tão bem, desde o tempo do seu nascimento. Os dias e os meses foram passando e a felicidade não aumentava. Antes pelo contrário, diminuia. Mas ela foi ficando ali, sempre de novo ouvindo a voz rouca do seu novo pastor.
12.6.07
Tempo de Acarinhar
Ó Grande Amigo!
deste-me o tempo.
Atrás de mim,
horas sem fim,
os anos todos
vivi só prá Ti.
Toda a história foi minha e não nego,
este presente de cada manhã.
Fico de pé e te peço ó Deus:
Dá coragem para, juntos, plantarmos sementes de alegria nos abraços que vamos semeando, abraços que vamos semeando enquanto repartimos amor, nos canteiros que adubaste com esperança. E ainda te peço ó Deus...
Dá-me mais tempo
para servir,
prá silenciar,
saber brincar,
acarinhar quem
comigo está.
Todo momento foi meu, eu sei,
este presente é tão caro prá mim.
Eu me levanto e sou grato ó Deus!
deste-me o tempo.
Atrás de mim,
horas sem fim,
os anos todos
vivi só prá Ti.
Toda a história foi minha e não nego,
este presente de cada manhã.
Fico de pé e te peço ó Deus:
Dá coragem para, juntos, plantarmos sementes de alegria nos abraços que vamos semeando, abraços que vamos semeando enquanto repartimos amor, nos canteiros que adubaste com esperança. E ainda te peço ó Deus...
Dá-me mais tempo
para servir,
prá silenciar,
saber brincar,
acarinhar quem
comigo está.
Todo momento foi meu, eu sei,
este presente é tão caro prá mim.
Eu me levanto e sou grato ó Deus!
23.5.07
O bilhetinho amarelo!
No dia 03 de fevereiro de 1990, tive a chance de usar a mídia durante uns poucos 30 segundos. Lembro que, na época, criei uma frase de efeito. Eu cria aquilo que disse. Hoje constato que lá se foram 17 anos e quatro meses. Nada mudou. Os homens continuam parecendo pessoas de bem, mas não o sao. Agora o nome da operacão chama-se "navalha". Outros nomes virão. Eu nunca quis perder a capacidade de sonhar que sempre me impulsionou até os dias de hoje. Ah!... Desculpe! Você gostaria de ler o conteúdo da minha fala. Aqui vai...
"Neste estado, e por que não dizer: no nosso país, há muitas candidaturas que ainda chegam a florescer enraizadas nos velhos ditames do não pensar. Essas posturas vão terminar. Elas têm que acabar..."
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