Dormi ao volante. A batida
foi forte. O motor saltou de dentro da estrutura do carro e eu fiquei ali,
imóvel. Imediatamente após o acidente, alguém chegou perto e fechou meus olhos
com dedos ásperos. Tentei abri-los, mas não consegui dominar os músculos das
pálpebras. As pessoas ao redor de mim ficaram nervosas ao segurar meu pulso.
Elas não sabiam o que fazer diante da morte. Umas delas logo se afastaram do
meu corpo. Já outras poucas ousaram aproximar-se. Senti certo prezar mórbido na
sua respiração. Não, ninguém conhecia aquele gaúcho da classe de 54. Alguém colocou
a mão no meu bolso e, discretamente, passou a mão na minha carteira. No outro
bolso estava meu celular. Um motoqueiro vasculhou meus endereços nele. Falavam
baixinho. Num dado momento uma senhora discou o número 101 com discrição. Logo
depois soaram as sirenes do Corpo de Bombeiros. Viajei numa carroceria fechada,
dentro de um recipiente de latão, até uma sala lúgubre. Ali me despiram e, logo
depois, me deram um banho com a água gelada que brotava de um esguicho
metálico. Os funcionários agiam profissionalmente, mas mesmo assim se sentiam
incômodos com minha presença inerte. Era por isso que faziam piadinhas a meu
respeito. Outro dia li que este pessoal que trabalha com mortos precisa de
acompanhamento psicológico de quando em quando. Tratava-se de uma “catar-se”.
Encheram minha boca e minhas narinas com uma espécie de cimento branco. Colaram
meus lábios com fita adesiva para que se endurecessem fechados. Vestiram-me com
o terno que, um dia, eu comprei para a Festa de Casamento da Ella. Estava
difícil de vesti-lo em mim, por isso rasgaram-no nas costas. Deitaram-me dentro
do caixão e ajeitaram minhas mãos, ainda amolecidas, como se eu estivesse
orando. Colocaram-me dentro de um automóvel branco. Rodei durante trinta
minutos dentro daquela caixa, até que me descarregaram num necrotério. O cheiro
de flor e cera queimada das velas me incomodava um pouco. Minha esposa,
companheira de mais de 40 anos, e meus filhos choravam ao meu lado. Um dos meus
garotos se mostrava calado, talvez lembrando que ainda poderia ter me dito isto
ou aquilo. O outro, em alguns momentos, chorava choro solto, talvez se
lembrando de que tinha tentado dizer tudo o que podia. Uma das minhas noras se
apresentava extremamente séria, já a outra sempre tinha os olhos marejados. Amigas
e amigos vinham dar abraços, disfarçando sua tristeza atrás de óculos escuros.
Um pouco mais longe, eu ouvia o burburinho. Gente lembrando-se do meu passado,
mas também não querendo lembrar. Eu sentia o cansaço nas pessoas que me
ladeavam. Havia muito movimento. No fundo, mas bem no fundo, esse povo esperava
que aquele momento chegasse ao fim. Algumas e alguns passaram a mão na minha
testa, sem se perguntar se eu desejava aquele gesto. Havia muitas pessoas em pé
no pequeno recinto. A conversa aumentava de volume. De repente, depois de muito
tempo, o povo que se despedia de mim se aquietou com a chegada do Pastor da
Comunidade na qual eu, aposentado, participava. Ele se fez acompanhar do Pastor
Sinodal que ainda ajudei a eleger. Os dois se apresentaram debaixo de seus
talares pretos. Sob os meus pés a minha família colocou o talar que, sempre
ainda em uso, um dia, em 1977, me foi presenteado por um grupo de amigas e
amigos. Do lado dele, combinando com o preto, estava a bandeira do Grêmio com
suas três estrelas amarelas. Sim, o meu Pastor se preparara para aquele momento
– senti isso. Não quis dizer bobagem e, por isso, fez pesquisa no meu Blog; no
Facebook; nos arquivos da “empresa” (IECLB) em que trabalho. Ali ele descobriu
que já militei no Encontrão e no PT; que já fui Evangelista de Tempo Parcial
nos anos 80 e 90; que dediquei quase todo meu pastorado em prol de jovens
secundaristas e universitários; que já “pintei o sete” no sul do Brasil, nesta
igreja oriunda de Lutero; que, no final do meu Ministério, me descobri feliz na
Comunidade de Itoupava Central. Ouvi-o apontando para a perspectiva da
ressurreição; consolando àquelas e aqueles que, de fato, já sentiam saudades.
Nunca mais poderei saborear aquela cervejinha com o Sr. Adamastor; aquele café
esperto com a Dona Regina. Ouvi a oração do Pai Nosso. Pela experiência eu
sabia que tudo se encaminhava para o fim. O pessoal da funerária se aproximava
discretamente. Eles queriam fechar a tampa da caixa fúnebre, pois tinham
horários para cumprirem. Isso era preciso. Agora a saudade deveria ser trabalhada
em quem ficava. O luto das pessoas presentes duraria mais ou menos um ano. Se
passasse disso, precisariam buscar ajuda psicológica profissional. Senti o
abafamento do tampão se fechando sobre mim. Agora apertavam os parafusos de
rosca sem fim. Aprendi a apertá-los até meia volta antes de quebrar enquanto
fui mecânico, no início da década de 70. Foi o meu avô Reinbold quem me ensinou
isso. Gente querida agarrou nas seis alças. Agiam sérios, como se este ato
fosse um último tributo que me prestavam. Iam quietos. Percebi que estava sendo
pesado, mas mesmo assim carregavam-me com cuidado por entre os corredores
estreitos, escorregadios e obtusos do cemitério. De repente senti um pequeno
solavanco. Eram os caibros que apoiavam o caixão para que as velhas e secas cordas
o abraçassem. Abaixo de mim estava a cova, toda forrada com pedra brita. Os
responsáveis eram zelosos e, a pedido do Pastor, depositaram-me no espaço oco e
seco. Senti-me mergulhando no ar. O Pastor leu o Salmo 23. Sim, ele se preparou
bem para realizar o Ofício, mas sua voz demonstrava inquietude, uma vez que
sabia da minha história; que queria poder dizer um pouco mais daquilo que
sabia. Coisa boa que não falou “abobrinhas” neste momento de dor, para as
minhas queridas e os meus queridos. Jogaram pétalas de flores sobre meu caixão.
Daí então a colher do pedreiro passou a atritar com a areia e esse ruído me faz
perceber que tampavam a sepultura. Tudo começava a ficar extremamente mais escuro.
E agora? O que seria de mim? Não ouvia quase mais nada. Não sentia mais fome,
sede e nem tampouco saudade. Eu que um dia escolhera minha profissão para nunca
experimentar a sensação da solidão, de repente me sentia só; muito só. Ouvi ou
pensei ter ouvido uma salva de palmas. Eu estava no “hades”, palavra hebraica
que, traduzida para o Português significava “inferno” e que, na minha língua de
teólogo não dizia outra coisa do que “debaixo da terra”. Não me desesperei.
Sabia que Deus já vinha me acolher com Seu abraço quente e apertado;
presentear-me com um corpo novo. Foi então que experimentei mais um milagre! O
espaço exíguo onde me encontrava se “agrandou”, a escuridão ao redor de mim se
converteu em luz. A alegria se fez presente naquele cubículo. Eu me levantei. Não
havia mais muros entre mim e a vida. Percebi que tinha sido guindado ao Reino
de Deus do qual eu, em vida, dizia “ainda não”. Senti vontade de cantar;
jubilar. Vi, de relance, que não carregava mais a cicatriz oriunda do prego
enferrujado que rasgou a parte interna da minha coxa direita, aos seis anos de
idade, enquanto brincava só, lá embaixo, entre tábuas velhas onde, um dia, meu
pai tinha matado uma jararacuçu. Minha diabetes Tipo 2 já era passado. Eu não
precisava mais judiar meus rins com medicamentos. Assentei-me no assoalho macio
de um ambiente enorme e isento de paredes. O ar ali era puro. Não havia
necessidade de casaco. Sim, eu vivia numa nova terra, isenta de barulhos, de
tristezas, de frio, de calor, de agonias... Não! Eu não sentia falta das coisas
que me eram caras, nem do Jornal O Caminho. Experimentava comunhão com o Pai do
qual era mais um dos filhos que retornava. Serviram-me um chimarrão montado com
erva-mate sem sabão. Alguns tomavam cafezinho sem cafeína. Outros bebiam chá
sem veneno. Quanta comunhão! Revi a Romilda, o Lauro, o Osmar, o Luiz, o Ari e
tantas outras irmãs e irmãos das quais e dos quais sentia saudade. E os meus
sentimentos foram se sucedendo, um mais bonito que o outro...
Busque Saber
26.7.13
13.2.13
Joseph Ratzinger - Bento XVI
Eu vi a alegria do povo alemão
quando a fumaça branca fumegou no Vaticano em 2005... Surpreso com sua saída do Ministério Papal, fui me informar um pouco nos Jornais Alemães e descobri o seguinte:
Hoje Joseph Ratzinger está prestes a completar 88
anos de idade. Ele nasceu no dia 16 de abril de 1927 na Baviera – Sul da Alemanha. Moço
inteligente, logo se destacou no estudo da Teologia. Homem feito, foi ser professor
na Universidade de Regensburg. Mais tarde, tornou-se arcebispo de Munique. No
dia 1° de março de 1982 foi eleito Prefeito da Congregação da Fé, no Vaticano,
em Roma. Com a morte de João Paulo II no dia 19 de abril de 2005, Joseph
Ratzinger se tornou o Papa da Igreja Católica com o nome de Bento XVI. Pasmem!
Agora, no dia 11 de fevereiro de 2013, alegando motivos de saúde, o referido
Papa pediu pelo desligamento das suas funções papais.
O Papa Bento quase
fechou oito anos de ministério à frente da Igreja Católica. Enquanto isso, não fez acontecer qualquer mudança na
Igreja a partir de articulações políticas. Fazia e acontecia calçado em si só.
Assim, escreveu alguns textos dos quais destaco três. No texto “Deus
Caritas est”, ele filosofou sobre o amor de Deus para com as pessoas e sobre o
amor das pessoas umas para com as outras. No escrito “Spe salvi” ele criticou a
fé cega no progresso e os conceitos de salvação mundanos. Já em “Caritas in Veritate” ele apontou para o
comprometimento com uma ordem mais social justa.
Bento XVI era um conservador que desconfiava das
tendências de individualização da sociedade e do subjetivismo da Filosofia e da
Teologia. Uma das grandes novidades que ele fez valer na Igreja Católica foi a Missa
rezada em Latim. Uau! Falando um Português claro, dá para se dizer que ele
frustrou muitas e muitos católicos que esperavam por reformas mais substanciais
no seio da sua Igreja. Na temática da moral sexual, por exemplo, ele se mostrou
conservador ao extremo ao não concordar com o uso do preservativo nas relações
sexuais.
Enquanto Papa, João Paulo II
preferia viajar a se ocupar com os pontos e vírgulas que moviam a Cúria. Assim,
suspeitava-se que seu sucessor promoveria mudanças ali, mas estas ficaram
esquecidas numa gaveta qualquer. Ainda hoje há carência de postura profissional;
falta de transparência e competência entre seus assessores. Um exemplo disso
foi o caso do Bispo Richard Williamson que, em 2008, deu uma entrevista onde
negou o Holocausto. Benedito XVI, sem saber desse fato, tinha acabado de anular
sua excomunhão por outros deslizes.
O Papa Bento XVI sempre se apresentou como um intelectual, mas volta e
meia se comportou como um mau político. Num discurso proferido em Auschwitz (Antigo
Campo de Concentração da 2ª Guerra Mundial) ele colocou os pés pelas mãos
quando deu declarações inexatas sobre o Nazismo. No Brasil ele causou irritação
aos indígenas, quando sugeriu que as nativas e os nativos ansiavam pelo Batismo
no decorrer do século XVI. Num discurso em Regensburg ele deu a deixa de que
deveria ter se informado sobre o Bispo Williamson
na Internet.
Quer dizer: Joseph Ratzinger é um sujeito como tu e eu. Sujeito a erros e acertos. Querido aqui, teimoso ali. Penso que ganha a Igreja Católica com a sua saída do papado. Que venha um homem com outro perfil, mais aberto para a vida... Quem sabe surge um Concílio Vaticano III... Vamos esperar!
Quarta Feira de Cinzas – Que tal jejuarmos?
Foi o texto de Mateus 6.16-21 me animou a escrever o texto abaixo...
São
muitas as pessoas que, nesta época da Quaresma se preparam para festejar a Páscoa
com Oração e Jejum. Quem jejua se concentra mais na Palavra de Jesus. A Oração
e o Jejum nos ajudam a vivermos nossa fé com mais densidade. Depois de um Tempo
de Jejum, se adquire mais capacidade de ouvir; de ver; de perceber os detalhes bons
e ruins que nos rodeiam. Sim, a pessoa que jejua também experimenta mais tempo
para a oração; para a leitura da Bíblia; para compreender as mensagens que Deus
transmite. Quem jejua também acaba experimentando a libertação de algumas
amarras que sempre de novo danificam a vida. Isso é fato: A pessoa que jejua
sem alarde ajunta tesouros no céu. Mais do que isso: Essa pessoa descobre o gosto
para um sem-número de detalhes outros que até então não se dava conta.
O
jejum é um antídoto que age contra a saturação daquilo que nos desvia do que é
essencial. Detalhe: Tal como os medicamentos indicados pela Medicina, o Jejum
também pode nos envenenar. Foi pensando nisso que Jesus puxou o tema do Jejum. Ele
queria nos dar subsídios para enfrentar esse perigo dosando o Jejum de forma
correta no nosso organismo.
Ora,
quem se abstém de comidas, álcool, doçuras, televisão ou carro, deveria fazê-lo
sem alarde. Nada de gabar-se ou ostentar mau humor por causa disso. A pessoa
que jejua não é melhor e nem tampouco recebe qualquer recompensa no céu. Quem
aproveita o tempo da Quaresma para melhor compreender a si mesmo; para melhor
entender o caminho que leva à cruz de Cristo; para se perguntar pela vontade de
Deus em relação à sua vida e, depois, pratica estas respostas, acabará se
alegrando muito mais com a Festa da Páscoa. Essa pessoa certamente encontrará
um tesouro no céu, lá onde também deve estar o nosso coração.
Oração: Senhor Jesus Cristo! Eu quero Te seguir. Obrigado por teres
sofrido na cruz por mim. Desata as amarras que me afastam de Ti. Permita que eu Te reconheça e repouse o meu
coração em Ti. Que eu possa ficar hoje e eternamente contigo. Amém!
29.12.12
18.12.12
14.12.12
6.12.12
MARIA - MULHER QUE FAZ!
Maria, a mãe de Jesus, precisou se confrontar com uma situação bem difícil quando ainda era adolescente. Sim, eu penso que ela deve ter ficado com medo diante do chamado de Deus. Antes dela, homens renomados como Moisés, Daniel e Isaías tremeram as pernas quando Deus lhes fez um convite pessoal para serem Suas testemunhas. Cabe lembrar que Maria tinha 17 anos, talvez 18, quando foi chamada a carregar o Filho de Deus no seu útero. Será que aquela experiência foi mesmo uma graça? Será que foi bom para ela o fato dela ter experimentado tão intensamente o plano de Deus para a salvação do mundo em seu corpo? Muita gente continua discutindo a respeito destes aspectos hoje em dia.
Um detalhe me fascina neste texto do Evangelista Lucas: Maria não fez nenhum protesto, mesmo que tivesse todas as razões do mundo para fazê-lo. Agindo assim, ela se colocou num nível superior ao de mulheres e homens famosos da Bíblia que, em momentos decisivos, só tinham olhos para as suas incapacidades, quando convidadas, convidados a servirem ao seu Deus em linhas de frente: Moisés quis cair fora com o argumento de que era gago (Êxodo 4.10) e o profeta Jeremias se via muito jovem para o encargo que Deus lhe dava (Jeremias 1.6).
Maria não disse não e, assim, se colocou como serva absoluta de Deus, completamente dependente da Sua vontade. Claro que este caminho não foi fácil, mas ela o caminhou na confiança em Deus que a tinha chamado para aquele fim. No final das contas ela estava parada somente debaixo da cruz com o discípulo João (João 19.25-27), mas se encontrava na “sala mais importante” na reunião que os discípulos de Jesus organizaram para esperar o derramamento do Espírito Santo (Atos 1.13-14). Já por isso ela nos é um bom exemplo.
O caminho caminhado pela Maria sob a cruz a conduziu para dentro da Comunidade. Onde foi que a tua vida e a tua fé te conduziram? Estás ao lado de tuas irmãs e de teus irmãos sob a cruz de Cristo, ou ainda vives e te pautas por “receitas” que o mundo dá? Uma coisa é certa: o perdão, a salvação e a eternidade nós só vamos alcançar sob a cruz, noutro lugar – nem pensar. De repente tu estás te dando conta de ter perdido o rumo da tua vida. Hoje tu podes te reorientar, mudar de rumo e se colocar a caminho que leva de volta ao Gólgota. Faz tempo que Deus te espera ali!
Um detalhe me fascina neste texto do Evangelista Lucas: Maria não fez nenhum protesto, mesmo que tivesse todas as razões do mundo para fazê-lo. Agindo assim, ela se colocou num nível superior ao de mulheres e homens famosos da Bíblia que, em momentos decisivos, só tinham olhos para as suas incapacidades, quando convidadas, convidados a servirem ao seu Deus em linhas de frente: Moisés quis cair fora com o argumento de que era gago (Êxodo 4.10) e o profeta Jeremias se via muito jovem para o encargo que Deus lhe dava (Jeremias 1.6).
Maria não disse não e, assim, se colocou como serva absoluta de Deus, completamente dependente da Sua vontade. Claro que este caminho não foi fácil, mas ela o caminhou na confiança em Deus que a tinha chamado para aquele fim. No final das contas ela estava parada somente debaixo da cruz com o discípulo João (João 19.25-27), mas se encontrava na “sala mais importante” na reunião que os discípulos de Jesus organizaram para esperar o derramamento do Espírito Santo (Atos 1.13-14). Já por isso ela nos é um bom exemplo.
O caminho caminhado pela Maria sob a cruz a conduziu para dentro da Comunidade. Onde foi que a tua vida e a tua fé te conduziram? Estás ao lado de tuas irmãs e de teus irmãos sob a cruz de Cristo, ou ainda vives e te pautas por “receitas” que o mundo dá? Uma coisa é certa: o perdão, a salvação e a eternidade nós só vamos alcançar sob a cruz, noutro lugar – nem pensar. De repente tu estás te dando conta de ter perdido o rumo da tua vida. Hoje tu podes te reorientar, mudar de rumo e se colocar a caminho que leva de volta ao Gólgota. Faz tempo que Deus te espera ali!
4.12.12
Chave de Fenda de Cabo Vermelho!
Larguem o “leme” só por alguns instantes e deem um “pulo” até o “porão”, lá onde “bufam as máquinas”, bem perto das “hélices”. Ali, muitas e muitos se desgastam e até adoecem por causa do trabalho contínuo de colocar “água de volta ao mar”, a partir de “velhas latinhas de azeite”. Esta ação repetitiva já machuca suas mãos e seus espíritos...
Hoje faz uns oito meses que escrevi o parágrafo acima. O texto doeu a ponto de eu ouvir a reação com voz empostada de um colega ministro: - Eu também luto para fechar “buracos” do “casco da IGREJA”. Baixei o olhar e não pude deixar de perceber que meu interlocutor tinha uma chave de fenda de cabo vermelho em suas mãos... Fazer o quê?...
Hoje faz uns oito meses que escrevi o parágrafo acima. O texto doeu a ponto de eu ouvir a reação com voz empostada de um colega ministro: - Eu também luto para fechar “buracos” do “casco da IGREJA”. Baixei o olhar e não pude deixar de perceber que meu interlocutor tinha uma chave de fenda de cabo vermelho em suas mãos... Fazer o quê?...
29.11.12
SER, PARTICIPAR, TESTEMUNHAR - Eu vivo Comunidade!
Coisa boa poder participar, viver o lema e o tema do novo Ano Eclesiástico (2012-2013) que vamos experimentar como Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - IECLB. Vale a pena ouvir o nosso Pastor Presidente falando sobre o assunto. São só 5 minutos. Pare e ouça!
21.11.12
A Água e o Vinho - João 2.1-11
Querida Comunidade!
Um pastor contou a história das Bodas de Caná (João 2.1-11) para jovens pré-adolescentes. Num
dado momento ele lhes disse que Jesus tinha transformado 600 litros de água em
600 litros de vinho da mais alta qualidade. No fim do relato, o colega
perguntou: - Qual foi a reação das pessoas diante daquele feito? Um jovem
respondeu: - Esse sujeito nós também convidaremos para a nossa festa!
Jesus se faz presente e converte seis barris cheios d’água em seis barris do melhor vinho que se pode beber. Com este ato Ele não apenas alegria, energia e perspectivas para aquele momento, mas para a vida toda. Esse milagre da transformação da água em vinho é uma indicação daquilo que Jesus quer ser para nós. Ele que, com Seu sangue, construiu a ponte que nos leva a Deus, quer comemorar com todas nós; com todos nós um banquete na eternidade, lá onde a verdadeira alegria sempre será abundante. Sim, Jesus abençoa aquela festa. Vamos ser sinceros, seiscentos litros de vinho já têm o seu impacto. Duma abundância tal nós podemos repartir com quem está próximo. Nós podemos participar da alegria desta festa, porque Jesus nos fez pessoas tementes e cheias do Seu amor.
Maria, a mãe de Jesus, quer que seu filho intervenha. Jesus, entretanto, com atitude enérgica, pede que ela se acalme. Diz-lhe que Sua hora ainda não chegou. Ao dizer-lhe isso, Jesus já pensa na Sua ressurreição. Primeiro Ele precisa ser um com o Pai. Daí então o céu se abrirá para todas as pessoas que Nele creem e, em seguida, todas as pessoas ligadas a Ele serão convidadas para a Festa de Casamento Celestial.
Se Jesus tivesse tocado no assunto da Sua ressurreição na hora em que Sua mãe o desafiou a fazê-lo, então o milagre da transformação de água em vinho só teria servido para uma espécie de propaganda em prol da vida eterna com Deus. Jesus não quer aparecer diante das pessoas com o milagre do preenchimento de garrafas vazias com vinho de primeira qualidade. O que Ele quer é deixar evidente que no céu o vinho sempre será abundante para todas as pessoas que se pautarem na Sua proposta de paz, amor e perdão.
Os seis tonéis cheios d’água acabam sendo importantes para Jesus. Eles estavam ali para que, num ritual de purificação, as pessoas convidadas pudessem lavar suas impurezas. A partir de Jesus aquele ritual não seria mais necessário, uma vez que Ele já iria purificar todas as impurezas que nos separam de Deus com Sua morte na cruz.
A Maria é um modelo para mim. Ela percebe o problema e pede a Jesus: Ajude essa gente! Ela não “baixa a guarda” com a negação do Seu filho, mas confia que Ele vai resolver o problema. Jesus também espera que tu e eu Lhe peçamos ajuda. Não apenas para as nossas próprias necessidades, mas também para os problemas que vamos percebendo à nossa volta. Nós somos responsáveis pelas coisas que acontecem no mundo em que vivemos. Mesmo que a resposta de Jesus não seja aquela que esperamos, somos chamadas; somos chamados a esperar que Jesus nos ajude e, enquanto Ele não ajudar, fazer de tudo para resolver os problemas com as nossas mãos, com os nossos pés, com a nossa
inteligência.
Os mordomos e seu chefe ficaram surpresos pois ostentavam muita dificuldade em crer no que viam. Já os discípulos creram. Jesus já lhes tinha anunciado sobre a abertura dos céus em João 1.51. Foi por isso que eles logo reconheceram a ação de Deus no milagre. Tenho para mim que os milagres só confirmam a fé, mas não a despertam.
Muitas pessoas se
confundiram com este milagre. Uns diziam que somente o deus grego Dionísio, o filho de Zeus com a mortal Sêmele;
o deus das festas; do vinho; do beber vinho
e do fazer vinho era capaz de fazer aquilo. Essa gente não percebia que Jesus,
o Prometido; o Filho de Deus, concebido pelo Espírito
Santo e nascido da Virgem Maria, tinha transformado a água em vinho. Sim, Jesus tomava vinho e comia com publicanos e pecadores. Os
discípulos sabiam disso, pois já haviam experimentado o perdão dos pecados, a vida
abundante com Deus e, assim, O reconhecido como Autoridade Divina.
As experiências que as pessoas cristãs fazem enchem as pessoas não cristãs de curiosidade, mas estas experiências não levam à fé. Para se experimentar a fé há que se ter uma relação pessoal com Jesus Cristo. Esta relação com o Filho de Deus é que nos dá a clareza de compreendermos aquilo que uma experiência ou um milagre podem produzir.
Gente querida! Hoje nós estamos convidadas, convidados para uma Festa de Casamento. O noivo é Jesus e a noiva é a Comunidade. O que é que nos falta se quisermos tomar lugar à mesa do Senhor? Nós até podemos enganar os outros e dizer que tudo vai bem conosco, mas não podemos enganar a Jesus. Quais os barris que estão vazios no porão da nossa adega? Foquemos nossa circunvizinhança. Quais os barris que estão vazios? Quem precisa de novas perspectivas e de alegria para viver? Quem é que nós podemos ajudar?
Jesus é a Videira, que transforma água em vinho. Ele faz um milagre em nossas vidas para que a nossa alegria não se apague e para que a Sua Festa nunca tenha fim. Ainda há 600 litros de vinho disponíveis para serem usados em prol da alegria. Quando tomamos parte na Santa Ceia, participamos da Festa de Casamento mais esperada no céu, e isso nos dá muita coragem para enfrentarmos os próximos passos. Viver com Jesus significa estar ligada; ligado com Ele. Nossa relação com Jesus é como a relação de um homem e de uma mulher que se amam, ou seja: um precisa do outro. Aqui Deus nos pergunta: O que aprendemos com o Casamento em Caná? A nossa resposta: Esse Jesus nós também queremos convidar para estar conosco!
As experiências que as pessoas cristãs fazem enchem as pessoas não cristãs de curiosidade, mas estas experiências não levam à fé. Para se experimentar a fé há que se ter uma relação pessoal com Jesus Cristo. Esta relação com o Filho de Deus é que nos dá a clareza de compreendermos aquilo que uma experiência ou um milagre podem produzir.
Gente querida! Hoje nós estamos convidadas, convidados para uma Festa de Casamento. O noivo é Jesus e a noiva é a Comunidade. O que é que nos falta se quisermos tomar lugar à mesa do Senhor? Nós até podemos enganar os outros e dizer que tudo vai bem conosco, mas não podemos enganar a Jesus. Quais os barris que estão vazios no porão da nossa adega? Foquemos nossa circunvizinhança. Quais os barris que estão vazios? Quem precisa de novas perspectivas e de alegria para viver? Quem é que nós podemos ajudar?
Jesus é a Videira, que transforma água em vinho. Ele faz um milagre em nossas vidas para que a nossa alegria não se apague e para que a Sua Festa nunca tenha fim. Ainda há 600 litros de vinho disponíveis para serem usados em prol da alegria. Quando tomamos parte na Santa Ceia, participamos da Festa de Casamento mais esperada no céu, e isso nos dá muita coragem para enfrentarmos os próximos passos. Viver com Jesus significa estar ligada; ligado com Ele. Nossa relação com Jesus é como a relação de um homem e de uma mulher que se amam, ou seja: um precisa do outro. Aqui Deus nos pergunta: O que aprendemos com o Casamento em Caná? A nossa resposta: Esse Jesus nós também queremos convidar para estar conosco!
10.11.12
SERVIÇO BATATA
Outro dia ouvi a
expressão: “cristão batatinha”! Confesso que fiquei curioso e, na hora,
perguntei ao meu interlocutor:
- O que é isso?
Ele, com sorriso no
rosto, respondeu:
- Hoje é assim que as pessoas cristãs se parecem com a batata inglesa. Ela, a batatinha se conserva
melhor dentro da terra, onde é o seu lugar. Ali ela se mostra suja, coberta de barro
e consegue fazer àquilo que lhes cabe: multiplicar-se! Você já procurou saber o
que acontece com as batatinhas que são guardadas dentro de um cesto, em
ambientes aquecidos?
- Nunca prestei
atenção!
- Pois é! Elas germinam.
Elas também criam brotos quando a gente as limpa e as põe dentro de um saco,
numa despensa iluminada e aquecida. Ali, com o tempo, elas murcham e se tornam ruins
para o consumo. Mais do que isso, elas perdem sabor e, inclusive, na sua casca
até se forma um fungo nocivo à nossa saúde.
- Entendi a relação
entre as pessoas cristãs e as batatinhas. As pessoas cristãs gostam de se
manter aquecidas no seio da Comunidade, dentro de um ambiente agradável e,
neste espaço, elas acabam perdendo a condição de cumprir o chamado que Deus
lhes fez.
Meu companheiro
mostrou-se animado por eu ter entendido sua forma de pensar. Despedimo-nos.
Enquanto me dirigia para casa, lembrei-me do texto de João 17.18: “Como Tu Me
enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo.” O Filho de Deus abdicou da
honra de viver na glória, ao lado do Pai. Assim, humilhou-se e, assumindo a
forma de homem, veio morar, conviver no nosso meio, bem longe dos templos e das
sinagogas. Aliás, Jesus se sentia bem junto com as pessoas. Ele as visitava no
seu trabalho. Ele fazia festa com elas. Ele lhes estendia a mão quando as
encontrava no caminho.
Desci do carro e já o sino
do templo badalou, me deixando claro que era hora do almoço. Enquanto o ouvia
me dei conta do nosso grande desafio como Igreja hoje: Sujarmo-nos novamente
com a “terra”; "ir ao encontro das pessoas lá onde elas estão" - como sugeriu o cantor Milton Nascimento. A probabilidade
de que as pessoas visitadas nos perguntem como se pode chegar mais perto de Deus
é baixa.
Nestes tempos está
sendo assim que as pessoas, de um modo geral, se desassociaram da Igreja. Vai
daí elas precisarão “ler” na nossa vida como é libertador; saudável e
revigorante a vivência com Deus na Comunidade. Ações deste tipo não apenas
fortalecerão a Comunidade, mas também as pessoas que a articulam no meio da
sociedade.
Neste momento pensei
nas crianças que não tem mais participado com tanta regularidade da vida
comunitária por causa de afazeres outros; lembrei-me dos adolescentes “afogados”
em compromissos diferentes e entendi que era hora de repensar atitudes: Ir onde
o povo está.
De repente, poderíamos fazer uma parceria com as escolas municipais
que nos circundam geograficamente. E se desenvolvêssemos uma proposta esportiva
no bairro onde estamos fincados? Até prova em contrário, projetos deste tipo sempre
atraem crianças e adolescentes. O
importante é que este nosso trabalho seja um verdadeiro “serviço batata”!
Era hora de almoçar. Fiz
um purê de batatas! Hummm...
19.10.12
Fé e Dinheiro!
Em Mateus 20.25-26 se lê: “Sabeis que os
governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não
deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós,
seja aquele que serve...”
Essa
palavra me lembrou de um ditado popular que diz: “O dinheiro rege o mundo!”
Está certo! É o dinheiro que dita os rumos do nosso sistema econômico. Quem tem
dinheiro tem poder; pode comprar qualquer mercadoria. Sim, o dinheiro tem força
descomunal no mundo em que vivemos. De um modo geral as pessoas podem aumentar
seus bens e sua influência; explorar segundos e terceiros com o dinheiro.
É
isso! Com dinheiro se rege e se domina o mundo. O que diz a Igreja sobre este
assunto? Será que as pessoas cristãs pensam de forma diferenciada? Será que a Comunidade
Cristã não está acima destas questões que dizem respeito ao dinheiro? Às vezes
eu carrego a impressão que nós, cristãs e cristãos, não nos diferenciamos das
pessoas seculares, quando o assunto é dinheiro. Ouso fazer esta afirmação
porque, aqui e ali, ouço palavras do tipo: “Não! Não podemos nos dar a esse
luxo. Trata-se de uma boa ideia, sem dúvida, mas o nosso orçamento simplesmente
não chega lá!” Muitas vezes, também é assim na Igreja que as nossas decisões se
deixam determinar pelo dinheiro e não pela vontade de Deus. Quem tem olhos de
ver, percebe que quando o assunto é dinheiro, as pessoas cristãs geralmente
assumem o jeito de ser das não cristãs. Que jeito é esse? Ora, elas também se colocam
como escravas de “Mamon”!
Jesus
diz: “Entre vós não deverá ser assim!” Aqui neste
versículo Jesus se refere aos governantes que oprimem os seus povos. Penso que
não seja errado aplicar esta mesma declaração à supremacia do dinheiro no
mundo. “Não deve ser assim entre vós!” Isso mesmo! O dinheiro nunca deveria ter
o primeiro lugar na Igreja, mas sim a proposta que Deus. O que sempre deveria
estar ocupando o nosso foco é a tarefa que Deus deu à Comunidade; à Igreja.
Onde focar nossa atenção? Ora, nas pessoas amadas por Deus. São elas que precisam
ser objetivadas em todo e qualquer trabalho comunitário. Essa conversa de que
“sem dinheiro nada funciona” não pode prevalecer na Comunidade. A confiança em
Deus deve ser maior do que este detalhe!
Logo
depois de ter declarado que não devemos servir às riquezas, Jesus ainda
aprofunda a questão: “Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis
de comer, nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir... o vosso Pai
Celeste sabe que tendes necessidade de todas estas coisas... (Mateus 6.25a e 32b). Quer dizer: É Deus quem cuida de nós - se
confiarmos Nele. Como é que hoje, nós, pessoas comprometidas com o cristianismo,
poderíamos sinalizar que não somos pessoas movidas pelo poder do dinheiro, mas
pelo poder de Deus?
14.10.12
CREMAÇÃO OU SEPULTAMENTO?
Será que podemos cremar uma pessoa
cristã? Pode um cristão permitir-se a cremação? Como fica a questão da
ressurreição se de fato somos a criação exclusiva dos “dedos de Deus”? (Salmo
8.4-5) A imagem de Deus pode ser queimada? Sim, essa temática gera muitas
perguntas.
Muitas pessoas defendem o “verdadeiro
sepultamento” como aquele que acontece sob alguma camada de terra. A
verdade é que todo esse povo que defende essa ou aquela posição, também carrega
suas incertezas. Isso é assim porque o tema da “morte” mexe com os
nossos sentimentos. Porque isso é assim? Porque nos velórios sempre se percebe
pessoas falando de assuntos “nada a ver” com o momento? Porque tanta
distância; tanta desinformação a respeito deste tema?
A dor do luto machuca muito àquelas e
àqueles que sempre estiveram próximos de quem, de repente, precisa “partir”.
Sempre que oficio sepultamentos, percebo perplexidade, profundas perturbações
em quem fica. As emoções das pessoas se mostram diferenciadas quando se deita
um corpo morto num caixão; quando se o enterra sob a terra; quando se o queima
em fornos especiais; quando se recebe a urna contendo as cinzas.
A morte sempre foi, é e continua
sendo um “tabu” (Uma ideia proibida de as pessoas se aprofundarem).
Quase todos os indivíduos têm dificuldade para tratar deste tema. O fato é que
não podemos controlar a morte. De repente ela vem definitivamente. Dá para se
dizer que a morte é o último degrau de entrada na eternidade e o fato de
sabermos disso, mexe muito com qualquer um de nós. É em vista disso que sempre
tratamos os nossos mortos com extremo respeito.
Quando refletimos sobre o ato do
sepultamento, precisamos nos perguntar sobre o que acontece com uma pessoa que
falece. Jesus afirma que, num certo dia, a Sua voz se fará ouvir e todos os
mortos ressurgirão de seus túmulos para a ressurreição e ou para o juízo. O ato
de levantar-se de dentro da tumba é algo irracional; é um jeito poético de se
falar do juízo ou da nova vida que vem. Jesus deixa claro que o cristão viverá,
mesmo experimentando a morte.
Isso significa que o cristão morrerá;
que o corpo voltará ao pó, mas que o espírito permanecerá com Cristo na
eternidade. Nas cartas paulinas se explicita que vamos ganhar um corpo novo de
presente, quando da ressurreição; que este novo corpo não será parecido com o
corpo que carregamos aqui na terra; que o nosso corpo será “deificado”.
Ora, essa perspectiva da ressurreição me leva a crer que tanto faz se o nosso
corpo se degradar na terra ou no fogo.
Ou seja, ninguém de nós invadirá a
eternidade com estes corpos que carregamos e que, por natureza, são marcados
por defeitos. Sim, porque no novo Céu e na nova Terra não vão existir as
substâncias carne, sangue, terra e cinza (1 Coríntios 15.50-55).
2.10.12
Casamento e Divórcio!
-
Escuta essa pai! “A fidelidade não está para a natureza humana”.
- Eh!
Eh! Então os carros, as casas, os aviões e os concertos musicais também não estão.
- Tem
lógica...
-
Sabe filho! Em todas as culturas do mundo a relação matrimonial é protegida por
regras e rituais, mesmo nos países onde um homem pode ter várias esposas.
-
Verdade?
-
Sim! Nas relações de poligamia, é assim que a primeira mulher tem posição de
destaque. É ela que ajuda na tarefa de escolher a segunda e a terceira esposa
para o seu companheiro.
- Não
sabia disso. Onde é que fica o amor nesta história?
- No
mundo poligâmico o papel do amor é secundário.
- Que
coisa! Não consigo entender uma relação matrimonial sem a presença do amor.
- Eu
também não filho. A verdade é que há relacionamentos de marido e mulher que
também se dão sem amor.
- Para
mim casamento sem
a bênção de Deus é empreendimento sem chance de sucesso!
- É!
Não é fácil manter-se uma relação matrimonial de pé!
- Por
que isso pai?
- O trabalho
atrapalha. Hoje marido e mulher trabalham em empresas diferentes e têm
problemas diversos para resolver que ninguém deles toma conhecimento. À noite
eles precisam de bom tempo e de boa dose de energia para viver a vida em comum
que se prometeram diante do altar. Tempo e energia que eles não têm mais força
para doar.
-
Então é por isso que muitos matrimônios são difíceis de serem vividos na sua plenitude.
- É!
3.9.12
E QUEM SE IMPORTA COM ISSO?
Palavra interessante! Cada verdade precisa de uma pessoa
que a pronuncie. E
essa pessoa também precisa ser corajosa a ponto de “subir no telhado” e, de lá,
proclamar o que está ardendo dentro do seu coração.
Jesus estimulou os Seus doze discípulos dizendo-lhes: -
Olha pessoal! “...o que se vos diz ao ouvido, proclamai-o de sobre os
telhados.” (Mateus 10.27b)
Na minha família sempre de novo se comenta sobre a
história vivida pelo meu sobrinho, o Arthur. Era seu primeiro dia de aula e
todas, todos os coleguinhas eram estranhos entre si, mas, ao mesmo tempo, se
mostravam curiosos: - Como seriam aqueles primeiros dias de aula? Logo que a
sineta bateu, a professora levou a classe a conhecer o prédio e também o pátio
do referido colégio. Todas as meninas e todos os meninos analizaram o
auditório; o ginásio esportivo e o parque infantil daquele Estabelecimento de
Ensino no qual iriam viver bons anos de suas vidas. Feito isso, foram
encontrar-se com a Diretora da Escola. Todas as crianças correram na sua
direção e claro, foram muito bem recebidas pela mesma.
Logo que a algazarra do primeiro momento terminou, o
nosso Arthur se dirigiu à Autoridade Escolar com palavras indignadas. Ele
disse: - Cem menos três é igual a noventa e sete, mas isso, não interessa a
ninguém!...”
Rimos muito a respeito desta piada, quando de um encontro
familiar na casa do meu irmão, em Santana do Livramento. O fato é que, no peito
do meu sobrinho “ardia” o desejo de dizer aquilo que disse. Foi por isso que
ele tomou coragem e, na primeira oportunidade, proclamou, “aos quatro ventos”,
aquela verdade. Nós não podemos saber se o meu sobrinho escolherá a profissão
de pregador, mas nos ficou evidente que ele não tem vocação para ficar calado
na vida. Ele disse: - “Matemática não interessa a ninguém – nós queremos
brincar!”
Essa irreverência do Arthur soou um tanto engraçada no
contexto do Ensino Fundamental. No entanto, essa experiência ousada de dizer o
que vai no coração nos é um exemplo de como podemos disseminar as verdades
cristãs que “queimam” dentro do nosso peito; que nos foram sopradas pelo
Espírito Santo nos ouvidos. São muitas as pessoas, e eu me encontro entre elas,
que sonham com uma Igreja que mostre mais o seu rosto dentro da sociedadade
brasileira. Mas será que a Boa Mensagem que proferimos, que estamos proferindo
e que ainda vamos proferir ainda chega às pessoas?
No dia 31 de outubro, Dia da Reforma, nós nos lembramos
das mulheres e dos homens que “subiram no telhado”, a fim de proclamar a
mensagem libertadora da graça de Deus. Essas pessoas, as assim chamadas
“reformadoras”, deram o seu recado ao povo com palavras claras e simples,
conforme a vontade que “ardia” nos seus corações: Não somos nós que articulamos
a salvação, mas é Deus quem nos fascina; anima-nos e nos conforta nesta tarefa.
Foi desta forma que os clamores dos reformadores encontraram guarida nos
corações das pessoas. A Boa Mensagem da Salvação que, primeiramente, foi sendo
repartida nos corredores das Universidades, veio até às pessoas de “sobre os
telhados” das cidades. Foi dessa forma que o mundo acabou conhecendo o
Evangelho.
Aquilo que os reformadores fizeram, expor-se sobre o “telhado”
e pregar, nós também estamos tentando fazer, mas, para tal,
precisamos estar alicerçados numa boa base. Se não existir um bom apoio, então corremos
o risco de perdermos o equilíbrio e cair.
A Igreja se auto-examina, se “olha no espelho”, vê quem é
e em que ponto está, quando lembra da Reforma. É Deus quem nos apoia; quem nos
sustenta; quem nos dá coragem e boa base para espalharmos a Mensagem Daquele
que levanta Pessoas com Deficiência; que anima Pessoas Deseperadas; que dá
coragem às pessoas que se perceberam
Imperfeitas.
Sim, são muitas as
mulheres e os homens que pregam a Boa Nova de Deus em nosso país e no mundo.
São inúmeras as pessoas cristãs que vivem essa Boa Nova, que lhes foi soprada
no ouvido, a partir de palavras e atitudes. Quem é que se importa com isso? Certamente todas,
de todos nós!
28.8.12
MAS LIVRA-NOS DO MAL - Mateus 6.13
Vamos combinar que o mundo seria maravilhoso, um lugar
fantástico para se viver se não fosse o mal. Não é segredo de ninguém que o mal
sempre gera ódio, violência, guerra, opressão e pobreza. Todo mundo sabe que ao
longo dos séculos, as pessoas sempre tentaram promover a paz e a justiça. A
Bíblia está repleta de relatos a respeito de impulsos que intentavam esta mesma
busca, esta mesma esperança. Na História Geral sempre foi assim que todas as
Denominações sempre pediram a Deus: “Senhor, livra-nos do mal...”
O problema é que o mundo real em que vivemos tem outra
natureza. Todos os dias os nossos nossos meios de comunicação anunciam eventos
ruins. É praticamente impossível escapar-se da inundação contínua de mensagens
violentas sobre os excessos que são praticados na calada da noite e também na
luz do dia. Há quem sustente que a História deveria ser escrita sob a
perspectiva da guerra que, querendo ou não, sempre acaba gerando mais ou menos
progresso. Hoje, na Líbia, há um governo ditatorial que guerreia contra seu
próprio povo. Há outros exemplos bem mais próximos de guerras travadas. Estou
pensando na favelas do Rio de Janeiro, nas Ruas de Joinville – por exemplo.
Não, ninguém de nós vai negar que existe o mal. Todo
mundo sabe as consequências terríveis e destrutivas que o mal pode causar à
vida das pessoas. A última petição da Oração do Pai Nosso tem tudo a ver com a
vida que vivemos. É por isso que dizemos: “Senhor, liberta-nos do mal...” Notem
que esse não é um pedido abstrato; uma petição pelo não derramamento de sangue,
apenas. Trata-se, isto sim, de um pedido de preservação da tentação que
antecede à prática do mal. Quando a oramos, o mal se torna concreto diante dos
nossos olhos; ele perde o seu anonimato; ele nos diz respeito; ele se mostra
próximo de nós. A petição “Não nos deixes cair em tentação...” significa que
nos cabe resistir ao mal. Ela também nos sugere a possibilidade de que podemos
falhar, de que podemos sucumbir à tentação de causarmos o mal. O leitor de
jornal que, sentado no sofá da sua sala, lê notícias desagradáveis e, ao
lê-las, se dá conta do mal que existe no mundo, só reflete sobre o conteúdo
lido. Já as pessoas que oram esta petição se relacionam de forma diferenciada
com a realidade do mal. Elas refletem sobre os seus próprios atos. Elas tem
consciência de que esse mal pode se avizinhar e, por tabela, levar à tentação,
à prática do mal.
São poucas as pessoas que conseguem refletir assim como acabei
de sugerir. É estranho que todas as pessoas são sabedoras daquilo que acontece
à sua volta. Ninguém tem dúvidas a respeito do poder do mal. No entanto, a
maioria das pessoas não reflete sobre as suas próprias atitudes. Nas suas
cabeças o mal só diz respeito às outras pessoas, àquelas que se encontram em
outros locais, em outros bairros. De uma
forma geral, a mulher e o homem, tem a tendência de se perceberem como pessoas
boas; pessoas que vivem de forma diferente; pessoas que são diferentes daquelas
cujas más ações os jornais noticiam. Assim elas se comportam como espectadores
das outras pessoas que agem com sua maldade no teatro do mundo.
Não é assim. O mundo não está dividido entre o bem e o
mal. Também não existe uma clara linha divisória entre as pessoas boas e as
más. Cada ser humano, seja ele quem for, está em perigo de fazer o mal; de
seguir o mal. Cada uma, cada um de nós pode testemunhar: Lembram daquele
momento em que vocês estavam a sós consigo mesmos? Vocês sabiam exatamente o
que fazer. Daí então vocês ouviram uma “pequena voz” dentro de si. Vocês não
conseguiram resistir àquela sugestão. Recordam daquela disputa em que vocês
mesmas, vocês mesmos ficaram com medo de si: como é que eu pude ser tão
desagradável, tão mau? Lambram daquele dia em que a raiva às levou, os levou a
prejudicar uma pessoa próxima? Quem não recorda da vergonha que sentiu quando
fez a retrospectiva de um momento ruim de sua vida? Sim, há momentos que nós
gostaríamos de apagar, momentos que nós até sonhamos que outros não tenham
percebido.
Sim! São numerosas as tentações de se fazer o mal. As
tentações são reais e não é fácil vencê-las. Mesmo que demos o melhor de nós,
sempre seremos culpados pelo mal que causamos aos outros. Uma vida impecável,
sem falhas e intocada pelo mal não existe. Também os santos foram pessoas, e
não super-mulheres, super-homens. Eles também foram apanhados em pecado e
culpa; também eles experimentaram dor e sofrimento, sofrimento e dor que também
oportunizaram a outros. Escrevo
isso porque o experimento na minha vida.
A Bíblia nos ensina que é uma ilusão só ver o que é belo
em si e constatar, de forma descuidada, que tudo vai bem – obrigado. É claro que Deus nos criou para fazermos o
bem. É incrível como as pessoas se dão presentes e até se ajudam mutuamente na
vida. Nós temos a capacidade de amar o próximo; sermos compassivos e até
pacificadores. Mas há também o mal. O
mal é parte da realidade deste mundo e é por isso que a mulher e o homem se
encontram todo tempo sob risco. É fácil, mas, ao mesmo tempo, perigosíssimo
fechar-se os olhos para esta realidade, fingindo que podemos ser imunes ao mal.
Nós não podemos fugir do mal. Nós não podemos ter a certeza de estarmos tomando
a decisão certa; de resistirmos ao mal quando vem a tentação. Levantemos as
mãos para o céu se assim acontecer.
O fracasso também diz respeito à realidade da vida.
Martin Luther entendeu muito bem o apóstolo Paulo, quando percebeu esta
“rachadura”; esta “contradição” na vida das pessoas. Ele disse: “Somos pecadores”.
Em Romanos 3.22c-24a se lê: “...porque não há distinção, pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça,
mediante a redenção que há em Cristo Jesus.”.
Nós somos todas pecadoras, todos pecadores e, por isso,
oramos ao nosso Pai do céu “... e não nos deixeis cair em tentação, mas
livra-nos do mal.” O fato de termos uma visão realista e sóbria de nós mesmas,
de nós mesmos é um sinal da nossa fé em Jesus Cristo. É Ele quem nos mostra que
temos necessidade da salvação; que não podemos nos livrar do poder do mal, a
partir das nossas próprias forças.
Assim, esta última petição da Oração Pai Nosso nos conduz
ao centro da fé. Esta petição é a expressão da esperança que impulsiona nossas
vidas cristãs. É a salvação propriamente dita. Cristo morreu e ressuscitou por
nós. Na cruz, Ele nos libertou das dependências que nos amarram ao mal da culpa
que pesa sobre nós. Jesus fez o caminho da cruz para que nós pudéssemos
experimentar a salvação. Se Ele não tivesse agido assim estaríamos perdidas,
perdidos. Por quê? Ora, porque nenhuma mulher, nenhum homem tem a capacidade de
se auto-justificar. As pessoas que pautam suas vidas na cruz de Cristo não se
pautam na vida de outras pessoas. Elas tem consciência de que todas, todos
estamos sob a justiça de Deus. Diante de Deus somos todas, todos iguais. Nós
confiamos em Deus.
Isso não tem absolutamente nada a ver com o fato de que
nós, cristãs e cristãos, nos vejamos como pessoas pequenas – nada disso.
Alegramo-nos com a nossa capacidade de amar; com a força que colocamos a
serviço de outras pessoas, enquanto carregamos seus fardos, faciltamos suas
vidas; com o bem que existe em nós; quando temos a chance de servir. Mas nós
não nos colocamos acima dos outros; nós não nos iludimos com as nossas
possibilidades e com as nossas limitações; nós não entendemos que fazemos as
coisas que fazemos, a partir das nossas forças. Nós colocamos a nossa confiança
em Jesus Cristo, que nos aproximou de Deus. Nós temos ciência de que não nos
libertaremos, pois ninguém é capaz de fazê-lo. Nós olhamos, isto sim, para
Jesus, de quem vem a nossa ajuda, a nossa salvação. E, então, nós percebemos os
nossos atos, o bem que somos capazes de fazer e a resistência ao mal como um
fruto da salvação.
Paulo diz que os crentes “não se devem deixar vencer pelo
mal, mas devem vencer o mal pelo bem”. Com o Filho de Deus também veio um
espírito especial ao mundo, um espírito que não se deixa cpaturar pelo círculo
vicioso da má ação e pela busca de vingança. O Espírito de Cristo liberta o Seu
povo das prisões que sempre de novo causam o mal por si sós. O Espírito Santo
nos dá a força para nos colocarmos na situação, na pele dos outros, a
assumirmos a perspectiva de quem está do outro lado. Vencer a tentação de só
pensar em nós e então fazer o bem.
A salvação começa com a percepção de que, diante de Deus,
não estamos em dia com a nossa vida e com as nossas atitudes, mas que confiamos
na Sua misericórdia. Confiemos em Jesus Cristo e seremos libertados para quebrarmos
a lógica do mal. Este é um fruto da vida pela fé no crucificado e ressuscitado
Jesus Cristo. Amém.
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